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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS - PENAIS

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SUMÁRIO
Dos Princípios Penais e Constitucionais
01. Verdade Real 									
02. Iniciativa das Partes								
03. Devido Processo Legal								
04. Contraditório									
05. Ampla Defesa									
06. Vedação às Provas Ilegais							
07. Presunção de Inocência								
08. Motivação das Decisões Judiciais						
09. Publicidade								
10. Imparcialidade do Juiz								
11. Isonomia Processual								
12. Duplo Grau de Jurisdição								
13. Juiz Natural								
14. Identidade física do Juiz								
15. No bis in idem									
16. Nemo tenetur se detegere								
17. Proporcionalidade									 
18. Regente do Tribunal do Júri							
Referências Bibliográficas
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS E CONSTITUCIONAIS
Iremos partir da enumeração de 1 a 18 dos princípios requisitados para conceituação, de forma dissertativa. 
Princípio da Verdade Real
Nos ditames dos princípios processuais penais e constitucionais, dentre tantos passíveis de entendimento, temos a verdade real. Ela busca descrição de fatos que mais se aproximam da infração penal em questão no devido processo. Logo, para se ter uma verdade real, é preciso que se utilize de todos os meios de provas possíveis para a formação idêntica ou mais semelhante dos fatos ocorridos, tendo o Juiz o dever de investigar a verdade, buscar informações sobre como ocorreram os fatos, quem foi o autor do autor da ilicitude e em que condições se passaram. Há autores que defendam que para que o juiz possa melhor formar sua proporção sob a matéria do processo, deverá ele reproduzir por meio de provas os fatos que mais se adequam com a realidade, a autoria, local, vítima, motivo e forma, só assim conseguindo descrever perfeitamente o ocorrido, dando sua continuidade e garantindo julgamento justo, sendo, desde já, indispensável ao processo. [1: TOURINHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 30. Ed. São Paulo: Saraiva, 2008. Pg. 56.]
Mirabete destaca que o “o princípio da verdade real se procura que o jus puniendi somente seja exercido contra aqueles que praticou a infração penal e nos exatos limites de sua culpa em uma investigação que não encontra limites na forma ou na iniciativa das partes”, e como defende Nucci, a análise desse princípio se inicia pelo conceito da verdade, que pode ser relativo, pois é praticamente impossível se ter um retrato perfeito da realidade dos fatos. [2: MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2006. Pg 25.][3: NUCCI, Guilherme De Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 11ª ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2014. Pg 55-56.]
02. Princípio da Iniciativa das Partes
Não deixando o princípio da verdade real agir sozinho nos ditames processuais penais, o princípio da iniciativa das partes vem disciplinado nos art. 24 a 30 do Código de Processo Penal, uma vez que a ação penal pública deve ser promovida pela Ministério Público, através da denúncia, e a ação penal privada deve ser promovida pelo ofendido ou por quem representá-lo (CADI ou RL), por meio da queixa. Vemos, desde então, que o princípio da iniciativa das partes traz que “não há juiz sem autor”, ou, o juiz não pode dar início ao processo sem a provocação da parte interessada. O nome é autoexplicativo, não se há de falar em ação penal sem a sua devida provocação, não esquecendo que este princípio não faz do Juízo um órgão inerte, já que o processo penal começa por iniciativa das partes, mas desenvolve-se por impulso oficial do juiz. 
03. Princípio do Devido Processo Legal
Princípios são verdades ou juízos fundamentais, são o alicerce ou garantia de certeza a um conjunto de juízos ordenados em um sistema de conceitos relativos a dada porção da realidade. É o que Miguel Reali afirma, onde o princípio do Devido Processo Legal é de importância fundamental da ordem jurídica. Princípio do devido processo legal é o processo devidamente estruturado, ele garante a todos o direito a um processo com todas as etapas garantidas legais e constitucionais. É tão importante tratar-se deste princípio que, na falta dele, acarreta a nulidade do processo, não estando presente apenas na prerrogativa processual penal, mas como em várias outras matérias de amplitude legal. Não há de se esquecer da sua relação com o Princípio da Legalidade e com o Princípio da Legitimidade, já que seu respeito garante um processo estruturado devidamente. [4: REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. Pg.60. ]
Ele é dividido em duas conceituações, sendo o devido processo legal substancial e o devido processo legal. O primeiro considera que as leis devem satisfazer ao interesse público e anseios do social, evitando de fato o abuso de poder por parte do Estado, O devido processo legal substancial vai além do que de uma simples decisão formal promovida pelo juiz de direito diante de um caso concreto. Já aquele é de sentido estrito, tratando tanto ao processo judicial quanto ao processo administrativo e assegurando ao litigante vários direitos processuais, pois, a estes competem o dever de obedecer aos ritos, bem como seus demais aspectos que circundam o processo sem, portanto, o eivá-lo de nulidade, ou suprimindo quaisquer garantias das partes.
04. Princípio do Contraditório
O Princípio do Contraditório é uma das garantias fundamentais, previsto no art. 5º, LV da Constituição Federal. Cabe lembrar que se trata de garantia decorrente do devido processo legal, onde ambos os princípios estão previstos na CF. Bonato defende:[5: BONATO, Gilson. Devido processo legal e garantias processuais penais. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003. Pg. 72.]
“os dispositivos elencados no artigo 5º da Constituição Federal de 1988, especialmente os pertinentes ao direito penal e ao processo penal, enquadram-se na categoria de direitos-garantia, isto é, são garantias que possuem mais que uma função instrumental: podem ser consideradas autêntico direito subjetivo.”
O princípio do contraditório é elemento essencial ao processo. E ainda mais, podemos afirmar que é inerente ao próprio entendimento do que seja processo democrático, pois está implícita a participação do indivíduo na preparação do ato de poder. Sua importância irradia-se por todo o processo. Como é de disposição constitucional, este princípio não deve ser relativizado ou violado. É direito positivado como normas princípio lógicas de categoria prevalente, posto que são intangíveis e autoaplicáveis, tendo a sua aplicação imediata e com eficácia plena. Deste modo, o contraditório deve atingir tanto a fase pré-processual, em seu momento de informação (é através do direito de informação que será exercida a defesa), quanto à fase processual (reação), pois qualquer imputação é capaz de gerar uma resistência.[6: PORTANOVA, Rui. Princípios do processo penal. 4. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001. Pg. 160-161.]
Lopes Junior afirma que contraditório pode ser inicialmente tratado como um método de confrontação da prova e comprovação da verdade, fundando-se não mais sobre um juízo potestativo, mas sobre o conflito, disciplinado e ritualizado, entre partes contrapostas: a acusação e defesa. Logo, o processo deve ser visto como um instrumento de proteção das garantias fundamentais dos cidadãos, e deve proporcionar a estes a tutela efetiva de seus direitos. 
05. Princípio da Ampla Defesa
A ampla defesa também vem prevista na Constituição Federal ao que se trata das garantias fundamentais. Andando juntamente com o princípio do contraditório, a ampla defesa também é vista como instrumento de proteção às garantias dos cidadãos, sua eficácia também é plena e sua aplicabilidade é imediata. Este princípio traz em sua prerrogativa que ninguém poderá ser privado de seus bens ou de sua liberdade sem o devido processo legal, o que nos remete ao princípio abordado acima. Deve-se prevalecer a igualdade entre as partes, o contraditório e a ampla defesa. 
No Processo Penal, esta garantia não precisa ser invocada, uma vez que o Judiciário, o Ministério Público, e os demais órgãos estatais tem o deverde guardar as normas constitucionais e zelar pela efetiva aplicação destas, o que também se vê ao princípio do contraditório.
06. Princípio da Vedação de Provas Ilegais
É sabido que o direito processual regula os meios de provas, meios estes que são considerados os instrumentos que trazem à tona os elementos de prova aos autos. As provas são os meios destinados a convencer o juiz a respeito da verdade de uma situação de fato, como foi claramente exposto no princípio da verdade real, anteriormente. No mesmo contexto temos o que tange o princípio da Vedação de Provas Ilegais, tendo em vista que as partes do litígio tenham utilizado de meios que extrapolam os limites constitucionais e legais para buscar a verdade real (prova ilegal).
A própria CF, em seu art. 5º, LVI, traz regra quanto a inadmissibilidade de provas obtidas por meios ilegais, sendo contrárias aos requisitos de validade exigidos pelo ordenamento jurídico. O Código de Processo Penal também disciplina sobre o assunto em seu art. 157, porém de forma menos clara e trazendo consigo a Teoria da Fonte Independente e “teoria da contaminação”. 
O meio importante para se determinar a imposição de pena é a prova, mesmo que não alcançando a perfeição ou exatidão. Meio e modo utilizados pelos litigantes com o escopo de convencer o juiz da veracidade dos fatos por eles alegados, e igualmente, pelo magistrado, para formar sua convicção sobre os fatos que constituem a base empírica da lide. Torna-se possível reconstruir, historicamente, os acontecimentos geradores do litígio, de sorte a possibilitar, com a sua qualificação jurídica, um julgamento justo e conforme o Direito. Partindo-se do conceito de ilícito, sob significado amplo, quer dizer contrário a moral, aos bons costumes e aos princípios gerais do Direito, apresento a prova ilícita como aquela que infringe regras legais, morais ou ainda princípios gerais do Direito previstos no ordenamento jurídico. Logo, é possível apontar que toda prova ilícita ou ilegítima deve ser considerada proibida, uma vez que fere, diretamente, ordem legal ou constitucional. Assim, importantes limitações constitucionais ao direito à prova devem ser pontuadas: direito de intimidade, inviolabilidade do domicílio, inviolabilidade do sigilo da correspondência e das telecomunicações, além da genérica inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos. 
07. Princípio da Presunção de Inocência/ Não Culpabilidade/ Estado de Inocência
Mais uma vez trazendo à tona A Constituição Federal, no artigo 5º, inciso LVII, dispõe que ¨ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória¨. Nos vemos diante uma garantia processual penal, uma vez que ela visa à tutela da liberdade individual. A pessoa submetida a processo penal presume-se inocente enquanto seja condenada, logo, toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa. A presunção da inocência é uma constante no Estado de Direito, não podendo inferir a inversão do ônus da prova. À acusação compete formular a denúncia, tendo o ônus de promover provas necessárias, para a condenação, assegurando o contraditório e ampla defesa. 
De regra ninguém então poderia ser preso até que fosse condenado. Trago a exceção da medida cautelar pessoal detentiva e a prisão provisória, não podendo serem afastadas em nosso ordenamento, somente se justifique dentro do necessário, à luz do art. 312 do Código de Processo Penal, com a prisão preventiva(na garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal, para assegurar a aplicação da lei penal, além da prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria) e ainda com a prisão temporária(Lei 7.960, de 21 de dezembro de 1989), à risca de pressupostos restritos.
Alega Oliveira, que o certo é usar a expressão situação jurídica de inocência, uma vez que, na visão dele, a inocência não é presumida, ele sempre existiu desde o nascimento do indivíduo, persistindo até o trânsito em julgado da sentença condenatória. [7: OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Curso de Processo Penal. 10 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008. Pg. 35.]
08. Princípio da Motivação das Decisões Judiciais
A Constituição em seu artigo 93, IX, desta vez traz em seu conteúdo o Princípio da Motivação das Decisões Judiciais, dispondo que toda decisão judicial deverá ser motivada, sob pena de nulidade. A falta ou mesmo a insuficiência de fundamentação da decisão judicial poderá acarretar a sua nulidade, pois torna-se imprescindível para proteção do interesse das partes e também para o interesse público. Não há de se falar em condenação sem uma motivação certa.
Este princípio busca proteger o interesse das partes, até porque, tem a finalidade dar conhecimento às partes sobre a maneira como o magistrado decidiu e para que seja possível fundamentar seus recursos e em relação ao interesse público para verificar se o juiz prolator da decisão era ou não imparcial.[8: FORTES, Rafael Costa. Informatização do Judiciário e o processo eletrônico. Jus Navigandi, Teresina, ano 14, n. 2374, 31 dez. 2009. Disponível em: 18 set. 2017.]
09. Princípio da Publicidade
O Princípio da Publicidade vem tipificado no art. 5º, LX e XXXIII, CF; art. 93, IX, CF e art. 792, caput do CPP, o qual os atos processuais devem ser praticados publicamente, sem qualquer controle, permitindo-se o amplo acesso ao público bem como os autos do processo penal estão disponíveis a todos. Trata-se de forma de fomentar o controle social dos atos processuais. Porém nem tudo pode vir a público com tanta facilidade, temos as exceções nos termos do art. 5º, LX, CF, onde a lei tem o poder restringir a publicidades de atos processuais para defesa da intimidade ou interesse social o exigirem. No entanto, jamais o ato processual será praticado sem a presença do Ministério Público, assistente de acusação, se houver, e do defensor.[9: TJ-SP - Agravo de Instrumento AI 21894812620158260000 SP 2189481-26.2015.8.26.0000 (TJ-SP) – pedido de segredo de justiça desprovido.]
10. Princípio da Imparcialidade
Ronaldo Poletti descreve os princípios como sendo “certos enunciados lógicos admitidos como condição ou base de validade das demais asserções que compõem dado campo do saber”. O princípio da imparcialidade do juiz é pressuposto para que a relação processual se instaure validamente, ele é fruto da necessidade do homem de acreditar que terá um julgamento justo e em nível de igualdade com a outra parte. Como é sabido, mantém-no em posição equidistante das partes, dado que distintos os interesses que os animam: estas têm interesse em lide; aquele, interesse na justa composição da lide. Traz consigo a ideia de um juiz que tem o dever de zelar por um processo justo, sendo uma garantia de justiça para as partes. O julgador imparcial é aquele que julga preocupado com o resultado do processo, buscando a realização da justiça.[10: POLETTI, Ronaldo. Introdução ao Direito, p.285.]
Este princípio está consagrado expressamente no art. 8º, 1, do Pacto de São José da Costa Rica (aprovado pelo Decreto nº 678/92), válido no Brasil como norma supralegal, conforme entendimento do STF exarado nos julgamentos do RE nº 466.343/SP e HC nº 87.585/TO.
11. Princípio da Isonomia
O princípio da isonomia ou também chamado de princípio da igualdade é o pilar de sustentação de qualquer Estado Democrático de Direito. O sentimento de igualdade na sociedade moderna pugna pelo tratamento justo aos que ainda não conseguiram a viabilização e a implementação de seus direitos mais básicos e fundamentais para que tenham não somente o direito a viver, mas para que também possam tem uma vida digna. Como diz Cândido Rangel Dinamarco, “não há legalidade no exercício do poder, quando o ato imperativo da autoridade estatal não tiver sido precedido de bastantes oportunidades de defesa e participação verdadeiramente igualitária, outorgadas ao sujeito a ser atingido por seus efeitos”.[11: CÂNDIDO RANGEL DINAMARCO, parecer denominado Legitimidade extraordinária- contraditório e processo administrativo - tutela específica - tutela antecipada, 1998. Pg. 3]
A Constituição Federal Brasileira prevê o princípio da igualdade em seu art. 5º, caput. Registre-se que em outros preceptivos a Constituição volta a destacar o princípio da isonomia, como no art. 3º, III, 5º, I, 150, II e 226, § 5º. De qualquer sorte, bastaria o art. 5º, caput, da CF, para restar consagrado entre nós o princípio da isonomia. Na verdade, a repetição do princípio da igualdade em outros preceitos constitucionais, ainda que com roupagem própria, atesta a importância que o Constituinte conferiu a este princípio. Bastaria, por exemplo, a regra geral da isonomia, prevista no art. 5º, caput, da Carta Magna, para que se chegasse à conclusão, por exemplo, de que os direitos decorrentes da sociedade conjugal devem ser exercidos em igualdade de condições pelos cônjuges.
12. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição
Já o princípio do duplo grau de jurisdição decorre da própria estrutura do Poder Judiciário traçada pela Constituição Federal, consistente na divisão do mesmo em instâncias diversas, começando pelos magistrados singulares, passando pelos respectivos tribunais a que eles estão vinculados, pelo STJ e finalmente chegando ao órgão de cúpula, o STF. Implica a possibilidade ou o direito ao reexame de uma decisão judicial, da forma mais plena e ampla possível, presumindo-se que a partir da sua revisão reduz-se a probabilidade de erro judiciário.
Trata-se da possibilidade de reexame, de reapreciação da sentença definitiva proferida em determinada causa, por outro órgão de jurisdição que não o prolator da decisão, normalmente de hierarquia superior, vindo dessa circunstância a utilização do termo grau, na denominação do princípio, a indicar os níveis hierárquicos de organização judiciária. Não implica necessariamente que a causa e cada questão sejam decididas duas vezes, em juízos diferentes. Haverá situações em que o juízo de primeiro grau deixa de proferir uma decisão pela subsistência de um fato impeditivo, v.g. a prescrição da ação, devendo então o juízo de segundo grau decidir diretamente a causa, não a remetendo àquele.
13. Princípio do Juiz Natural
A Carta Magna, em art. 5º, LIII consagra o princípio do juiz natural e, no Processo Penal, entende-se que o julgador a atuar em um determinado feito deve ser aquele previamente escolhido por lei ou pela Constituição Federal. Veda-se com isso o Tribunal ou Juiz de Exceção, que seria aquele escolhido após a ocorrência de um crime e para determinado caso concreto.
 Tem-se uma certa distonia no processo do trabalho ao repulsar o princípio da identidade fisica do juiz, posto que adota com maior rigor e intensidade o princípio da oralidade, aí contido o princípio da imediação entre o juiz e as pessoas cujas declarações ele deva apreciar. Por razões óbvias, com maior razão deveria não prescindir do princípio da identidade física do juiz. o princípio da identidade física do juiz consiste no fato de que o juiz que preside a instrução do processo, colhendo as provas, deve ser aquele que julgará o feito, vinculando-se à causa. É novidade do processo penal (existia apenas no processo civil), estando consagrado atualmente no art. 399, § 2º, CPP, com a redação dada pela Lei nº 11.719/08.[12: NUCCI, Guilherme De Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 11ª ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2014. Pg 120.]
14. Princípio da Identidade Física do Juiz
A lei 11719/2008 inovou no ordenamento jurídico pátrio ao introduzir o novel parágrafo 2º ao art. 399 do CPP, verbis: "§ 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença". Ressalte-se que o princípio da identidade física do juiz impõe, por decorrência lógica, a obediência aos subprincípios da oralidade, concentração dos atos e imediatidade. Além disso, restou pacificado o entendimento jurisprudencial no sentido de que as provas colhidas à distância por carta precatória ou carta rogatória constituem uma exceção ao princípio ora tratado. Princípio da identidade física do juiz atende ao interesse público, pois destinado a conferir maior eficiência ao julgamento, possibilitando seja a sentença proferida por quem, em tese, reúne melhores condições para fazê-lo. Em razão disso, sua violação implica nulidade absoluta. Nem mesmo se verifica a possibilidade de incidência do princípio da instrumentalidade das formas, pois não há como considerar inexistente o prejuízo. A vinculação decorre do contato com prova oral relevante, produzida em audiência de instrução e julgamento.[13: MARCATO, Antonio Carlos. Código de Processo Civil Interpretado. São Paulo: Atlas, 2008, p. 389/390.]
15. Non Bis In Idem
Outro princípio fundamental é o da vedação a dupla incriminação ou no bis in idem. Tal princípio proíbe que uma pessoa seja processada e condenada mais de uma vez pela mesma coisa. Estabelece, em primeiro plano, que ninguém poderá ser punido mais de uma vez por uma mesma infração penal. Mas não é só. A partir de uma compreensão mais ampla deste princípio, desenvolveu-se o gradativo aumento da sua importância. Hodiernamente, uma das suas mais relevantes funções é a de balizar a operação de dosimetria (cálculo) da pena, realizada pelo magistrado.
16. Nemo Tenetur se Detegere
Nemo tenetur se detegere, trata-se de princípio constitucional implícito que decorre dos seguintes princípios constitucionais expressos: presunção de inocência (art. 5º, LVII, CF); ampla defesa (art. 5º, LV, CF); direito ao silêncio (art. 5º, LXIII, CF). Não obstante, é princípio que se encontra expressamente previsto no art. 8º do Pacto de São José da Costa Rica, de 22 de novembro de 1969, incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro pelo Decreto nº 678, de 6 de novembro de 1992. Por força deste princípio é que a doutrina e a jurisprudência do STF e do STJ majoritárias vêm considerando que o acusado não está obrigado a participar de atividades probatórias que impliquem em intervenções corporais, como realização de exames de DNA, grafotécnico ou de bafômetro, este último frequentemente utilizado para a constatação do crime de embriaguez ao volante previsto no art. 306 da Lei nº 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro), embora haja posições minoritárias em sentido contrário.
17. Princípio da Proporcionalidade
O princípio da proporcionalidade ordena que a relação entre o fim que se busca e o meio utilizado deva ser proporcional, não-excessiva. Deve haver uma relação adequada entre eles. Pois o princípio da proporcionalidade é utilizado quando há colisão de direitos fundamentais, sejam eles de 1ª, 2ª ou 3ª geração, individuais ou coletivos. Afinal, sabe-se que os direitos fundamentais não são ilimitados ou absolutos. Encontram seus limites em outros direitos, também fundamentais. Mas para que possam ter efetivação, isto é aplicabilidade, devem ser ponderados quando estiverem em choque, colisão. A doutrina mais recente constatou e subdividiu este princípio em três outros princípios, quais sejam: o princípio da adequação, o princípio da necessidade e o princípio da proporcionalidade em sentido estrito. Com relação ao subprincípio da adequação, que muitas vezes também é denominado de princípio da idoneidade ou princípio da conformidade, este traduz a ideia de que qualquer medida restritiva deve ser idônea à consecução da finalidade pretendida. Isto é, deve haver a existência de relação adequada entre um ou vários fins determinados e os meios com que são determinados. Já com relação ao subprincípio da necessidade, ou princípio da exigibilidade, busca-se que a medida restritiva seja realmente indispensável para a conservação do direito fundamental e, que não possa ser substituída por outra de igual eficácia e, até menos gravosa. Desta forma, de acordo com este subprincípio, se há várias formas de se obter aquele resultado, impõe que se opte por aquela que irar afetar com menor intensidade os direitos envolvidos na questão. Élcio Arruda, além de conceituar o princípio da proporcionalidade, explica que este possui uma dupla face,tendo uma via de duas mãos. O garantismo negativo tem a prerrogativa de proibir o excesso, ingerências desmedidas no rol de liberdades públicas. Garantismo positivo proíbe a proteção insuficiente ou deficiente, omissões do Poder Público, parciais ou total, tento exceções de relevantes direitos individuais e transindividuais da coletividade.[14: REVISTA SÍNTESE DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. São Paulo: v. 16,n96. Fev\mar. 2016. Pg.69. ]
18. Princípios do Tribunal do Júri
Ao que concerne os princípios regentes do tribunal do júri, A constituição Federal de 1988, reafirmou a instituição do Júri, garantindo sua identidade funcional em seu artigo 5º, inciso XXXVIII, alíneas a, b, c, d. O entendimento constitucional do chamado “Tribunal do Povo”, proclama sua manutenção como lhe der a lei, desde que, não sejam usurpados ou, sequer, ameaçados, suas garantias constitucionais. Dentro da mesma conceituação temos como subprincípio o sigilo das votações, que podemos encontrar no artigo 5º, XXXVIII, alínea b, sendo este uma condição a fim de proteger a livre manifestação de pensamento dos jurados, estes devendo ser imunes às interferências externas, para que ai sim, possam ter o devido veredicto, fazendo com plena convicção. 
O sigilo das votações dita uma incomunicabilidade entre os jurados, assim como está presente no artigo 464, do Código de Processo Penal. A determinação da incomunicabilidade se aplica também a todas as pessoas, independentemente de ser autoridade ou participar do Júri.
Além do sigilo, outro subprincípio regente é o da soberania dos veredictos, estando ele conferido também pela Constituição Federal, artigo 5º, XXXVIII. Ele é uma das características essenciais do Tribunal do Júri, sendo que, em razão desse princípio, em grau de recurso o Tribunal não pode substituir os veredictos dos jurados, condenando ou absolvendo o réu. A soberania dos veredictos não exclui a recorribilidade de suas decisões em casos especiais, assim como não impede a revisão criminal. Ocorre que, os jurados julgam com sua consciência, desprovidos de técnica jurídica, dessa forma, será possível a reforma do julgamento, quando este ocorrer em contrariedade à prova dos autos. O objetivo de tal postulado é fazer com que a percepção popular sobre o fato, seja considerada na condenação, ou não, do réu.
Para finalizar tratamos da competência do tribunal do júri, este disponível apenas aos crimes dolosos contra a vida, não podendo a lei ordinária, suprimi-la – mesmo não havendo possibilidade de supressão da competência do Júri. Os crimes presentes nos artigos 121 a 127 do Código Penal e tipificados com o dolo (direto ou eventual), tanto em suas modalidades tentadas ou consumadas, são de competência constitucional ao júri. O artigo 74 do Código de Processo Penal reafirma.
Em razão da discussão, o STF editou a Súmula 721 com o seguinte enunciado: “a competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual”. Cabe, também, salientar que o artigo 411 do Código de Processo Penal, traz a possibilidade da chamada absolvição sumária, tal instituto tem o condão de subtrair o acusado do julgamento no Tribunal do Júri e, por isso, exige provas claras, indiscutíveis, uma vez que declarará, de forma antecipada, que o acusado não tem responsabilidade criminal a respeito do ocorrido, o que nos remota aos conceitos de princípios discutidos anteriormente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONATO, Gilson. Devido processo legal e garantias processuais penais. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003. 
CÂNDIDO RANGEL DINAMARCO, parecer denominado Legitimidade extraordinária - contraditório e processo administrativo - tutela específica - tutela antecipada, 1998. 
FORTES, Rafael Costa. Informatização do Judiciário e o processo eletrônico. Jus Navigandi, Teresina, ano 14, n. 2374, 31 dez. 2009. Disponível em: 18 set. 2017.
MARCATO, Antonio Carlos. Código de Processo Civil Interpretado. São Paulo: Atlas, 2008, p. 389/390.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 
NUCCI, Guilherme De Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 11ª ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2014. 
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Curso de Processo Penal. 10 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008..
PORTANOVA, Rui. Princípios do processo penal. 4. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001. 
REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. 
REVISTA SÍNTESE DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. São Paulo: v. 16,n96. Fev\mar. 2016. 
TOURINHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 30. Ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

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