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Caso Concreto 12

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DIREITO ADMINISTRATIVO I - CCJ0010 
Título 
SEMANA 12 
Descrição
 Encontra-se no X determinada obra pública, para a construção de uma barragem, em adiantado estágio de execução. A autoridade administrativa competente pela obra verificou a necessidade de acréscimos nos quantitativos de obras e serviços, por ter o engenheiro da obra constatado à possibilidade de substituição do maciço de terra, originariamente prevista no projeto básico e no contrato, por maciço de concreto a rolo – MCR, o que traria benefícios econômicos e sociais à comunidade, tais como: a redução do prazo total da conclusão da barragem; a possibilidade de estocar água na medida em que o MCR for sendo elevado, antecipando a acumulação da água na região em dois ou três anos; a segurança no abastecimento de água para projetos industriais, turísticos e de irrigação, em vias de implantação na região. A implantação dessa nova tecnologia de MCR implicaria a elevação do valor inicialmente contratado em patamar superior ao limite de 25% estabelecido pela Lei n o 8.666/93. Pergunta-se: 
É lícito fazer o aditamento do contrato acima citado para alterar o tipo de tecnologia de construção, passando a ser por MCR? É possível o aditamento unilateral do contrato imposto pela Administração, que supere, em valor, os limites estabelecidos pela Lei n o 8.666/93? 
Resposta: Este aditamento não é licito, pois aditamento de contrato somente se as partes identificam ou prevêem atrasos na execução da obra em função de fatores que alterem as condições de execução dos serviços do contrato, como por exemplo, fatores climáticos e ambientais, interferência de tráfego, atrasos no fornecimento de materiais, alterações no projeto depois de iniciada a obra, entre outros. Normalmente, aditivos de prazo não tem reflexo financeiro no contrato.
A prorrogação no prazo dos contratos está justificada no parágrafo 1º da lei 8.666, desde que ocorram alguns desses motivos: alteração do projeto ou especificações, pela Administração; superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato; interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração; e aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos pela lei de licitações e contratos.
De acordo com o artigo 58 da lei 8.666/93 é possível a alteração contratual somente se justifica em face de fatos novos e imprevisíveis à época da instauração da licitação ou do processo seletivo que precede o contrato, que tenham força bastante para alterar a demanda do interesse público. Se não há fatos novos e imprevisíveis, a alteração contratual é ilegítima e ilegal.
Esse caso concreto trata de possibilidade de alteração contratual unilateral quantitativa ou qualitativa? Diferencie-as. Tais alterações estão sujeitas aos limites preestabelecidos pela Lei n o 8.666/93? 
Resposta: Esse caso concreto refere-se a uma alteração contratual unilateral quantitativa. 
As alterações unilaterais quantitativas são aquelas em que a Administração, sem a necessidade da concordância do contratado, pode alterar a dimensão (acréscimos ou supressões) do objeto do contrato para adequá-lo às novas demandas decorrentes do interesse público.
A hipótese de alteração qualitativa esta disposta no art. 65, inciso I, “a” da Lei de Licitações. Segundo Marçal Justen Filho a alteração qualitativa se caracteriza quando “a melhor adequação técnica supõe a descoberta ou a revelação de circunstâncias desconhecidas acerca da execução da prestação ou a constatação de que a solução técnica anteriormente adotada não era a mais adequada.
Essas alterações estão sujeitas a Lei nº 8.666/93.
Questão Objetiva 
A administração pública federal mantinha com uma empresa de transporte de passageiros um contrato de permissão para a exploração da atividade de transporte público interestadual, cuja vigência atingiria o ano de 2012. No curso do contrato, foi editada lei que obrigou todas as empresas de transporte interestadual de passageiros a destinarem duas vagas, gratuitamente, para passageiros idosos que comprovassem o preenchimento de determinados requisitos fixados pela norma. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.
 a) Na situação descrita, ocorreu uma ação estatal que incidiu direta e especificamente sobre o contrato realizado com a empresa. 
b) Nesse caso, ocorreu a figura administrativa conhecida como fato do príncipe, caracterizada por ato geral do poder público que reflexamente pode vir a causar desequilíbrio sobre a economia do contrato existente entre a administração pública e a empresa. 
c) Fato da administração e fato do príncipe são figuras doutrinárias que se equivalem e que poderiam indistintamente ser aplicados ao caso concreto. 
d) O novo ônus imposto à empresa, em decorrência da edição da lei, é uma álea administrativa contratual ordinária. 
e) Como o ônus imposto à empresa foi decorrente de ato do Poder Legislativo ainda que fique provada a existência de prejuízo à empresa, não haverá direito à revisão do contrato.
Resposta: Letra B

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