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Universidade Federal de São João Del Rei Curso de Bacharelado e Licenciatura em Química EXPERIMENTO - 5 INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NO EQUILÍBRIO DE SOLUBILIDADE Data: 29/09/2023 Grupo Alexia Fernanda Félix Julia Luiza Takenaka Lorena Resende Rodrigues Matheus Martins Guedes Raphael Resende Bretz 1 – Dados Experimentais obtidos na Aula Entalpia de fusão do eutético: ∆𝐻 𝑇 º = 15, 7 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 Tabela 1. Relação das massas dos compostos a serem utilizadas no tubo de ensaio para medida de Temperatura. Amostra Massa de Naftaleno (g) Massa de Difenilamina (g) 1 2,509 0 2 2,001 0,503 3 1,505 1,005 4 1,003 1,506 5 0,75 1,75 6 0,505 2,001 7 0 2,5 Tabela 2. Fração Molar da Naftaleno e da Difenilamina. Amostra Fração molar do Naftaleno (g) Log X1 (Naftaleno) Fração molar da Difenilamina (g) Log X2 (Difenilamina) 1 1 0 0 — 2 0,84 -0,0757 0,16 -0,796 3 0,66 -0,180 0,34 -0,468 4 0,47 -0,328 0,53 -0,276 5 0,36 -0,444 0,64 -0,194 6 0,25 -0,602 0,75 -0,125 7 0 — 1 0 Lorena Retângulo Tabela 3. Temperatura de congelamento das misturas. Amostra Temperatura de congelamento (K) Fração Molar Naftaleno T-1 1 𝑇2 − 1 𝑇1( ) 1 351,65 1 0,002768933 0 2 362,15 0,84 0,002761287 -8,3x10-6 3 360,15 0,66 0,002776621 -6,7x10-5 4 313,15 0,47 0,003193358 3,5x10-4 5 302,15 0,36 0,003309614 4,7x10-4 6 304,15 0,25 0,003287851 4,5x10-4 7 324,15 0 0,003084992 2,4x10-4 1.2 - Resultados e Discussão Foram medidas 7 amostras diferentes onde foram variadas as proporções de massa de naftaleno e difenilamina, na Tabela 1 são apresentadas as relações entre as massas de cada sistema. Essa tabela foi utilizada para a construção da Tabela 2, onde foram inseridas as frações molares do naftaleno e da difenilamina em cada sistema, somando os dois constituintes para dar o valor 1,0. Já a Tabela 3 é baseada na temperatura de congelamento de cada componente do sistema depois da exposição ao aquecimento. A temperatura de aquecimento para cada sistema depende do momento em que a difenilamina e o naftaleno se fundem, após esta fundição era contabilizada a temperatura de 30 em 30 segundos até que ambos retornassem ao seu estado sólido, neste momento a temperatura foi anotada e está na Tabela 3. Utilizando da teoria de Le Chatelier, que diz que quando um sistema em equilíbrio sofre alguma perturbação o mesmo tende a buscar um novo estado que seja capaz de anular esta perturbação, restabelecendo o equilíbrio, sendo assim, neste experimento é possível notar que quando o sistema recebe calor o equilíbrio tende para a formação de um produto na fase líquida. Com isso é viável deduzir que será formado naftaleno dissolvido (produto) acontecendo uma reação endotérmica. Quando o calor é perdido exotermicamente o sistema volta para o naftaleno sólido (reagentes), por isso o calor está do lado direito do equilíbrio: Reagentes(s) → Produtos(I) (Calor) É notado que a temperatura em equilíbrios de solubilidade tem muita importância, neste experimento onde é fornecido calor a um sistema montado até que se funda ambos os compostos, esse era deixado esfriar lentamente onde o calor era perdido para o meio e o sólido se formasse. Esse resfriamento, medido de 30 em 30 segundos possibilita a visualização dos pontos de congelamento em cada um dos 7 sistemas montados que continham diferentes proporções do naftaleno e da difenilamina. Logo as tabelas e gráficos a seguir de temperatura versus tempo foram construídos individualmente buscando representar cada sistema amostral, tendo como objetivo obter uma curva de solidificação de uma substância pura ou de uma mistura. Os dados em negrito apresentados nas tabelas representam o tempo e temperatura do primeiro encurvamento de cada sistema, sendo assim, os resultados estão apresentados abaixo: Tabela 4. Temperatura x Tempo para o sistema 1. t(s) T(ºC) 0 94 30 85 60 80 88 78.5 90 79 120 80 150 80 180 79 210 79 240 78 270 71 300 62 330 54 Gráfico 1. Temperatura em função do tempo para o sistema 1. Tabela 5. Temperatura x Tempo para o sistema 2. t(s) T(ºC) 0 90 12 89 30 84 60 77 90 72 120 68 150 68 180 66 210 67 240 64 270 60 300 55 330 50 Gráfico 2. Temperatura em função do tempo para o sistema 2. Tabela 6. Temperatura x Tempo para o sistema 3. t(s) T(ºC) 0 90 25 87 30 85 60 80 90 75 120 66 150 61 180 57 210 57 240 57 270 56 300 55 330 55 360 53 390 50 Gráfico 3. Temperatura em função do tempo para o sistema 3. Tabela 7. Temperatura x Tempo para o sistema 4. t(s) T(ºC) 0 90 30 80 60 73 90 65 120 61 150 57 180 53 210 49 240 46 270 44 300 42 325.2 40 330 40 360 39 390 38 420 37 450 36 480 36 510 36 540 38 570 37 600 36 630 36 660 35 690 34 720 34 750 33 780 33 Gráfico 4. Temperatura em função do tempo para o sistema 4. Tabela 8. Temperatura x Tempo para o sistema 5. t(s) T(ºC) 0 90 30 81 60 74 90 66 120 62 150 57 180 53 210 51 240 48 270 44 300 42 330 40 360 37 390 36 420 35 450 34 480 33 510 32 540 31 570 31 600 30 630 30 660 29 690 29 720 28 750 28 780 28 810 28 840 26 870 26 900 29 930 32 960 32 990 32 1020 32 Gráfico 5. Temperatura em função do tempo para o sistema 5. Tabela 9. Temperatura x Tempo para o sistema 6. t(s) T(ºC) 0 78 30 77 60 59 90 53 120 43 150 33 180 31 210 31 240 34 270 35 300 35 330 34 360 34 390 32 420 33 450 33 480 32 510 32 540 32 Gráfico 6. Temperatura em função do tempo para o sistema 6. Tabela 10. Temperatura x Tempo para o sistema 7. t(s) T(ºC) 0 78 30 65 60 57 90 47 120 43 127.2 42 150 51 180 52 210 52 240 52 270 52 300 52 330 52 Gráfico 7. Temperatura em função do tempo para o sistema 7. Por meio das temperaturas de fusão coletadas durante o experimento e as frações molares de ambos os componentes da mistura se torna possível a construção do diagrama de fases do sistema, onde é observável o ponto eutético onde as curvas se interceptam e geram um ponto que nesse caso tem temperatura 302,15 K que é a temperatura eutética, ou seja, é a temperatura de fusão mais baixa do que a temperatura de fusão dos compostos isolados. Sendo assim, pelo Gráfico 8 abaixo é possível ver o diagrama e o ponto citados anteriormente: Gráfico 8. Diagrama de fases para o sistema de Difenilamina e Naftaleno. No ponto eutético, as substâncias agem como se fossem puras durante a fusão ou solidificação. Para compreender melhor o comportamento do gráfico, movendo-se de qualquer extremidade do diagrama em direção ao centro, um dos componentes passa para uma fase diferente enquanto o outro se concentra mais no líquido remanescente. Nas extremidades do diagrama, encontram-se também as substâncias puras. A solução com composição eutética está em equilíbrio com ambos os sólidos puros, naftaleno e difenilamina. Para o cálculo da entalpia de dissolução do naftaleno pelo método gráfico utilizou-se a Equação 1 para a construção do gráfico, onde , onde se calcula o log da𝑦 = 𝑙𝑜𝑔 𝑋 1 fração molar de naftaleno para cada sistema e , onde T1 é a𝑥 = 1 𝑇 2 − 1𝑇 1 ( ) temperatura do naftaleno puro e T2 é a temperatura de congelamento para cada fração molar de naftaleno. (Equação 1)𝐿𝑜𝑔 𝑋 2 𝑋 1 =− ∆𝐻 𝑇 º 2,3 𝑅 1 𝑇 2 − 1𝑇 1 ( ) Tabela 11. Dados para a construção do gráfico 9. Log X1 (Naftaleno) 1 𝑇 2 − 1𝑇 1 ( ) 0 0 -0,0757 -8,3x10-6 -0,180 -6,7x10-5 -0,328 3,5x10-4 -0,444 4,7x10-4 -0,602 4,5x10-4 Gráfico 9. Gráfico para a determinação da entalpia de dissolução do Naftaleno. Pela construção do gráfico acima e a comparação da equação 1 e da equação da reta (y=a+bx) pode-se obter o valor da entalpia de dissolução do naftaleno, onde: 𝑏 = − ∆𝐻º2,3𝑅 ∆𝐻º = − −822,819272,3𝑅 ∆𝐻º = 43 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 Visto que o cálculo da entalpia pelo método gráfico apresentou um resultado muito distante do teórico, de 19,7 kJ, decidiu-se calcular usando as informações do ponto eutético da maneira descrita a seguir. Na equação 1, T1 é a temperatura inicial de transição da fase dasubstância na composição X1 (fração molar do naftaleno puro) e equivale a 351,65 K e T2 é a temperatura final que representa X2 (fração molar do naftaleno a 302,15 K, temperatura do eutético). Com estes dados obtém-se: 𝐿𝑜𝑔 0,361 =− ∆𝐻 𝑇 º 2,3 𝑅 1 302,15 − 1 351,65( ) ∆𝐻º = 18, 21 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 O valor de encontrado calculado pelo ponto eutético apresentou um valor bem∆𝐻º próximo ao valor teórico, a diferença entre os valores pode ser atribuída a algum erro de observação de temperatura/tempo. Quanto à discrepância do valor de encontrado∆𝐻º pelo método gráfico pode ser atribuída à lei de solubilidade ideal que funciona muito bem para solventes, mas apresenta variação para solutos. Neste caso, o Naftaleno é o solvente, mas quando se varia sua fração molar, até ela ser menor que a fração molar de Difenilamina e ao final do experimento ela chegar a zero, o Naftaleno deixa de ser solvente e se torna soluto, então, pode-se observar no gráfico construído, gráfico 9, que essa relação linear não é mantida, portanto, não se consegue um valor confiável de .∆𝐻º 2 – Conclusão Neste experimento, o valor padrão da entalpia de transição de fase pode ser determinado através de cálculos usando a equação fornecida acima. Se analisarmos o valor de entalpia determinado, veremos que é um valor positivo porque ocorre a fusão e a transição do sólido para o líquido, ou seja, ocorre uma reação endotérmica. Ou seja, o sistema absorve calor até mudar de fase. Seguindo um diagrama de fases construído usando pontos de fusão obtidos experimentalmente, podemos identificar um sistema que derrete à medida que a temperatura aumenta para formar um único líquido. Quando a temperatura do sistema começa a diminuir, as moléculas do composto se unem, suas interações aumentam e um sólido é formado novamente em um processo exotérmico. Os diagramas de fases construídos para várias proporções de naftaleno e difenilamina também fornecem informações sobre o efeito da concentração dentro do sistema. Como a proporção de massa dos dois componentes é diferente, a temperatura de solidificação é diferente. Conclui-se, portanto, que o experimento proposto fornece informações básicas sobre o equilíbrio químico e as transições de fase e como o sistema é afetado por mudanças na temperatura e nas concentrações dos componentes. 3 - Referências Bibliográficas [1]- ATKINS, P. W.; PAULA, J. Físico-Química, 9ª ed. vol. 1, LTC: Rio de Janeiro, 2012. [2]- Miranda-Pinto, C. O. B.; Souza, E. Manual de Trabalhos práticos de Físico-Química. Editora UFMG: Belo Horizonte, 2006. [3]- Rangel, R. N. Práticas de Físico-Química. 3ª ed. Edgard Blucher: São Paulo, 2011. [4]- ATKINS, P. W.; PAULA, J. Físico-Química, 9ª ed. vol. 2, LTC: Rio de Janeiro, 2012.
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