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Habeas Data aula 4

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
	Tício, engenheiro, casado, brasileiro, carteira de identidade, CPF, residente e domiciliada no endereço..., e-mail, neste ato representada por seu advogado..., inscrito na ordem dos advogados..., com escritório na rua..., email..., vem impetrar,
HABEAS DATA
	Contra ato do Exmo. Sr. Ministro da Defesa, carteira de identidade, estado civil, CPF, residente e domiciliado a ..., pelos fatos e fundamentos a seguir:
I – Dos Fatos
	
Na década de setenta, o impetrante participou de movimentos políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por agentes federais. Em 2010, Tício requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, ato este que claramente viola a intimidade e vida privada do impetrante e fundamenta a propositura do presente Habeas Data.
		
II. Do Direito
	
O ordenamento jurídico pátrio brasileiro estabelece que seja assegurado a todos os indivíduos, inclusive aos estrangeiros, o direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, para defesa de direito, nos moldes do art. 5º, XXXIII, da CRFB, “in verbis”:
Art. 5º (...):
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Por sua vez, o inciso, LXXII, do mesmo dispositivo supracitado, institui o habeas data, como instrumento para, dentro outras finalidades.	
É importante frisar que a negatória do impetrado em não conceder as informações solicitadas pelo impetrante é totalmente injustificável e ilegal. 
Vale esclarecer que é cabível o Habeas Data nesta peça porque este é o remédio constitucional adequado para quando um cidadão quer garantir seu direito a ter conhecimento de todas as informações relativas à sua pessoa constantes em banco de dado do governo. Não podemos deixar de frisar que o impetrante está solicitando informações suas que foram coletas em um período em que os direitos humanos eram comumente violado e conforme Art. 21, § Ú, da lei 12.527/11, as informações ou documentos que versem sobre condutas que impliquem em violação dos direitos humanos praticada por agentes públicos não poderão ser negadas o acesso. Ainda na mesma lei, mas no Art. 24, § 1°, o prazo para que o Estado retenha essas informações com a alegação de segurança nacional é de 25 (vinte e cinco) anos para informação ultrassecreta. Ora, o impetrante está solicitando estas informações no ano de 2010, ou seja, pelo menos 30 (trinta) anos depois. Logo, a alegação do impetrado de que as informações ainda estariam sob responsabilidade do governo por ser relativo a segurança nacional não procede. A lei determina que o caso mais grave e que deva ser mantido no sigilo completo o prazo é de no máximo, 25 (vinte e cinco) anos, não sendo razoável a negatória das informações solicitadas. Por tal motivo podemos chegar a conclusão que o não fornecimento das informações solicitadas pelo impetrante é totalmente injustificável e ilegal, pois viola vários dispositivos legais aqui expostos e ainda os princípios da legalidade e da dignidade da pessoa humana.
III. Do pedido
	
Diante do exposto, requer:
a) que seja notificada a autoridade coatora dos termos da presente afim de que preste demais informações que julgar necessárias; 
b) a procedência do pedido de habeas data, para que seja assegurado ao Impetrante o acesso às informações de seu interesse; 
c) a intimação do Representante do Ministério Público;
d) Condenação do impetrado às custa de honorários sucumbenciais.
	
IV. Provas
	Requer a produção de todos os meios de provas em direito admitido, em especial a documental.
V. Valor da Causa
Dá-se à causa o valor de R$ ... (Art. 291, CPC).
Pede deferimento.
Local, _____ de _____________________ de _____
__________________________________
Advogado OAB-UF

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