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Universidade do Estado Do Rio De Janeiro Instituto de Química Departamento de Físico-Química Laboratório de Físico-Química Experimental INVESTIGAÇÃO DA CINÉTICA DE OXIDAÇÃO DO IODETO DE POTÁSSIO PELO PERSULFATO INTRODUÇÃO A conhecimento da cinética de uma reação é de suma importância no desenvolvimento da engenharia química, uma vez que o dimensionamento de reatores e outros equipamentos requer cálculos de tempo de permanência dos reagentes em seu interior. Com isso, a utilização de métodos para o conhecimento da cinética possui enorme valor. A velocidade de uma reação química pode ser definida como a taxa em que a concentração de um reagente A diminui em relação ao tempo. Para este reagente, definimos a equação de sua taxa por: Estas equações para uma reação genérica , onde k é dado como a velocidade específica da reação. 2 KI + K2S2O8 → I2 + 2 K2SO4 Para a reação de oxidação do iodeto de potássio pelo persulfato de potássio, teoricamente, teríamos uma reação de 2ª ordem. Porém, no experimento em questão utilizamos o iodeto em excesso, com o intuito de tornar sua concentração aproximadamente constante e, portanto, facilitando os cálculos, dado que para uma reação de primeira ordem, temos uma reta com o coeficiente angular igual à constante de velocidade. Podemos chegar nesta equação da reta ao igualar as duas equações da taxa acima e integrarmos, com [K2S2O8] = [B] O excesso de KI é enaltecido pela presença do sulfito de sódio, pois este reage com o iodo formado na primeira reação e regenera o KI pela seguinte reação. I2 + 2 Na2S2O3 ↔ 2NaI + Na2S4O6 Como esta reação de regeneração é muito rápida, a redução do persulfato acontece com a mesma velocidade dela, fazendo com que a concentração de iodeto seja praticamente constante ao longo do processo. Quando todo o tiossulfato for consumido, a coloração da solução se tornará azul devido a presença da goma de amido colocada. O intervalo de tempo entre o início da reação e a mudança de cor da solução é o tempo em que todo o persulfato foi oxidado. OBJETIVO Obter a constante de velocidade da reação de oxidação do iodeto pelo persulfato. RESULTADOS E DISCUSSÃO Com os dados da tabela 1 e de posse dos valores das respectivas concentrações de cada reagente, foi possível gerar os dados da tabela 2 e com o tempo em que cada solução mudou de cor (listado na tabela 3), obtemos o gráfico do tempo em função da concentração de [B]. Tabela 1: Erlenmeyers A Erlenmeyers B No KI (mL) Na2S2O3 (mL) Amido (mL) No K2S2O8 (mL) H2O (mL) 1 10 1 2 1 10 9 2 10 2 2 2 10 8 3 10 3 2 3 10 7 4 10 4 2 4 10 6 5 10 5 2 5 10 5 Percebe-se pela tabela que foi adicionada uma quantidade de água tal que a soma desses volumes com o volume de Na2S2O3 fosse sempre o mesmo (10 mL), sendo assim o volume de todos os frascos é igual a 0,032 L. Dessa maneira, os cálculos da concentração de K2S2O8 foram facilitados. Em cada frasco ocorrem duas reações principais a seguir: S2O82- + 2 I- ↔ 2 SO42- + I2 I2 + 2 S2O3-2 ↔ 2 I- + S4O6-2 A reação do iodeto gerando iodo geralmente leva o indicador de goma de amido à coloração azul escuro. Porém, em presença de tiossulfato ocorre a segunda reação, que se dá de forma rápida. Assim, a viragem do indicador só irá acontecer quando ocorrer consumo completo do tiossulfato de sódio, com iodo livre em solução. Concentração dos Reagentes: Solução de Na2S2O3 0,01mol/L; Solução de KI 0,5 mol/L; Solução de K2S2O8 0,02 mol/L. Tabela 2: Erlenmeyer Na2S2O3 K2S2O8 Sobra de K2S2O8 [K2S2O8] no tempo N1 (mol) N2 (mol) N= N2-(N1/2) [B] = N / 0,032 1 0,00001 0,0002 0,000195 0,00609375 2 0,00002 0,0002 0,00019 0,0059375 3 0,00003 0,0002 0,000185 0,00578125 4 0,00004 0,0002 0,00018 0,005625 5 0,00005 0,0002 0,000175 0,00546875 Tabela 3: Frasco Tempo de reação (s) - ln [B] 1 55,73 5,100492 2 114,66 5,126467 3 168,75 5,153135 4 222,62 5,180534 5 279,16 5,208705 Como o valor da constante é o coeficiente angular da reta encontrada experimentalmente, obtém-se que K=0,0005 CONCLUSÃO A equação da reta obtida anteriormente juntamente com o coeficiente de correlação mostra que levando em consideração as condições do ambiente e os possíveis erros sistemáticos dos realizadores da prática, o resultado obtido foi satisfatório. -ln(B) = 0,0005t+5,0719 R2 = 0,9993 Uma forma de considerar se a equação de aproxima de um modelo fiel ao fenômeno é comparar o quanto o valor teórico obtido pelo cálculo com a reta se afasta do valor medido experimentalmente. Tomando como base o valor da concentração inicial de persulfato [B0], é possível fazer essa comparação. Como mostrado na introdução, o coeficiente linear da reta representa –ln[B0] e portando utilizando o valor obtido no gráfico conclui-se que: B0 calculado = 0,00627 mol/L B0 teórico = 0,00625 mol/L O que equivale a um erro de 0,3%. BIBLIOGRAFIA Roteiro do laboratório de físico-química 2015/2 UERJ, 2015; ATKINS, Peter e JONES, Loretta, Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente; 3ª edição, Porta Alegre, Editora Bookman, 2006.
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