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Resumo Direito Civil III Av2

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Resumo Direito Civil III – AV2
DO CONTRATO DA COMPRA E VENDA.
Conceito
Para Carlos Alberto Gonçalves, denomina-se compra e venda o contrato bilateral pelo qual uma das partes (vendedor) se obriga a transferir o domínio de uma coisa à outra (comprador), mediante a contraprestação de certo preço em dinheiro. (C.C art. 481)
O contrato em apreço pode ter objeto bens de toda a natureza: corpóreos, compreendendo móveis e imóveis, bem como os incorpóreos.
A transferência do domínio depende do outro: a tradição, para móveis, (C.C art. 1226 e 1267 C/C 1.245) e o registro, para os móveis. 
ELEMENTOS DA COMPRA E VENDA
São três elementos que compõe o contrato de compra e venda: o consentimento, o preço e a coisa.
O consentimento pressupõe a capacidade das partes para vender e comprar e deve ser livre e espontâneo, sob pena de anulabilidade, bem como recair sobre os outros dois elementos: a coisa e o preço.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
O preço deve ser pago “em dinheiro”, como prescreve o art. 481, in fine, do Código Civil ou redutível a dinheiro, subentendendo-se válido o pagamento efetuado por meio de título de crédito, do qual conste o montante em dinheiro estipulado. Se for pago mediante a entrega de algum objeto, teremos contrato de troca ou permuta; se mediante prestação de serviços, o contrato será inominado.
A coisa o art. 481 do Código Civil refere-se a “certa coisa” como objeto da prestação do vendedor. No direito do consumidor, o vocábulo “coisa” foi substituído, na compra e venda decorrente de relação de consumo, por “produto”, significando “qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial” (CDC, art. 3º, § 1º). A coisa, objeto do contrato de compra e venda, deve atender a determinados requisitos, quais sejam, os de existência, individuação e disponibilidade.
- É nula a venda de coisa inexistente; São suscetíveis de venda as coisas atuais e as futuras, corpóreas e incorpóreas. O art. 483 do novo diploma, que não tem correspondente no Código de 1916, admite expressamente que “a compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura”, dispondo que, “neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório”.
-Individuação da coisa
O objeto da compra e venda há de ser determinado, ou suscetível de determinação no momento da execução, pois o contrato gera uma obrigação de dar, consistente em entregar, devendo incidir, pois, sobre coisa individuada. Admite-se a venda de coisa incerta, indicada ao menos pelo gênero e quantidade (CC, art. 243), que será determinada pela escolha, bem como a venda alternativa, cuja indeterminação cessa com a concentração (art. 252).
 
-Disponibilidade da coisa
A coisa deve encontrar-se disponível, isto é, não estar fora do comércio. Consideram-se nesta situação as coisas insuscetíveis de apropriação (indisponibilidade natural) e as legalmente inalienáveis, sejam estas indisponíveis por força de lei (indisponibilidade legal) ou devido a cláusula de inalienabilidade colocada em doação ou testamento (indisponibilidade voluntária). São igualmente inalienáveis os valores e direitos da personalidade (CC, art. 11), bem como os órgãos do corpo humano (CF, art. 199, § 4º).
OBS: A regra do (Art. 496 C.C) prevê que é anulável a venda de ascendente a descendente sem que os demais descendentes e o cônjuge do alienante expressamente consintam.
Prescreve o art. 496 do Código Civil: “É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória”.
OBS: É importante observar também em relação ao consentimento a regra do (Art. 1647 C.C), onde há outorga do cônjuge alienante, somente será dispensada se o casal contraiu núpcias e alterou o regime de bens através do pacto anti-nupcial escolhendo o regime de separação total de bens.
Nome que se da ao consentimento do cônjuge do alienante 
Outorga Uxória (Mulher)
Outorga Maritalis (Homem)
MODALIDADES ESPECIAIS DA VENDA
-Venda por amostra
A amostra é uma porção, uma pequena parte ou uma unidade de uma mercadoria ou produto natural ou fabricado para demonstrar sua natureza a amostra normalmente não possui valor comercial e é utilizado apenas com objetivo de mostrar o que deverá ser a coisa a ser negociada. Em relação a esta modalidade a única exceção é quanto as miniaturas , pois neste caso elas terão que guardar as proporções exatas e o material e formato deverão ser iguais.
OBS: Se a mercadoria entregue não for em tudo igual à amostra, caracteriza-se o inadimplemento contratual, devendo o comprador protestar imediatamente, sob pena de o seu silêncio ser interpretado como tendo havido correta e definitiva entrega. Para acautelar-se, pode este requerer a vistoria da mercadoria, como medida preparatória da ação de resolução contratual, cumulada com perdas e danos, ou da ação para pedir abatimento do preço.
- Venda AD Corpus 
Corpo = coisa certa
Na venda Ad corpus o vendedor aliena o imóvel como corpo certo e determinado, perfeitamente individualizado, pelas confrontações apontando suas divisas discriminadas e conhecidas.
Exemplo; Presume-se que o comprador adquiriu a área pelo conjunto que lhe foi mostrado e não em atenção à área declarada. Certas circunstâncias, como a expressão “tantos alqueires mais ou menos”, a discriminação dos confrontantes e a de se tratar de imóvel urbano totalmente murado ou quase todo cercado, evidenciam que a venda foi Ad corpus.
O § 3º do citado art. 500 prescreve que “não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus”
-Venda AD Mensuram
Metragem = M² , Utilizada para a compra de terras ou terrenos.
Na compra AD Mensuram a área de imóvel é fator preponderante para a negociação. Neste caso se o imóvel comprado tiver área menor do que aquela que conste no contrato o comprador terá o direito:
A) ao abatimento do preço
B) complementação da área
C) a resolução do contrato.
-Venda da parte indivisa em condomínio
O condômino, como todo proprietário, tem o direito de dispor da coisa. Todavia, se o bem comum for indivisível, a prerrogativa de vendê-lo encontra limitação no art. 504 do Código Civil, que assim dispõe: “Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência. Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço”.
OBS: O condômino preterido pode exercer o seu direito de preferência pela ação de preempção, ajuizando-a no prazo decadencial de cento e oitenta dias, contados da data em que teve ciência da alienação65, e na qual efetuará o depósito do preço pago, havendo para si a parte vendida ao terceiro. Em linha de princípio, a orientação legal é no sentido de evitar o ingresso de estranho no condomínio, preservando-o de futuros litígios e inconvenientes.
DAS CLÁUSULAS ESPECIAIS À COMPRA E VENDA
-Da preempção ou preferência
Preempção ou preferência é o pacto, adjeto à compra e venda, pelo qual o comprador de uma coisa, móvel ou imóvel, se obriga a oferecê-la ao vendedor, na hipótesede pretender futuramente vendê-la ou dá-la em pagamento, para que este use do seu direito de prelação em igualdade de condições. É, em outras palavras, o direito atribuído ao vendedor de se substituir ao terceiro nos mesmos termos e condições em que este iria adquirir a coisa.
Condomínio - Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os coproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço.
Locação - No caso de venda, promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de direitos ou dação em pagamento, o locatário tem preferência para adquirir o imóvel locado, em igualdade de condições com terceiros, devendo o locador dar - lhe conhecimento do negócio mediante notificação judicial, extrajudicial ou outro meio de ciência inequívoca.
- Da retrovenda
A retrovenda é instituto atualmente em desuso. Constitui esta um pacto adjeto, pelo qual o vendedor reserva-se o direito de reaver o imóvel que está sendo alienado, em certo prazo, “restituindo o preço”, mais as “despesas” feitas pelo comprador, “inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias” (CC, art. 505).
OBS: Só pode ter por objeto bens imóveis, pois os móveis se transferem por simples tradição, dificultando o exame da situação. O prazo máximo para o exercício do direito de retrato ou de resgate é de três anos. 
- Da venda a contento e da sujeita a prova
A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.
Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina.
Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu, sob condição suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la. Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo improrrogável.
- Da venda com reserva de domínio
A venda com reserva de domínio constitui modalidade especial de venda de coisa móvel, em que o vendedor tem a própria coisa vendida como garantia do recebimento do preço. Só a posse é transferida ao adquirente. A propriedade permanece com o alienante e só passa àquele após o recebimento integral do preço.
Washington de Barros Monteiro ressalta cinco elementos que caracterizam a compra e venda com reserva de domínio:
A) a compra e venda a crédito;
B) que recaia sobre objeto individuado, infungível;
C) entrega desse objeto pelo vendedor ao comprador;
D) pagamento do preço convencionado nas condições estipuladas, comumente em prestações;
E)obrigação do vendedor de transferir o domínio ao comprador tão logo se complete o pagamento do preço. 
- Da venda sobre documentos
Segundo Alberto Trabucchi, a venda sobre documentos tem maior uso no comércio marítimo, na venda de praça a praça e entre nações ou países distantes. A sua finalidade é dar maior agilidade aos negócios mercantis que envolvam venda de mercadorias e, por sua natureza, pode ter por objeto apenas bens móveis.
Dispõe o art. 529 do Código Civil: “Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos. Parágrafo único. Achando-se a documentação em ordem, não pode o comprador recusar o pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou do estado da coisa vendida, salvo se o defeito já houver sido comprovado”. 
O vendedor, entregando os documentos, libera-se da obrigação e tem direito ao preço; e o comprador, na posse justificada de tal documento, pode exigir do transportador (vettore) ou depositário a entrega da mercadoria. Há uma substituição da tradição real pela simbólica. A entrega física da coisa pode não ser feita, sendo suficiente que esteja à disposição do comprador. Ocorre com frequência na venda de mercadoria que está depositada em armazém, em transporte ou dependente de liberação na alfândega. O vendedor entrega ao comprador o título, warrant ou outro documento que permite o recebimento ou levantamento da mercadoria.
TROCA OU PERMUTA OU ESCAMBO
De acordo com Flávio Tartuci o contrato de troca é aquele pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra que não seja dinheiro.
- Características 
A) é um contrato típico (tem previsão legal)
B) é um contrato em regra não solene entretanto será u contrato solene se ocorrer a troca de um imóvel.
C) é um contrato consensual.
D) é um contrato comutativo, porque não envolve nenhum risco.
E) é bilateral.
F) é um contrato oneroso, porque ambos os contratantes sofrem um sacrifício patrimonial e ao mesmo tempo acarretam vantagens para ambas as partes.
OBS: o bem tem que fazer parte do patrimônio dos alienantes.
O objeto recairá sobre “dois” bens (móveis ou imóveis) devendo os sujeitos do contrato ter capacidade para praticar, (possuir capacidade para praticar atos de disposição).
OBS: A regra do art. 533 do C.C deverá ser observada, quando se tratar de troca de imóvel por imóvel.
PROMESSA DE COMPRA E VENDA
A Promessa de compra e venda é um contrato preliminar, razão pela qual devemos observar as regras dos arts. 1.417 e 1.418 do C.C, como também os arts. 462 a 466 do C.C.
A promessa de compra e venda poderá ser de forma livre, entretanto, para que possa ser oponível erga omnes, deverá ser registrado no cartório competente (Art. 1417 C.C). O art. 1418 C.C dispões que o promitente comprador tem direito de exigir que a promessa de compra e venda se torne definitivo ( Escritura definitiva do bem imóvel) e havendo o promitente vendedor negar-se a concluir o negócio, lavrando a escritura definitiva, a parte interessada pode ingressar com ação judicial de adjudicação compulsória com a finalidade de obter, através de sentença, a denominada carta de adjudicação, o que substitui a lavratura da escritura definitiva.
DOAÇÃO
-Espécies de doação;
a) Pura e simples ou típica (vera et absoluta) — Quando o doador não impõe nenhuma restrição ou encargo ao beneficiário, nem subordina a sua eficácia a qualquer condição. O ato constitui uma liberalidade plena.
b) Onerosa, modal, com encargo ou gravada (donatione sub modo) — Aquela em que o doador impõe ao donatário uma incumbência ou dever. Assim, há doação onerosa, por exemplo, quando o autor da liberalidade sujeita o município donatário a construir uma creche ou escola na área urbana doada. O encargo (representado, em geral, pela locução com a obrigação de) não suspende a aquisição, nem o exercício do direito (CC, art. 136), diferentemente da condição suspensiva (identificada pela partícula se), que subordina o efeito da liberalidade a evento futuro e incerto (art. 121). Enquanto este se não verificar, o donatário não adquirirá o direito.
c ) Remuneratória — É a feita em retribuição a serviços prestados, cujo pagamento não pode ser exigido pelo donatário. É o caso, por exemplo, do cliente que paga serviços prestados por seu médico, mas quando a ação de cobrança já estava prescrita; e, ainda, do que faz uma doação a quem lhe salvou a vida ou lhe deu apoio em momento de dificuldade. Se a dívida era exigível, a retribuição chama-se pagamento, ou dação em pagamento se ocorrer a substituição da coisa devida por outra; se não era, denomina-se doação remuneratória.
d) Mista — É aquela em que se procura beneficiarpor meio de um contrato de caráter oneroso. Decorre da inserção de liberalidade em alguma modalidade diversa de contrato (p. ex., venda a preço vil ou irrisório (venda amistosa), que é venda na aparência, e doação na realidade). Embora haja a intenção de doar, existe um preço fixado, caracterizando a venda (negotium mixtum cum donatione). Pode ocorrer, também, na aquisição de um bem por preço superior ao valor real (paga-se R$ 1.500,00, sabendo-se que o valor real é R$ 1.000,00). O sobrepreço inspira-se na liberalidade que o adquirente deseja praticar.
e ) Em contemplação do merecimento do donatário (contemplativa ou meritória) — Configura-se quando o doador menciona, expressamente, o motivo da liberalidade, dizendo, por exemplo, que a faz porque o donatário tem determinada virtude, ou porque é seu amigo, consagrado profissional ou renomado cientista (a gratificação pecuniária ao vencedor do Prêmio Nobel, v. g.) etc.
h) Em contemplação de casamento futuro (donatio propter nuptias) — Constitui liberalidade realizada em consideração às núpcias próximas do donatário com certa e determinada pessoa. 
m) Com cláusula de retorno ou reversão — Permite o art. 547 do Código Civil que o doador estipule o retorno, “ao seu patrimônio”, dos bens doados, “se sobreviver ao donatário”. Não fosse essa cláusula, que configura condição resolutiva expressa, os referidos bens passariam aos herdeiros do último. Revela o propósito do doador de beneficiar somente o donatário e não os herdeiros deste, sendo, portanto, intuitu personae. A cláusula de reversão só terá eficácia se o doador sobreviver ao donatário. Se morrer antes deste, deixa de ocorrer a condição e os bens doados incorporam-se definitivamente ao patrimônio do beneficiário, transmitindo-se, por sua morte, aos seus próprios herdeiros.
-Da revogação da doação
A doação pode ser revogada “por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo” (CC, art. 555), bem como pelos modos comuns a todos os contratos.
-Casos comuns a todos os contratos (Invalidade da Doação)
Tendo natureza contratual, a doação pode contaminar-se de todos os vícios do negócio jurídico, como erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores, sendo desfeita por ação anulatória (CC, art. 171, II). A sua natureza contratual torna dispensável qualquer menção à hipótese, no Código, dada a sua evidência. Pode também ser declarada nula como os demais contratos, se o agente for absolutamente incapaz, o objeto ilícito, impossível ou indeterminável, ou não for observada a forma prescrita no art. 541 e parágrafo único (CC, art. 166, I a IV), bem assim se ocorrerem vícios que lhe são peculiares ou exclusivos, como nas hipóteses de inoficiosidade (art. 549), de compreensão de todos os bens, de ser feita pelo cônjuge adúltero ao seu cúmplice ou entre cônjuges, casados no regime da separação legal. Pode, ainda, ser rescindida, de comum acordo, ou resolver-se, revertendo os bens para o doador (CC, art. 547).
LOCAÇÃO IMOBILIÁRIA
-Locação para temporada – Art.48 da Lei do Inquilinato.
“Considera - se locação para temporada aquela destinada à residência temporária do locatário, para prática de lazer, realização de cursos, tratamento de saúde, feitura de obras em seu imóvel, e outros fatos que decorrem tão-somente de determinado tempo, e contratada por prazo não superior a noventa dias, esteja ou não mobiliado o imóvel. “
Há uma peculiaridade nesta espécie de locação, pois, no que diz respeito à forma de pagamento, o art. 49 da lei em estudo, autoriza o locador receber antecipadamente e de uma só vez os aluguéis, assim como exigir qualquer das modalidades de garantia previstas no art, 37.
Caso o locatário, terminado o prazo de locação, permaneça no imóvel, sem que haja oposição do locador, presume-se prorrogada a locação por tempo indeterminado. Caso em que, o locador somente poderá retomar o imóvel decorrido trinta meses de seu início. 
- A Locação residencial
A locação residencial nada mais é do que aquela à moradia do locatário.
Com o intento de assegurar ao locatário maior estabilidade no imóvel, a lei fixa o prazo mínimo da locação residencial em trinta meses.
Pelo que, locador não poderá reaver o imóvel locado durante o prazo convencionado.
No entanto, o locatário, mediante pagamento da multa pactuada, poderá devolvê-lo. 
É possível, contudo, os contratantes convencionarem que o locatário poderá devolve o imóvel independentemente de multa, uma vez que, pode não lhe ser interessante permanecer por tão longo tempo no mesmo imóvel.
Se o locatário, findo o prazo ajustado, permanecer no imóvel sem oposição do locador, presumir-se-á prorrogada a locação por prazo indeterminado, mantendo-se as demais cláusulas e condições do contrato. Ocorrendo a prorrogação, é assegurado ao locador o direito de denunciar o contrato, desde que concedido ao locatário o prazo de 30 dias para desocupação.
-Da sublocação do imóvel
O locatário não poderá sem prévio consentimento do locador, sublocar, emprestar, ou por qualquer modo ceder o imóvel alugado.
É importante ressaltar que, como a sublocação deriva do contrato de locação, finda a locação, as eventuais sublocações resolvem-se, assegurado ao sublocatário o direito indenizatório contra o sublocador. (art. 15 da L.I)
- Locação não residencial
A expressão “imóvel não residencial” é bastante ampla, englobando tanto aqueles imóveis destinados à atividade de natureza econômica, que, porém, não representam o exercício do comércio, aqueles destinados à atividade comercial (venda de mercadorias) e assim como aqueles destinados à industria.
É conveniente sublinhar que a lei também considera como locação não residencial aquela em que a pessoa jurídica for locatária, ainda que o imóvel seja destinado à residência de seus titulares, diretores, sócios, gerentes, executivos ou empregados. 
Diferente do que ocorre nas locações residenciais, as locações não residenciais podem ser ajustadas por qualquer prazo. Deste modo, findo o prazo convencionado, mesmo que inferior a trinta meses admite-se a retomada do imóvel por denuncia imotivada. 
-Fundo de comércio 
Estabelecimento comercial ou fundo de comércio é o instrumento da atividade do empresário. Ele é composto de elementos corpóreos e incorpóreos, os quais em conjunto servem para o exercício da atividade da empresa. 
Cada um desses elementos mantém sua individualidade e tem valor próprio, no entanto, unidos eles integram um novo bem, também passível da valoração.
-Elementos corpóreos – Os bens corpóreos têm a característica básica de ocuparem espaço no mundo exterior. São eles:
I- Mercadorias.
II- Instalações 
III- Máquinas e utensílios.
-Elementos incorpóreos- O ponto comercial que é bem incorpóreo integrante do fundo de comércio de uma sociedade empresária pode ser considerado como o local, o espaço onde está localizado o estabelecimento. 
AÇÕES ATINENTES À LOCAÇÃO PREDIAL
-Ação de despejo – Art. 59 a 66 da L.I
Ação de despejo consiste em um remédio processual, pelo qual o locador obtém a restituição do imóvel locado, com a desocupação do mesmo.
Logo o objeto maior dessa ação é a desocupação do imóvel.
Tem legitimidade ativa na ação de despejo, o locador ou quem o suceda. Já o polo passivo, figurar-se pelo locatário ou quem tenha se sub-rogado nos seus direitos. 
Vale ressaltar que, a ação de despejo tem natureza pessoal, uma vez que visa retirar o locador da posse do imóvel por causas diversas, dentre as quais:
A) O inadimplemento do locatário, não apenas a obrigação de pagar o aluguel, mas também com outras obrigações decorrentes do vínculo contratual;
B)Termo final do contrato, sem que tenha havido prorrogação;
C) Extinção do contrato de trabalho;
D) Falecimento do locatário;
E) Necessidade de reparações urgentes no imóvel;
F) Não oferecimento de novas garantias.
- Ação revisional – arts. 68 a 70 da L.I
As partes podem fixar novo valor de aluguel, inseri ou modificar cláusula de reajuste no contrato. Não havendo acordo anteriormente ajustado, poderãopedir revisão judicial do aluguel, afim de, reajustá-lo ao valor real do mercado (art. 18 e 10 da L.I). Dessa forma a ação revisional restabelece o equilíbrio entre locador e locatário,, inibindo o enriquecimento sem causa de uma das partes em detrimento da outra.
Em legitimidade para propor ação em comento, tanto o locador ( e todos os que estejam equiparados a ele, sublocadores, sucessores, herdeiros, cessionários) objetivando a redução do valor. 
-Ação renovatória - A proteção ao ponto comercial através da ação renovatória da locação ou indenização decorrentes da perda do ponto. 
Para proteger o ponto comercial é essencial que o locatário preencha os requisitos legais para a propositura da ação renovatória ou de indenização, a fim de que efetivamente tenha direito à renovação do contrato através da ação renovatória, ou no caso de sua improcedência, tenha a eventual indenização pela perda do ponto comercial.
Fato é que o mesmo que o locatário não tenha contrato escrito e mesmo que não preencha os requisitos legais para a propositura da ação renovatória, o mesmo tem direito ao local.
O ponto comercial existirá independentemente do contrato de locação se enquadrar ou não nos requisitos legais para a propositura da ação renovatória da locação, que é o instrumento de proteção do ponto, o instrumento de prorrogação legal do contrato, como forma de assegurar ao locatário empresário a continuidade do exercício de sua atividade. No entanto, ele poderá ter valores diferenciados caso o contrato de locação preencha ou não os requisitos legais para a propositura da ação renovatória.
-Ação de consignação em pagamento- art. 67 da L.I.
Trata-se do depósito judicial da coisa objeto da obrigação. Assim, se o devedor deseja pagar e encontra obstáculos para o recebimento do pagamento terá ele o direito de depositar a quantia devida em uma conta corrente (em estabelecimento bancário oficial), dando ciência ao credor, o qual terá o prazo de 10 dias para manifestara sua recusa, conforme o §1.º do art. 890 do CPC.
Na relação locatícia, há constantes discussões acerca do reajuste do aluguel (valor) e o locador, muitas vezes, para imputar mora ao locatário e propor ação de despejo, recusa-se a receber o aluguel; nestas situações, o inquilino poderá consignar os valores e livrar-se da mora.
Assim, a consignação em pagamento será possível no contrato de locação com relação ao valor do aluguel e seus acessórios, diante das hipóteses previstas no artigo. 335 do C.C.
Observação:
Para retomada de imóvel – Locação residencial
- Denúncia Vazia ou retomada imotivada
A denúncia vazia será utilizada em ação de despejo sob fundamento da retomada de prédio pelo locador sem que este tenha que expor os motivos.
-Denúncia cheia
O fundamento da ação de despejo para retomada do imóvel deverá ser apresentar uma exposição de motivos enumerados taxativamente enumerados no art. 9.º lei 8.245 e também art. 47 da referida legislação.
LOCAÇÃO DE COISAS
O tempo do contrato de locação de coisas é estabelecido de forma temporária mesmo que não haja referência expressa no negócio jurídico, deve-se presumir que o contrato é “finitu” não considerado vitalício (Art. 573 e 574 do C.C)
A coisa – o objeto do contrato de locação pode ser coisa móvel (locação de coisas disciplinadas pelo C.C). Como também de imóvel (Locação Imobiliária lei 8.245/91).
Na locação de coisas é indispensável que o objeto seja um bem infungível, pois a locação não pode versar sobre bens fungíveis ou consumíveis.
A retribuição é denominada de preço ou aluguel que é estabelecida em regra diretamente pelas partes. 
O contrato de locação é essencial oneroso, pois casos contrários estarão diante de um contrato de comodato.
OBS: Em relação ao Art. %78 C.C é importante resaltar que o locatário enquanto vigorar o contrato de locação é possuidor de boa-fé. Ao possuidor de boa-fé a lei assegura a indenização das benfeitorias úteis e necessárias, que se não forem pagas pelo proprietário (locador) a lei Le assegura o direito de retenção (Art. 1.219 C.C)
FIANÇA
Fiança é o contrato pelo qual se estabelece um tipo de garantia pessoal onde o fiador se obriga ao cumprimento da obrigação assumida por um terceiro, (afiançado) se este faltar com o cumprimento da obrigação assumida junto ao credor.
Observações 
1- Em relação ao fiador, ao figurar no contrato de fiança passa a condição de solidário passivo juntamente com o devedor (afiançado). Caso o fiador seja casado haverá necessidade da outorga do outro cônjuge, conforme o disposto no Art. 1.647 C.C, III.
A fiança tem que ser por escrito, “Forma Formal” Art. 818 C.C.
- O contrato de fiança é um contrato
A) Consensual
B) Unilateral
C) Gratuito 
D) Formal
E) Acessório
F) Personalíssimo.
- O herdeiro responderá dentro das forças da herança se antes da morte do fiador já existia a ação de cobrança da divida.
2- Em relação a fiança diante da regra do Art. 831 C.C o fiador que pagar integralmente a divida fica sub-rogado aos direitos de credor.
3- O art. 827 do C.C trata do chamado beneficio de Ordem ou de execução, que significa que o fiador pode exigir que os bens do devedor sejam executados antes dos seus. Para exercer o beneficio de Ordem o fiador precisa até a contestação da lide indicar os bens do devedor existentes no município em que está sendo executado a obrigação e que sejam suficientes para o pagamento da divida.
4- O art. 828 do C.C exclui o beneficio de ordem nas seguintes hipóteses:
A) renúncia expressa pelo fiador.
B) se o fiador se obrigou como pagador principal ou como devedor solidário
C) se o devedor for insolvente ou falido.
Extinção da fiança art. 835 C.C- aponta a exoneração voluntária do fiador no que tange a extinção da fiança. 
Sobre Beneficio de Ordem:
Esse é o chamado benefício de ordem, pois a responsabilidade do fiador é subsidiária (posterior) à do devedor principal.
 
Dessa forma, caso o fiador seja chamado em primeiro lugar, deverá indicar bens do devedor principal que sejam capazes cobrir a dívida.
 
Nesse caso, há necessidade de que os bens indicados estejam todos localizados em um mesmo município, para facilitar a atividade processual:
Empréstimo
O Empréstimo é o contrato pelo qual uma pessoa entrega a outra, gratuitamente, uma coisa para que dela se sirva, com a obrigação de restituir; duas são suas espécies: o comodato e o mútuo.
Comodato- é o contrato unilateralmente, a título gratuito, pelo qual alguém entrega a outrem coisa infungível, para ser usada temporariamente e depois restituí-la.
Característica: visto ser um contrato unilateral, gratuito, real e intuito personae; infungibilidade e não consumibilidade do bem dado em comodato; temporalidade; obrigatoriedade da restituição, da coisa emprestada.
Obrigação do comodatário:
A) guardar e conservar a coisa emprestada como se fosse sua;
B) limitar o uso da coisa ao estipulado no contrato ou de acordo com sua natureza;
C)restituir a coisa emprestada in natura no momento devido;
D) responder pela mora;
E) responder pelos riscos da coisa;
F) responsabilizar-se solidariamente, se houver mais comodatários.
- Ter-se-á a extinção do comodato com o advento do prazo convencionado, a resolução por inexecução da coisa emprestada.
Mútuo- é o contrato pelo qual um dos contraentes transfere a propriedade de bem fungível ao outro, que se obriga a lhe restituir coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade; é um contrato real, gratuito e unilateral; possui ainda as seguintes características: temporariedade; fungibilidade da coisa emprestada; translatividade de domínio do bem emprestado; obrigatoriedade da restituição de outra coisa da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Depósito
É um contrato típico temporário em regra gratuito.
Obrigação de restituir a coisa objeto do contrato pelo depositário na ocasião ajustada ou quando reclamada junto do depositário.
-Depósito ou convencional - O depósito voluntário é aquele que advém da livre convenção dos contratantes pois o depositanteescolhe espontaneamente o depositário, confiando a sua guarda, coisa móvel para ser restituída quando reclamada.
-Depósito necessário – é aquele no qual o depositante por imposição legal ou premido por circunstâncias imperiosas realiza com pessoa não escolhida livremente.
O ordenamento jurídico Brasileiro prevê três hipóteses de depósito necessário; A) depósito legal; B) depósito miserável; C) depósito do hospedeiro e hoteleiro. 
OBS: Em relação ao depósito do hoteleiro ou do hospedeiro que é denominado de depósito necessário por semelhança por se equiparar ao depósito legal conforme dispõe o art. 649 C.C, tendo por objeto as bagagens dos viajantes ou hospedes.
OBS: Em relação ao depósito de miserável que é aquele que se realiza em situação de calamidade o depositário se dispõe a prestar um serviço ao depositante necessitado mediante observância do que dispões o art. 651 do C.C, o depósito necessário não se presume gratuito.
OBS: o depósito necessário ou o depósito voluntário poderá ser provado por qualquer meio de prova admitidas em direito a testemunha (§Ú do Art.648 C.C)
OBS: o depositário enquanto vigorar o contrato de depósito estará exercendo em relação ao objeto a posse de boa-fé direta e justa.
Ao final do contrato, se não restituir o objeto ao depositante sua posse passará a ser injusta caracterizando o vício da precariedade que segundo Carlos Alberto Gonçalves é equiparado ao tipo penal da apropriação indébita.
Empreitada
Sujeitos :
-Dono da Obra
-Empreiteiro
Empreitada (locatio operis) é contrato em que uma das partes (o empreiteiro), mediante remuneração a ser paga pelo outro contraente (o dono da obra), obriga-se a realizar determinada obra, pessoalmente ou por meio de terceiros, de acordo com as instruções deste e sem relação de subordinação. Constitui, também, uma prestação de serviço (locatio operarum), mas de natureza especial. No Código Civil de 2002, o contrato em apreço só se refere à construção e, por esse motivo, não se enquadra mais no conceito de locação de que desfrutava no Código de 1916. 
Verifica-se assim que a empreitada, por gerar uma obrigação de resultado, tem por escopo apenas o resultado final, que pode ser a construção de uma obra material ou criação intelectual ou artística, não levando em consideração a atividade do empreiteiro em si, como objeto da relação contratual. Remunera-se o resultado do serviço, pois o empreiteiro se obriga a entregar a obra pronta, por preço previamente estipulado, sem consideração ao tempo nela empregado.
Características
A empreitada é contrato bilateral ou sinalagmático, pois gera obrigações recíprocas para as partes: a realização e entrega da obra, para o empreiteiro, e o pagamento do preço, para o proprietário. É consensual porque se aperfeiçoa com o acordo de vontades, independentemente de tradição, não exigindo ainda forma especial para a sua validade. A forma é livre, em regra. É, também, comutativo, uma vez que cada parte pode antever os ônus e vantagens dela advindos. Cada parte recebe da outra prestação equivalente à sua, podendo vislumbrar, desde logo, essa equivalência. É, ainda, oneroso, pois ambas as partes obtêm um proveito, ao qual corresponde um sacrifício. A onerosidade é da essência da empreitada, seja em dinheiro, seja em outra espécie, e característica que a distingue da doação. O contrato de empreitada é cumprido mediante uma série de atos concatenados, necessitando de certo espaço de tempo para a sua conclusão. Sob esse aspecto, pode ser considerado de trato sucessivo. Todavia, como tem por objeto a realização de determinada obra, é normalmente contrato de execução única, embora não se desnature, como assinala Orlando Gomes, se tem como objeto prestações periódicas, como sucede quando o empreiteiro se obriga a executar a obra por unidades autônomas3.
. Responsabilidade do empreiteiro
A responsabilidade do empreiteiro pode ser analisada sob os seguintes aspectos: a) quanto aos riscos da obra; b) quanto à solidez e segurança dos edifícios e outras construções consideráveis; c) quanto à perfeição da obra; d) quanto à responsabilidade pelo custo dos materiais; e e) quanto aos danos causados a terceiros.
Responsabilidade do proprietário
A principal obrigação do dono da obra é efetuar o pagamento do preço, visto que a empreitada, sendo contrato sinalagmático, gera obrigações para ambos os contratantes.
Extinção da empreitada
O contrato de empreitada extingue-se por vários modos, quais sejam: a) Pelo cumprimento ou execução. É o modo normal de extinção da empreitada.
b) Pela morte do empreiteiro, se o contrato foi celebrado intuitu personae. Não o tendo sido, as obrigações por ele assumidas transmitem-se aos sucessores.
c) Pela resilição bilateral, mediante o exercício da autonomia da vontade.
d) Pela resolução, se um dos contraentes deixar de cumprir qualquer das obrigações contraídas
e) Pela resilição unilateral por parte do dono da obra, no curso de sua execução, pagando ao empreiteiro as despesas com materiais e mão de obra já efetuadas, “mais indenização razoável, calculada em função do que ele teria ganho, se concluída a obra” (CC, art. 623).
f) Pela excessiva onerosidade superveniente da obra, em virtude da ocorrência de fatos extraordinários e imprevisíveis, ensejadores de “alterações fundamentais, extraordinárias das condições objetivas, em que o contrato se realizou
g) Pelo perecimento da coisa, por força maior ou caso fortuito, aplicando-se nessa hipótese as regras concernentes ao risco. 
h) Pela falência do empreiteiro ou insolvência do proprietário. Prevê o art. 117 da nova lei falimentar a notificação do síndico, para que declare se cumprirá ou não o contrato.
Mandato
Sujeitos: 
-Mandante (pessoa que confere os poderes)
-Mandatário (pessoa que recebe os poderes) 
Instrumento do mandato: A procuração é a forma pela qual o contrato se instrumentaliza.
Características do contrato: 
-Unilateral – gera obrigações somente para o mandatário. Havendo remuneração passa a ser bilateral.
-Gratuito ou oneroso- Presume-se gratuito quando não for estipulado retribuição, exceto se seu objeto corresponder àquele em que o mandatário atua por ofício ou profissão lucrativa (Ex.: Advogado, despachante) 
-Intuito personae- Leva-se em consideração a idoneidade técnica e moral do mandatário
-Consensual e não solene- torna-se perfeito e a simples manifestação de vontade das partes, não havendo forma especial. Há casos em que exige formalismo (ex.: compra e venda de bens imóveis). 
OBS: O mandatário pode transferir os poderes que recebeu para 3º pessoa, que será o substabelecido.
OBS: O mandatário pode substabelecer, mesmo que tenha clausula vedando o substabelecimento no Mandato, mas ficará responsável por todos os atos realizados pelo substabelecido. Art. 667,§1.º C.C
OBS: O mandatário se por culpa ou por negligência, imprudência ou imperícia vier a prejudicar o Mandante, o Mandatário deverá o indenizar, também pelos prejuízos causados daquele a quem substabelecer.
A Procuração poderá ser conferida por:
-Instrumento particular- O reconhecimento da firma outorgante é condição essencial a sua validade em relação a terceiros.
-Instrumento público- Relativamente incapaz, cego, analfabeto, cônjuge conferindo poderes para outro vender, doar, hipotecar ou gravar de ônus real os bens imóveis do casar, prestar fiança.
O Mandato em termos Gerais confere: apenas poderes de administração ordinária, como por exemplo: pagar imposto, contratar e despedir empregados etc. (art. 661 do C.C)
O mandato em termos Especiais envolve atos específicos tais como: alienar, hipotecar, transigir etc. (art. 661,§1.º C.C) 
Mandato ad judcia- O advogado poderá postular em causa própria, conforme disposto no (art. 39 do CPC)
OBS: É válida clausula de irrenunciabilidade do Mandato pelo mandatário (Art.685 C.C)
-Se for descumprida, caberá indenização. 
Proibição: Os atos extrapatrimoniais podem ser praticados por meio de procuração, como a celebração de casamento (art. 1.542 do C.C), masproíbe-se a realização de atos personalíssimos: fazer ou revogar testamento, prestar exames, exercer cargos funções, votar, etc. 
 
Extinção do mandato
O art. 682 do Código Civil elenca quatro modos de cessação ou de extinção do mandato: “I - pela revogação ou pela renúncia; II - pela morte ou interdição de uma das partes; III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer; IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio”.
Obrigações do mandatário- Ao aceitar o mandato o mandatário assume a obrigação de praticar determinado ato ou realizar um negócio jurídico em nome do mandante. O conteúdo do mandato consiste, destarte, numa obrigação de fazer. Conseguintemente, as obrigações do mandatário resumem-se, em apertada síntese, em executar o mandato, agindo em nome do mandante com o necessário zelo e diligência, e transferir-lhe as vantagens que auferir, prestando-lhe, a final, contas de sua gestão.
Obrigações do mandante-
As obrigações do mandante são de natureza diversa e, para serem bem estudadas, podem ser divididas em dois grupos. O primeiro diz respeito ao dever de satisfazer as obrigações assumidas pelo mandatário dentro dos poderes conferidos no mandato (CC, art. 675). Ainda que este desatenda alguma instrução, tem o mandante de cumprir o contrato, se não foram excedidos os limites do mandato, só lhe restando ação regressiva contra o procurador desobediente (art. 679).

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