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Convenção de Viena e Nacionalidade

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Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas 
 
O Estado acreditante deverá certificar-se de que a pessoa que pretende nomear como Chefe da Missão perante o 
Estado acreditado obteve o Agrément do referido Estado (Art. 4, 1). 
O Estado acreditado não está obrigado a dar ao Estado acreditante as razões da negação do " agrément ". (Art. 4. 
2) 
 
Em caso de falecimento de um membro da Missão os membros de sua família continuarão no gôzo dos privilégios 
e imunidades a que tem direito até a expiração de um prazo razoável que lhes permita deixar o território do Estado 
acreditado (Art. 39. 3). 
A residência particular do agente diplomático goza da mesma inviolabilidade e proteção que os locais da missão 
(Art. 30) 
 
Nacionalidade 
 
1 Definição 
É um vínculo jurídico-político entre o Estado soberano e o indivíduo. 
 
2 Espécies 
a) Primaria ou originaria 
I Critério ius sanguinis 
II Critério ius solis ou territorialidade 
III Critério misto: combina o ius solis e o ius sanguinis. 
b) Secundária: naturalização 
 
3 Conflito de nacionalidade 
a) Positivo: polipátrida (aquele que tem mais de uma nacionalidade) 
b) Negativo: apátrida, intolerável pelo art. XV da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), que assegu-
ra que toda pessoa tem direito a uma nacionalidade, proibindo que seja arbitrariamente dela privada, ou impedida 
de mudá-la. 
 
4 Brasileiro Nato 
Art. 12, I, a - ius solis. 
Também admite o critério ius sanguinis para os seguintes casos: 
- Art. 12, I, b), serviço do país. 
- Art. 12, I, c), 1º Parte, registro. 
- Art. 12, I, c), 2º Parte, opção confirmativa. 
 
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a 
serviço de seu país; 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da 
República Federativa do Brasil; 
 
 
 
 
 
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3 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição 
brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois 
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; 
 
5 Brasileiro Naturalizado 
a) Ordinária (Art. 12, II, a), CF/88) 
b) Extraordinária (Art. 12, II, b), CF/88) 
Portugueses e a reciprocidade (Art. 12, § 1º, CF/88) 
 
II - naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portu-
guesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; 
 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze 
anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, se-
rão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. 
 
6 Brasileiros natos vs. Naturalizados 
Princípio da igualdade adotado pela CF/88. 
Casos previstos pela CF/88: Art. 5º, LI; Art. 12, § 3º; Art. 12, § 4º, I; Art. 89, VII; Art. 222. 
Art. 5, CR/88: 
 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da natura-
lização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
 
7 Perda da Nacionalidade (Art. 12, § 4º, I e II, CF/88) 
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; 
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como 
condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; 
 
Processo de naturalização 
Lei nº 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) - Art. 112. São condições para a concessão da naturalização: 
I - capacidade civil, segundo a lei brasileira; 
II - ser registrado como permanente no Brasil; 
III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao 
pedido de naturalização; 
IV - ler e escrever a língua portuguesa; 
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família; 
VI - bom procedimento; 
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja co-
minada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano; 
VIII - boa saúde. 
 
Pedido de naturalização 
Apresentação: Departamento de Estrangeiros da Polícia Federal. 
Competência: Ministério da Justiça. 
 
Condição jurídica do estrangeiro 
 
Todo ser humano que se ausenta do Estado do qual é nacional assume o status de estrangeiro. 
 
1 Entrada do estrangeiro 
Ian Brownlie: “Um Estado pode decidir não admitir estrangeiros ou pode impor condições à sua entrada”. 
No Brasil: Lei 6.815/80 – Estatuto do Estrangeiro. 
 
 
 
 
 
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1.1 Entrada do estrangeiro no Brasil 
 
A entrada e permanência do estrangeiro no Brasil está baseada na seguinte filosofia (Art. 2): 
 - Segurança nacional; 
 - Organização institucional; 
 - Interesses políticos, socioeconômicos e culturais; 
 - Defesa do trabalhador nacional; 
 
1.2 Visto de entrada 
 
O passaporte é o documento oficial de identidade. 
O visto não é um direito, porém uma mera cortesia. Uma expectativa de direito para a entrada ou estada do es-
trangeiro. 
 
1.3 Tipos de visto (Art. 4, Lei 6.815/80) 
 
I Trânsito 
II Turista: validade máxima de 5 anos, permitindo estadas de 90 dias (admite-se prorroga ou redução pelo Ministro 
da Justiça. 
III Temporário: concedido para missão de estudos, negócios, como artista ou desportistas, cientistas ou professor, 
correspondente de jornal ou de revista ou como ministro religioso. 
Exige-se provas de meio de subsistência e atestado de antecedentes penais. Validade de 90 dias a 4 anos. 
IV Permanente: destinado a estrangeiro que pretenda fixar-se definitivamente no Brasil. 
V Cortesia: concedido pelo Ministério das Relações Exteriores a pessoas amigas e de reconhecido valor. 
VI Oficial: concedido pelo Ministério das Relações Exteriores aos estrangeiros em missão oficial 
VII Diplomático: concedido pelo Ministério de Relações Exteriores, destina-se aos diplomatas e funcionários com 
status diplomático e aos chefes de escritórios de organismos internacionais 
 
2 Permanência do estrangeiro 
 
O status jurídico concedido aos estrangeiros não pode ficar abaixo de um certo standard mínimo de civilização. 
 
Direito do estrangeiro no Brasil 
Consagração do Princípio constitucional da igualdade, Art. 5º, CF/88. 
A residência no país não é condição para o recurso ao Judiciário, que dá sua prestação jurisdicional mesmos aos 
estrangeiros residentes no exterior. Conforme decisão do STF: 
 
“Na defesa de direitos líquidos e certos, o remédio do Mandato de Segurança pode ser usado por brasile iro ou 
estrangeiro não residente no país”. (Recurso Ordinário em Mandato de Segurança nº 8.844 decidido em 
22/01/1962). 
 
3 Saída do estrangeiro do Brasil 
 
I Voluntária 
II Involuntária 
a) Deportação 
b) Expulsão 
c) Extradição 
 
 
 
 
 
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*ATENÇÃO Art. 66, Lei 6.815/80 vs. Decreto 3.477/2000 
Art. 66. Caberá exclusivamente ao Presidente da República resolver sobre a conveniência e a oportunidade da 
expulsão ou de sua revogação. 
O Presidente da República delegou acompetência ao Ministro da Justiça para decidir sobre a expulsão de estran-
geiro do País e a sua revogação (Art. 1º do Decreto n.º 3.447/2000). 
 
O exercício da competência legal de expulsão de estrangeiro não implica disposição da própria competência.” (HC 
101.528, voto do Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 9-12-2010, Plenário, DJE de 22-3-2011.) Vide: HC 101.269, 
Rel. Min.Cármen Lúcia, julgamento em 3-8-2010, Primeira Turma, DJE de 20-8-2010. 
 
4 Regulamentação Lei 6815/80 
I Deportação: Arts. 57 a 64. 
Art. 64. O deportado só poderá reingressar no território nacional se ressarcir o Tesouro Nacional, com correção 
monetária, das despesas com a sua deportação e efetuar, se for o caso, o pagamento da multa devida à época, 
também corrigida. 
 
II Expulsão: Arts. 65 a 75. 
Art. 75. Não se procederá à expulsão: 
I - se implicar extradição inadmitida pela lei brasileira; ou 
II - quando o estrangeiro tiver: 
a) Cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou separado, de fato ou de direito, e desde que o casamento 
tenha sido celebrado há mais de 5 (cinco) anos; ou 
b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa economicamente. 
 
[...] § 2º. Verificados o abandono do filho, o divórcio ou a separação, de fato ou de direito, a expulsão poderá efeti-
var-se a qualquer tempo. 
 
III Extradição: Arts. 76 a 94 
 
Art. 77. Não se concederá a extradição quando: 
I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade verificar-se após o fato que motivar o pedido. 
II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente; 
III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando; 
IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano; 
V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo 
fato em que se fundar o pedido; 
VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente; 
VII - o fato constituir crime político; e 
VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou Juízo de exceção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Asilo 
 
Tipos de Asilo 
 
I diplomático (extraterritorial, interno ou político): acolhe-se o beneficiário em missões diplomáticas, navios de 
guerra, aeronaves e acampamentos militares. Trata-se de um costume dos países da América Latina. 
II territorial (externo ou internacional): acolhe-se o beneficiário no território do Estado. 
 
Refúgio 
Instituto humanitário com o objetivo de proteger o ser humano em razão de alguma perseguição. 
Lei 9.474/97 – Estatuto dos Refugiados 
Condição jurídica do refugiado: Arts. 4 a 6. 
 
1 Refúgio 
a) Provisório 
b) Permanente 
Aplica-se o princípio da não devolução (non-refoulement): proteção ao perseguido para não ser devolvido ao Es-
tado perseguidor. 
 
2 Procedimento para concessão 
a) Solicitação a qualquer autoridade migratória com as razões do pedido (termo de declaração). Posteriormente, a 
Polícia Federal emitirá um Protocolo e autorizará a estada até a decisão final. 
 
b) Pedido encaminhado ao Conselho Nacional para os Refugiados (CONARE) para declarar ou não a condição de 
refugiado – Notificação para o Alto Comissionado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). 
Indeferimento: cabe recurso ao Ministro da Justiça em 15 dias da data de notificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 3º Não se beneficiarão da condição de refugiado os indivíduos que: 
I - já desfrutem de proteção ou assistência por parte de organismo ou instituição das Nações Unidas que não o 
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados - ACNUR; 
II - sejam residentes no território nacional e tenham direitos e obrigações relacionados com a condição de nacional 
brasileiro; 
III - tenham cometido crime contra a paz, crime de guerra, crime contra a humanidade, crime hediondo, participado 
de atos terroristas ou tráfico de drogas; 
IV - sejam considerados culpados de atos contrários aos fins e princípios das Nações Unidas. 
 
 
 
 
 
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Domínio Público Internacional 
 
Trata-se dos espaços utilizados por mais de um Estado soberano. 
 
1 Direito do mar 
Objeto de regulação: navegação no alto mar, combate a pirataria, exploração e preservação de recursos naturais. 
 
Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar (Convenção de Montego Bay) de 1982. 
 
 
 
1.1 Mar territorial 
Faixa de água sobre o qual o Estado exerce sua soberania. 
Extensão: 12 milhas marítimas (22 Km) desde a linha de base. Compreende o leito do mar, solo, subsolo e espa-
ço aéreo sobrejacente. 
 
a) Soberania relativa: admite-se o direito de passagem inocente de navios mercantes ou de guerra. 
b) Soberania absoluta: águas interiores, sem direito a passagem inocente. 
 
1.2 Zona Econômica Exclusiva 
Extensão de 200 milhas marítimas contadas da linha de base do mar territorial. 
Objetivo de explorar, conservar e administrar os recursos naturais vivos e não vivos da área. 
Ex. Extração de petróleo, aproveitamento do potencial energético eólico. 
 
2 Espaço aéreo e extra-atmosférico 
Cada Estado exerce soberania plena aquele espaço aéreo localizado acima do seu território e de seu mar territo-
rial. 
Não se admite a passagem inocente. 
Em relação ao espaço extra-atmosféricos, declara-se ser de uso comum para fins pacíficos. 
 
3 Polo Norte e Antártica 
a) Polo Norte: trata-se de um oceano coberto de gelo. Interesse pelo corredor aéreo. Canadá, Rússia e Dinamar-
ca, exercem soberania unilateral em algumas áreas, que não foram contestadas. 
b) Antártica: Tratado da Antártica de 1959. Utilização da região para fins pacíficos. 
 
Embarcações (Valerio Mazzuoli) 
 
Nacionalidade da embarcação = pavilhão içado. 
a) Embarcações públicas brasileiras (ou a serviço oficial do Brasil): aplica-se-lhes a lei brasileira onde quer que se 
encontre (princípio da extraterritorialidade). 
 
 
 
 
 
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b) Embarcações privadas brasileiras (ou públicas quando utilizadas para fins comerciais): aplica-se-lhes a lei bra-
sileira se estiverem em território nacional ou em alto mar. 
Estando em águas estrangeiras, aplica-se-lhes, em regra, a lei do Estado costeiro. 
 
c) Embarcações públicas estrangeiras (ou a serviço oficial do governo estrangeiro): estão amparadas pela lei do 
seu país de origem, não lhes sendo aplicada a lei brasileira mesmo se em águas nacionais (costume internacio-
nal). 
 
d) Embarcações privada estrangeiras: somente se lhes aplica a lei brasileira se estiverem ancoradas ou em trânsi-
to em território nacional. 
Admite-se a passagem inocente das embarcações. 
 
Aeronaves (Valerio Mazzuoli) 
 
a) Aeronaves públicas brasileiras (ou a serviço oficial do Brasil): aplica-se-lhes a lei brasileira onde quer que se 
encontre (princípio da extraterritorialidade). 
 
b) Aeronaves privadas brasileiras (ou públicas quando utilizadas para fins comerciais): aplica-se-lhes a lei brasilei-
ra se estiverem em território nacional ou em sobrevoo em alto mar. 
Aplica-se a lei do Estado estrangeiro se em sobrevoo ao território deste ou se ali estiver em solo. 
 
c) Aeronaves públicas estrangeiras (ou a serviço oficial do governo estrangeiro): estão amparadas pela lei do seu 
país de origem, não lhes sendo aplicada a lei brasileira mesmo se em território ou domínio aéreo nacional. 
 
d) Aeronaves privada estrangeiras: aplica-se a lei brasileira se estiverem em território nacional (solo, aeroporto ou 
em sobrevoo em território brasileiro), e a lei estrangeira quando em voo ou em solo de pais estrangeiro. 
 
Solução Pacífica de Controvérsias1 Características dos mecanismos 
a) Devem levar em consideração as particularidades da sociedade internacional; 
b) Dependem do consentimento dos Estados (voluntário); 
c) Buscar a prevenção; 
d) Ser pacíficos; 
e) Ausência de hierarquia entre os mecanismos de solução; 
f) Admite-se o emprego de mecanismo que não recorra ao Direito como critério de solução do litigio. 
 
2 Classificação 
I Quanto à compulsoriedade de suas decisões 
a) Obrigatórios 
b) Facultativos 
II Quanto à fundamentação da decisão 
a) Diplomáticos e políticos (meios não jurisdicionais) 
b) Jurídicos (Semi-judiciais e judiciais) 
 
3 Modalidades de meios de solução (Art. 33 Carta da ONU) 
I Diplomáticos: 
a) Negociação: entendimento direto entre os Estados dentro ou fora de uma O.I. 
b) Inquérito ou investigação: esclarece fatos conflituosos para uma futura solução. 
c) Consulta: contatos preliminares. 
d) Bons ofícios: oferta espontânea a de um terceiro para colaborar na solução. 
e) Mediação: envolvimento de um terceiro (Pessoa natural, Estado ou O.I) que aproxima as partes e propõe solu-
ção pacífica para o conflito. 
f) Conciliação: atuação de um órgão de mediação ou comissão de conciliação formado por representantes das 
partes em conflitos e por pessoa neutra – formulação de uma proposta. 
 
3 Modalidades de meios de solução (Art. 33 Carta da ONU) 
I Diplomáticos: Negociação (entendimento direto entre os Estados), Inquérito ou investigação (esclarece fatos 
conflituosos para uma futura solução) , Consulta (contatos preliminares), Bons ofícios (oferta espontane a de um 
terceiro para colaborar na solução, Mediação e Conciliação. 
 
 
 
 
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II Políticos: meios diplomáticos empregados em uma Organização Internacional. 
III Semi-judiciais: arbitragem. 
IV Judiciais: Cortes e Tribunais. 
 
Tribunal Penal Internacional 
 
Jurisdição internacional permanente e independente. 
Competência subsidiária: complementariedade. 
 
Crimes: genocídio, crimes contra a Humanidade, crimes de guerra e crimes de agressão 
Responsabilidade criminal internacional de pessoas físicas. 
 
Direito Internacional Privado 
 
1. Competência internacional 
Determinam, de acordo com o direito interno, a extensão da jurisdição nacional frente àquela de outros Estados. 
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro regula basicamente as questões referentes ao tema (arts. 7 ao 
19, LINDB). 
 
I Competência concorrente: Arts. 21 e 22, CPC/2015 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangei-
ra que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção 
de benefícios econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
 
II Competência Exclusiva: Art. 23, CPC/2015 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à parti-
lha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio 
fora do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, 
ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. 
 
2 Regras de conexão 
Direito aplicável as diversas situações jurídicas conectadas a mais de um sistema legal. 
I. Classificar a situação ou relação jurídica dentre um rol de qualificações. 
II. Localizar a sede jurídica desta situação ou relação. 
III. Determinar a aplicação do direito vigente nesta sede. 
 
I. Classificação 
Estado ou a capacidade da pessoa, a situação de um bem, um ato ou fato jurídico. 
- Estatuto pessoal e a capacidade do sujeito, art. 7 da LINDB. 
 
- Estatuto real, art. 8 da LINDB. 
- Atos jurídicos, art. 9 da LINDB (locus regit actum – local da Constituição). 
 
II. Localização 
O segundo momento, é a localização da sede jurídica da relação, uma vez que cada categoria dessa tem uma 
sede diferente. 
 
 
 
 
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III. Aplicação direito vigente 
O terceiro momento, uma vez localizada a sede jurídica, encontrado está o elemento de conexão, indica-se em 
seguida a aplicação do direito vigente neste local, o que constitui a regra de conexão do DIPr. 
 
 
 
LINDB 
 
Elemento pessoal 
Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o 
nome, a capacidade e os direitos de família. 
 
Elemento real 
Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estive-
rem situados. 
 
Elemento formal 
Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. 
 
Homologação de sentença estrangeira 
Competência: Superior Tribunal de Justiça (Art. 105, I, i, CF). 
Depois de homologada a sentença será um título executivo judicial (art. 515, VIII, CPC/2015). 
Execução: juiz federal de primeira instância. 
 
São homologáveis: acórdãos, sentenças civis, penais, trabalhistas, comerciais, decisões de órgãos judicantes de 
outros poderes ou, ainda, outros documentos que constituam sentença no sentido material. 
Não são homologáveis: as decisões interlocutórias, e despachos de mero expediente. 
 
Requisitos para homologação 
a) Sentença proferida por juiz competente 
b) Citação das partes ou ocorrência de revelia de acordo com a lei 
c) Trânsito em julgado da sentença estrangeira 
d) Autenticação da sentença por autoridade consular brasileira 
e) Tradução da sentença por tradutor oficial ou juramentado no Brasil 
 
Arbitragem internacional 
 As partes decidem submeter a solução do litígio a um terceiro capaz de proferir uma decisão de caráter vincu-
lante. 
 No Brasil: Lei 9.307/1996 – Lei nº 13.129/2015. 
 No caso de presença da cláusula compromissória (para direitos disponíveis), a ação deve ser extinta sem jul-
gamento do mérito (Art. 485, VII do CPC). 
 
 
 
 
 
 
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Instrumentos de Cooperação Jurídica Internacional no Brasil 
 
1 Carta Rogatória 
Pedidos feitos pelo juiz de um Estado ao Judiciário de outro ente estatal, com o objetivo de buscar colaboração 
para prática de atos processuais. 
CR/88, Art. 195, I, i e 109 X; LINDB, Art. 17; CPC; Regimento interno do STJ – Resolução 9/2005. 
 
2 Auxílio direto (CPC Arts. 28 a 34) 
Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira 
a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. 
A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo 
ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido. 
 
Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto passivo 
que demande prestação de atividade jurisdicional. 
Ex. Comunicações de atos processuais; fixação de pensões alimentícias; determinação de medidas cautelares; ... 
 
3. Autoridade centralNo Brasil, o Ministério da Justiça exerce essa função para a maioria dos acordos internacionais em vigor. 
Trata-se de um ponto unificado de contato para a tramitação dos pedidos de cooperação jurídica internacional, 
com vistas à efetividade e à celeridade desses pedidos. 
A principal função da Autoridade Central é buscar maior celeridade e efetividade aos pedidos de cooperação jurí-
dica internacional penal ou civis. 
 
Mercosul – Mercado Comum do Sul 
 
1 Aspectos gerais 
Criado: Tratado de Assunção em 26 de março de 1991. 
Aquisição da personalidade jurídica: Protocolo de Ouro Preto, dezembro de 1994. 
 
I Estados fundadores e membros pleno: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. 
II Novo Estado membro pleno: Venezuela (julho/2012). 
III Estados associados: Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. 
 
2 Estagio de evolução 
União aduaneira (incompleta). 
I Etapa Zona de livre comércio; 
II Etapa União Aduaneira: zona de livre Comércio mais a aplicação de uma tarifa externa comum em relação ao 
comércio com terceiros países. 
III Etapa Mercado comum: alcança a livre circulação de fatores de produção, como capital e trabalho. 
 
3 Protocolo de Ouro Preto de 1994 
Atribui a personalidade jurídica de Direito Internacional ao MERCOSUL (art. 34). 
Atribui capacidade de celebrar acordos de sede (art. 36). 
 
Reconhece o português e o espanhol como os idiomas oficiais do Bloco. A versão oficial dos documentos de tra-
balho será a do idioma do país sede de cada reunião. (art. 46). 
 
3.1 Sistema de tomada de decisões 
As decisões dos órgãos do Mercosul serão tomadas por consenso e com a presença de todos os Estados Partes 
(art. 37). 
 
3.2 Aplicação Interna das Normas Emanadas dos Órgãos do Mercosul 
Os Estados Partes comprometem-se a adotar todas as medidas necessárias para assegurar, em seus respectivos 
territórios, o cumprimento das normas emanadas dos órgãos do Mercosul (art. 38). 
 
4 Principais órgãos decisórios 
I Conselho do Mercado Comum (CMC): Órgão superior e decisório para assegurar o cumprimento dos objetivos 
do Bloco. 
II Grupo Mercado Comum (GMC): Órgão executivo que se pronuncia mediante Resoluções. 
 
 
 
 
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III Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM): Órgão encarregado de assistir ao (GMC), com a função de 
velar pela aplicação dos instrumentos comuns da política comercial; regular o comércio dentro do MERCOSUL e 
com terceiros países e com organizações internacionais, entre outras. 
 
5 Parlamento do MERCOSUL 
Caráter intergovernamental (as normas emanadas do Parlamento do MERCOSUL deverão ser internalizadas pe-
los Estados-Parte). 
Competências: 
 
a) emitir pareceres sobre projetos de norma; 
b) apresentar anteprojetos que busquem a harmonização das legislações nacionais; 
c) promover audiências públicas; 
d) receber petições de particulares; 
e) aprovar seu orçamento; 
f) elaborar relatórios sobre a situação dos Direitos Humanos no bloco. 
 
5 Sistema de solução de controvérsia do MERCOSUL - Protocolo de Olivos de 2002 
O Protocolo de Brasília sobre a Solução de Controvérsias foi revogado pelas disposições do Protocolo de Olivos 
de 2002, que entrou em vigor em 2004. 
 
Criação do Tribunal Permanente de Revisão (sede em Assunção, Paraguai). É competente para conhecer de re-
cursos dos laudos arbitrais emitidos pelo Tribunal Arbitral. 
 
Decisão CMC N° 23/04, Procedimento de medidas excepcionais e de urgência. Tendo, o Tribunal, quatro compe-
tências: 
 
1. Solução de controvérsias entre Estados Partes; 
2. Adoção de medidas excepcionais e de urgência; 
3. Recurso de Revisão; 
4. Opiniões Consultivas. 
 
As opiniões consultivas podem ser solicitadas pelos Estados Partes, pelos órgãos decisórios do MERCOSUL, pelo 
Parlamento do MERCOSUL, sobre qualquer questão jurídica vinculada ao direito do MERCOSUL. 
 
Os Superiores Tribunais de Justiça dos Estados Partes podem pedir consultas sobre questões de interpretação 
jurídica. No caso do Brasil é o STF. 
 
O Acordo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa 
entre os Estados Partes do Mercosul, a República da Bolívia e a República do Chile 
 Promulgado no Brasil por meio do Decreto nº 6.891/09. 
 Objetivo: estabelecer as bases em que a cooperação e a assistência jurisdicional entre os Estados membros 
será realizada. 
 A indicação das autoridades centrais responsáveis pelo recebimento e andamento de pedidos de assistência 
jurisdicional é realizada pelos Estados Partes. 
 Nenhuma caução ou depósito, qualquer que seja sua denominação, poderá ser imposta em razão da qualidade 
de nacional, cidadão ou residente permanente ou habitual de outro Estado Parte. 
 Os procedimentos para cumprimento de uma carta rogatória recebida sob a guarida do Acordo são determina-
dos pela lei interna do Estado em que a carta deverá ser cumprida. Não obstante, a carta rogatória poderá ter, 
mediante pedido da autoridade requerente, tramitação especial, admitindo-se o cumprimento de formalidades 
adicionais na diligência da carta rogatória, sempre que isso não seja incompatível com a ordem pública do Estado 
requerido. 
 Uma sentença ou um laudo arbitral proveniente de um determinado Estado, cujo reconhecimento e execução 
seja solicitado a outro Estado membro, pode ter sua eficácia admitida pela autoridade jurisdicional do Estado re-
querido apenas parcialmente. 
 
 
 
 
 
 
 
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