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SERVIÇO SOCIAL
Keciana Ferreira Lima
SERVIÇO SOCIAL E ÉTICA PROFISSIONAL
Fortaleza
2017
Keciana Ferreira Lima
SERVIÇO SOCIAL E ÉTICA PROFISSIONAL
Trabalho de Conclusão de Semestre apresentado a Coordenação do curso de Serviço Social da Faculdade de Fortaleza, como requisito para a obtenção de nota para o processo de aprovação do semestre 2017.1
Fortaleza
2017
SERVIÇO SOCIAL E ÉTICA PROFISSIONAL
 
 Keciana Ferreira Lima* 
RESUMO	 
	 
O presente artigo tem como objetivo refletir sobre a aplicabilidade do Código de Ética Profissional na prática dos Assistentes Sociais, analisar as transformações ocorridas no Serviço Social, destacando a implantação do Código de Ética e seus norteamentos em relação à ação profissional dos Assistentes Sociais. O interesse pelo tema surgiu em virtude do Projeto ético-político dos profissionais de Serviço Social, materializado entre outros pelo Código de Ética de 1993, o qual enfatiza e prioriza a ampliação e consolidação da cidadania.
Palavras-Chave: Serviço Social, Ética, Assistente Social, Código de Ética.
 
____________________
*Aluna do 7° semestre de Serviço Social da Faculdade de Fortaleza.
 E-mail: keciaferreira@hotmail.com
INTRODUÇÃO
	Ética Profissional, como se dá essa relexão? Para Barroco (2008), a reflexão ética supõe a suspensão da cotidianidade; não tem por objetivo responder às suas necessidades imediatas, mas sistematizar a crítica da vida cotidiana. A autora afirma que a ética não pode ser compreendida apenas como teoria, pois além da reflexão e sistematização filosófica, ela é concebida, antes de tudo, como práxis, que permite ampliação da consciência moral e da consciência individual. 
Contudo, o agir ético não significa apenas o ato de refletir criticamente a vida cotidiana na reprodução dos valores e do comportamento moral, mas significa a capacidade do profissional em impulsionar mudanças na sociedade, reconhecendo e reproduzindo princípios e práticas democráticas, na defesa intransigente dos direitos humanos, o que implica desenvolver uma prática profissional que reconheça a autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociail (IAMAMOTO, 2003, p.141).
	A palavra ética não tem o mesmo sentido para todos. Inúmeras são as contradições em torno das definições e seu entendimento entre antigos e modernos. A ética profissional acolhe determinações que antecedem a ocupação abraçada pelos sujeitos. A escolha desta ou daquela profissão é influenciada pelos processos vivenciados, reforçados ou mesmo em oposição pelos princípios sociais, religiosos e culturais sob forte interferência da gama de informações apreendidas. A percepção de quem quer que argumente que a discussão sobre ética e profissão reúne conhecimentos situados tão somente no campo das ciências sociais certamente vê-se obrigado a situar a si mesmo. Sendo que, alguns dos seus vieses resultam de conceitos de valor moral que perpassam por formulações inerentes a classe, gênero, nação, geração e ocupação profissional. 
A ética é teoria, investigação ou explicação de um tipo de experiência humana ou forma de comportamento dos homens, o da moral, considerado, porém na sua totalidade, diversidade e variedade (OLIVEIRA, 1998, p. 11).
	Nessa linha de análise, a moral refere-se, em linhas gerais, aos padrões, aos valores e às normas que regem a conduta dos seres humanos em sociedade. Entendendo-a assim, cabe salientar que, além de diversidade e variedade no evolver histórico, essa concepção vê, em uma mesma sociedade, a possibilidade de coexistência de diferentes morais, tal como se verifica, por exemplo, nas sociedades divididas em classes antagônicas.
DESENVOLVIMENTO
Para se analisar sobre o Serviço Social e novos padrões que atuam como base para a prática profissional do Assistente Social, faz-se necessário refletir acerca da sua trajetória desde a gênese da profissão até a atualidade, objetivando melhor entender os avanços e contradições, como também os entraves com que se deparam os Assistentes Sociais para adotar o Código de Ética vigente.
No Brasil, o Serviço Social teve origem na década de 1930, referenciado, basicamente, pelo Serviço Social europeu, fato que, como já sugerido, implicou uma forte influência da doutrina social da Igreja católica. Assim, em 1936, foi criada a Escola de Serviço Social, na cidade de São Paulo, que contou com a influência de profissionais de Serviço Social, formados fora do país. A criação dessa escola, junto com a escola de Serviço Social do Rio de Janeiro, foi responsável pela formação de vários profissionais que impulsionaram o surgimento de escolas de Serviço Social em diversos locais do Brasil. A idéia de ser uma profissão a serviço dos pobres chegou ao Brasil de forma forte e foi aceita pelas classes dominantes, reflexo das primeiras candidatas que eram filhas dessas elites. 
O Serviço Social se apresentava com características familiares e paternalistas, suas funções consistiam na seleção dos clientes para obtenção de benefícios: medicamento e acesso a obras sociais. Era necessário um conjunto de medidas e esforços para suprir as necessidades desses clientes, dando-lhes assim melhores condições de vida (VIEIRA, 1985).
A profissionalização do Serviço Social está internamente relacionada à conjuntura vivenciada pelo processo social. Nesse sentido, depara-se com a forte influência da Igreja Católica como formadora ideológica e doutrinária nos centros de formação superior. São destaques a Encíclica “Rerum Novarum”, no final do século XIX, que consiste na divisão proposta entre o socialismo e a Igreja, permitindo formas de exploração da força de trabalho assalariado e, conseqüentemente, a acumulação do capital. 
Vieira (1985) nos relata que, o confronto com o socialismo acontecia através da defesa da propriedade privada, pois de acordo com a encíclica, a propriedade era um processo natural gerado pela posição divina, concedida por Deus, o homem era dono da terra e podia fazer uso da mesma, isto é, o acúmulo desta enquanto propriedade particular devia ser defendida pela Igreja e pelo Estado. De acordo com a Igreja, era necessária outra estrutura organizacional, sendo esta sustentada por uma espécie de “colocação da reforma social‟.
Resumidamente, percebe-se que o Serviço Social não possuía noções críticas e sim características centralizadas na política do assistencialismo, preocupando-se com o ajustamento dos indivíduos às questões decorrentes de sua situação social. A citada concepção crítica ainda estava por vir. Pode-se dizer que nos anos de 1949 a 1967, entre o I Congresso Brasileiro de Serviço Social e o Seminário de Araxá, encontra-se um período de mudanças, que aconteceram velozmente, no que diz respeito à prática empírica e à atuação científica. Mudanças essas que, configura-se em sucessivas idas e vindas de eventos que pontuam o caráter dialético do Serviço Social no Brasil. E voltando-se sobre si mesmo defronta-se com um amplo leque temático, essencial para compreensão de particularidades sócio-histórica, ético-política, e teórico-metodológica que marcaram a gênese da profissão. 
Durante o período da ditadura militar (1964-1985), a profissão passou por uma fase de grandes questionamentos acerca do modo de fazer e de pensar a intervenção, um período marcado pela “Reconceituação do Serviço Social‟, um movimento que buscava a renovação da profissão, visando romper com sua forma tradicional. Demandando, portanto, novas alternativas de prática, a década de 1960, precisamente o ano de 1965, deu início à deflagração do Movimento de Reconceituação. 
Assim, Martinelli (1989), argumenta que durante a crise interna da profissão, aguçadapela conjuntura brasileira, a categoria ainda não havia conseguido transpor a fase do primitivismo em termos de consciência política e crítica. A renovação do debate ético profissional e o processo de erosão das bases que legitimaram o Serviço Social tradicional ainda têm no Código de 1965 representação hegemônica. 
Para obter condições de um claro discernimento dos automatismos das mudanças ocorridas no Serviço Social, é necessário ter conhecimento não apenas do presente imediato, mas também da longa história da qual emergiu, chegar ao limiar de uma nova maneira de aspectos, às vezes indeterminados, do contexto que está inserido o Assistente Social; história essa, que não deve ser lida de forma linear.
2.1 Trajetória ético-política do Serviço Social no Brasil
O Serviço Social perpassou por cinco Códigos de Ética expressando os diferentes momentos vivenciados pela profissão. De acordo com Iamamoto e Carvalho (2009), ás vésperas do Estado Novo na década de 1930 o Serviço Social surge no Brasil e se dá vinculado à Igreja Católica para a recuperação e a defesa de seus interesses junto as classes subalternas e à família operária, nesse período constituíram-se as primeiras escolas de Serviço Social, pautado pelas profundas alterações sociais através do processo de transição agrário para o industrial, profissionais esses que atuariam frente á Questão Social.
Em 1932 foi fundado o Centro de Estudos e Ação Social (CEAS), fundamentado filosoficamente no Neotomismo. A primeira Escola de Serviço Social no Brasil foi fundada no ano de 1936 em São Paulo, depois então vieram outras escolas em outros estados. Sugundo Netto (2010), a conjuntura de 1930 a 1945 caracteriza o surgimento da profissão no Brasil, com influência européia, o surgimento dessas escolas se deu motivados por demandas no setor da saúde. A formação profissional também se pautou, desde o seu início, em algumas disciplinas relacionadas à Saúde. 
Ainda baseado na teoria de Iamamoto e Carvalho (2009), no ano de 1946 com o objetivo de estabelecer uma metodologia de ensino em Serviço Social, reformulou-se a grade curricular das escolas e foi criada a Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social (ABESS). Em 1947, a Associação Brasileira de Assistentes Sociais (ABAS), que se propôs a “promover o aperfeiçoamento e a garantia do nível da profissão de Assistente Social”, que tinha por imediato o reconhecimento da profissão e a defesa de seus interesses corporativos, e através de sua luta a Seção Regional de São Paulo, estabelece em 1947 o primeiro Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais brasileiros, tendo como base a moralidade cristã. Só dez anos depois, no dia 27 de Agosto de 1957, é que foi sancionada a Lei n° 3.252, que regulamentou a profissão de Assistentes Sociais no Brasil.
Netto (2010) cita que nos anos 1960 e 1970 há o movimento de renovação na profissão, denominado Movimento de Reconceituação do Serviço Social, um marco histórico no processo de redefinição da atuação e da forma de pensar da profissão, um movimento renovador do Serviço Social que surge na América Latina, como manifestação de contrariedade com o denominado “Serviço Social tradicional”.
Em 1964, o Ato Institucional n°5, determinava o início da Ditadura Militar no Brasil. Esse movimento tem profunda relação com as realidades sociopolíticas dos países da América Latina, movimento esse pautado fundamentalmente pela longa insatisfação dos profissionais por suas limitações teório instrumentais e também político-ideológicas e instituiu-se uma perspectiva de mudança social (NETTO, 2010).
Com a dinâmica posta pelo desenvolvimento da sociedade se faz necessário uma alteração no Código de Ética do Assistente Social em 1965. Tais mudanças visaram adequar às dinâmicas políticas do momento, em meio às mudanças ocorridas – “as mudanças análogas e, às vezes, concomitantes à América Latina agravada pelo regime ditatorial e militar, implantado em Abril de 1964” (SILVA, 2008, p. 101), pautaram-se na defesa da família, manteve o moralismo e o conservadorismo do código anterior, porém sob bases neotomistas.
De acordo com Silva (2008), a crise estrutural teve rebatimentos na categoria, levando parte dos profissionais a procurar novas formas de adequar sua prática às reais exigências sociais dos países em desenvolvimento. Foi uma crise de âmbito continental que trouxe fortes reações e manifestações no Serviço Social brasileiro, partiu dessas tranformações o denominado Movimento de Reconceituação, visando superar marcos conservadores.
Os documentos de Araxá e Teresópolis, elaborado em 1967 e 1970, respectivamente, por assistentes sociais brasileiros reunidos em Seminários Nacionais de Teorização do Serviço Social, são significativas expressões da tendência profissional integrada ao referido processo de modernização conservadora (ABREU, 2010, p. 115).
Para propiciar ao profissional do Serviço Social atributos que atendam suas necessidades quanto a essa nova perspectiva, em 1975 foi reformulado pela terceira vez o Código de Ética, norteado pela permanência da moral acrítica, a neutralidade, tendo como base o processo de transição do projeto ético político. O Código de 1975 reproduz os mesmos postulados tradicionais abstratos: o bem comum, a autodeterminação, subsidiariedade e participação da pessoa humana, a justiça social [...] (BARROCO, 2010, p. 128-129).
Com o Movimento de Reconceituação do Serviço Social houve uma ruptura com o tradicionalismo onde a realidade controladora da profissão fica explicitada através de elementos manifestos da prática. Outros Seminários importantes aconteceram como o de Sumaré em 1978, Alto da Boa Vista em 1984, e o ocorrido em Belo Horizonte que ficou conhecido como “Método de BH”. Foi, portanto, na década de 1980, segundo Netto (2010), que se consolidou no plano ideo-político a ruptura com o histórico conservador do Serviço Social.
Em 1986, o Código de Ética Profissional do Assistente Social foi reformulado pela quarta vez. Constituiu-se com um novo avanço em relação aos anteriores, independente da Igreja e do Estado, emancipação como categoria profissional, contribuiu com a elaboração do novo projeto ético-político do Serviço Social brasileiro agora compromissado com os intereresses da classe trabalhadora que é a massa da população. 
A Constituição da República Federativa do Brasil (CF), homologada em 1988 reconhece legalmente a assistência social configurada como direito social e dever público. A CF/88 assegurou inúmeros direitos sociais, a saúde como direito universal e a Assistência Social como política pública não contributiva, direitos do cidadão e dever do Estado (BRASIL, 2008).
Portanto, o Código de Ética do Assistente Social é reformulado novamente no ano de 1993, fazendo alusão à emancipação do ser social e estabelece uma dimensão política que visa transformar a ordem social posta e seus princípios, defendendo a liberdade como seu valor ético. Essas alterações aconteceram para atender as novas demandas atribuídas à profissão, pautadas na nova Lei de Regulamentação da profissão de Assistente Social no Brasil, regulamentada em 07 de Junho de 1993. A Lei Federal n° 8.662 estabelece de forma objetiva competências atribuições privativas do Assistente Social, além de alterar a denominação dos órgãos de fiscalização do exercício profissional para Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), e Conselho Reginal de Serviço Social (CRESS). 
A partir de 1993, o Código de Ética passa a ser uma das referências dos encaminhamentos práticos e do posicionamento político dos assistentes sociais em face da política neoliberal e de seus desdobramentos para o conjunto dos trabalhadores (BARROCO, 2010, p.206).
2.2 Código de Ética de 1993 – Princípios Fundamentais
I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos
indivíduos sociais;
II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo;
III. Ampliação e consolidaçãoda cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das
classes trabalhadoras;
IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida;
V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática;
VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados
e à discussão das diferenças;
VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o
constante aprimoramento intelectual;
VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero;
IX. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos/as trabalhadores/as;
X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional;
XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade,
orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física.
Sendo assim, este último Código de Ética representa a direção dos compromissos assumidos pelo Serviço Social nas últimas décadas do seu percurso histórico, o projeto ético-político hegemônico, pode-se nele observar claramente uma perspectiva crítica à ordem econômica-social estabelecida e a defesa dos direitos dos trabalhadores. Na analise de Iamamoto (2005), o Código de 1993 é situado como um segmento do projeto ético-político, internalizando seu conteúdo, face a consolidação desse projeto profissional no adverso contexto social.
CONCLUSÃO
É possível afirmar, então, que o código de 1993 firmou importantes valores e diretrizes para o exercício profissional, que se colocam de forma divergente daqueles que, atualmente, vêm sendo propagados e efetivados em alinhamento com a ordem econômica internacional. Com isso objetiva-se dizer que, na atualidade, a perspectiva hegemonicamente expressa no Código de Ética Profissional do Serviço Social, diferentemente do que é marcante na maior parte da sua história, coloca-se em contraposição com os interesses e valores prevalecentes na ordem do capital. 
Em fim, diante de um contexto histórico marcado por profundas transformações, o Serviço Social atualmente se depara com constantes desafios que são frutos de um sistema sócio econômico que possui reflexos de um longo processo de regime ditatorial. Nesse sentido, é interessante atentar-se que os desafios postos à profissão de Serviço Social são todos ligados ao enfrentamento da questão social. O Código de Ética de 1993 possui elementos que são considerados positivos para as relações entre os sujeitos inseridos na realidade social.
O profissional tem que ter conhecimento de todas essas transformações, para saber como intervir no âmbito de sua prática. Na contemporaneidade, é imprescindível uma atuação que zele pelos princípios éticos morais, defendendo a sociedade das diversas arbitrariedades, como também, difundindo o apreço aos princípios expostos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, a exemplo da liberdade e equidade; os quais se apresentam consonantes com os princípios do Código adotado pela categoria dos Assistentes Sociais.
Convém frisar a importância da atuação do profissional do Serviço Social, baseado nas perspectivas que estão preconizadas no Código de Ética dos Assistentes Sociais de 1993. Vale ressaltar que em meio a todo esse processo dialético, o profissional está inserido no contexto social e seu pilar central é a ética profissional, o Código de Ética é quem norteia os Assistentes Sociais. Com as modificações sofridas, o Código de Ética de 1993 passa a ter um caráter político, levando em consideração princípios como liberdade, cidadania, equidade, justiça social entre outros.
Diante da realidade vivenciada pelo Serviço Social é válido destacar que, o projeto profissional de ruptura começou a ganhar fôlego quando rompeu com o conservadorismo. Na superação do vínculo com a Igreja o Assistente Social profissionalizou-se, e seu conhecimento teórico o elevou à categoria de técnico com qualificação para atender a demanda advinda das expressões da Questão Social. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROCO, M. L. S. Ética: fundamentos sócio-históricos. 3 ed. – São Paulo: Cortez, 2010.
CFESS. Código de Ética Profissional do Assistente Social – Brasília, 1993.
IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 9 ed. São Paulo, Cortez, 2005.
IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil – Esboço de uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo: Cortez, CELATS, 28ª ed., 2009.
MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social: identidade e alienação. São Paulo: Cortez, 1989.
NETTO, José Paulo. A Construção do Projeto Ético-Político do Serviço Social; Serviço Social e Saúde: Formação e Trabalho Profissional. Brasília: 2010. Disponível em: http:www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto3-1.pdf. Acesso em 10 de junho de 2014.
VIEIRA, Balbina Ottoni – História do Serviço Social: Precursores e Contribuição para a Construção de sua teoria – 6ª ed. – Rio de Janeiro. Agir, 1985.

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