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Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 01 - O qu e é a De cis ão �Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Aula Nº 1 – O que é a Decisão Objetivos da aula: 1. Definir o que é decisão; 2. Apresentar a relação entre a continuidade das empresas e o processo decisório; 3. Apresentar as principais diferenças entre decisões estratégicas e decisões operacionais. 1. A DECISÃO IMPULSIONANDO A VIDA Durante a vida, as pessoas estão expostas a várias situações, muitas não podem ser vividas ao mesmo tempo, ou seja, são excludentes entre si, havendo a necessidade de um processo de escolha. De fato, muitas situações são apresentadas como: ou esta ou aquela. Muitas vezes, “esta” ou “aquela” satisfazem, contudo não podem ser aproveitadas em conjunto. Exemplo: Um rapaz, aos 18 anos, está na fase da definição de qual curso superior seguir. As opções: Direito e Ciências Contábeis, ambas de seu interesse, contudo há restrições financeiras e de tempo, que o impedem de cursar ambas ao mesmo tempo, há necessidade de uma escolha, ou seja, de decisão. Esse processo de escolha nos acompanha a vida toda e nos permite lidar com as oportunidades, os desafios e as incertezas da nossa existência (HAMMOND; KEENEY; RAIFFA, 2004, p.17). É de se supor que esse processo de decisão durante a vida tenha que ser muito bem alicerçado, afinal o futuro das pessoas depende disso. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 01 - O qu e é a De cis ão �Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Neste momento, é importante que você reflita sobre um ponto: As decisões são importantes para a sua vida e, muitas vezes, interferem em outras vidas. Não é fundamental saber tomar decisões? Outro ponto de destaque é: Vivemos? Sim! Então, decidimos. Então, vamos melhorar nossas decisões 2. DEFINIÇÃO DE DECISÃO Na Idade Média, com a ascensão da burguesia e a crescente troca de mercadorias entre os povos, surge a necessidade de se regulamentar melhor essa atividade que se difundiu pelo mundo civilizado. A partir desta origem, podemos falar que o Direito Comercial passou por três fases distintas, até chegar à atualidade: 2.1. Primeira fase: CORPORATIVISTA OU SUBJETIVISTA A decisão é a escolha entre duas ou mais alternativas disponíveis. O processo decisório ou de tomada de decisão é o conjunto das fases necessárias para a escolha da melhor alternativa para atingir os objetivos traçados ou para resolver as situações-problema constatadas. O problema pode ser definido como um desvio do planejado que gera impactos em relação aos resultados finais projetados. Exemplos: a) Diariamente, você vai até o seu local de trabalho com veículo próprio. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 01 - O qu e é a De cis ão �Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Determinado dia, você aciona a chave de ignição (partida) e o carro não liga. Você está com um problema. b) O orçamento da empresa foi construído prevendo um aumento no volume de vendas no mês em curso de 10% sobre o volume do mês anterior. Os seus indicadores de venda sinalizam que, até o final do mês, considerando as estratégias atualmente em desenvolvimento, o projetado não será atingido. Você está com um problema potencial. O objetivo traçado é o resultado esperado, podendo ser fruto da construção de uma meta ou do aproveitamento de uma oportunidade. Exemplos: a) Você é gerente de administração de talentos na empresa “TUDO DE BOM S.A” e está trabalhando em um projeto de desenvolvimento gerencial, sendo importante incrementar as habilidades de liderança dos atuais gestores da empresa por meio de treinamentos. Você está com várias propostas de treinamentos externos e internos, havendo necessidade de decidir qual será o contratado. b) Você é proprietário de uma pequena loja de conveniência, “GOODSFORYOU LTDA”, em um pacato bairro da cidade. Há alguns dias, você constatou que, em terreno próximo ao seu comércio, será construído um conjunto de apartamentos, com possibilidade de acolher cerca de seiscentas pessoas. Você percebe isso como uma oportunidade de aumentar seu volume de negócios. Seu dilema: ampliar sua loja de conveniência ou transformar sua loja em um mini-mercado com padaria e açougue. 3. A ADMINISTRAÇÃO DAS EMPRESAS E O PROCESSO DECISÓRIO As empresas, privadas ou públicas, com fins lucrativos ou não, e constituídas sob qualquer forma jurídica, existem para exercer uma determinada atividade no mundo econômico, expressa no objetivo social constante do Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 01 - O qu e é a De cis ão �Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb documento jurídico que as constitui. Esse objetivo social pode ser resumido como o negócio econômico que a empresa se propõe a explorar, e a partir disso, obter lucro e/ou superavit, o que garante a sua existência e continuidade. O conceito expandido de objetivo social pode ser encontrado nos estudos da Administração Estratégica: “processo contínuo e interativo que visa manter uma organização como um conjunto apropriadamente integrado a seu ambiente” (CERTO, 1993, p.6), e é missão. “Missão é a determinação do motivo central do planejamento estratégico, ou seja, a determinação de ”aonde a empresa quer ir” e de sua “razão de ser”. Corresponde a um horizonte dentro do qual a empresa atua ou poderá atuar” (OLIVEIRA, 1993, p.48). O cumprimento da missão é efetuado com o concurso de recursos patrimoniais e humanos que viabilizem sua concretização, trazendo-a do campo das idéias para o campo material. Os recursos patrimoniais são representados por bens móveis, imóveis, tangíveis ou não, pecuniários e direitos, tais como títulos e créditos (CALDERELLI, 1996, p.776), marcas e patentes. Os recursos humanos são os funcionários ou terceiros, necessários à manipulação dos recursos patrimoniais acima descritos. A harmonia desses recursos entre si e uma integração positiva com o ambiente externo onde está inserida a empresa tendem a conferir resultados econômicos e financeiros positivos. É oportuno destacar que a administração estratégica tem um de seus paradigmas pousados justamente na integração empresa e ambiente. A harmonia desses recursos deve ser entendida como um conjunto de condições necessárias para salvaguardar a funcionalidade plena de cada um dos recursos individualmente, e de forma conjunta, buscando sempre um resultado sinérgico, em que o resultado final pretendido seja maior Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 01 - O qu e é a De cis ão �Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb que o somatório das partes. Para a administração, esse conjunto de condições é garantido por meio de planejamento, função administrativa que determina, de forma antecipada, quais objetivos devem ser atingidos e como isso deve ser feito, constituindo-se em modelo teórico para a ação futura, definindo aonde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em qual seqüência (CHIAVENATO, 1993, p. 367). Outra função administrativa deve ser agregada, a organização, que sucede o planejamento conforme a visão clássica1 e neoclássica2 da Administração, e que consiste na estruturação e integração dos recursos, estabelecendo as suas relações e atribuições (CHIAVENATO, 1993, p 395). Considerando a função administrativa planejamento, os objetivos que devem ser atingidos para a consecução da missão da empresapodem ser vários, ou seja, a consecução de cada um dos objetivos, distribuídos nos setores da empresa, propicia a concretização da missão. Isso posto, depreende-se que os recursos devam ser alocados, considerando cada um dos objetivos, e suas subdivisões, decorrentes da amplitude de seu alcance, tais como metas e programas (CHIAVENATO, 1993, p. 373). Esses recursos estão disponíveis no mercado e, para que as empresas possam obtê-los, necessitam deles se apropriar, pagando por isso o seu valor de mercado, ou seja, efetuando investimento. O sentido do termo investimento pode ser identificado no Dicionário Aurélio Eletrônico, qual seja: o ato de investir; investir significa: “[...] aplicar ou empregar capitais em negócio(s)[...]”. A administração financeira confere definições mais acuradas, remetendo ao fato de que um investimento significa a inversão de valores pecuniários, dinheiro, em recursos que visem atingir objetivos que propiciem resultado financeiro positivo para a empresa. Esse resultado financeiro deve ser mensurável, podendo representar aumento de receitas ou redução de despesas ou custos. Investimentos são todos os valores gastos pela empresa para gerar as condições necessárias de infra-estrutura para que esta atinja Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 01 - O qu e é a De cis ão 10Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb seus objetivos. Esses investimentos são de grande valor e o fato de serem gastos implica a ocorrência de benefícios futuros (PAREJA, 1998, p.104), então os investimentos de capital são os bens e direitos disponibilizados pelas empresas com vistas ao atendimento da sua missão. Esses bens são representados pelos imóveis, instalações, equipamentos, outros bens móveis, e numerário, necessários para a produção e/ou comercialização dos produtos, e administração geral do empreendimento. Os direitos são representados por marcas e patentes, títulos de crédito e investimentos em outras empresas. As despesas em itens de consumo não duráveis, tais como material de escritório, limpeza, despesas com representações e outros, ou utilizados diretamente no produto final, tais como, matéria-prima e material de embalagem, não geram benefícios futuros passíveis de identificação individualizada. Complementando o raciocínio acima, os investimentos são produtos das decisões estratégicas, assim consideradas por terem um ciclo longo, ou seja, o período de tempo entre a tomada da decisão e a obtenção do resultado é amplo, ao passo que a decisão operacional tem o ciclo curto (MATHESON; MATHESON apud DARCOSO, 1999, p.65). As principais características das decisões operacional e estratégica podem ser observadas na tabela a seguir (MATHESON; MATHESON apud DARCOSO, 1999, p.66). Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 01 - O qu e é a De cis ão 11Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Tabela 1:- Distinção entre Decisão Operacional e Estratégica DECISÃO OPERACIONAL DECISÃO ESTRATÉGICA Os erros não são tão caros. Os erros são custosos. Envolve relativamente poucos recursos. Envolve muitos recursos. Resposta do resultado em pouco tempo. Resposta do resultado extremamente longa. É possível e recomendável aprender com os resultados. Esperar os resultados para aprender é impraticável. Como o ciclo é curto, o desempenho ótimo pode ser conseguido por meio de melhorias incrementais. Quando os resultados começam a surgir, já é muito tarde para mudar a estratégia, o ciclo é muito longo. A fonte de conhecimento é o próprio pessoal envolvido na atividade. As fontes de conhecimento, em geral, são especializadas e externas: especialistas e pesquisas. Hábitos importantes. Competências. Atentar aos detalhes e acompanhar o processo. Foco nas questões importantes. Monitorar o desempenho de curto prazo. Considerar horizontes de longo prazo. Ignorar as incertezas. Representar a incerteza. Evitar alternativas. Gerar várias alternativas e realizar uma escolha cuidadosa. Síntese Nesta aula, foi desenvolvido o conceito de decisão, que é um processo de escolha entre alternativas. Foi demonstrada a importância do processo decisório para a continuidade das empresas. Foram explicados os dois grandes grupos de decisões, as estratégicas, que conferem alto impacto aos negócios, e as operacionais, que asseguram a consecução dos objetivos na dimensão rotineira. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 01 - O qu e é a De cis ão 12Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Na próxima aula, serão demonstrados tipos de decisões e a estrutura lógica que deve nortear o processo de análise. Referências CALDERELLI, Antonio. Enciclopédia Contábil e Comercial Brasileira. São Paulo: CETEC-Consultores e Editores Técnicos, 1996. CERTO, Samuel C.; PETER, J.Paul. Administração Estratégica – Planejamento e Implantação da Estratégia. Trad. Flávio Deni Steffen. São Paulo: Makron Books, 1993. CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1993. DARCOSO, Antonio Luiz Rocha. Tomada de decisão e risco. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FEA São Paulo, 1999. HAMMOND, John S.; KEENEY, Ralph L.; RAIFFA Howard. Decisões inteligentes. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Excelência na Administração Estratégica. São Paulo: Atlas, 1993. PAREJA, Ignacio Vélez. Decisiones de inversión una aproximación al análisis de alternativas. Bogotá, CEJA,1998. Notas 1A visão clássica da Administração, precursores Frederick Winslow Taylor e Henry Fayol. A Teoria Clássica da Administração, desenvolvida por Fayol, detalhou o ato de administrar como: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar (CHIAVENATO, 1993, p. 142). Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 01 - O qu e é a De cis ão 13Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 2A visão neoclássica é a Teoria Clássica atualizada e redimensionada aos problemas administrativos atuais... (CHIAVENATO, 1993, p. 323). Para a Teoria Neoclássica, as funções do administrador correspondem aos elementos da administração que Fayol definiu no seu tempo, com roupagem atualizada: planejamento, organização, direção e controle (CHIAVENATO, 1993, p. 347). Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 02 - Os T ipo s d e De cis ão 14Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Aula Nº 2 – Os Tipos de Decisão Objetivos da aula: 1. Explicar o que é modelo de gestão e sua influência no processo decisório; 2. Explicar os tipos de decisões empresariais. 1. AS EMPRESAS E SEU AMBIENTE EMPRESARIAL As empresas podem ser entendidas como sistemas abertos que interagem com um sistema maior, que é o ambiente empresarial, formado pelo ambiente externo e interno, compostos por agentes com interesses diversos em relação à empresa. Alguns exemplos desses agentes: a) os investidores, acionistas das empresas, que têm foco no retorno de seu investimento; b) os fornecedores interessados na sua própria rentabilidade, proveniente do fornecimento de produtos; c) os colaboradores focados na sua realização profissional e pessoal, baseados no sucesso empresarial; d) os clientes interessados em terem as suas necessidades satisfeitas, mantidas a qualidade e a competitividade de custos; e) o governo interessado na arrecadação; f) a sociedadeinteressada na responsabilidade social, número de postos de trabalho e distribuição da renda. As empresas precisam manter uma integração positiva com esse ambiente, com o intuito de atingir seus objetivos e cumprir sua missão. Ambiente este que é complexo e também dinâmico, constituindo-se um constante desafio para as empresas estarem em conformidade com as inúmeras variáveis intervenientes e seu constante estado de mudança. Outro aspecto relevante é que as empresas são compostas de pessoas e estas, a partir de trabalho em equipe, deverão atingir os objetivos. As pessoas têm um conjunto de interesses pessoais que as motivam e Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 02 - Os T ipo s d e De cis ão 15Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb estímulos externos que as influenciam de forma determinante - o que aumenta sobremaneira os desafios impostos à alta administração das empresas para alcançarem os resultados pretendidos. 2. MODELO DE GESTÃO A árdua tarefa de atingir resultados empresariais é facilitada pela adoção de um modelo de gestão que, segundo Padoveze (2005, p.36), é definido da seguinte forma: Modelo de gestão é produto do subsistema institucional constituído pelo conjunto de normas e princípios que devem orientar os gestores na escolha das melhores alternativas para levar a empresa a cumprir sua missão com eficácia. Segundo Nascimento e Reginato (2007, p. 31), esse modelo de gestão origina- se das crenças e dos valores dos proprietários e principais executivos da empresa, de acordo com as percepções do mundo em geral e do mercado em particular, assim como de seus desejos (anseios) pessoais. A importância estratégica do modelo de gestão é notória na medida em que influencia a empresa, constituindo-se em uma premissa básica para o processo decisório em todos os níveis organizacionais, ou níveis hierárquicos. Nascimento e Reginato (2007, p. 31) acreditam que o elemento diferenciador dos resultados das empresas é a forma como estão estabelecidos o modelo de gestão e suas influências no processo de gestão [ou processo decisório], bem como a forma como este é alicerçado. O modelo de gestão tem o objetivo de promover a interação dos elementos da empresa entre si e com o ambiente externo, por meio de diretrizes que buscam efeitos sinérgicos entre os elementos organizacionais e o ambiente externo, tornando a empresa capaz ou não de responder adequadamente. Pereira e Santos (apud NASCIMENTO; REGINATO, 2007, p. 39) argumentam que as organizações que se mantêm competitivas mudam seu modelo de Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 02 - Os T ipo s d e De cis ão 16Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb gestão para atender as exigências de mercado. 3. CARACTERÍSTICAS DO MODELO DE GESTÃO Conforme Nascimento e Reginato (2007, p. 47), o modelo de gestão deverá ser estruturado de tal forma a influenciar e considerar os seguintes aspectos: - Conduta, postura e atitude das pessoas; - Moral e expectativas das pessoas; - Comprometimento das pessoas com a organização; - Forma como a influência dos grupos informais resultantes da integração das pessoas atingirá os resultados da empresa; - Determinação de responsabilidade e autoridade; - Sistema de informações e seu fluxo interno; - Critérios de avaliação de desempenho das áreas organizacionais e pessoas. Padoveze (2005, p.27) remete ao fato de que o modelo de gestão ideal deve compreender, também, o processo administrativo (planejar, executar e controlar) e o processo decisório, mais centralizado ou mais descentralizado. O modelo de gestão é composto de diretrizes que permeiam a empresa de forma prescritiva, ou seja, qualitativamente, conforme nos comprova a citação a seguir. Um modelo de gestão não muda o que uma empresa deve fazer operacionalmente, o que deve comprar, produzir ou vender, ele está presente no diz respeito à forma como os elementos interagem entre si e com o ambiente externo da empresa, e como essa interação deve ocorrer para o alcance dos objetivos. (NASCIMENTO; REGINATO, 2007, p. 42). A final desta aula, você encontrará uma ilustração que demonstra a relação do modelo de gestão com o processo decisório de toda a empresa, ou Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 02 - Os T ipo s d e De cis ão 17Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb seja, a sua influência na condução dos destinos da empresa. 4. OS TIPOS DE DECISÃO Conforme Nascimento e Reginato (2007, p. 53), a qualidade dos resultados é influenciada pela estrutura dos problemas que requerem decisões classificadas como: a) Decisões estruturadas As estruturadas são aquelas repetitivas, cujos passos são previsíveis e possíveis de serem incorporados em um sistema de informação. Por exemplo, as decisões de compra de matérias-primas, para as quais já se conhecem os fornecedores e têm ciência de que o julgamento da melhor alternativa envolve uma avaliação, e comparação, entre as alternativas, de preços, prazos de entrega, qualidade e outros aspectos conhecidos, intrínsecos ao ramo de atividade da empresa. b) Decisões semi-estruturadas As decisões semi-estruturadas podem ser sistematizadas até certo ponto, dependendo de estruturas mais complexas do sistema de informação para que os resultados esperados de cada alternativa de escolha sejam cotejados rigorosamente a partir dos mesmos critérios. Nessas situações, parte do problema pode ser incorporada ao sistema de apoio às decisões e parte não. Normalmente, quando variáveis ambientais podem interferir no resultado final da decisão, é o momento em que entra em cena a capacidade de julgamento do gestor, dependendo isso de sua experiência com o contexto do problema no contorno da decisão. Esse aspecto pode ser complementado com o uso de sistemas de simulação, com o propósito de ampliar a visão do decisor sobre as conseqüências que a tomada de decisão pode causar às outras atividades organizacionais. Na simulação, podem-se utilizar modelos, já consagrados na área da pesquisa operacional, para se projetarem e analisarem as repercussões de cada alternativa de decisão no resultado da empresa. Nesse sentido, as ferramentas produzidas no campo da pesquisa operacional têm justamente como foco as operações e sua execução, sempre visando à otimização de recursos utilizados na implementação de uma decisão. Dentre alguns modelos consagrados por ela, destacam-se: teoria das filas, diagramas de árvores de decisão, teoria dos Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 02 - Os T ipo s d e De cis ão 18Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb jogos, programação linear e programação não linear. A simulação de um ou mais modelos amplia a quantidade e a qualidade das informações disponíveis, tornando as decisões coerentes, com vistas aos objetivos centrais da empresa. c) Decisões não estruturadas As decisões não estruturadas são aquelas para as quais a capacidade de julgamento do gestor é ainda mais requerida, e para as quais o nível de complexidade do sistema de apoio às decisões é ainda maior e os resultados podem ser incertos. Tais problemas de decisão envolvem em sua grande parte situações novas para a organização, ou variáveis sobre as quais se tem pouco ou nenhum controle, exigindo, desse modo, um alto grau de inferências e de experiência, percepção e intuição daqueles por elas responsáveis. Nesse tipo de decisão, os procedimentos requeridos para a solução do problema não podem serseguidos sem se levar em conta o comportamento de variáveis de difícil controle; por exemplo, aquelas que envolvem o lançamento de um produto novo no mercado. Para tal decisão, é necessária uma diversidade razoável de informações sobre as variáveis envolvidas no processo inerente à decisão, dificultando a possibilidade de se prever uma estrutura de informações para este fim. Possuem como características informações especiais, sintéticas, não freqüentes, de origem externa e com perspectiva ampla. Para esse tipo de decisão também se recomenda o uso dos modelos de simulação oferecidos pela pesquisa operacional. Observe-se que as decisões “estruturadas” e as decisões “não estruturadas” são os dois extremos de um “continuum na programação de decisões” (CERTO, 2003, p.126), conforme demonstrado na ilustração seguinte: Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 02 - Os T ipo s d e De cis ão 19Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 4.1 - EXEMPLOS 4.1.1-Decisões estruturadas: a) Aquisição de matéria-prima para abastecimento do processo produtivo; b) Aquisição de material de escritório para utilização na empresa; c) Contratação de colaboradores para substituir outros demissionários; d) Programação da produção, considerando o volume de vendas projetado; e) Contratação de serviços para manutenção de rotina; 4.1.2 – Decisões semi-estruturadas: a) Aquisição de equipamentos de médio / grande porte para substituição de equipamentos antigos. i. Imagine uma indústria que está substituindo um torno de grande porte com 20 anos de uso, operado mecanicamente por outro controlado por computador. As variáveis relacionadas com os resultados que o torno deverá atingir serão as mesmas, contudo a nova tecnologia pressupõe pessoal treinado em diferentes tecnologias e manutenção preventiva diferente da anterior. Essas variáveis por si tornam o projeto semi- estruturado. b) Captação de novos clientes com demandas especiais. i. Imagine que você é gerente operacional de uma transportadora. Em uma reunião com um potencial cliente, este informou que, para sua empresa ser contratada, haveria necessidade de a transportadora montar uma equipe de colaboradores que deveriam prestar serviço exclusivamente para este cliente em razão de um conjunto de exigências. Essa decisão é semi-estruturada porque a transportadora... (você mesmo tem condições de completar o raciocínio, afinal você é o gerente operacional!). 4.1.3 - Decisões não estruturadas: a) Criação de um novo produto; b) Início do processo de internacionalização da empresa; c) Construção de uma nova fábrica; d) Análise de aquisição de um novo empreendimento fora das competências habituais da empresa, ou seja, processo de diversificação. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 02 - Os T ipo s d e De cis ão 20Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Síntese Nesta aula, foi desenvolvido o conceito de modelo de gestão, que é o conjunto de normas e princípios que orientam o processo de gestão. Foi demonstrada a sua importância na administração das empresas como instrumento prescritivo da ação. A classificação básica das decisões foi apresentada, qual seja: a) estruturada - rotineiras, variáveis repetitivas, não tão complexas; b) semi-estruturada - ocasionais, algumas variáveis repetitivas, outras não e maior nível de complexidade; c) não estruturada - ocasionais, variáveis não repetitivas e alto nível de complexidade. Na próxima aula, você terá a oportunidade de analisar quais os principais responsáveis pelo processo decisório nas empresas e haverá considerações sobre processos decisórios centralizados e descentralizados. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 02 - Os T ipo s d e De cis ão 21Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Referências CERTO, Samuel C. Administração Moderna. São Paulo: Pearson, 2003. p.126. NASCIMENTO, Auster Moreira; REGINATO, Luciane. Controladoria – um enfoque na eficácia organizacional. São Paulo: Atlas, 2007. Cap. 3, p. 30-49. PADOVEZE, Clóvis Luís. Controladoria estratégica e operacional – conceitos, estrutura, aplicação. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. Cap. 3, p. 25-32. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 03 - Re sp on sa bil ida de P elo P ro ce ss o De cis ór io na s E mp re sa s 22Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Aula Nº 3 – Responsabilidade Pelo Processo Decisório nas Empresas Objetivos da aula: 1. Explicar quais níveis hierárquicos normalmente são responsáveis pelo processo decisório; 2. Explicar o que caracteriza as empresas centralizadas e descentralizadas. 1. RESPONSABILIDADES PELAS DECISÕES EMPRESARIAIS Como você observou nas aulas anteriores e na sua vida profissional, os colaboradores estão sempre “TOMANDO DECISÕES” para manterem as instituições adequadas ao ambiente empresarial, na busca de resultados positivos. As decisões podem ser operacionais ou estratégicas, sendo classificadas em: estruturadas, semi-estruturadas e não estruturadas. Uma questão de suma importância é saber que tipo de decisão deve ser tomada para cada nível hierárquico. Observe que essa questão acaba tendo subjetividade, na medida em que cada empreendedor pode ter características pessoais diferentes, o que influencia sobremaneira o processo. Essas características pessoais, que podemos entender como crenças, valores e princípios, são as mesmas que influenciam o modelo de gestão, e é este modelo que impregna o processo decisório. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 03 - Re sp on sa bil ida de P elo P ro ce ss o De cis ór io na s E mp re sa s 23Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 2. O ESCOPO DA DECISÃO E O NÍVEL HIERÁRQUICO O escopo da decisão deve ser entendido como a proporção do sistema gerencial total que a decisão afetará (CERTO, 2003, p.127). Esse escopo é a abrangência dos impactos que a decisão gerará na empresa. Os impactos devem ser medidos, considerando os riscos aos quais a decisão exporá a empresa. Esses riscos são inerentes ao processo decisório, na medida em que as decisões serão implementadas em um momento futuro, o qual têm um potencial de incerteza. A incerteza pode ser avaliada por meio de aplicações de técnicas probabilísticas, considerando alguns cenários que devem ser criados, atribuindo a cada um deles a probabilidade de ocorrerem da forma prevista. Os cenários correspondem a um grupo de variáveis que interferem naquele tipo de decisão, e o conjunto desses efeitos, a partir da provável intensidade de atuação de cada uma, determinará o grau de incerteza. Este grau de incerteza é determinante para a avaliação e mensuração do risco financeiro da decisão, o qual definirá a abrangência do impacto sobre os negócios da empresa. De maneira intuitiva, podemos considerar que as decisões estratégicas são aquelas com maior impacto sobre a empresa e devem ser tomadas pelos níveis hierárquicos mais elevados e as operacionais, pelos demais níveis, considerando seus impactos e os níveis hierárquicos da empresa, assim como o processo de centralização ou descentralização da autoridade delegada da empresa. 3. CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO O grau de centralização ou descentralização do processo decisório de uma empresa está condicionado a alguns fatores, a saber: 3.1. Estrutura organizacional Empresaspequenas mantêm uma estrutura organizacional horizontal, muito comum em empresas novas que buscam o crescimento. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 03 - Re sp on sa bil ida de P elo P ro ce ss o De cis ór io na s E mp re sa s 24Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb A estrutura horizontal é caracterizada por poucos cargos de gestão, reportando-se os colaboradores ao proprietário da empresa ou a uma gerência multidisciplinar. O Organograma característico é o apresentado abaixo: À medida que a empresa cresce, é normal a estrutura organizacional adotar contornos mais verticais, ou seja, criar cargos de gestores intermediários, tais como gerências, supervisões e chefias. As estruturas horizontais propiciam a pouca delegação de autoridade e centralização do processo decisório, ao passo que as estruturas verticais sugerem maior delegação de autoridade e descentralização do processo decisório. 3.2. Desenvolvimento dos talentos da empresa É notório que o processo decisório demanda análise crítica da situação e essa análise será tão melhor quanto o forem os colaboradores participantes do processo. As empresas precisam treinar seus colaboradores para o processo de tomada de decisão, além de assegurar o melhor sistema de informações possível para alimentar os tomadores de decisão. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 03 - Re sp on sa bil ida de P elo P ro ce ss o De cis ór io na s E mp re sa s 25Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb A manutenção de colaboradores treinados e experientes no processo de decisão é também variável importante para dimensionar o grau de centralização ou descentralização do processo. 3.3. Valores e crenças dos proprietários Outro fator preponderante no processo de centralização x descentralização é o conjunto de crenças e valores dos proprietários, que entendem que a descentralização favorece a redução do controle por parte deles e o aumento das ocorrências de erros, por isso tenderão a delegar autoridade em doses mínimas, favorecendo a centralização do processo decisório. Esse tipo de viés de entendimento condiciona o processo decisório mesmo em empresas que experimentam um crescimento operacional e alterações na sua estrutura organizacional no sentido vertical. Há situações em que, mesmo havendo cargos de gerências e supervisões intermediárias, o processo decisório é centralizado, favorecendo a ocorrência de gargalos, normalmente prejudiciais à empresa, tornando-a lenta nas respostas às alterações do ambiente empresarial. O processo de delegação de autoridade também pode ser visto como um “continuum”, como demonstrado na ilustração abaixo: Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 03 - Re sp on sa bil ida de P elo P ro ce ss o De cis ór io na s E mp re sa s 26Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 4. RESPONSABILIDADE PELO PROCESSO DECISÓRIO Considerando o que foi apresentado e de uma forma genérica, as responsabilidades pelo processo decisório nas empresas podem ser delineadas conforme ilustração a seguir: É mister salientar que a classificação das decisões entre estruturadas, semi- estruturadas e não estruturadas pode gerar impactos variáveis, podendo Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 03 - Re sp on sa bil ida de P elo P ro ce ss o De cis ór io na s E mp re sa s 27Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb qualquer uma delas ser mais indicada para um nível ou outro de gerência, dependendo do impacto que poderá gerar. Sabe-se, contudo, que as decisões estruturadas, normalmente, referem-se a operações da empresa e apresentam baixo impacto financeiro, sendo palco de decisões das gerências inferiores e intermediárias, e as não estruturadas, ao contrário, geram altos impactos, sendo indicadas para as gerências superiores. Essa conclusão não pode ser adotada como verdade absoluta de aplicação prática inconteste, havendo necessidade de análise individual de cada situação. Síntese Nesta aula, foram desenvolvidas as características das empresas centralizadas e descentralizadas, indicando os seguintes fatores: a estrutura organizacional, o nível de desenvolvimento dos colaboradores e a diretriz da alta administração. O nível de centralização da delegação de autoridade e o impacto financeiro das decisões é que determina o nível hierárquico responsável pelo processo de decisão nas empresas. Na próxima aula, você terá a oportunidade de iniciar seus estudos no detalhamento de uma metodologia para analisar situações a fim de melhorar o processo decisório. Referências CERTO, Samuel C. Administração Moderna. São Paulo: Pearson, 2003. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 04 - M et od olo gia p ar a An áli se d e Si tu aç õe s e P ro ble ma s 28Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Aula Nº 4 – Metodologia para Análise de Situações e Problemas Objetivos da aula: 1. Apresentar uma metodologia para análise de situações e solução de problemas. 1. ANÁLISE DE SITUAÇÕES E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS Como você já sabe, as empresas “vivem” tomando decisões e há necessidade de analisar as variáveis que interferem nesse processo. Foram apresentadas algumas classificações das decisões e os níveis hierárquicos mais indicados para cada processo. Para a continuidade dos seus estudos, é preciso ficar claro em quais situações haverá necessidade de tomar uma decisão. Esse processo de decisão deverá ser adotado sempre que houver mais de uma alternativa a ser implantada. Essas alternativas podem ser para: a) resolver um problema; b) prevenir a ocorrência de um problema; e) aproveitar uma oportunidade; d) melhorar alguma situação. É patente que o processo de tomada de decisão não existe apenas nas situações problemas, mas em todos os momentos nas empresas. Nesta aula, será apresentada uma metodologia básica para a análise de situações problemáticas ou não. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 04 - M et od olo gia p ar a An áli se d e Si tu aç õe s e P ro ble ma s 29Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 2. METODOLOGIA PARA ANÁLISE DE SITUAÇÕES Moreira e Reginato (2007) remetem-nos a uma metodologia que engloba as seguintes fases: 2.1. Constatar a situação ou problema É a identificação de uma situação que necessita de atenção e análise com vistas a escolher alguma alternativa a ser implantada. A situação pode ser um problema a ser resolvido, uma oportunidade a ser aproveitada ou qualquer tipo de melhoria que se pretenda, independentemente de um estímulo externo. 2.2. Analisar a situação ou problema Esta fase é um aprofundamento nas variáveis que cercam a questão que se pretende analisar. Aqui, há necessidade de um processo investigativo, sendo facilitado, muitas vezes, quando praticado por colaborador que conheça a respeito do aspecto que se trata. Nesse momento, a maturidade profissional é um diferencial. Nessa fase, os objetivos que deverão ser atingidos pela alternativa final deverão ser especificados de forma clara. O fato de não se considerarem variáveis importantes para o processo em análise pode determinar o insucesso da demanda, na medida em que as variáveis aqui identificadas é que deverãoser abordadas pelas alternativas de solução idealizadas, que vem a ser a próxima fase. 2.3. Identificar alternativas de solução O pressuposto básico é que existam alternativas para a situação, observando-se que, mesmo havendo apenas uma possibilidade, ela poderá ou não ser implantada - o que, por si só, demandará a aplicação do Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 04 - M et od olo gia p ar a An áli se d e Si tu aç õe s e P ro ble ma s 30Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb processo decisório. Nessa fase, a criatividade é fator diferencial. É sabido que o mercado de trabalho busca profissionais que tenham criatividade suficiente para criar soluções novas para velhos problemas, buscando produtividade. As alternativas deverão ser suficientes para atingir os objetivos estipulados no item anterior 2.4. Simular resultados das alternativas Você lembra que, em aula anterior, foi apresentado que o impacto financeiro da decisão influencia o nível hierárquico para o qual será encaminhada a questão a ser decidida. Nessa fase, as alternativas eleitas na fase anterior são valoradas financeiramente, considerando os diversos cenários elaborados, de tal sorte a avaliar o impacto da decisão, considerando o grau de incerteza. Nesse momento, possíveis inferências conceituais daqueles que são encarregados do processo decisório deverão ser trazidas para o plano concreto, sendo dimensionadas, de forma objetiva, por sua ótica financeira. 2.5. Escolher a melhor alternativa As análises acima estão direcionando o raciocínio dos tomadores de decisão para o processo de escolha da melhor decisão, ou seja, aquela que trouxer os melhores benefícios para a empresa, destacando-se que é muito difícil ter alternativas que só apresentem vantagens. Nessa fase, é importante ter a maior certeza possível sobre os impactos da alternativa, inclusive em outras áreas da empresa, na medida em que a organização é um sistema interligado: alterações em um item certamente influenciarão outros. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 04 - M et od olo gia p ar a An áli se d e Si tu aç õe s e P ro ble ma s 31Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 2.6. Implementar a alternativa Após tudo analisado e planejado, há a ação. Implantar a alternativa escolhida é o que gerará os bons resultados esperados para a empresa. A implantação pressupõe um conjunto de medidas para que a alternativa atinja os resultados esperados. As fases anteriores precisão ser bem elaboradas, contudo a implantação é crucial, na medida em que transformará o planejado em algo concreto. Nessa fase, há possibilidade de surgirem alguns itens que não tenham sido aventados - o que demanda um processo de feedback constante, que é a próxima fase da metodologia. 2.7. Controlar a implantação O processo de controle é inerente a qualquer processo de planejamento, e a análise de situação e tomada de decisão fazem parte de um processo de planejamento. Controlar significa verificar se os objetivos traçados em fase anterior estão sendo atingidos e, em caso de desvio, há necessidade de re- posicionamento, avaliando qual a profundidade dos ajustes que deverão ser efetuados e em que momento. O sucesso final decorre de uma boa fase de controle, mensurando os desvios e identificando as causas para ação e, quem sabe, aplicação de novo processo de análise de problema para algum tipo de detalhe que tenha influência significativa no processo. Essa fase pode ser subdividida em duas, sendo a segunda a implantação de medidas corretivas, ou seja, os ajustes. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 04 - M et od olo gia p ar a An áli se d e Si tu aç õe s e P ro ble ma s 32Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 3. O PROCESSO DE GESTÃO E SUA RELAÇÃO COM O PROCESSO DECISÓRIO A ilustração a seguir tem o objetivo de demonstrar a relação entre o modelo de gestão das empresas e o processo decisório, reforçando o fato de que este é um instrumento do processo de gestão. Observe-se, também, que as fases do processo de análise de situação e adoção de ação são variáveis de acordo com o autor consultado. Correspondência entre Processo de Gestão e Processo Decisório GESTÃO PROCESSO DECISÓRIO PLANEJA MENTO IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA OU NECESSIDADE DE DECISÃO (CONSTATAÇÃO DO PROBLEMA) COLETA E ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES RELEVANTES (ANÁLISE DA SITUAÇÃO OU PROBLEMA) FORMULAÇÃO DE OBJETIVOS E ALTERNATIVAS DE AÇÃO (IDENTIFICAÇÃO DAS ALTERNATIVAS DE SOLUÇÃO) AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS ALTERNATIVAS DE AÇÃO (SIMULAÇÃO DOS RESULTADOS DE CADA ALTERNATIVA) ESCOLHA DA MELHOR ALTERNATIVA DE SOLUÇÃO EXECUÇÃO IMPLANTAÇÃO DA ALTERNATIVA ESCOLHIDA CONTROLE AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS (CONTROLAR OS RESULTADOS) IMPLANTAR E CONTROLAR MEDIDAS CORRETIVAS (CONTROLAR OS RESULTADOS) Fonte: Adaptado de Peleias (2002, p.67). Síntese Nesta aula, foi apresentada uma metodologia de análise de situação e resolução de problemas composta das seguintes fases: 1) Constatar a situação ou problema; 2) Analisar a situação ou problema; 3) Identificar Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 04 - M et od olo gia p ar a An áli se d e Si tu aç õe s e P ro ble ma s 33Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb alternativas de solução; 4) Simular os resultados das alternativas; 5) Escolher a melhor alternativa; 6) Implementar a alternativa; 7) Controlar a implantação. Na próxima aula, você terá um aprofundamento da primeira fase do processo decisório. Referências NASCIMENTO, Auster Moreira; REGINATO, Luciane. Controladoria – um enfoque na eficácia organizacional. São Paulo: Atlas, 2007. (Cap. 4, p. 53- 58). PELEIAS, Ivam Ricardo. Controladoria gestão eficaz utilizando padrões. São Paulo: Saraiva, 2002. (Cap. 6, p. 66-67). Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 05 - De fin içã o do P ro ble ma 34Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Aula Nº 5 – Definição do Problema Objetivos da aula: 1. Demonstrar quais os itens mais importantes para a definição de um problema. 1. AS SITUAÇÕES Como você sabe que há um problema? Quais são os indicadores que nos estimulam a pensar em encontrar alternativas para uma determinada situação? Como definir um problema? É muito importante tudo isso? Um problema é um problema ora, por que tanta “coisa”? Seguramente, você não pensa dessa forma – no que se refere ao último parágrafo. Você sabe que é importante definir o problema. Essa definição norteará o restante do processo de decisão (HAMMOND; KEENEY; RAIFFA; 2004, p.30). As perguntas do primeiro parágrafo merecem toda a atenção do administrador. Existem situações problemas ou situações que merecem atenção quanto a criar alternativas de ação. Podemos classificar as situações em três grandes grupos (TREGOE, 1977, p.14): 1.1. Situações que demandam ações corretivas Esse tipo de situação ocorre quando constatamos um desvio, ou seja, algo Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 05 - De fin içã o do P ro ble ma 35Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb que está tendo um comportamento diferente do planejado. Havendo um desvio, há necessidade de algum tipo de ação para colocar tudo em ordem, sendo importante medir o impactodesse desvio. Convém observar que ele pode ser positivo ou negativo. Caso o desvio seja negativo, a medida corretiva visará anular seu impacto; caso seja positivo, a medida corretiva demandará melhor aproveitamento da situação. 1.2. Situações que demandam ações preventivas Ocorrem quando há indícios de que os resultados esperados tenderão a ser diferentes do planejado. Nesse momento, há uma avaliação de tendência originada por resultados parciais, ou avaliação de condições que podem vir a gerar desvios, caso alterem ou permaneçam como estão e a empresa não adote medidas cabíveis. Da mesma forma que as corretivas, as ações preventivas podem ser negativas ou positivas. 1.3. Situações que demandam ações de melhoria Nesse caso, a empresa vislumbra a possibilidade de alterar algum processo ou situação visando aumentar os seus resultados. Essas situações se nos apresentam a partir de estímulos – gatilhos – (HAMMOND; KEENEY; RAIFFA; 2004, p. 33), muitas vezes externos, que são os elementos causadores da questão. 2. DEFINIÇÃO DE UM PROBLEMA Uma das perguntas do primeiro parágrafo ainda não foi comentada, qual seja: como definir um problema? Aqui, você encontrará um guia conceitual para organizar o raciocínio Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 05 - De fin içã o do P ro ble ma 36Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb lógico que deve impregnar esse momento crucial de todo o processo de tomada de decisão. De acordo com Hammond, Keeney, Raiffa (2004, p. 31): “O maior dos perigos é a negligência. É mais fácil expressar o problema de maneira óbvia, com a primeira idéia que lhe vem à mente. É preciso pensar criativamente”. Segundo os pesquisadores (2004, p. 34), após você receber um estímulo – identificado o gatilho –, você deverá iniciar o processo de análise da situação, definindo, em linhas gerais, e por escrito, o problema. 2.1. Questione o gatilho Ele é suficiente para apresentar as linhas gerais do problema? O problema é o que é? O problema é o que você entende o que ele parece que é? Complicou? Um exemplo poderá ajudar: Outro dia, um amigo, ao chegar a sua casa, muito tarde após um dia de trabalho estafante, percebeu que havia uma pequena poça de água na sala. No dia em questão, houve uma chuva muito forte. Esse amigo delineou o problema da seguinte forma: há uma goteira no teto da sala. Considerando ser muito tarde, ele foi dormir e não comentou nada com a esposa. Dia seguinte, contratou um prestador de serviço para corrigir o problema e, após uma minuciosa averiguação no teto de toda a casa, o profissional afiançou que não havia telhas quebradas, ou mal posicionadas que justificassem a passagem de água. A esposa desse amigo estava alheia à ocorrência e perguntou ao marido do que se tratava. Posicionada sobre o assunto, a esposa perguntou o local exato da poça. Ao constatar o local, a esposa comentou que, no dia Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 05 - De fin içã o do P ro ble ma 37Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb anterior, a filha do casal de 4 anos havia pedido um copo de água e, poucos minutos depois, havia levado o copo vazio para a cozinha. Precisa falar onde estava a menina quando pediu o copo de água? Nesse exemplo, houve um erro básico, agora “nosso amigo” não delineou o problema de forma correta. O gatilho – a poça de água – não tem ligação direta com o problema enunciado. De fato, o problema enunciado poderia ser um dos “motivos” do problema, que era “a poça de água”. O exemplo apresenta uma situação interessante: o problema é o que é, e não o que achamos o que ele é. Muitas vezes, o enunciado do problema pode vir a ser uma das causas do problema, mas não o problema em si, conforme o exemplo citado. 2.2. Questione as restrições do enunciado do problema Ao enunciar um problema, é normal colocar itens que podem restringir a análise da causas prováveis. Exemplo: Imagine a situação de uma empresa que identificou uma queda de 10% no volume de vendas do mês passado. A partir disso, iniciam-se as buscas pelas causas prováveis, assunto para as próximas aulas. Nessa busca, foram identificadas duas causas: a) falta de treinamento dos vendedores em vendas; b) redução da quantidade de vendedores em razão de férias. A empresa lança-se a corrigir as causas, treina os vendedores, altera a programação de férias, para manter mais vendedores disponíveis, e vai “à luta”. No mês seguinte, as vendas continuavam 10% abaixo, mas as ações Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 05 - De fin içã o do P ro ble ma 38Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb estavam sendo implantadas. No outro mês, após implantação total das medidas corretivas, as vendas estavam 12% abaixo do planejado. Constrangimento total. E agora? Vamos analisar tudo de novo. Reuniões e mais reuniões, de repente alguém analisa os volumes de vendas dos últimos 6 meses e verifica que havia uma queda que vinha aumentando todos os meses. Moral da história: a restrição “no mês passado” foi suficiente para limitar a visão dos envolvidos e as causas prováveis também foram limitadas. Você duvida que isto aconteça? Eu não!! É importante dizer que a análise das restrições não significa que os enunciados devam ser extremamente abrangentes, porque isso também interfere na solução do problema. Restrições bem avaliadas auxiliam a solução da questão. Parece um jogo de xadrez? É, parece. E apenas comentando, bons jogadores de xadrez tendem a ser bons decisores. Eles têm que avaliar vários “movimentos” das peças adversárias e de suas peças, ou seja, analisam as restrições. 2.3. Procure novos insights, pedindo a outras pessoas que lhe digam como vêem a situação. Lembram do nosso amigo do telhado? É isto aí, em empresas, principalmente, devemos partilhar a análise de problemas. Essa técnica é utilizada pelos profissionais da área de qualidade, criando comitês ou grupos de identificação e análise. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 05 - De fin içã o do P ro ble ma 39Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 2.4. Mantenha a objetividade Para Hammond, Keeney e Raiffa (2004, p. 38), Estabelecer uma boa definição do problema toma tempo; não espere acertar de primeira. O esforço envolvido em criar uma boa definição deve ser contrabalanceado por tempo, importância – tamanho do impacto – relevância – há questões mais urgentes – energia emocional – estou em condições de enfrentar esta situação agora? 2.5. Priorize Há uma metodologia simples que nos ajuda a manter a objetividade e priorizar a questão. O nome dela é GUT (gravidade, urgência e tendência). Essa metodologia implica classificar o problema, já em sua primeira versão nas três dimensões, atribuindo pesos para cada uma e, ao final, somando esses pesos, de tal sorte a poder ter um peso final representativo da prioridade do assunto. Gravidade é a importância do objetivo atingido. Essa importância tem que medir os impactos negativos do desvio no que se refere a resultados, na maior parte das vezes financeiros. Urgência é o tempo disponível para a correção do desvio. Em que proporção o tempo influenciará o resultado – gravidade? Que oportunidades poderão ser perdidas? Tendência é a dimensão que remete ao fato do que ocorrerá se nada for feito: o desvio aumentará, permanecerá ou reduzirá? Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 05 - De fin ição do P ro ble ma 40Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 3. CONCLUSÕES De acordo com Hammond, Keeney e Raiffa (2004, p.39), “Em nossa impaciência, nos atiramos aos outros elementos do processo decisório sem ao menos definir corretamente o que estamos decidindo.” E continuam: “O pensamento abrangente melhora a definição dos problemas, e definições melhores ampliam o âmbito na busca de soluções criativas (2004, p. 42). Síntese Nesta aula, você pôde observar que a análise dos elementos que envolvem a situação é importante para o enunciado do problema ou para oportunidade de melhoria. Ficou transparente, também, que essa fase implica criatividade e paciência para uma análise consistente, considerando a objetividade inerente ao mundo de negócios globalizado. Na próxima aula, você estudará a definição dos objetivos que devem ser atendidos por uma alternativa de ação. Referências HAMMOND, John S.; KEENEY, Ralph L.; RAIFFA, Howard. Decisões inteligentes. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004. p. 30-42. (Cap. 2). TREGOE, Kepner. Análise de problema e tomada de decisão. New Jersey: Princeton Research Press, 1997. p. 1-39. (Cap. 1-2). Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 06 - A De te rm ina çã o de O bje tiv os n o Pr oc es so d e An áli se d e Pr ob lem a 41Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Aula Nº 6 – A Determinação de Objetivos no Processo de Análise de Problema Objetivos da aula: 1. Demonstrar a importância em se estabelecerem objetivos que devem ser atingidos com a solução do problema. 2. Demonstrar o mecanismo para o estabelecimento desses objetivos. 1. OS OBJETIVOS Enunciar um problema de forma correta é determinante para uma solução de sucesso. Para aumentar ainda mais as probabilidades da solução ser bem sucedida, é importante atrelar o enunciado do problema a um conjunto de objetivos que devem ser alcançados com a solução. É conveniente ressaltar que a metodologia desenvolvida não visa apenas à solução de problemas ocorridos, ou seja, não é apenas para identificar causas e aplicar ações corretivas, mas também serve para ações preventivas e de melhoria. Ações de melhoria demandam decisões que visam a um determinado propósito, ou seja, o propósito da decisão (TREGOE, 1977, p. 44). Quando analisamos um problema, temos a solução dele como propósito. Dessa maneira, os objetivos são importantes para melhor analisar as alternativas de solução e constituem-se em critérios para as decisões (HAMMOND; KEENEY; RAIFFA; 2004, p. 43). Esses objetivos devem refletir quais condições deverão ser atingidas Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 06 - A De te rm ina çã o de O bje tiv os n o Pr oc es so d e An áli se d e Pr ob lem a 42Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb concomitantemente à solução da questão principal, favorecendo uma análise mais acurada. Exemplo: Em exemplo anterior, demonstramos que uma empresa havia identificado um desvio de 10% em suas vendas e, após análise, identificou que a redução havia sido prenunciada, mas não havia sido identificada, há já seis meses. A melhor definição do problema pode ser assim enunciada: as vendas estão declinando há seis meses e atingiram, no mês passado, 10% de redução. As causas para esse problema ainda não foram analisadas, sendo importante formular alguns objetivos complementares, sabendo-se que o principal é reverter a redução. O comitê de análise desse assunto definiu os seguintes objetivos, ou critérios: 1. Não poderá haver aumento no número de vendedores. Isso pode estar atrelado a uma estratégia da empresa em não aumentar o número de colaboradores, visando à contenção de custos. 2. As despesas com propaganda não poderão ser aumentadas em mais do que 2% do valor previsto. 3. A reversão da redução deverá ocorrer nos mercados atuais em que a redução ocorreu. Considerando isso, a análise das alternativas adota novos contornos. Seguramente, uma alternativa de solução que implique a abertura de um novo nicho de mercado estará fora do escopo, assim como a alternativa de aumento dos investimentos em propaganda na ordem de 5% do valor previsto para elevar o volume de vendas. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 06 - A De te rm ina çã o de O bje tiv os n o Pr oc es so d e An áli se d e Pr ob lem a 43Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Esses objetivos direcionam o processo de análise das alternativas, alinhando às necessidades empresariais. 2. VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DE OBJETIVOS Conforme Hammond, Keeney e Raiffa (2004, p. 45), os objetivos apresentam as seguintes vantagens: 2.1. Ajudam a determinar quais informações devem ser obtidas. Um exemplo elucidará esse item. Considere que a empresa COLABORADORFELIZ S.A. está analisando a substituição do plano de saúde por outro que ofereça melhores condições e conforto para os colaboradores. Foram colhidas muitas informações e as propostas de novos planos estão tabuladas, prontas para a decisão final. Nesse momento, a área de recursos humanos agenda uma reunião com o diretor geral da “COLABORADOR FELIZ”. Nessa reunião, o projeto é apresentado às empresas consultadas e são demonstrados seus prós e contras. Ao final da apresentação e considerando as vantagens e as desvantagens, a área de recursos humanos sugere à empresa que, no seu entender, é a melhor de todas e que deveria ser contratada. O diretor geral, após toda a explanação, pergunta qual seria o impacto financeiro para a “COLABORADORFELIZ”. Rapidamente, o gerente de RH apresenta slide com os investimentos envolvidos na alteração, demonstrando que a empresa escolhida implicará um aumento de despesas da ordem de 15% em relação à atual. O diretor geral argumenta que a “COLABORADORFELIZ” precisa reduzir custos e a ampliação de benefícios precisa ter como critério de decisão a Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 06 - A De te rm ina çã o de O bje tiv os n o Pr oc es so d e An áli se d e Pr ob lem a 44Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb manutenção dos custos atuais. Considerando isso, o projeto foi rejeitado. Decisão antipática? Colaboradores não são importantes? Absurdo? Respostas: Não, maturidade profissional, a consciência de que uma decisão precisa atingir determinados critérios para não ser um problema no futuro, que demandará um novo processo de análise de problema e tomada de decisão. Nesse exemplo, se o objetivo de manutenção de custos tivesse sido elaborado, a alternativa em questão não teria sido a sugerida pela área de recursos humanos, que, apesar de ter a informação, não a considerou determinante. 2.2. Ajudam a justificar a decisão. A decisão estará justificada na razão direta em que os objetivos traçados tenham sido satisfeitos. Os possíveis questionamentos são respondidos pela apresentação dos objetivos atingidos, reduzindo a possibilidade de alteração da alternativa escolhida, decisões contrárias ou abandono de sua implementação. 3. PASSOS PARA A DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS A seguir, são apresentados os passos que devem nortear a elaboração dos objetivos: 3.1. Escrever o que deseja abranger com a decisão. Um mecanismo interessante é escrever frases curtas e objetivas: a) Reduzir custos em x%. b) Aumentar a receita em x%.c) Manter o nível de satisfação dos clientes nos níveis atuais. d) Criar clima descontraído e motivador. e) Participar da atividade elaborada pelo setor “tal”. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 06 - A De te rm ina çã o de O bje tiv os n o Pr oc es so d e An áli se d e Pr ob lem a 45Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb É importante que o objetivo possa ser mensurável, medido, para que fique mais concreto identificar quais das alternativas apresentadas atingirão a meta. Devemos diminuir ao máximo a subjetividade que o objetivo possa transmitir para quem o lê. 3.2. Teste os objetivos Quando a alternativa escolhida for implantada e os objetivos atendidos, a empresa estará, naqueles itens, em harmonia ou ainda faltará alguma coisa? Os critérios adotados, se atingidos, serão suficientes ou não? Existem objetivos super ou sub dimensionados? Esses testes são importantes e, no comitê, deve ser criterioso em suas considerações, para que as alternativas analisadas não levem em conta desejos, mas objetivos concretos e alinhados com a estratégia empresarial. 3.3. Identifique os objetivos obrigatórios e os objetivos secundários. Elaborados os objetivos, há necessidade de separá-los entre obrigatórios e secundários, de acordo com sua importância. Uma forma de eleger os obrigatórios é a seguinte: devemos ser capazes de responder afirmativamente à seguinte questão: “é realmente necessário que este objetivo seja alcançado?” (TREGOE, 1977, p. 48).A resposta negativa à pergunta indicará um objetivo desejável. É importante ressaltar que os objetivos obrigatórios devem ser mensuráveis; os desejáveis poderão ser mensurados de forma genérica, sem precisão matemática. Tregoe (1977, p. 50) apresenta o seguinte exemplo: Propósito da decisão: Comprar um segundo carro. Objetivos Obrigatórios: Custar no máximo: R$ 30.000,00; Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 06 - A De te rm ina çã o de O bje tiv os n o Pr oc es so d e An áli se d e Pr ob lem a 46Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Acomodar quatro (4) pessoas; Quilometragem por litro de álcool: 7km/litro; Combustível: álcool e gasolina (bi-combustível). Objetivos Desejáveis: Menor custo de manutenção possível; Máxima valorização de revenda após 3 anos; Melhor aparência externa; Melhor dirigibilidade; DVD player; Menor entrada possível. 4. CONCLUSÃO Não caia nas armadilhas de: a) examinar o problema de forma restrita, formule os objetivos a serem alcançados; b) utilizar tempo e esforços insuficientes para a definição dos objetivos; c) achar que a tarefa é simples, pois a lista de objetivos não ficará esperando você arquivada em algum lugar ou no computador, você é que terá que elaborá-la. Síntese Nesta aula, você pode observar que é importante traçar objetivos obrigatórios e desejáveis e ter mecanismos de medição para poder aferir se as alternativas satisfazem esses critérios. Foram apresentados os passos para a elaboração de objetivos: escrevê- los; testá-los; separá-los, de acordo com a sua importância. Na próxima aula, você terá oportunidade de exercitar a sua criatividade na construção de alternativas de solução, ou seja, você estará mais perto da decisão final. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 06 - A De te rm ina çã o de O bje tiv os n o Pr oc es so d e An áli se d e Pr ob lem a 47Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Referências HAMMOND, John S.; KEENEY, Ralph L.; RAIFFA, Howard. Decisões inteligentes. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004. p. 43-56. (Cap. 3). TREGOE, Kepner. Análise de problema e tomada de decisão. New Jersey: Princeton Research Press, 1997. p. 19-66. (Cap. 2-3). Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 07 - A De te rm ina çã o da s C au sa s n o Pr oc es so d e An áli se d e Pr ob lem a 48Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Aula Nº 7 – A Determinação das Causas no Processo de Análise de Problema Objetivos da aula: 1. Demonstrar a metodologia para identificar as causas de um problema. 1. A IDENTIFICAÇÃO DO DESVIO Na aula anterior, foi analisada a importância de elaborar um conjunto de objetivos para serem atingidos pelas alternativas que serão analisadas. É importante fazer algumas considerações específicas sobre as situações problema, aquelas em que se identificou um desvio entre o realizado e o previsto. O desvio pressupõe alguma causa, ou seja, há uma relação de causa efeito, que deve ser investigada. Na fase de enunciar o problema, o desvio deve ser bem caracterizado, havendo necessidade de identificar o que está apresentando desvio, onde ele ocorre, quando e quanto, ou seja, em que proporções. A definição contribuirá para o desenvolvimento de possíveis causas. Exemplo (TREGOE, 1977, p. 30). PROBLEMA: embalagens de 100cm quebradas. O que: embalagens de 100cm; Onde: identificadas no controle de qualidade; Quando: no dia 6 de março (dois dias atrás) e continuando; Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 07 - A De te rm ina çã o da s C au sa s n o Pr oc es so d e An áli se d e Pr ob lem a 49Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Quanto: 30% em 6 de março; 26% em 7 de março e 7,32% em 8 de março; tendência variável. Quebras não uniformes. 2. DESENVOLVER POSSÍVEIS CAUSAS Desenvolver possíveis causas pressupõe um processo criativo, além de técnico. A dimensão criativa está no sentido de buscar causas que possam parecer díspares e que poderão explicar o desvio, muitas vezes o óbvio não é o verdadeiro “vilão”. A dimensão técnica repousa no fato de que determinados desvios implicam conhecimento específico para se formular as possíveis causas. As pessoas, quando procuram um médico em razão de dores de cabeça constantes, podem inferir várias causas, contudo o médico é que, com base em um processo investigativo de análise de problema - afinal ele está diante de um desvio - conseguirá identificar a causa mais provável. Administrativamente, podemos adotar as seguintes fases para um processo de identificação de possíveis causas: 2.1. BRAINSTORMING Trata-se de uma sessão de tempestade de idéias. É uma reunião em que os envolvidos na questão terão oportunidade de pensar criativamente a respeito do problema e sugerir causas prováveis, as mais estapafúrdias que possam parecer. Uma premissa básica desse tipo de atividade é não haver cerceamento da criatividade, não deve haver durante a sessão um processo de crítica, ou repressão - o que inibe o processo criativo dos participantes. Pelo contrário, esse tipo de atividade precisa ser conduzido de forma motivadora e participativa. 2.2. ANÁLISE CRÍTICA DAS CAUSAS PROVÁVEIS Após a sessão de brainstorming, há necessidade de fazer a análise crítica Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 07 - A De te rm ina çã o da s C au sa s n o Pr oc es so d e An áli se d e Pr ob lem a 50Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb das propostas. Nesse momento, deverá haver a ponderação das sugestões, acatando as que tenham relação formal de causa -> efeito e declinando as que não apresentarem consistência. Uma técnica utilizadapara esse tipo de análise é o Diagrama de Yshikawa, muito conhecido e utilizado pelos profissionais da área de qualidade e não só por eles. A ilustração a seguir demonstra o diagrama. O diagrama implica separar as causas prováveis nas seis dimensões: Mão-de-obra: Toda causa que envolve uma atitude do colaborador (por ex.: procedimento inadequado, pressa, imprudência, ato inseguro etc.). Material: Toda causa que envolve o material que estava sendo utilizado no trabalho. Método: Toda causa envolvendo o método, a forma como estava sendo executado o trabalho. Máquina: Toda causa envolvendo os equipamentos utilizados na operação. Medida: Toda causa que envolve uma medida tomada anteriormente para modificar processo. Meio Ambiente: Toda causa que envolve o meio ambiente em si (poluição, calor, poeira etc.) e o ambiente de trabalho (layout, espaço, dimensionamento dos equipamentos etc.). Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 07 - A De te rm ina çã o da s C au sa s n o Pr oc es so d e An áli se d e Pr ob lem a 51Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 2.3. Testar as causas para identificar a mais provável É a procura pela causa, ou causas, mais prováveis e, para isso, é preciso responder o seguinte: Como esta causa explica a ocorrência do problema em cada uma das dimensões (o que, onde, quando, e quanto)? Após esses testes, é provável que algumas causas sejam descartadas, reduzindo o universo de análise. 2.4. Verificação da causa verdadeira É chegada a hora da verdade, há necessidade de identificar a(s) causa(s) verdadeira(s) e, para tanto, há três maneiras: a) teste lógico; b) teste da realidade; c) verificação do resultado. O teste lógico é efetuado quando há possibilidade ou registros que atestem que aquela causa realmente originou o desvio. Imagine que constatados defeitos de produção a causa mais provável final tenha sido o fato de que a equipe de produção encarregada estivesse trabalhando com um colaborador a menos em razão de licença médica - o que imprimiu aos outros um excesso de carga de trabalho. Os registros dos trabalhadores, nos dias em que foram constatados os defeitos, confirmam a ausência do colaborador. Esse teste lógico confirma a causa provável. A verificação da realidade é outro tipo de teste que pode ser efetuado para confirmar o teste lógico, desde que os desvios gerados possam ser assumidos pela empresa e não signifiquem prejuízos pessoais. No exemplo anterior, poderíamos tirar da escala o colaborador em questão e verificar a ocorrência do desvio. Por fim, há a verificação dos resultados após implantar a solução, ou seja, resolver a causa provável e verificar se não ocorre novamente. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 07 - A De te rm ina çã o da s C au sa s n o Pr oc es so d e An áli se d e Pr ob lem a 52Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb O teste de verificação dos resultados sempre deve ser efetuado. Os dois primeiros podem ou não ter condições de serem efetuados. Há situações em que medidas paliativas (disposição no jargão da qualidade) adotadas para reduzir os desvios em razão de seus impactos podem inviabilizar a sua execução, ou, considerando os impactos negativos que podem ocorrer em uma verificação da realidade, entenda-se melhor suprimir esse teste. 3. Conclusão A solução de problemas implica: Enunciar o desvio, ou seja, o problema. Identificar o problema - o que é; onde; quando e quanto; Desenvolver possíveis causas; Testar as causas mais prováveis; Verificar a causa verdadeira. Síntese Esta aula apresentou como identificar um desvio de forma detalhada: o que, onde, quando e quanto. Foi, também, apresentado o diagrama de Yshigawa, que contribui para identificar as causas mais prováveis. Depois disso, há necessidade de testar as causas e descobrir a causa verdadeira, fazendo os testes finais. Nesta aula, foi apresentado um detalhamento das situações problema que envolvem uma causa. Devemos considerar que, dependendo da situação, uma causa provável pode ter mais de uma alternativa de solução. Na próxima aula, você terá oportunidade de exercitar a sua criatividade na construção de alternativas de solução, ou seja, você estará mais perto da decisão final. Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 07 - A De te rm ina çã o da s C au sa s n o Pr oc es so d e An áli se d e Pr ob lem a 53Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Referências TREGOE, Kepner. Análise de problema e tomada de decisão. New Jersey: Princeton Research Press, 1997. p. 19-39. (Cap. 2). Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 08 - A Ela bo ra çã o de A lte rn at iva s 54Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Aula Nº 8 – A Elaboração de Alternativas Objetivos da aula: 1. Demonstrar como criar alternativas.. 1. AS ALTERNATIVAS DE SOLUÇÃO Nas aulas anteriores, houve a oportunidade de avaliar vários itens relacionados com o enunciado do problema e sua caracterização, ou seja, identificação de objetivos a serem alcançados e, no caso de problemas, a identificação da causa verdadeira, ou causa raiz. Você já sabe que uma boa definição do problema que requer uma decisão é meio caminho andado na direção da solução que vise aos melhores resultados empresariais. Nessa esteira, a criação de alternativas de solução adota contornos de relevância ímpar. As alternativas representam o âmbito de escolhas possíveis para a busca de objetivos, sendo necessário um nível elevado de criatividade (HAMMOND; KEENEY; RAIFFA, 2004, p. 57). Há dois pontos importantes que nunca devem ser esquecidos: a) Não é possível escolher uma alternativa que não tenha sido objeto de consideração (HAMMOND; KEENEY; RAIFFA, 2004, p. 57), ou seja, que você não tenha elegido como alternativa. b) Independentemente do número de alternativas que se possua, a escolhida não é, necessariamente, a melhor existente (HAMMOND; KEENEY; RAIFFA, 2004, p. 57), ou seja, pode existir algo melhor. O que resguardará Ló gic a e Pr oc es so De cis ór io Au la 08 - A Ela bo ra çã o de A lte rn at iva s 55Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb a empresa no sentido de ter relativa certeza de que as melhores foram consideradas é manter diretrizes que favoreçam o dispêndio do esforço necessário no processo de criação de alternativas. 2. ALGUMAS ARMADILHAS O processo de elaboração de alternativas pressupõe criatividade e esforço, sendo importante adotar algumas prevenções, não incorrendo em armadilhas, a saber: 2.1 – Manter tudo como está Muitas situações apresentam semelhanças, havendo a tendência de utilizar soluções antigas para novas situações. 2.2 – Escolher a primeira solução possível Há situações em que mais de uma alternativa satisfaz a questão, o que é ótimo, na medida em que aumenta a possibilidade da empresa em usufruir melhores resultados. O problema, aqui, é não analisar de forma consistente as alternativas que satisfazem a questão para escolher a melhor dentre as melhores. Outra situação é escolher a primeira solução sem buscar novas alternativas. 3. PONTOS IMPORTANTES PARA CRIAR AS MELHORES ALTERNATIVAS Os pontos indicados a seguir colaborarão para um processo de criação de alternativas que assegure, pelo menos, um grau de independência elevado.
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