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Língua Portuguesa / Aula 1 - Linguagem Coloquial e Norma Culta - Tipos de linguagem - Antes de estudarmos os usos de verbos, os sinais de pontuação etc., precisamos entender alguns conceitos importantes. Para começar:VOCÊ SABE O QUE É LINGUAGEM? Só podemos afirmar que vivemos em sociedade porque nos comunicamos, certo? Todo e qualquer ato comunicativo se dá por meio do uso de alguma linguagem. Existem 2 tipos de linguagens: a verbal e a não verbal. Vejamos alguns exemplos: (dialogo no whatsapp)= verbal	, (semáforo)= n verbal , (orquestra)= n verbal ,(bate papo)= verbal - 
Então, a linguagem verbal é aquela que se vale de palavras – sejam estas faladas, sejam estas escritas. Nesse caso, o código utilizado para manter a comunicação é a própria língua (portuguesa, inglesa, francesa etc.). Logo, o diálogo no WhatsApp e o bate papo são exemplos de linguagem verbal. Já a linguagem não verbal é aquela que utiliza outros códigos diferentes da língua. Essa linguagem pode se manifestar por meio das cores, dos gestos, de um olhar, da música etc. No exemplo do semáforo, a comunicação ocorre através das cores e, no caso da orquestra, através da música instrumental. Vídeo, que utiliza cenas do filme O negociador, no qual um dos personagens fala da relevância da linguagem não verbal. Como você viu, o policial detectou a mentira do personagem acusado ao analisar não sua fala – linguagem verbal –, mas seu olhar e suas expressões corporais e faciais. Esses gestos “dizem” muito – às vezes, mais que diversas palavras proferidas. Nesse caso, saber interpretar a linguagem não verbal é muito importante! Agora que você já conheceu os diferentes tipos de linguagem, vamos nos ater àquele que, de fato, é de nosso interesse: a linguagem verbal – no nosso caso, a Língua Portuguesa. A partir de agora, você vai conhecer algumas regras para falar e escrever de forma adequada, isto é, de acordo com os contextos de uso do idioma. A propósito: adequação é uma palavra que deve fazer parte do nosso dia a dia. Para exemplificar, analise as falas deste personagem em situações cotidianas distintas... No escritório, falando com o chefe… Bom dia, chefe! Como vai? 	Na praia, falando com os amigos… 	E ai, brother? Como vai?
Mas que tipo de linguagem os ambientes formal e informal envolvem: a escrita, a fala? Como você percebeu, a Língua Portuguesa foi utilizada em ambas as situações, mas o registro não foi o mesmo. O personagem adequou sua fala ao ambiente em que se encontrava: mais ou menos formal. Você sabe a diferença entre ambiente formal e informal? Vamos descobrir?		Ambiente formal = at an office
Imagine-se em uma entrevista de emprego. Se o entrevistador lhe perguntar sobre sua disponibilidade de tempo para desempenhar suas funções, o mais adequado para a ocasião será responder: 1. Disponho de tempo integral para assumir o cargo. (correct)		2. Qualquer hora é hora. É só chamar que tô dentro!
Ambiente informal= at a café with a friend	Agora, imagine-se em um restaurante, em um bate-papo com um(a) amigo(a). Se ele(a) lhe fizer uma pergunta sobre as novidades que você tem para contar, o mais adequado para a ocasião será responder: 1. Atualmente, em termos de inovação em minha vida, estou fadada à monotonia. 		2. Nada de novo. Continuo seguindo a mesma vidinha de sempre
O ambiente formal é aquele em que usamos a norma culta da língua, cujo registro segue o que está prescrito na gramática normativa. Trata-se de um padrão de linguagem adequado a situações como uma entrevista de emprego, uma reunião de trabalho ou mesmo uma palestra em um congresso. Já o ambiente informal é aquele em que usamos a linguagem coloquial, que dispensa formalidade. Trata-se da linguagem do cotidiano, adequada a situações como uma conversa entre amigos, uma festa, um bilhete que deixamos para nossa família na porta da geladeira ou mesmo uma troca de mensagens nas redes sociais.
Como você percebeu, utilizamos determinado tipo de linguagem de acordo com a ocasião em que nos encontramos.
Isso significa que o emprego dos diferentes registros da língua depende de seus contextos de uso. Por exemplo, suponha que você trabalhe em uma empresa multinacional. Falar com seu chefe imediato (1) – aquele com quem tem algum nível de intimidade – não é o mesmo que falar com o diretor da companhia (2), certo? 
Para cada situação, provavelmente, você usará um vocabulário distinto, conforme podemos observar nos diálogos ao lado. Aquela apresentação é pra hoje, né, Paola?		Sim, é pra hoje mesmo, às 13h, com o Roberto, ok?
Olá, senhor Roberto! Estou aqui para apresentar o novo projeto desenvolvido pela equipe de engenharia
”Veja que belos movimentos elípticos fazem essas ondas, meu caro amigo! Pega-las-emos neste instante ou mais tardiamente? Variação linguística - A expressão linguística pode se realizar em diferentes modalidades: a escrita e a fala. Mas existem algumas diferenças entre elas.
Na língua falada, há entre falante e ouvinte trocas sucessivas e simultâneas, o que não ocorre na língua escrita, na qual a comunicação acontece, geralmente, na ausência de um dos participantes. Além disso, na fala, as marcas de planejamento do texto costumam não aparecer, porque sua produção e execução se dão ao mesmo tempo. Justamente por isso, a linguagem oral é marcada por pausas, interrupções, retomadas, correções etc., o que não observamos na escrita, porque o texto se apresenta acabado, e há um tempo para sua elaboração.
CUIDADO! NÃO ASSOCIE LÍNGUA FALADO AO REGISTRO INFORMAL NEM LÍNGUA ESCRITA AO REGISTRO FORMAL, PORQUE TANTO EM UMA QUANTO EM OUTRA MODALIDADE, VERIFICAMOS DIFERENTES GRAUS DE FORMALIDADE. PODEM EXISTIR TEXTOS MUITO FORMAIS NA LÍNGUA FALADO E TEXTO COMPLETAMENTE INFORMAIS NA LÍNGUA ESCRITA.
Mas o que isso quer dizer? Em outras palavras, que a língua varia de acordo com o lugar, com a situação comunicativa ou, até mesmo, com nosso interlocutor – a pessoa c quem falamos ou a quem escrevemos. Isso é o que chamamos de VARIAÇÃO LINGUÍSTICA.
Regional = Os regionalismos manifestam-se, principalmente, pelo sotaque e por palavras ou expressões utilizadas pelos falantes de determinada região.
A variação linguística corresponde a diferentes realizações de uma mesma língua. Ela pode ser:
Podemos citar as diferenças entre o falar: Carioca: Caraca! Esse curso é muito maneiro. 	Cearense: Êta que esse curso é bem arretado! Mineiro: Nossinhora! Esse curso é bom demais da conta, sô! ATENÇÃO!
NÃO podemos dizer que determinada região do país fale “o português mais correto”. Tal afirmação é falsa, pois o que há são variações da Língua Portuguesa. A pronúncia do cearense ou do carioca, por exemplo, não é errada ou certa, mas, simplesmente, o modo de articular os sons daquela comunidade linguística.
De Registro - A formalidade ou a informalidade da situação comunicativa determinam as diferentes formas de usar a língua. Há dois registros: formal e informal. Analise as situações a seguir: 
1) Estácio informa: Já estão abertas as inscrições para o curso de Graduação em Letras - Licenciatura em Língua Portuguesa. Fique atento às datas de ingresso e não perca o período de matrícula nas disciplinas. 2) Vocês leram na web, pessoal? Para quem quer ser letrado e dar aula de português ou de literatura, a hora é essa. A gente precisa se inscrever na Estácio. Os dias de inscrição e de matrícula nas disciplinas estão lá. Vamos? Comentário - Nesse caso, a mesma informação foi transmitida a partir de duas modalidades da língua – a escrita e a falada – e através de registros distintos – o formal e o informal.
Social – As diferentes formas de falar marcam os grupos sociais ou, até mesmo, a faixa etária de determinado conjunto de pessoas. O uso de determinado vocabulário marca os grupos sociais e as comunidades linguísticas. Você se lembra do “surfista-executivo” que apresentamos anteriormente? Como vimos, sua fala e sua roupa não estavam adequadas ao ambiente em que se encontrava: a praia. Para se inserir nesse grupo específico e validar-se nesse meio de forma decisiva, ele deveria não
apenas vestir 1 figurino típico mas TB adaptar o uso da língua.
Associada à vestimenta, a fala mais apropriada à situação seria: Que onda cabulosa, cara! E aí? Bora pegar agora ou depois? As mudanças linguísticas sobre as quais discutimos até agora começam na fala – como você pode observar no diálogo ao lado –, passam para a escrita e chegam ao sistema da língua. Por exemplo, até hoje, a expressão “a gente” – sobre a qual nos deteremos mais adiante – ainda é rejeitada pela gramática normativa. Entretanto, usamos o termo “conforme” como conjunção sem nos darmos conta de que se trata de uma forma verbal que ampliou sua função na língua e passou a essa classificação de conjunção. Exemplo: Conforme ele disse, chegaremos lá na hora.
Mas todas as formas em variação passam para um uso mais formal da língua?	 Não! Como a linguagem é utilizada por pessoas, haverá tanta variação quanto suas necessidades comunicativas. Essas problemáticas aparecem na escrita acadêmica quando consideramos as variações linguísticas e a adequação. Mas e quanto às gírias? Como evitá-las em ambientes formais? Assista ao vídeo a seguir e entenda melhor a questão da adequação vocabular. Paulista- Aí, mano. Tá ligado que sexta você ficou de me pagar aquele negócio, né? Carioca- Cara, relaxa! Não vou te dar o calote. Meu pai já me deu o dinheiro. (video) (evitar falar graças a Deus, o resto, por sorte, só..)
Norma culta- Quando pensamos em variação linguística, referimo-nos a todos os exemplos que acabamos de ver. No entanto, independente das diferenças citadas, há uma variedade da língua considerada de prestígio e que deve ser utilizada em determinadas situações comunicativas: a norma culta. MAS O QUE É EXATAMENTE ESSA NORMA CULTA?
É aquela formada por um conjunto de estruturas concebidas como corretas, que podem ser usadas tanto para falar quanto para escrever. Trata-se da chamada variante padrão. Essa norma é tão valorizada socialmente que, quando estão em um ambiente mais formal, os indivíduos com alto nível de escolaridade procuram monitorar sua fala. Vamos entender melhor essa questão... Em sua opinião, que frase está CORRETA? ( ) A gente vai até lá para conferir de perto. 	( ) Nós vamos até lá para conferir de perto.
GABARITO-As 2 formas estão corretas, mas há 1 diferença entre elas:primeira é coloquial,segunda segue a gramática normativa.
Forma marcada da língua - Vamos entender, agora, como a norma de prestígio funciona. Como vimos anteriormente, uma das formas em variação no português brasileiro contempla a oposição das estruturas a gente x nós. A ideia básica é de que a expressão A GENTE pode ser usada em ambientes informais e o pronome pessoal do caso reto NÓS – prescrito pela gramática normativa –, em ambientes formais. No entanto, precisamos considerar que, quando usada, a forma “a gente” deve ser acompanhada do verbo na 3ª pessoa do singular: a gente vai. Lembra-se daquela variação social sobre a qual conversamos? Ela nos mostra que há pessoas, falantes de uma variedade da língua chamada de não padrão, que dizem “a gente vamos”.
Mas qual é o problema desse uso? Isso é o que chamamos de forma marcada, e usá-la permite que aqueles que nos ouvem nos definam como parte de um grupo com baixo nível de escolaridade. Por exemplo, quando uma emissora de televisão quer delimitar, linguisticamente, uma personagem desse tipo, introduz, em sua fala, algumas marcas. É comum, por exemplo, que essa personagem diga: “Falano” em lugar de “falando”– suprimindo o “d” do gerúndio; “Eu vou TE falar pra você” em lugar de “Eu vou falar para você”;
“Ni mim” em lugar de “em mim”;“Eu tavo” em lugar de “eu estava”; “Pá nóis” em lugar de “para nós”.
(video) uma cena da novela Alto Astral, da Rede Globo, e analise as formas marcadas da língua nas falas do personagem Afeganistão. Observe que, embora as formas “nós tá nos ponto” ou “nós tá atrasado” envolvam o uso do pronome pessoal “nós”, a ausência da conjugação adequada – de acordo com a norma culta – na cena anterior marca a fala do personagem Afeganistão do mesmo modo. Por isso, em se tratando de variação linguística, é importante considerarmos nosso papel social.
Imagine que um professor universitário entra em sala de aula e diz a seus alunos acerca de um encontro com a coordenadora...
“EU VI ELA NO CORREDOR” Você acha que essa frase está errada? Reflita um pouco antes de checar a resposta.				Errado. Pois o pronome oblíquo deve ser usado. (Eu a vi no corredor)
Fala x escrita - A norma culta deve ser utilizada tanto na fala quanto na escrita. Mas será que essas modalidades da língua possuem as mesmas características? Certamente, NÃO! Precisamos ter CUIDADO para não levar para a escrita aspectos da fala.
Analise a manchete ao lado. Nela, observamos um erro ortográfico – resultado, provavelmente, da influência da oralidade.
Esse equívoco pode ter sido cometido porque, em várias regiões do Brasil, costuma-se não pronunciar o R final em verbos no infinitivo, conforme explicamos quando tratamos do regionalismo.
“PROFESSOR PODE ENTRA EM GREVE CONTRA EXAME”	
Mesmo que utilizemos a norma culta para falar e para escrever, fala e escrita são modalidades diferentes de uma mesma língua. Não escrevemos como falamos nem falamos como escrevemos, certo? Embora passemos boa parte do tempo diante do computador – seja nas redes sociais, seja trabalhando e estudando –, no final, utilizamos mais a fala do que a escrita. Então, a diversidade entre tais modalidades linguísticas. “migs, hj ñ vou pra facul” “pq? Q q houve? Ta td bem?” “to mal…dodoi...avisa o prof!” “podexa!melhoras!” “vlw e bjim”
Nunca escrevemos ou lemos tanto devido à internet: podemos nos comunicar via SMS e WhatsApp, através de posts nas redes sociais etc. Mas essa escrita e essa leitura excessivas apresentam alguma qualidade em termos de padrões linguísticos? O que dizer das abreviaturas que conferem agilidade no ambiente da web? A tendência a abreviações é muito grande pela necessidade de comunicação rápida, mas, como um caso de variação linguística, essas formas abreviadas devem se restringir a tais ambientes em que são requeridas. Por isso, é importante conhecer conceitos como adequação ao ambiente, formalidade, informalidade e variação. Quando nos familiarizamos com tais noções, compreendemos que não há nada de errado no uso do “internetês”, desde que ele se restrinja aos ambientes em que é adequado. Como mais um exemplo de variação linguística, esse tipo de linguagem é mais apropriado a certos contextos do que a outros. Diante de tudo o que já estudamos até o momento, não há como negar: vivemos em uma sociedade que dá um alto valor a quem escreve. Na verdade, a escrita é muito importante em nossas complexas relações sociais e práticas culturais. Isso quer dizer que o comportamento do homem – principalmente urbano – é regulado pela escrita. Se pensarmos na esfera pública, por exemplo, vamos nos deparar com ofícios, requerimentos, memorandos etc.: todos esses documentos têm de ser escritos com extremo rigor linguístico, com base na norma culta da língua, porque os contextos em que circulam exigem esse padrão. Mas nós, brasileiros, ainda temos dificuldade de seguir tais regras da Língua Portuguesa por não atentarmos para a diversidade sobre a qual discutimos entre fala e escrita. De acordo com Silva (2007): “Todos se queixam de que português é difícil. O brasileiro é chorão? Não me parece que possa ser definida como chorona uma nacionalidade marcada pelo carnaval, pelo humor e pelo riso purificador com os quais suporta males seculares. A queixa pode ser assim resumida: a língua falada é uma, mas a língua escrita é outra.” Com base em Koch e Elias (2009, p. 16), podemos estabelecer algumas diferenças entre as modalidades FALA e ESCRITA. Vejamos: Isso significa que, quando falamos, planejamos menos do que quando escrevemos. Além disso, a fala nos permite deixar informações mais implícitas, em função do contexto que está ali, diante dos falantes, o que não ocorre na escrita. Por isso, a escrita deve ser mais elaborada, planejada
e explícita.
Fala – Contextualizada – Implícita – Não planejada – Pouco elaborada – Predominância de frases curtas, simples ou coordenadas. Escrita – Descontextualizada – Explícita – Planejada – Elaborada – Predominância de frases complexas, com subordinação abundante. 
Norma-padrão X Coloquialismo - Agora que você já entendeu a diversidade entre fala e escrita, vamos nos ater às diferenças entre os registros coloquial e culto da língua. Alguns fenômenos são típicos da escrita e merecem um pouco mais de cuidado por parte de quem escreve – principalmente em ambientes de maior formalidade. Vamos analisar o quadro ao lado e identificar tais aspectos.
REGISTRO COLOQUIAL						REGISTRO CULTO
Eu vi ela ontem.							Eu a vi ontem.
Isso é muito bom pra gente.						Isso é muito bom pra nós.
O trabalho era uma parade sinistra.					O trabalho era dificílimo.
Cê tira o negocinho da torneira e conserta ela.			Tire a carrapeta da torneira e conserte-a.
Todo mundo sabe esse negócio. 					Todos têm conhecimentos dessa questão.
Se retire daqui.							Retire-se daqui.
O cara veio pra cima de mim berrando.				O homem interpelou-me aos gritos.
Falta cinco minutos pra acabar a aula.				Faltam cinco minutos para acabar a aula.
O director pediu pra mim vim aqui.					O director pediu pra eu vir aqui.
Essa coluna apresenta usos muito comuns na oralidade,		Essa coluna, por sua vez, apresenta os mesmos usos
mas que têm de ser evitados – principalmente em textos		ajustados de acordo com a norma culta da língua.
escritos. Todavia, até mesmo em contextos em que a fala 
culta é requerida, devemos ter o cuidado para não 
cometermos esses desvios.
ONDE x AONDE (ONDE ESTOU… AONDE VOU?) Ainda que tenhamos conhecimento da norma culta da língua, há termos que provocam dúvidas na hora de falar e escrever de acordo com esse padrão. Por exemplo, você sabe quando utilizar ONDE e AONDE? Vamos fazer um teste. Qual, entre as frases a seguir, está CORRETA?  (   ) Onde nós vamos? 	 (   ) Aonde nós vamos? 
Quando há, na oração, um verbo que indica movimento – como o verbo IR, por exemplo –, o correto é usar AONDE. Mas, se a pergunta fosse feita com o verbo ESTAR, o correto seria: Onde você está? Sabe por quê? Simples! O verbo ESTAR não indica movimento
Outra dúvida bastante frequente na hora de escrever diz respeito ao uso de HÁ e A. Mas saná-la é algo bem simples! Veja...
HÁ = flexão do verbo HAVER, que pode ser usada no sentido de:
Existir					-		Tempo decorrido ou passado
Há dez alunos fazendo prova.				Nós chegamos há duas horas.
Para ela, só há no mundo o neto.			Há cinco anos, deixei de fumar.
Quando há paixão, não raro o ciúme surge.		Vivo nesta casa há dez anos.
HÁ X A - Analise, agora, o seguinte exemplo: A TURMA DO PORTUGUÊS EM… pelos próximos dez mil anos.
“Eu nasci há dez mil anos atrás. E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais…”
“Senhor raula HÁ já indica passado. Deixe o atrás pra trás. Afinal, o senhor é eterno.”
Se o verbo HAVER já indica tempo passado, não há necessidade de dizer, por exemplo, “HÁ dez minutos atrás” ou “HÁ anos atrás”, pois isso é classificado como PLEONASMO, ou seja, repetição desnecessária de ideias. Basta afirmar “HÁ dez minutos” ou “HÁ dez anos”. Usamos A nas seguintes situações:
Artigo definido						- 	Tempo future
A aluna não devolve o trabalho corrigido.			Ela chegará daqui a 10 minutos.
Não Podemos nos esquecer de que a universidade forma profissionais.	Daqui a pouco, veremos o resultado
Analise, agora, o seguinte exemplo:“…Daqui há pouco vão querer proibir a globalização”
Há leis que pegam e leis que não pegam. Aposto que essa do deputado Carrion não vai pegar. Daqui há pouco vão querer proibir a globalização. 
Se “Daqui há pouco” indica futuro, houve um equívoco na escrita com o verbo HAVER. O correto seria: “Daqui a pouco”.
MAU X MAL - Para não se equivocar quanto ao uso de MAU e MAL, lembre-se: MAL é o oposto de BEM. MAU é o oposto de BOM.
Partir desse conhecimento para evitar enganos é válido, mas podemos compreender os motivos do emprego de cada termo em determinadas sentenças. Vamos entender melhor...
1- O garoto MAU ofendeu sua tia.				2- O garoto está passando MAL.
Observe que, nesse caso, a palavra MAU refere-se ao substantivo	Nesse caso, MAL é um advérbio. Por isso, não pode sofrer
GAROTO. Logo, trata-se de um adjetivo. Mas e se, no lugar dele, 	variação. Vamos testar essa teoria? Mude o termo
usássemos o vocábulo GAROTA?	GAROTO por GAROTA e verifique se haverá mudança de gênero do vocábulo destacado:
TERÍAMOS A SEGUINTE ORAÇÃO- 				A GAROTA ESTÁ PASSANDO MAL!
A garota má ofendeu sua tia.					Não houve alteração na palavra em destaque, porque os 
Afinal, os adjetivos podem varias em gênero e em numero.	Advérbios são invariáveis. Além disso, aqui, MAL não se refere ao substantivo GAROTA, mas modifica a locução verbal ESTÁ PASSANDO.
MENOS X MENAS - Por fim, para acabar com suas dúvidas – e de muitos – quanto ao uso de alguns termos, de antemão, lembre-se: MENAS NÃO EXISTE NA LÍNGUA PORTUGUESA.
Isso já facilita nossa vida! Vejamos alguns exemplos de seu emprego:
√ Elas está menos tensa.			X Ela está menas tensa
√ Fábio comeu menos carne.			X Fábio comeu menas carne.
√ Márcia ficou menos arredia.		X Márcia ficou menas arredia.
MENOS é um advérbio, ou seja, uma palavra que exprime uma circunstância – nesse caso, de quantidade ou intensidade. E, como já vimos, advérbios são invariáveis!
Para entender suas funções na língua e a diferença entre advérbio e pronome indefinido, assista ao vídeo a seguir.
Adverbios – São palavras invariáveis, ou seja, não tem plural, nem masculine ou fem, que se ligam ao verbo pra introduzir ideia de tempo, modo, etc. Adverbios de intensidade modificam tb adjtivos etc adverbios.(muito, pouco, mais, menos, bastante,etc.)
Ele trabalhou MUITO – Ele está MUITO cansado – Ele mora MUITO longe.
Os pronomes indefinidos MUITO, POUCO, MAIS E MENOS naturalmente se confundem com os advérbios de intensidade.
Ele tem MUITO dinheiro (muito- pronome)		Ele está MUITO cansado (adverbio)
Ele escreve MUITO bem. (adverbio)			Com MAIS tempo ele iria MAIS longe. (pron. Adv)
Meio também pode ser advérbio de intensidade.
Tinha passado quase MEIA HORA.(numeral)	O hotel oferecia MEIA PENSÂO, café e jantar.(numeral)
Ela ultimamente anda MEIA desconfianda. (adverbio) Eles andam MEIO desconfiados.
AULA MAGNA ANÁLISE TEXTUAL - O impossível acontece - O Messias nasceu de uma virgem. O grande pensador grego nunca escreveu um livro. A nona sinfonia é fruto de um homem surdo. Na Biblioteca de Babel o leitor era um poeta cego. E não tinha mãos o homem que fez as mais belas esculturas do meu país. (Affonso Romano de Sant’Anna) – Jesus – Sócrates – Beethoven – Conto de Borges – Aleijadinho
“Elesbão era conhecido na cidade por três particularidades- Era bleso, sofria de incurável ofíase e criava um gimnuro. Além disso, seu rosto glabriúsculo lembrava o de uma donzela gípsea. Nesse dia, Elesbão justamente achavascado, ficou de cafiroto aceso, acafobou-se e acajipou a fucinheira do cafuzo. Mas este, nem chus nem bus”.
Bleso= do grego, blaisos, com as pernas tortas, no latim virou blaesus, gago. Ofíase= óphis, do grego,serpente (e perde a pele)
Alopecia= raposa (perde muito pelo) careca
Língua Portuguesa / Aula 2 – Verbo – Introdução -Gramática - Para entendermos o conceito de gramática, vamos analisar o diálogo a seguir:
OI, JÚLIA! VOCÊ FOI À FESTA DA CAMILA?		FUI, ANA! E CONHECI O NAMORADO DELA...
E O QUE VOCE ACHOU?				HUM... NÃO SEI BEM!
POR QUÊ?					ELE FALA “A GENTE FOMOS”! NÃO SABE GRAMÁTICA.
Como você percebeu, a personagem Júlia afirma que o namorado de Camila não conhece gramática, porque utiliza algumas estruturas consideradas inadequadas em termos de norma culta da língua. Mas a que noção de gramática Júlia se refere? Vejamos... Tipos de gramática - Há várias formas de definirmos gramática, mas vamos apresentar aqui somente duas classificações. São elas: Gramática internalizada - VOCÊ SABE O QUE É? É o conjunto de regras
que a criança internaliza durante o processo de aquisição da linguagem.
Por que, por exemplo, uma criança fala “Eu já fazi” no lugar de “Eu já fiz”? Simples: porque ela ainda não conhece as exceções à regra de manutenção do radical do verbo nas conjugações.
Se a criança diz “Eu já bebi” e “Eu já comi”, seguindo os radicais dos verbos BEBER e COMER, respectivamente, acrescidos de um [i] final, ela dirá “Eu já fazi” (FAZER).
Isso significa que ela criou uma regra em que [i] seria uma forma de expressar o passado.
Gramática normative - Muitos associam esta expressão à imagem de um livro – seja impresso, seja virtual.
Mas será que devemos interpretar a gramática normativa somente dessa forma? A gramática normativa é um conjunto de regras gramaticais que estabelece um padrão de linguagem, cujo emprego deve se adequar aos contextos formais de uso da língua. Na verdade, essa gramática indica a formalidade de uso da língua. Agora, observe um exemplo de como a gramática normativa indica a formalidade de uso da língua... Frequentemente, ouvimos na fala do indivíduo considerado culto, a seguinte frase: “O LIVRO QUE EU GOSTO JÁ ESGOTOU”
No entanto, a gramática normativa prescreve uma construção diferente: “ O LIVRO DE QUE EU GOSTO TAMBÉM JÁ ESGOTOU.”
Essa prescrição é baseada no fato de que, de acordo com a norma-padrão, a regência do verbo GOSTAR exige a preposição “de”. Exemplo: Eu gosto disso. O estudo da gramática de uma língua divide-se em quatro partes, quais sejam:
FONOLOGIA				MORFOLOGIA				SINTAXE									SEMÂNTICA
(QUE TRATA DOS FONEMAS)			(QUE TRATA DAS CLASSES DE PALAVRAS)	(QUE TRATA DAS FUNÇÕES E DAS RELAÇÕES DAS	 PALAVRAS NAS SENTENÇAS) 		(QUE TRATA DOS SIGNIFICADOS DAS PALAVRAS)
Vamos entender melhor o que é a sintaxe. Sintaxe
Vamos apresentar, agora, alguns aspectos da sintaxe, ou seja, da função e da relação entre as palavras de uma sentença. Para isso, analise as falas do Mestre Yoda- personagem famoso da saga Star Wars (Guerra nas estrelas):
“PODEROSO VOCÊ SE TORNOU. O LADO ESCURO SINTO EM VOCÊ”.
Você observou como o personagem fala?		Ele não pronuncia as palavras em ordem direta:
SUJEITO + VERBO + OBJETO			-	Mas inverte os termos da oração, o que dificulta seu entendimento.
Para que possamos comunicar nossas ideias, os enunciados da língua devem aparecer em determinada ordem e estabelecer uma relação coerente entre si. Em outras palavras, nosso discurso precisa ser organizado com base em uma estrutura sintática que nos permita formar frases claras e objetivas. A seguir, vamos entender melhor os conceitos de frase e de verbo.
Tipos de frase - A FRASE é um enunciado que possui sentido completo. Há dois tipos de frase:
Frase nominal - Aquela que não apresenta verbo. EX: SOCORRO! UMA BARATA.
Frase verbal - Também chamada de oração, trata-se daquela que possui verbo. EX: VOU SOCORRER VOCÊ.
De agora em diante, vamos conversar um pouco mais sobre o verbo. Modo e tempos verbais - Como vimos, o VERBO  é a unidade que significa ação ou processo organizado para expressar o modo, o tempo, a pessoa e o número. Mas o que isso significa? Vamos descobrir a partir da análise do diálogo a seguir.
A) FELIPE! ACERTEI TODAS AS QUESTÕES DA PROVA. ESTUDEI MUITO!	B) EU NÃO ESTUDEI NADA! SE EU SOUBESSE QUE VOCÊ TINHA ESTUDADO... VOCê PODIA ME AJUDAR A ESTUDAR PARA AS PROXIMAS PROVAS? NÃO VAI SE ESQUECER DOS AMIGOS.
A) CONTE COMIGO! VOCÊ ESTÁ SALVO! A PARTIR DE HOJE, MELHORARÁ SEU DESEMPENHO, E A PROFESSORA O APROVARÁ! O diálogo que acabamos de ver  apresenta os tópicos mencionados que envolvem o verbo. São eles: Modo, Tempo, Número e Pessoas do discurso. Modo:
INDICATIVO: NAS PRIMEIRA E SEGUNDA FALA, LUCAS E FELIPE AFIRMARAM: ACERTEI TODAS AS QUESTÕES DA PROVA! EU NÃO ESTUDEI NADA! (Nesse caso, o conteúdo é tomado pelo falante como certo).
SUBJUNTIVO: NA SEGUNDA FALA, DIANTE DA NOTÍCIA DADA PELO AMIGO, FELIPE SUSPIRO: SE EU SOUBESSE QUE VOCÊ TINHA ESTUDADO... (Nesse caso, o conteúdo é tomado pelo falante como duvidoso).
IMPERATIVO: NA QUARTA FALA, FELIPE AVISA A LUCAS: NÃO VAI SE ESQUECER DOS AMIGOS. (Nesse caso, o conteúdo expressa uma ordem, uma súplica, um conselho. Além disso, ele pode ser: affirmativo –“vai se esquecer” ou negativo “não vai se esquecer”.
Tempo - PRESENTE – AQUELE QUE INDICA O MOMENTO ATUAL, COMO NA PENÚLTIMA FALA: VOCÊ ESTÁ SALVO!
PASSADO OU PRETÉRITO – AQUELE QUE É ANTERIOR AO MOMENTO EM QUE SE FALA, COMO NAS PRIMEIRAS FALAS: ACERTEI TODAS AS QUESTÕES DA PROVA! EU NÃO ESTUDEI NADA!
FUTURO- AQUELE QUE É POSTERIOR AO MOMENTO QUE SE FALA, COMO NA ÚLTIMA FALA: A PARTIR DE HOJE, MELHORARÁ SEU DESEMPENHO, E A PROFESSORA O APROVARÁ!
Número - As formas verbais podem se apresentar no singular ou no plural. No caso do diálogo, elas aparecem somente no singular. Vejamos: “Acertei”, “estudei”, “soubesse”, “tinha estudado”, “podia”, “está”, “melhorará”, “aprovará”.
Pessoas do Discurso - 1a Pessoa- Aquela que fala, como em: ACERTEI TODAS AS QUESTÕES DA PROVA! EU NÃO ESTUDEI NADA!
2a Pessoa- Aquela com quem se fala, como em: (VOCÊ) NÃO VAI SE ESQUECER DOS AMIGOS.
3a Pessoa- Aquela de quem se fala, como em: A PARTIR DE HOJE, MELHORARÁ SEU DESEMPENHO, E A PROFESSOAR (ELA) O APROVARÁ!
Os pronomes de tratamento “você(s)”, “senhor(a)” e “senhores(as)”, que fazem referência à 2ª pessoa, mas que se manifestam, formalmente, na 3ª, conjugam-se nesta última. A tabela a seguir apresenta essa conjugação:
NUMERO		PESSOA		SUJEITO
SINGULAR	1ª		EU
SINGULAR	2ª		TU
SINGULAR	3ª		ELE, ELA (VOCÊ, SENHOR(A))
PLURAL		1ª		NÓS
PLURAL		2ª		VÓS
PLURAL		3ª		ELES, ELAS (VOCÊS, SENHORES(AS)).
Atividade 1 - Identifique o modo da forma verbal presente na propaganda a seguir:
“NÃO ESQUEÇA A MINHA CALOI.”
Transitividade verbal - A partir deste momento, vamos tratar de outra característica dos verbos: a transitividade. VOCÊ SABE DEFINIR ESSE CONCEITO?
A transitividade indica se o verbo necessita ou não de complemento. O significado do verbo pode precisar ser completado por uma estrutura, ou seja, transitar até seu complemento. Quer ver um exemplo? Veja a seguir:
“OI, PAULO! TUDO BEM:” “TUDO JOÃO! IA PROCURAR VOCÊ! ESTOU PRECISANDO...” “DE QUÊ, PAULO: SE VOCÊ NÃO DISSER, NÃO VOU ADIVINHAR!” “CALMA! O FATO É QUE EU COMPREI UM CARRO USADO!” “EU PRECISO DO ENDEREÇO DO SEU MECÂNICO. ONDE ELE MORA:” “QUERO QUE ELE FAÇA UMA REVISÃO GERAL NO CARRO!”.
Como você percebeu, João fica irritado com a ausência de informação por parte de Paulo, porque este não completa, de imediato, a frase que inicia com o verbo PRECISAR, o que a deixa momentaneamente sem sentido.
Mas por que isso acontece? Vejamos a seguir...Você pode não conhecer o nome técnico do fenômeno linguístico que envolve o caso apresentado, mas, provavelmente, você sabe que “quem precisa” precisa DE ALGO. Essa noção já faz parte de nosso conhecimento enciclopédico sobre a Língua Portuguesa. Por isso, se tal verbo não for acrescido de uma sequência de ideias que torne seu significado completo, não o entenderemos por si só.
Você observou que, na história, Paulo disse a João que comprou “um carro”?
Assim como PRECISAR, o verbo COMPRAR também exige complemento. A diferença entre eles baseia-se no fato de que COMPRAR não exige complemento preposicionado, mas PRECISAR requer o uso da preposição. Por isso, esse verbo é transitivo indireto – classificação sobre a qual discutiremos adiante.
Na verdade, usamos as preposições o tempo todo – como você pode observar nos diálogos abaixo –, mas não nos damos conta disso. A preposição é a palavra que tem a função de relacionar termos ou orações.
“GOSTO DE VOCÊ! TENHO SAUDADE DE VOCÊ!”			E EU COM ISSO?
Para entender melhor o assunto, assista ao vídeo a seguir sobre a etimologia e o valor semântico das preposições.
O diálogo que lemos anteriormente nos mostra que alguns verbos precisam de complemento – os chamados transitivos – e outros não – os chamados intransitivos. Quanto à transitividade, os verbos podem ser:
“TRANSITIVOS INDIRETOS = AQUELES QUE EXIGEM COMPLEMENTO PREPOSICIONADO;”
“TRANSITIVOS DIRETOS
– AQUELES QUE EXIGEM COMPLEMENTO SEM PREPOSIÇÃO”
“BITRANSITIVOS OU TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS = AQUELES QUE EXIGEM OS 2 TIPOS DE COMPLEMENTO.
Atividade - 2. Na propaganda a seguir, há dois verbos: TOMOU e SUMIU. Como esses verbos são classificados, respectivamente, quanto à transitividade? 	“TOMOU DORIL A DOR SUMIU” 	( ) Transitivo direto e intransitivo.	( ) Transitivos indireto e intransitivo.		( ) Transitivo direto e indireto e intransitivo.
3. Analise as propagandas e identifique as formas verbais nelas presentes quanto à transitividade.
“A HORTIFRUTI APRESENTA: A HORTALIÇA REBELDE.Uma história de amor e união da família Hortifruti. *aqui a natureza é a estrela*.
Para finalizarmos nossa discussão sobre a transitividade verbal, assista ao vídeo a seguir. Regência verbal - Em uma visão bem tradicional, a regência verbal é o estudo da relação de dependência entre os verbos e seus complementos. Lidamos o tempo todo com verbos que precisam ou não de complemento: é tão normal que não nos damos conta disso.  Agora, parando para refletir, você já pensou que usar ou não uma preposição pode alterar o significado de um verbo?  Por exemplo, considere que um juiz diga as frases a seguir: Eu assisto o jogo. 	Nesta frase, temos o sentido de “prestar assistência, ajudar, socorrer”: usa-se sem preposição.
Eu assisto ao jogo.	Já nesta, temos o sentido de “ver, presenciar” e, nesse caso, a preposição é obrigatória.'' Observe os significados do verbo assistir em relação a sua regência:
“ASSISTIR = Transitivo direto (prestar assistência, ajudar, acompanhar um doente). ASSISTIR = Transitivo indireto (presenciar, ver; caber, pertencer). ASSISTIR = Intransitivo (morar, residir)- pouco utilizado atualmente.
Atividade - 4. (Conc. Escrivão de Polícia) Assinale a alternativa em que o significado do verbo apontado entre parênteses NÃO corresponde à sua regência: a) Com sua postura séria, o diretor assistia todos os funcionários dos departamentos da empresa. (ajudar)
b) No grande auditório, o público assistiu às apresentações da Orquestra Experimental. (ver) c) Esta é uma medida que assiste aos moradores da Vila Olímpia. (caber) d) Estudantes brasileiros assistem na Europa durante um ano. (observar)
“NÃO PISE NAO GRAMA” 	Aqui, há o uso de:	NA = preposição EM + artigo A
Embora vejamos a preposição “em” regendo o verbo “pisar”, sob o olhar normativo, existe um problema na sentença. A prescrição indica que o adequado seria:
Não pise a grama. 	Vamos pensar, agora, em uma música?
Tim Maia canta: [...] Pensei até em me mudar, lugar qualquer que não exista o pensamento em você [...]	Mas a norma prescreve “lugar qualquer em que não exista”.
“MERCEDES-BENS = A MARCA QUE TODO MUNDO CONFIA”
E nas campanhas publicitárias? Veja o que aconteceu na campanha da Mercedes Benz de 2011:	A propaganda destaca: Mercedes-Benz: A marca que todo mundo confia.
No entanto, o verbo “confiar” é regido pela preposição EM. Logo, a frase deveria ser escrita desta forma: Mercedes-Benz: A marca EM que todo mundo confia.
“AI, AMOR! SE LEMBRA DE QUE VOCÊ ME PROMETEU UMA VIDA DE PRINCESA QUANDO CASAMOS?	POIS É... MEU CONTO DE FADAS ESTÁ MAIS PARA CONTO DE TERROR!”.
O verbo “lembrar” possui duas regências. Sendo assim, ele pode ser:
• Transitivo direto – lembrar algo;
• Transitivo indireto – lembrar-se de algo.
Nesta tirinha, há um problema quanto à colocação pronominal. Vejamos:
• “Se lembra de” → linguagem coloquial;
• “Lembra-se de” → norma-padrão prescrita pela gramática.
Embora isso aconteça, a regência do verbo está correta, pois, em sua fala, a esposa usa a preposição “de” associada à partícula “se”.
“IH, ANA. MINHA MÃE ESQUECEU DE COMPRAR SEU PRESENTE.	SEM PROBLEMAS, JU!	AH, NÃO VAI ME DIZER QUE O IMPORTANTE É MINHA PRESENÇA, NÃO É?	NÃO! MAS O PRESENTE PODE ESPERAR!”
Assim como o verbo “lembrar”, o verbo “esquecer” possui duas regências. Sendo assim, ele pode ser: • Transitivo direto – esquecer algo; • Transitivo indireto – esquecer-se de algo.
Nesta tirinha, a regência do verbo está incorreta, pois a menina usa a preposição “de” SEM a partícula “se”. A prescrição indica que o correto é: Minha mãe se esqueceu de comprar seu presente...
O QUE VOCê VAI QUERER, LUÍSA? PIZZA OU CACHORRO QUENTE?
EU PREFIRO PIZZA DO QUE CACHORRO QUENTE.
O verbo “preferir” tem o sentido de “escolher” e possui dois objetos. São eles:
Objeto direto, sem preposição – aquilo que escolhemos;
Objeto indireto, com preposição “a” – aquilo que deixamos em segundo plano. Nesta tirinha, então, a sentença deveria ter sido redigida da seguinte forma: Eu prefiro pizza a cachorro quente.
Atividade - 5. (UNIMEP – SP) Quando implicar tem sentido de “acarretar”, “produzir” como consequência, constrói-se a oração com objeto direto, como se vê em:
( ) Quando era pequeno, todos sempre implicaram comigo.	( ) Muitas patroas costumam implicar com as empregadas domésticas.	( ) Pelo que diz o assessor, isso implica em gastar mais dinheiro. ( ) O banqueiro implicou-se em negócios escusos.		( ) Um novo congelamento de salários implicará uma reação dos trabalhadores.
6. (FGV – SP) Assinale a alternativa em que há ERRO de regência verbal: ( ) Os padres das capelas que mais dependiam do dinheiro desfizeram-se em elogios à garota. ( ) As admoestações que insisti em fazer ao rábula acabaram por não produzir efeito algum. ( ) Nem sempre, o imigrante, em cujas faces se refletia a angústia que lhe ia na alma, tinha como resolver a situação. ( ) Era uma noite calma que as pessoas gostavam, nem fria nem quente demais. ( ) Nem sempre, o migrante, cujas faces refletiam a angústia que lhe ia na alma, tinha como resolver a situação.
7. (UFSCar - SP) Assinale a alternativa CORRETA quanto à regência verbal: a) A peça que assistimos foi muito boa. b) Estes são os livros que precisamos. c) Esse foi um ponto que todos se esqueceram. d) Guimarães Rosa é o escritor que mais aprecio. e) O ideal que aspiramos é conhecido por todos.
Regência nominal - Assim como acontece com os verbos, os nomes também podem ser transitivos, ou seja, podem necessitar de complementos para que apresentem significação completa.
Observe a transitividade dos nomes a seguir:
ESSE FILME É IMPRÓPRIO PARA MENORES. (IMPRÓPRIO para quem?)
NOSSOS PAIS ESTÃO CONTENTES POR VOCÊ. (CONTENTES por quê;quem?)
OS MEMBROS DA DIRETORIA VOTARAM FAVORAVELMENTE AO PROJETO. (FAVORAVELMENTE a quê?)
Uso das preposições: casos especiais - Em SILVA (2003), há diversos casos interessantes acerca do uso das preposições. Escolhemos apenas alguns para discutir nesta aula.
Conheça alguns desses casos especiais do uso das preposições.
1. A EXPRESSÃO CORRETA É EM NÍVEL - Exemplo: Essa questão será resolvida em nível federal. Lembramos que a expressão “a nível de” é um modismo a ser evitado.
DELE quando corresponde a pronome possessivo. EX: A paciência DELE acabou, e ele saiu da sala.
DELE quando corresponde à combinação da preposição de com o pronome pessoal oblíquo tônico ele, na função de objeto indireto. EX: Ana gosta muito DELE, mas prefere ficar em silêncio. 
DE ELE=Preposição DE + o pronome pessoal reto ele.Essa combinação só pode ser usada quando ELE for sujeito de uma oração reduzida de infinitivo.Exs: Conversamos sobre isso de ELE SAIR.de que ele saísse. Apesar de ELE TER comprado o carro, foi de táxi à festa.
2. DELE OU DE ELE? - O segredo é o verbo no INFINITIVO. Só podemos usar DE ELE quando houver esse verbo. Exemplo: Fizemos a surpresa antes de ele chegar ao curso. Essa regra também se aplica em outros casos, tais como:
PREPOSIÇÃO + ARTIGO: Exemplo: As contratações cessaram depois de a polícia ter descoberto todo o golpe.
PREPOSIÇÃO + PRONOME DEMONSTRATIVO: Exemplo: O médico comprou o equipamento, apesar de essa empresa não garantir a troca.
3. A FORMA PRESCRITA É TEM DE. Embora o uso da forma “tem que” esteja consagrado e muitos autores considerem as duas formas aceitáveis, devemos utilizar, preferencialmente, a forma “tem de”. Exemplo: A família tem de pagar todas as dívidas.
4. PARA MIM OU
PARA EU? Devemos observar que:		a) “Eu” é um pronome pessoal do caso reto e exerce a função de sujeito;
b) “Mim” é um pronome pessoal oblíquo tônico, NUNCA exerce a função de sujeito e, obrigatoriamente, deve ser usado com preposição: “a mim”, “de mim”, “entre mim”, “para mim”, “por mim” etc. Exemplos: Ana trouxe o livro PARA EU ler. (= sujeito)		Ana trouxe o livro para MIM. (= não é sujeito)				No primeiro caso, há duas orações: “Ana trouxe o livro” = oração principal				“para EU ler” = oração reduzida de infinitivo (= para que eu lesse)
Nesse caso, devemos usar o pronome pessoal do caso reto (EU), porque este exerce a função de sujeito do verbo infinitivo (LER).		Em síntese, a diferença entre PARA MIM e PARA EU está na presença ou não de um verbo (sempre no infinitivo) após o pronome.
Portanto, sempre que houver um verbo no infinitivo, devemos usar os pronomes pessoais retos. Isso ocorrerá com qualquer preposição.	Exemplos: Minha irmã saiu da festa antes DE MIM. Ela voltou para o escritório antes DE EU chegar. Nossos professores fizeram isso POR MIM. Mariana fez isso POR EU estar cansada.	Observe, no entanto, a mudança no significado trazida pelo uso da vírgula:		PARA EU sair de casa, foi preciso organizar minhas finanças.		PARA MIM, vender meu primeiro imóvel foi uma grande conquista.	Na primeira frase, o pronome pessoal reto (EU) é o sujeito do infinitivo (SAIR).		Já na segunda frase, a vírgula indica que PARA MIM está deslocado. Nesse caso, devemos usar o pronome oblíquo (MIM), pois este não é o sujeito do verbo VENDER.
5. NÃO HÁ NADA ENTRE EU E VOCÊ OU ENTRE MIM E VOCÊ? Como explicamos anteriormente, “Eu” é pronome pessoal do caso reto e só pode ser usado na função de sujeito:		Com verbo no infinitivo – Não há nada ENTRE EU sair e você ficar em casa;
Sem verbo no infinitivo – Não há nada ENTRE MIM E VOCÊ.
6. A QUEM - Quando o substantivo que antecede o pronome relativo é pessoa, podemos usar o pronome “quem”.
Exemplo: Aquele é o professor A QUEM enviei o trabalho.
7. DE QUE, DE QUEM OU DO QUAL? Estes são os processos DE QUE (ou DOS QUAIS) o escritório dispõe.
(= o escritório dispõe DOS PROCESSOS)
Estes são os advogados DE QUEM ou DOS QUAIS o escritório dispõe.
(= a empresa dispõe DOS ADVOGADOS)
ATENÇÃO! O pronome relativo QUAL deve ser usado sempre que vier antecedido de preposição que não seja monossílaba (“após”, “contra”, “desde”, “entre”, “para”, “perante”, “sobre” etc.).
Exemplos: Este é o livro SOBRE O QUAL falei ontem. Esta é a ocasião PARA A QUAL eles se prepararam tanto.
8. CUJOO pronome relativo “cujo” deve ser usado sempre que houver ideia de posse. Exemplos: Ali está o cozinheiro DE CUJO bolo ninguém gostou. A preposição “de” é exigência do verbo “gostar”. vEste é o autor A CUJA obra eu me referi.
A preposição “a” é regida pelo verbo “referir”. Aquele é o filósofo COM CUJAS ideias eu não concordo. A preposição “com” é regida pelo verbo “concordar”. Veja a revista EM CUJAS páginas li sobre aquela nova dieta. (= eu li sobre aquela nova dieta NAS PÁGINAS) Encontrei na livraria o romancista CUJA obra foi premiada. (= A OBRA foi premiada -> sem preposição) - ATENÇÃO! Não usamos artigo definido entre o pronome “cujo” e o substantivo. Ex: Na próxima rua, temos a universidade CUJO aluno inventou o novo chip.
9. PRONOMES RELATIVOS - Os pronomes relativos aparecem precedidos de preposição quando os verbos que acompanham são regidos por preposições.
Exemplos: Compro sempre naquela loja os doces DE QUE eu gosto tanto. O mecânico A QUEM eu chamei mais cedo já chegou. Dr. Jorge é o médico EM QUEM meus avós tanto confiam.
10. PRONOME QUE - O pronome “que” pode aparecer: Com ou sem preposição – quando substituir coisa; Sem preposição – quando substituir pessoa (equivale a QUEM); Exemplos: Os refrigerantes QUE compramos acabaram rápido. Os refrigerantes DE QUE precisávamos para a festa não chegaram. As senhoras QUE cumprimentamos eram muito simpáticas. As senhoras A QUEM convidamos para a festa não vieram.
Aula 3 – Concordância - Concordância = adequação da língua - Nesta segunda aula, vamos ampliar nosso saber linguístico com base no estudo das noções de concordância nominal e verbal. Mas o que é concordância?
EXEMPLO 1 – Parece que não existe mais pessoas interessadas neste assunto. O QUE HÁ DE ESTRANHO NESSA FRASE? Se não há “mais pessoas interessadas neste assunto”, então, o verbo deveria estar no plural. Logo, o correto seria: “PARECE QUE NÃO EXISTEM MAIS PESSOAS INTERESSADAS NESTE ASSUNTO”.
EXEMPLO 2 – Vou mandar anexo no email os relatórios. E NESTA FRASE? O QUE LHE CHAMOU A ATENÇÃO? Se o substantivo “relatórios” está no plural, o adjetivo “anexo” deve seguir essa categoria da língua. Logo, o correto seria: “VOU MANDAR ANEXOS NO EMAIL OS RELATÓRIOS”. Agora, as frases possuem CONCORDÂNCIA.  Mais adiante, vamos estudar um pouco de teoria  para que possamos compreender melhor esse tema. Mas, antes, teste seus conhecimentos através da atividade a seguir.
Atividade - 1 - Com base no que vimos anteriormente, identifique os equívocos de concordância nas frases a seguir e reescreva-as corretamente:
Segue anexa as atas de registro de preço.:
Todas as decisões tratadas na reunião e assinadas pelo chefe foi seguido.:
Agora, vamos à análise teórica desses casos. Um pouco de teoria - A Língua Portuguesa é bastante flexível no que diz respeito à posição dos elementos na frase. Observe os seguintes exemplos:
A) As duas alunas inteligentes já começaram a estudar para a prova de amanhã. B) Já começaram a estudar para a prova de amanhã as duas alunas inteligentes. C) Para a prova de amanhã, já começaram a estudar as duas alunas inteligentes.
No exemplo (a), a frase está na ordem direta, ou seja, na ordem padrão da língua: 	SUJEITO		+	VERBO		+	 COMPLEMENTO
Mas por que isso é importante para a concordância? Vejamos... Ordem direta e inversa - Vamos voltar ao exemplo que apresentamos no início da aula: Parece que não existe mais pessoas interessadas neste assunto. Esse tipo de erro, geralmente, devido à inversão dos elementos na frase, como vemos em:	Não veio à aula de matemática do turno da manhã ontem os nossos melhores alunos.
Sim, colocando a frase na ordem direta. Isso é importante para verificar a concordância do VERBO com o SUJEITO.
No caso dos exemplos em questão, o correto seria: Parece que mais pessoas interessadas neste assunto não existem. Não vieram à aula de matemática do turno da manhã ontem os nossos melhores alunos. “MAS HÁ COMO EVITAR ESSES EQUÍVOCOS?” Não quer dizer que a ordem inversa não deva ser usada, mas, se você a escolher, poderá correr o risco de se enganar quanto à concordância. Ao menos na hora da revisão, procure utilizar a ordem direta. Atividade
2 - Para testar seus conhecimentos e verificar se entendeu a diferença entre ordem direta e inversa da língua, coloque as frases a seguir na ordem direta, ajustando a concordância, quando necessário: Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante. :		Os dois irmãos, na hora do jantar, sem o menor constrangimento, comeu antes de lavar as mãos.:
Agora, vamos retomar alguns pontos sobre os quais já discutimos nas aulas anteriores e identificar sua relação com a concordância. Adequação linguística - Como vimos na primeira aula, a maneira como falamos ou escrevemos revela muito do que somos e do que conhecemos. Em outras palavras: O uso que fazemos da língua marca-nos socialmente. Analise os seguintes exemplos: * As menina está pronta. * As meninas estão prontas. 
“FRASES DESSE TIPO IDENTIFICAM A QUE COMUNIDADE LINGUÍSTICA PERTENCEM AS PESSOAS QUE AS PROFEREM. E QUANDO EMPREGAMOS A LÍNGUA ADEQUADAMENTE EM CONTEXTOS FORMAIS, DE ACORDO COM A NORMA CULTA, TAMBÉM SOMOS MARCADOS DA MESMA FORMA”.	Para entender melhor a questão da adequação e da variação linguística, e a importância da concordância no dia a dia, analise a canção Saudosa Maloca, de Demônios da Garoa. Observe que, na letra da música, a regra geral da gramática é violada e prevalece a linguagem coloquial. Saudosa Maloca
- Adoniran Barbosa - Interpretada por “Demônios da Garoa”
Se o senhor não está lembrado; Dá licença lhe contar; Que aqui onde agora está; Esse “ardifício” alto; Era uma casa velha, Um palacete abandonado; Foi aqui seu moço, que eu Mato Grosso e o Joca; Construímos nossa maloca
Mas um dia, nem quero me lembrar, Veio os homens com as ferramentas, O dono mandou, derrubar; “Peguemo” tudo a nossas coisas; E “fumos” pro meio da rua, Apreciar a demolição; Que tristeza, que eu sentia; Cada “tauba” que caía, doía no coração; Mato Grosso quis gritar, Mas em cima eu falei; Os homens “tá” com a razão; Nós “arranja” outro lugar; Só “se conformemos”, foi quando Joca falou: ‘Deus dá o frio conforme o cobertor’
E hoje nós “pega” palha nas “grama” do jardim, e pra esquecer nós “cantemos” assim: Saudosa maloca; Maloca querida; Din din dón que nós passemos dias feliz de nossa vida
Atividade - 3 - Antes de darmos continuidade a este estudo, vamos fazer uma atividade! No exemplo a seguir, há um problema de concordância verbal no título da matéria. Veja:
Revelações de detalhes sobre tortura de Dilma intriga Brasil, diz 'NYT' - Detalhes das sessões de tortura sofridas por Dilma na ditadura militar têm intrigado os brasileiros, informa matéria publicada pelo 'New York Times' no sábado (4). [...]
Você consegue identificá-lo e corrigi-lo? Tente fazê-lo com base no que estudamos até o momento. Corrigir
Dúvidas frequentes de concordância verbal - Para evitar equívocos de concordância verbal, existe uma regra geral que deve ser sempre considerada:
O verbo concorda com o núcleo do sujeito a que se refere em número – singular ou plural – e em pessoa – 1ª, 2ª ou 3ª.
Palavra principal que compõe o sujeito da oração – aquela que rege a concordância. Geralmente, esse vocábulo é um substantivo, mas também pode ser um pronome.
Veremos agora nove casos comuns apresentados por Sautchuk (2011) de erros cometidos nesse sentido.
1) Sujeito colocado depois do verbo - Quando o sujeito aparece posposto ao verbo – isto é, depois dele –, costuma-se cometer o erro mencionado no início da aula. Observe:
INCORRETO – Parece que não EXISTE mais pessoas interessadas neste assunto.
ESTRATÉGIA – Substituir o sujeito por um pronome = ELAS. Parece que elas não EXISTEM mais.
CORRETO – Parece que não EXISTEM mais pessoas interessadas nesse assunto.
2) Em frases em que o sujeito é muito extenso ou em que o núcleo do sujeito está distante do verbo, também se cometem alguns erros.
Você já deve ter percebido que, às vezes, o sujeito é tão longo que perdemos o fio da meada não só quanto ao sentido da sentença como também quanto à gramática. Observe:
INCORRETO – O perigo de encontrarmos nas ruas ou nas cidades grandes um assaltante PODEM nos intimidar.
ESTRATÉGIA – Pergunte-se: O que “pode nos intimidar”? Resposta: “O perigo” = ELE
CORRETO – O perigo de encontrarmos nas ruas ou nas cidades grandes um assaltante PODE nos intimidar.
3) Contaminação do verbo com a palavra mais próxima, sem concordar com o núcleo do sujeito de fato:		INCORRETO – Será que a incompetência por parte de diversos profissionais não PODERIAM SER EVITADOS?
ESTRATÉGIA – Pergunte-se: O que “poderia ser evitado(a)”? Resposta: “a incompetência”.				CORRETO – Será que a incompetência por parte de diversos profissionais não PODERIA SER EVITADA?
 4) Muito CUIDADO com a concordância que envolve um pronome: O, OS, A, AS. Observe como deduzimos a concordância adequada nesse tipo de construção:
INCORRETO – Todas aquelas promessas A FEZ ESQUECER a traição.							ESTRATÉGIA – Pergunte-se: O que “a fez esquecer a traição”? Resposta: “Todas aquelas promessas”.
CORRETO – Todas aquelas promessas A FIZERAM ESQUECER a traição.
Atividade - Antes de continuarmos, que tal um pequeno exercício? 4 - Corrija as frases a seguir, quando necessário: Foi ao cinema Luiza e suas primas.: 
Nunca antes na história da humanidade, foi tão comentada as ideias desse autor.:
O problema apontado pelas pessoas em todas as reuniões foram resolvidos imediatamente.:
5) Núcleos ligados pela conjunção OU Quando aparecem nas sentenças núcleos ligados pela conjunção “ou”, devemos considerar duas situações – aquelas em que:
a) Há ideia de exclusão ou de retirada - 	Nesse caso, a ação ou o fato só pode ser atribuído a um	dos núcleos. O verbo fica, então, no singular ou concorda com o núcleo do sujeito mais próximo. Ex: F Massa ou Hamiltom será o piloto vencedor (ideia de exclusão) - Escultura ou pinturas eram do século XVIII (ideia de exclusão) – O professor ou os professores elaboraram as questões. (Ideia de retificação).
b) Não há ideia de exclusão - Nesse caso, a ação ou o fato podem ser atribuídos a ambos os núcleos. O verbo vai, então, para o plural na pessoa gramatical predominante. O álcool ou o cigarro são prejudiciais à saúde. Você ou a mãe dela serão sempre odiadas por todos.
6) Uso de expressões específicas - Vamos, agora, aos casos de concordância a partir de usos de expressões específicas. São elas:
A MAIORIA DE, GRANDE PARTE DE, PARTE DE e A MAIOR PARTE DE = Se você usar tais expressões partitivas e equivalentes, o verbo poderá ficar no singular ou no plural. Ex: A maioria das revistas não COMENTOU/COMENTARAM o caso. Grande parte dos espectadores PERDEU/PERDERAM a estreia da nova novela.
UM DOS QUE e UMA DAS QUE = Se você usar tais expressões, o verbo poderá ficar no singular ou no plural. Ex: O segurança foi um dos que PEDIU/PEDIRAM demissão.
MAIS DE UM – Se você usar esta expressão, o verbo ficará no singular – a não ser que ela esteja repetida oQUEu indique reciprocidade. Ex: Mais de um funcionário foi DEMITIDO. Mais de uma escolha, mais de uma ação TERIAM de ser feitas (expressão repetida). Mais de um convidado DERAM-SE as mãos (ideia de reciprocidade).
Atividade - Vamos a mais um exercício? 5 - Corrija as frases a seguir, quando necessário: A maioria dos entrevistados reprovam a administração municipal:
Ou você ou eu teremos de resolver o problema.:													Mais de um aluno tiraram boa nota.:
O professor foi um dos que não aprovou aquele aluno.:
7) Pronomes relativos QUE e QUEM - Veja, agora, como ocorre a concordância quando o sujeito é formado pelos seguintes pronomes relativos:
QUE – nesse caso, o verbo concorda em número e pessoa com o antecedente do pronome. Ex: Fui eu que LIGUEI o aparelho. Foram eles que LIGARAM o aparelho.
QUEM – Nesse caso, o verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex: Não sou eu quem PAGA o serviço. Fui eu quem PAGOU a serviço.
8) Verbos impessoais - Alguns casos de concordância com verbos impessoais são alvo de dúvidas por parte de muitos brasileiros. Aqueles que não podem ser flexionados em outras pessoas, mas sempre permanecem na 3ª pessoa do singular, pois não possuem sujeito. Você conhece esses verbos? São eles: HAVER - Este verbo não varia quanto apresenta os seguintes sentidos: “Tempo decorrido” Exemplos: Não nos vemos há muito tempo. Havia cinco anos que planejávamos essa viagem. Não os vejo há três meses. “Existir” Exemplos: Havia 10 alunos na sala. FAZER - Este verbo não varia quando indica tempo. Exemplos: Faz muitos anos que não nos vemos. Faz dois anos que viajamos à Espanha.
CHOVER, GEAR ETC. - Estes verbos, que indicam fenômenos da natureza, não variam e formam orações sem sujeito. Exs: Chove muito lá fora. Chovia muito quando chegamos ao aeroporto.
ATENÇÃO! Quando usados em sentido figurado, os verbos que exprimem fenômenos da natureza DEIXAM de ser impessoais. Exemplos: Choviam lágrimas de seus olhos. (Sentido metafórico)
9) Partícula SE: Veja, agora, como ocorre a concordância de verbos acompanhados da partícula SE: Partícula apassivadora SE - Neste caso (SE + VERBO TRANSITIVO DIRETO), o verbo normalmente concorda com o sujeito, porque a partícula SE torna a frase passiva, ou seja, o sujeito é quem sofre a ação do verbo.	Exemplos: Vende-se casa nova. - Casa nova é vendida. Vendem-se casas novas. - Casas novas são vendidas.
NESSES EXEMPLOS, AS EXPRESSÕES “CASA NOVA” E “CASAS NOVAS” OCUPAM A FUNÇÃO DE SUJEITO E, POR ISSO, OS VERBOS
CONCORDAM COM ELAS, FICANDO, RESPECTIVAMENTE, NO SINGULAR E NO PLURAL.
No exemplo a seguir, há um erro de concordância. Você consegue identifica-lo? NÃO SE FAZ HOSPITAIS COM COPA DO MUNDO. 	Escreva, abaixo, a frase de maneira correta:
Índice de indeterminação do sujeito - A partícula SE tem a função de indeterminar o sujeito da oração quando aparece acompanhada dos seguintes verbos:
SE + VERBO INTRANSITIVO		SE + VERBO TRANSITIVO INDIRETO		SE + VREGO DE LIGAÇÃO			ATENÇÃO!
Atividade - Vamos a mais um exercício para fixação? 6 - Corrija as frases a seguir, quando necessário:Aluga-se apartamento.:						
Nesta competição, não existe titulares ou reservas. :						 Já faziam anos que não nos víamos.:
10) Verbo SER - Seguindo a relação sintática que se estabelece entre o sujeito e o verbo, o mais comum é que o verbo SER concorde com o sujeito. Exemplos- Ele era muito feliz. Eles eram muito felizes. No entanto, esse verbo adéqua-se à flexão do predicativo quando:
O SUBSTANTIVO OU PRONOME DESIGNA PESSOA; - Exemplos - Seu maior orgulho eram os alunos. O grande merecedor foste tu.
O PREDICATIVO É O PRONOME DEMONSTRATIVO “O”; - Nesse caso, o verbo SER fica no singular. Exemplo - Problemas é o que não lhe falta.
O PREDICATIVO É NEUTRO, OU SEJA, QUANDO SE RELACIONA A HORAS, DISTÂNCIAS E DATAS; -Exemplos - É uma hora. São dez horas. Hoje é primeiro de maio. Hoje são 30 de maio. Daqui à praia, será um quilômetro. Daqui à praia, serão dois quilômetros.
O SUJEITO É UM DOS PRONOMES – QUE, QUEM E O QUE; - Nesse caso, o verbo SER concorda, obrigatoriamente, com o predicativo. 		Exemplos - Que são homônimos? Quem foram os vencedores do campeonato?
O SUJEITO É UM DOS PRONOMES – TUDO, ISSO, AQUILO, ISTO, NINGUÉM, NENHUM – OU EXPRESSÃO DO TIPO O RESTO, O MAIS ETC; - Nesse caso, o verbo SER concorda, preferenc, com o predicativo. Ex - Tudo são flores no início da relação. Isto são fenômenos da natureza.
USAMOS AS EXPRESSÕES É MUITO, É POUCO, É BASTANTE. -Nesse caso, o verbo SER ficará no singular se indicar quantidade, distância, medida. Exemplos- Quatro reais é pouco para irmos ao cinema. Seis quilos de feijão é mais do que pedi.
Quando usamos um verbo de ligação, completamos o sentido da frase com um predicativo do sujeito, como em: A menina é/anda/permanece triste. A palavra “triste” completa o sentido do sujeito “A menina”, e o verbo de ligação funciona como uma ponte de sentido entre o sujeito e sua característica: o predicativo, que, na maioria das vezes, é um adjetivo.
Atividade - Antes de prosseguir com seu estudo, teste seus conhecimentos! 7 - Leia as frases abaixo e marque a alternativa que completa as lacunas com o verbo SER flexionado corretamente.
a) _______ uma hora da tarde.	b) _______ 13 horas.	c) Esses dados ________ parte de um relatório.	d) O escolhido _______ eu.
( ) É, são, eram, fui 	( ) São, é, era, foi		( ) É, é, eram, foi		( ) São, é, eram, fui
De acordo com Sautchuk (2011, p. 221), um texto sem concordância nominal pode impressionar, de forma negativa, o leitor ou ouvinte. Vamos analisar, agora, algumas dúvidas frequentes no que diz respeito a esse tipo de concordância.
A regra geral para evitar erros nesse sentido é a seguinte: 9) Partícula SE - OS DETERMINANTES E MODIFICADORES CONCORDAM COM O SUBSTANTIVO A QUE SE REFEREM. O quadro a seguir apresenta esses termos:
Determinantes	-	Núcleo		-	Modificadores
ARTIGO- o, a, os, as, um, uma, uns, umas			NUMERAL- um, dois, 3, primeiro, 2º, etc		PRONOME DEMONST- esse(s), essa(s),Aquele(s), aquela(s)		PRON. POSSESSIVO – meu(s), minha(s),Seu(s), sua(s)	PRON. INDEFINIDO – todo(s), toda(s), etc.
Explicando o quadro e a regra geral- Regras especiais - Além do princípio básico apresentado anteriormente quanto à concordância nominal, temos de considerar algumas regras especiais importantes em nosso dia a dia, que envolvem o uso dos seguintes termos:
ANEXO, APENSO, INCLUSO, JUNTO, SEPARADO - Todas estas palavras são adjetivos e concordam em gênero e número com o substantivo ao qual se referem. Exemplos: Seguem anexas às cartas as contas de telefone. Anexo ao e-mail coloquei o arquivo de que você precisava. Está incluso ao processo seu pedido. Elas estão separadas há muito tempo. As planilhas de custo estão apensas aos documentos. A expressão EM ANEXO é invariável - Para saber mais sobre esse uso, leia os seguintes textos: Em anexo, anexo ou anexa: qual é o certo?; Anexo, em anexo ou no anexo? É só escolher. É BOM, É NECESSÁRIO, É PROIBIDO - Estas expressões concordarão, obrigatoriamente, com o substantivo a que se referem quando este for precedido de artigo. Caso contrário, elas serão invariáveis.
Exemplos: É necessário ter paciência. A paciência é necessária ao homem. Analise, agora, as frases a seguir retiradas de placas que podem ser encontradas, facilmente, pelas ruas:
“PROIBIDO A ENTRADA DE PESSOAS ESTRANHAS NESTA ÁREA”			“ATENÇÃO – PROIBIDO A ENTRADA DE PESSOAS NÃO AUTORIZADAS”
O que há de errado com elas? Reflita um pouco antes de saber a resposta... Em ambos os casos, há erro de concordância nominal, enfatizado pelo uso do artigo definido “a”. O correto, então, seria: Proibida a entrada de pessoas não autorizadas.]
Proibida a entrada de pessoas estranhas nesta área.
O(S) MAIS POSSÍVEL(IS) e O(S) MENOS POSSÍVEL(IS) - Quando empregar uma destas formas, basta ficar atento ao artigo: Se ele estiver no singular, o adjetivo “possível” também ficará no singular;		Se ele estiver no plural, o adjetivo “possível” também ficará no plural.
Exemplos: Deixou o filho o mais pobre possível.					Deixou os parentes os mais pobres possíveis.
MESMO - Depois de um pronome reto - Neste caso, a palavra concorda com o pronome ou com a pessoa a quem se refere, reforçando a expressão. Exemplos: Ela mesma disse isso. Eles mesmos fizeram a pesquisa.
= DE FATO ou REALMENTE - Neste caso, a palavra NÃO varia. Exemplos: Ela disse isso mesmo? Ela disse isso de fato? Eles fizeram mesmo a pesquisa. Eles fizeram realmente a pesquisa.
O(S) MESMO(S), A(S) MESMA(S) - NÃO use estas expressões para substituir pronome ou substantivo! Exemplos: O professor preparou a prova, e “o mesmo” vai aplicá-la. Correção: O professor preparou a prova, e ele mesmo vai aplicá-la.
Atividade- 8 - Para testar seus conhecimentos quanto ao que estudamos sobre concordância, faça os exercícios a seguir propostos por Sautchuk (2011, p. 220-221).
Corrija os erros de concordância: Supõe-se que, com a presença do bombeiro, as pessoas fiquem mais seguras e aguardem, com tranquilidade, que eles a ajudem.
Sua justificativa a respeito dos elevados preços se baseiam na alta do dólar. Então, solicitamos que nos seja fornecido uma relação com itens que estejam mais em conta.
Foi solicitado junto à gerente de vendas a substituição das cortinas do escritório.
Por vezes, o inconformismo de pacientes ou de familiares levam a atitudes menos cordiais para com os médicos.
9 – Agora, reescreva as frases abaixo preenchendo as lacunas com a forma verbal entre parênteses.
a) Os professores precisam voltar a ocupar lugar de destaque na sociedadae, pois são aqueles que realmente a ________. (construir)
b) Seu avô os __________. (amar)		c) São roupas velhar que não têm mais valor para quem as _________. (comprar)
d) Todas as pessoas o _________ pela rua abaixo. (perseguir)
Aula 4 - Alguns sinais de pontuação: O uso da vírgula - Para darmos início a esta aula, vamos assistir a um vídeo que conta a história dos sinais de pontuação. Poder da vírgula - Como você percebeu no vídeo anterior, a pontuação é capaz de modificar o sentido de um texto. O ponto final é, talvez, o mais simples de ser usado, já que marca o final de orações declarativas, aquelas em que se afirma algo. “MAS E QUANTO À VÍRGULA? VOCÊ SABE EMPREGÁ-LA CORRETAMENTE? Na época da escola, era comum ouvirmos: “Usamos a vírgula quando paramos para respirar na leitura”. E algumas pessoas dizem que a empregam de acordo com o que lhes convém, aleatoriamente, após a escritura do texto. Já pensou se fosse mesmo assim? Cada um de nós poderia
pontuar um mesmo texto de maneiras bem diferentes, não é mesmo? Mas não é dessa forma que a norma prescreve esse uso. 
Padrão frasal- Na segunda aula desta disciplina, conversamos sobre sintaxe. Agora, vamos refletir sobre o padrão frasal e sua influência na pontuação. Em Língua Portuguesa, a ordem ou o padrão frasal previsto é o seguinte: SUJEITO + VERBO + OBJETO
Há, na verdade, os seguintes padrões frasais. EXEMPLO: EU COMI O BOLO. Há, na verdade, os seguintes padrões frasais. = S+VØ, S+V+OD, S+V+OD+OI, S+V+predicativo.
Vamos aplicar, agora, a ideia do padrão frasal? Para começar, analise a manchete a seguir:
“PROJETO DO BRASIL QUE PROTEGE O TATU NO PANTANHA PRÊMIO INTERNACIONAL. Amaud Desbiez foi premiado por seu programa que conserva o tatu-canastra. Animal é um dos mamíferos mais antigos da Terra, chamado de “fóssil vivo”. Alguns colocariam uma vírgula antes da forma verbal “ganha” em função da extensão de tudo o que a precede, mas não podemos fazer isso. Sabe por quê? Porque o sujeito da oração é: “Projeto do Brasil que protege o tatu no Pantanal”. 
“E NÃO PODEMOS SEPARAR SUJEITO E PREDICADO COM VÍRGULA. 
SUJEITO= aquilo a respeito do qual se faz uma declaração.		PREDICADO= declaração que se faz a respeito do sujeito.
Você percebe, agora, como aquela ideia de pontuar quando paramos para respirar na leitura não funciona?
Mas, ainda na manchete, o sintagma “chamado de fóssil vivo” foi separado da oração principal por vírgula.  Mesmo que você não saiba a classificação sintática desse item, observe que ele poderia ter sua posição modificada, sem alterar o significado da frase: Chamado de fóssil vivo, [o] animal é um dos mamíferos mais antigos da Terra.
Como houve uma quebra do padrão frasal (S + V + O), podemos pontuar a frase dessa maneira. Observe, agora, nos exemplos fornecidos por Silva (2012a), a importância da vírgula e a relação de seu uso com o padrão frasal: 1 - O presidente compareceu à reunião, acompanhado da secretária, do diretor e do coordenador. Nesse caso, o presidente foi à reunião com três pessoas. 2 - O presidente compareceu à reunião, acompanhado da secretária do diretor e do coordenador. Já nesse caso, o presidente foi à reunião só com duas pessoas: a secretária do diretor e o coordenador. O diretor não foi, e a secretária não é funcionária do presidente. De uma forma simples, você já aprendeu, portanto, quando não deve e quando deve usar a vírgula. Vamos, então, fazer uma atividade?
1 - Veja se você consegue adivinhar “A charada das três irmãs” no poema a seguir: Se consultar a razão		digo que amo SOLEDADE		Não Lia cuja bondade		ser humano não teria		Não aspiro à mão de Iria	que não tem pouca beldade
Como você percebeu, o texto poético não foi pontuado propositalmente. Essa será sua tarefa! Afinal, de acordo com a pontuação, o eu lírico, indeciso, pode amar de quatro maneiras diferentes. Como essa é uma marca do texto escrito, não se esqueça de que se relaciona a aspectos sintáticos e, portanto, ao padrão frasal.
Tente, então, pontuar o poema de modo que o eu lírico: a) Confesse seu amor por Soledade. b) Confesse seu amor por Iria. c) Confesse seu amor por Lia. d) Hesite entre as três irmãs.
Assista, agora, a um vídeo sobre os usos da vírgula. Usos da vírgula - Veja, agora, alguns casos em que devemos usar a vírgula:
ENUMERAÇÕES - Analise o exemplo a seguir: Cléo Pires, Fábio Jr. e mais aparecem em 1º trailer de ‘Qualquer gato vira-lata 2’ - Você sabe por que há vírgula entre “Cléo Pires” e “Fábio Júnior”?
Simples: porque sempre devemos usá-la para separar elementos listados.
APOSTOS EXPLICATIVOS - A vírgula deve ser usada para separar explicações que estão no meio da frase – aquelas que interrompem o pensamento, chamadas de apostos explicativos (termos ou expressões que se referem a um substantivo para ampliar seu significado. Esse tipo de aposto pode ser retirado da frase sem causar prejuízo a sua significação como um todo).
O trecho a seguir, retirado de uma notícia, apresenta exemplos dessa particularidade da língua:
A nova princesa da Inglaterra, filha da duquesa de Cambridge, Kate Middleton, e do príncipe William, nasceu às 8h 34m deste sábado (2) em Londres (4h 34m) de Brasília, segundo o Palácio de Kensington, sua residência oficial. A menina e a mãe passam bem.
Nesse caso, os apostos explicativos – “filha da Duquesa de Cambridge’” e “Kate Middleton” – devem ficar entre vírgulas.
ADJUNTO ADVERBIAL ANTECIPADO - A vírgula deve ser usada para separar o lugar, o tempo ou o modo que vier no início da frase – aquilo a que chamamos de adjunto adverbial antecipado, como mostra o exemplo a seguir: De janeiro a abril deste ano, foram 286 mil casos confirmados e 74 mortes.TO, PE, AL, SE, BA, RR e MT tiveram alta em total de casos, diz governo.
VOCATIVO E ANACOLUTO - Como tratamos do padrão frasal, aproveite a dica: se há vocativo na sentença, devemos usar a vírgula. O mesmo vale para os anacolutos (figuras de linguagem que representam quebras de padrão frasal. Exemplo: Saúde, quem não precisa dela?).
O primeiro balão do diálogo apresenta um exemplo de vocativo. Veja: “ANA, SUA AMIGUINHA CHEGOU!	AMIGUINHA? FALA SÉRIO!”
Observe, agora, a importância da vírgula nos dois exemplos a seguir fornecidos por Silva (2012b):
Dr. José Carlos VEM aqui. (Sem vírgula = afirmação)		Dr. Jose C= sujeito	vem=verbo
Dr. Jose Carlos, VEM aqui. (Com vírgula = chamamento)	Dr. Jose C= vocativo	vem=verbo
INCISOS EXPLICATIVOS, RETIFICATIVOS OU CONTINUATIVOS - Analise o exemplo a seguir: Em 1943, já eram 36 os navios mercantes brasileiros afundados por submarinos alemães perto da costa catarinense durante a Segunda Guerra Mundial. Aliás, um desses submarinos, o U-513, foi recentemente localizado pelo velejador Vilfredo Schurmann. Como explicar o uso da vírgula em: “Aliás, um desses submarinos [...]”? Esse emprego se justifica porque a vírgula separa incisos explicativos, retificativos ou continuativos. São alguns deles: ou melhor, isto é, a saber, ou antes, digo, por assim dizer, por isso, além disso.
SUPRESSÃO DO VERBO - A vírgula também pode ser usada para marcar a supressão do verbo. Exemplos: Você traz o café e 
INCISOS EXPLICATIVOS, RETIFICATIVOS OU CONTINUATIVOS - Analise o exemplo a seguir: Em 1943, já eram 36 os navios mercantes brasileiros afundados por submarinos alemães perto da costa catarinense durante a Segunda Guerra Mundial. Aliás, um desses submarinos, o U-513, foi recentemente localizado pelo velejador Vilfredo Schurmann. Como explicar o uso da vírgula em: “Aliás, um desses submarinos [...]”? Esse emprego se justifica porque a vírgula separa incisos explicativos, retificativos ou continuativos. São alguns deles: ou melhor, isto é, a saber, ou antes, digo, por assim dizer, por isso, além disso.
SUPRESSÃO DO VERBO - A vírgula também pode ser usada para marcar a supressão do verbo. Exemplos: Você traz o café e eu, o pão. (trago) Ele não nos entende nem nós, a ele. (entendemos)
ISOLAMENTO DE DATAS - A vírgula deve ser usada para separar o nome da localidade nas datas, como mostra o exemplo a seguir: Após o tumulto causado pela paralisação por duas horas das linhas 1 e 2 do Metrô, nesta terça-feira, (23/07/2014), o presidente da Rio Eventos, da Prefeitura do Rio, Leonardo Maciel, declarou ao Bom Dia Rio desta quarta-feira, que a quebra do metrô causa um impacto ruim na cidade, no entanto, “é uma limitação de infraestrutura que a gente tem na cidade”.
ESSES PERÍODOS SÃO FORMADOS PELAS ORAÇÕES COORDENADAS E SUBORDINADAS.
Período simples e compost - Agora, vamos aprender a empregar a vírgula a partir da classificação das orações- (frases que possuem verbo). Na Língua Portuguesa, existem orações mais simples e mais complexas. Vejamos alguns exemplos: Eu gosto de ler. Período simples (um verbo) - Eu gosto de ler porque me ajuda a dormir. Período composto (dois verbos)
Orações coordenadas - São aquelas sintaticamente equivalentes, que não mantêm, entre si, uma relação gramatical. Para entender o conceito de orações coordenadas, analise a tirinha a seguir: “Os
adultos acham que ajudar a natureza é reciclar lixo.	B) Mas eles jogam lixo na praia, despediçam água, gastam muita luz! A) Eu desisto de tentar entender os adultos!”
Você percebeu que as orações não dependem uma da outra para fazer sentido? A norma padrão da Língua Portuguesa classifica essas orações como orações independentes ou coordenadas.
Há dois tipos de orações coordenadas, quais sejam: ASSINDÉTICA (AQUELA QUE NÃO APRESENTA CONJUNÇÃO) e SINDÉTICA (AQUELA QUE APRESENTA CONJUNÇÃO). 
Vejamos um exemplo: “1. Saí cedo de casa, 2. MAS cheguei atrasada”. 1- Oração coordenada assindética. 2- Oração coordenada sindética adverativa.
A vírgula deve ser usada para separar as orações coordenadas assindéticas – como as destacadas na tirinha.
Veja, a seguir, as classificações das orações coordenadas sindéticas. Como vimos anteriormente, as orações coordenadas sindéticas são aquelas que apresentam conjunção.
Entre outras classificações, elas podem ser: Adversativas - Atente para o uso da vírgula no seguinte trecho:
Compro muitos livros pela internet, mas nada substitui a livraria, onde você pode procurar novidades nas estantes, não nos “sites”, onde jazem escondidas em profundos sepulcros.
Sempre usamos vírgulas antes de conjunções adversativas – mas, porém, contudo, todavia, entretanto. Se o trecho tivesse sido redigido com a conjunção adversativa deslocada, a conjunção deveria aparecer entre vírgulas. Veja: Compro muitos livros pela internet; nada substitui, no entanto, livraria, onde pode procurar novidades nas estantes, não nos “sites”, onde jazem escondidas em profundos sepulcros.
Conclusivas - Sempre usamos vírgula antes de conjunções conclusivas – logo, portanto, por isso, por conseguinte. Veja um exemplo:
Ele estudou bastante, portanto será aprovado. Além disso, a mesma regra anterior vale para a conjunção conclusiva deslocada, que deve aparecer entre vírgulas. Veja: Ele estudou bastante, será, portanto, aprovado. Atenção! A conjunção POIS com valor conclusivo deve ficar entre vírgulas. Exemplo: Ele sempre se dedicou à empresa, será, pois, promovido. (=portanto) Já a conjunção POIS com valor explicativo ou causal pode ou não vir antecedida de vírgula. Exemplo: Ele deverá ser promovido, pois se dedica à empresa. (=porque) Vamos entender, adiante, como funciona o uso da vírgula quando empregamos a conjunção E nas sentenças.
Conjunção E - Geralmente, não usamos vírgula com a conjunção E. No entanto, há algumas exceções. Como mostra Silva (2013), devemos empregá-la:
Antes da conjunção E com valor ADVERSATIVO – EX: Já são dez horas, E a reunião ainda não terminou. (=mas)
Quando o conectivo E liga orações com sujeitos diferentes – EX: Os funcionários reclamavam, e a direção atendeu.
Quando o conectivo E tem valor consecutivo ou enfático – EX: Os trabalhadores se reuniram, discutiram, E decidiram como agir. Chegou, E viu, E lutou, E venceu finalmente.
Vamos, agora, às orações subordinadas. Orações subordinadas adverbiais - As orações subordinadas adverbiais são aquelas que exercem a função de adjunto adverbial.
A vírgula PODE ser usada para separar a oração principal da subordinada adverbial – causal, concessiva, condicional, final, temporal.
“QUANDO ESSA ORAÇÃO SUBORDINADA ESTIVER DESLOCADA OU FOR REDUZIDA, A VÍRGULA SERÁ OBRIGATÓRIA, COMO NA FALA DE PAULO FREIRE: “QUANDO A EDUCAÇÃO NÃO É LIBERTADORA, o sonho do oprimido é ser opressor. (oração subordinada adverbial temporal)”.
A vírgula não seria necessária nesse caso se a ordem do período fosse a seguinte: O sonho do oprimido é ser o opressor quando a educação não é libertadora.	Agora, assista ao vídeo e entenda as particularidades das orações subordinadas adjetivas. Orações subordinadas adjetivas - As orações subordinadas adjetivas são aquelas que possuem valor e função de adjetivo. Para entender melhor esse conceito. Veja a propaganda:
“A vocês que nos faz sorrir, que nos faz chorar, que nos faz feliz, que nos faz amar, que nos ajudou e nos ajuda a viver, a vocês Mamães, o nosso PARABÉNS!
Na propaganda, temos o uso de várias orações adjetivas: [que nos faz chorar], [que nos faz feliz], [que nos faz amar], [que nos ajudou]. Cada uma delas é considerada uma oração subordinada adjetivas explicativa. Essa oração possui pontuação curiosa: a gramática estabelece que a vírgula aparecerá se a oração for adjetiva explicativa e não aparecerá se a oração for adjetiva restritiva. Mas qual é a diferença entre essas orações subordinadas adjetivas? Mas qual é a diferença entre essas orações subordinadas adjetivas? Vejamos... De acordo com a gramática normativa, na oração subordinada adjetiva:	“EXPLICATIVA – Há uma informação já conhecida, algo que faz parte do senso comum;	RESTRITIVA – Há uma informação nova que não pode ser retirada sem prejuízo da significação da sentença.
Analise os exemplos fornecidos por Silva (2012b): Os funcionários, que se dedicaram à empresa, devem ganhar mais. (Entre vírgulas → Oração explicativa = “Todos se dedicaram e serão aumentados”.) Os funcionários que se dedicaram à empresa devem ganhar mais.
(Sem vírgula → Oração restritiva = “Só os que se dedicaram devem ser aumentados”.) Agora que você já aprendeu a empregar a vírgula em diversos casos, vamos praticar? Atividade - 1 – Leia a frase a seguir: Gostaríamos, filho amado, que você se comportasse melhor. Nesse caso, podemos afirmar que as vírgulas: a) Não deveriam ser utilizadas. b) Isolam o aposto “filho amado”. c) Isolam o vocativo “filho amado”. d) Isolam um adjunto adverbial deslocado. 
2 - Entre os períodos a seguir, assinale aquele que apresenta pontuação CORRETA: a) Quando as crianças chegarem, a aula vai começar. b) Quando as crianças chegarem a aula vai começar. c) Quando as crianças chegarem a aula vai, começar. d) Quando, as crianças, chegarem a aula vai começar.
1 – Leia o trecho a seguir: Todo mundo precisa ler, mas os escritores devem ler. Sobretudo os livros certos. Se um livro é muito chato, e você pena para ultrapassar o primeiro e o segundo capítulo, deixe-o de lado e comece outro, sem a menor culpa. O enfretamento e a absorção de um livro são coisas extremamente subjetivas.
Nesse texto, o uso da vírgula isola: a) Um vocativo. b) Uma enumeração aberta. c) Um adjetivo adverbial deslocado. d) Uma oração coordenada adversativa
1 – Leia o trecho a seguir: Essa admoestação, com poucas variações de estilo, infesta nossos edifícios. Se chamassem um redator qualificado, as frases não destoariam tanto da clareza, da concisão, da coesão, enfim, do modo mais bonito que o brasileiro tem para se expressar. Não foi chamado porque, no Brasil, em que se tratando de inscrições e avisos públicos, a Língua Portuguesa é sempre a primeira vítima.
O uso da expressão “no Brasil”, entre vírgulas, é justificado porque: a) Isola palavras explicativas. b) Ressalta a circunstância de lugar. c) Separa termos de ordem inversa. d) Indica a supressão de uma palavra.
Para finalizarmos esta aula, vamos aprender um pouco sobre o uso do ponto e vírgula. Para isso, assista ao vídeo a seguir.
Ponto e vírgula - Bechara (2000, p. 611) afirma que o ponto e vírgula serve de intermediário entre o ponto final e a vírgula.
“[...] representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o ponto”. O emprego do ponto e vírgula depende do contexto, mas há algumas regras básicas para seu uso. Vejamos algumas delas (MUNDO, 2007):
1- QUANDO A VÍRGULA MARCA A OMISSÃO DE UM VERBO - Neste caso, pode haver, antes do sujeito desse verbo, uma pausa representada pelo ponto e vírgula ou pelo ponto simples.
Exemplo: O general não temia o que lhe podia acontecer; os soldados, sempre. (temiam)
2- COM CONJUNÇÕES INTERCALADAS - Quando optamos por colocar estes conectivos entre vírgulas – em posição não inicial na oração –, o ponto e vírgula é uma ótima opção para marcar a pausa entre as orações.
Exemplo: Jonas tem muito dinheiro; não pode, porém, desfrutar suas vantagens.
3- EM ENUMERAÇÕES - Geralmente, observamos este caso em textos jurídicos – leis, artigos, decretos etc. – e em livros didáticos.

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