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0 EDUCAÇÃO FÍSICA GENAIR FERNANDES SOUZA JÉSSICA DOMICIANO PEDRO LUCIENE DE LIMA NOBRE MOISÉS PEREIRA DE SOUZA NETO RENATO JÚNIOR MORAIS DA COSTA PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO Manhuaçu 2017 1 GENAIR FERNANDES SOUZA JÉSSICA DOMICIANO PEDRO LUCIENE DE LIMA NOBRE MOISÉS PEREIRA DE SOUZA NETO RENATO JÚNIOR MORAIS DA COSTA PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO Trabalho de: dança enquanto conteúdo da educação física escolar; alunos com síndrome de Down nas aulas de educação física; trabalhos com alunos com deficiência nas aulas de educação física, apresentado à Universidade Norte do Paraná UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média semestral nas disciplinas Metodologia do Ensino da Atividade Rítmica e Dança; Educação Física Escolar e Saúde; Metodologia do Ensino da Ginástica Escolar; Educação Física Adaptada e Primeiros Socorros. Professor (@):Túlio Moura; Patrícia Proscêncio; Eloise Werle de Almeida; Alessandra Begiatto; Luana Conti. Manhuaçu 2017 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO……………….……………………………………………………………03 OBJETIVO……………………………………………………………………………...…04 PRODUÇÃO DE TEXTO……………………………………………………………...…04 TEXTO 01…………………………………………………………………..………......…04 TEXTO 02………………………………………………………………………...….…....09 ENTREVISTA……………………………………………………………………………..13 CONSIDERAÇÕES DO GRUPO……………………………………………………….15 CONCLUSÃO………………………………………………………………………….....16 REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAS……………………………………………………..17 3 1 INTRODUÇÃO Ao contrário do que poderíamos esperar para um país dito “dançante”, a dança é um dos conhecimentos da Educação Física pouco trabalhado nas escolas. Na verdade, referimo-nos a pouco trabalhado, pois entendemos que um conhecimento escolar deva ter sentido, significado, contextualização, além de objetivos específicos associados ao componente curricular a que se destina. E, geralmente, o trabalho de dança que encontramos nas escolas se remete a simples composições coregráficas com fins em si mesmo. Neste texto buscamos uma nova relação em nossos estudos ao utilizar um conceito já sugerido por Daolio (1994) de cultura como categoria principal para a Educação Física. Na realidade esta relação não é apenas nova para nós e sim para a área como um todo, afinal as Ciências Humanas têm tido um reconhecimento mais significativo na Educação Física, entre avanços e críticas, há pouco mais de uma década. Nesse caso, a dança, sendo o conhecimento sobre o qual nos debruçamos nesse momento, também será vislumbrada à luz de uma abordagem cultural. Para iniciar tal reflexão consideramos necessário reportar-nos à fase mais antiga da inclusão da Educação Física em nossas escolas, a fim de verificar como o seu reconhecimento tem se dado ao longo dos anos e como esse componente curricular tem sido tratado até os dias de hoje com possibilidades de entendimento cultural. Trataremos também do conteúdo quanto à síndrome de Down na dança. Segundo Winnick (2004), a síndrome de Down é uma condição genética associada a retardo mental. A síndrome de Down ocorre devido a uma anormalidade cromossômica, que pode ser de três tipos diferentes. A causa mais comum é a trissomia 21, ou trissomia simples, que se caracteriza pela presença de um cromossomo extra no par 21, disfunção essa que ocorre no momento da divisão celular, representando 95% dos casos. Outra causa é o mosaicismo, que representa 2% dos casos e ocorre quando um par de cromossomos não se divide durante a divisão celular por meiose e uma célula haploide fica com 24 cromossomos e a outra com 22. Já a translocação é a causa mais rara. Essa anormalidade cromossômica ocorre quando dois cromossomos crescem juntos, aparentando ser apenas um, mas 4 com o material genético de dois (WINNICK, 2004). Ainda não se sabe a causa exata que gera uma criança síndrome de Down, mas já se sabe que alguns fatores podem interferir, como a idade avançada da mãe, ou seja, após os 35 anos o risco de gerar um feto com essa anormalidade se torna maior; exposição ao raio x; o uso de certas drogas; problemas hormonais ou imunológicos; espermaticidas e infecções virais específicas; mas não há evidências definitivas que qualquer dessas situações tenham sido responsáveis pelo nascimento de um portador de síndrome de Down. Dentre as características dos portadores de síndrome de Down, as mais comuns são a baixa estatura, o rosto com um contorno achatado, as pálpebras estreitas e levemente oblíquas, cabelo esparso e fino, boca pequena e pescoço com aparência larga e grossa (IBIDEM). 2 OBJETIVO Compreender a dança enquanto um relevante conteúdo da educação física escolar; Compreender a importância do domínio de conhecimentos específicos sobre a prática pedagógica com alunos com deficiência nas aulas de educação física; Refletir sobre a realidade do professor de educação física no trabalho com alunos com deficiência. 3 PRODUÇÃO DE TEXTO TEXTO 1 A Dança enquanto conteúdo da educação física escolar. A inclusão da Educação Física na escola brasileira ocorreu ainda no século passado, no entanto é certo que a preocupação com os exercícios físicos já era uma constante no século XVIII, principalmente na Europa. Soares (1998) afirma que a ginástica era considerada como parte significativa dos novos códigos de civilidade e uma “educação do físico”, como cita a autora, era reconhecida com extrema importância ao longo de todo o século XIX europeu. O corpo reto de porte rígido era essencial e os exercícios físicos eram 5 instrumentos capazes de moldar e adestrar os corpos a fim de instaurar a ordem coletiva. Esta ginástica, proveniente da Europa, chega ao Brasil e passa a ser disciplina obrigatória no ensino primário enquanto a dança é inserida para as mulheres no ensino secundário com o objetivo de promover exercícios físicos que eram sinônimos de boa saúde, além de possibilitar e preparar estas mulheres para a maternidade. A característica destas aulas de dança dá-se por exercícios calistênicos, com reprodução de gestos de forma harmônica e padronizada, ritmadas por uma música de fundo. Segundo Darido (1999) isto ocorre por volta de 1854, três anos após a reforma de Couto Ferraz. A trajetória da Educação Física no interior das escolas é longa e repleta de (re) configurações. Os conteúdos e os objetivos desta área de conhecimento vão se moldando com influências e interferências de diferentes instituições, sejam estas em alguns momentos médicas, militares ou esportivistas, todas já bastante criticadas e superadas. No entanto, reconhecemos que estas tiveram seu valor, principalmente se considerarmos que estas instituições foram a gênese da sistematização da Educação Físicana escola. O que não se pode negar é que em todos os momentos a Educação Física brasileira tendeu-se a uma forte influência das Ciências Naturais e o conceito de homem sempre foi defendida sobre uma ótica exclusivamente biológica. Durante algum tempo estamos atendo-nos ao estudo da dança acreditando que esse seja mais um dos elementos a ser trabalhado pela Educação Física no contexto escolar. Atualmente temos nos preocupado com este conhecimento focando principalmente os processos metodológicos utilizados pelos professores que trabalham com o mesmo. Os significados da dança para os alunos são os mais variados, diferenciando-se muito de acordo com a prática metodológica utilizada pelo professor. O que percebemos, em estudo recente, é que a dança, na escola, assume as características mais tradicionais da Educação Física, fazendo-se valer como uma mera oportunidade de reprodução de movimentos rítmicos. Em geral, o professor escolhe uma música, elabora uma sequência coregráfica de acordo com uma data festiva vigente e os alunos, todos iguais, copiam a movimentação (EHRENBERG, 2003). Aquela dança, inserida na escola 6 brasileira com caráter e objetivos biotologistas iniciada em 1854, citada anteriormente, parece perpetuar-se. Frequentemente, ao serem questionados sobre o valor cultural que a dança possibilita aos alunos, os professores o reconhecem e o consideram como positivos. Muitos professores dizem que buscam passar estes significados aos seus alunos valorizando a cultura nacional, apresentando danças típicas brasileiras, aquelas que eles não conhecem, mas que fazem parte da nossa história (EHRENBERG, 2003). Implicitamente, percebemos neste discurso que, ainda nos dias de hoje, falar de cultura pode significar falar “do outro”, do que não nos é comum. Sugerimos que a dança, inserida nas aulas de Educação Física não ultrapasse o âmbito da vivência, proporcionando aos alunos que experimentem e apropriem-se desta possibilidade de manifestação corporal. O interesse pedagógico não deve estar centrado predominantemente no domínio técnico do Sugerimos que a dança, inserida nas aulas de Educação Física não ultrapasse o âmbito da vivência, proporcionando aos alunos que experimentem e apropriem-se desta possibilidade de manifestação corporal. O interesse pedagógico não deve estar centrado predominantemente no domínio técnico do conhecimento trabalhado, mas sim na possibilidade de incorporação das muitas técnicas de execução que possibilitem a sua transferência para várias outras situações ou contextos (PÉREZ GALLARDO, 2002). A educação e a fábrica de corpos O indivíduo age no mundo através de seu corpo, mais especificamente através do movimento. É o movimento corporal que possibilita às pessoas se comunicarem, trabalharem, aprenderem, sentirem o mundo e serem sentidos. No entanto, há um preconceito contra o movimento. Solange Arruda, na introdução de seu livro Arte do movimento, afirma que “é mais chic, educado, correto, civilizado e intelectual permanecer rígido. Os adultos, em sua maioria, não se movimentam e reprimem a soltura das crianças.” Isso começa em casa e se prolonga na escola. A noção de disciplina na escola sempre foi entendida como “não- movimento”. As crianças educadas e comportadas eram aquelas que simplesmente 7 não se moviam. O modelo escolar militar da primeira metade do século XX era aplicado desde o momento em que a criança chegava na escola. As filas por ordem de tamanho para se dirigirem às salas de aula, o levantar-se cada vez que o diretor ou supervisor de ensino entrava na sala etc. Atualmente, são raros os estabelecimentos escolares que mantêm este tipo de atitude, encontrado ainda apenas em escolas de cunho religioso e em algumas escolas públicas de cidades pequenas do interior do estado. O movimento corporal sempre funcionou como uma moeda de troca. Se observarmos brevemente as atitudes disciplinares que continuam sendo utilizadas hoje em dia nas escolas, percebemos que não nos diferenciamos muito das famosas “palmatórias” da época de nossos avós. Professores e diretores lançam mão da imobilidade física como punição e da liberdade de se movimentar como prêmio. A dança no espaço escolar busca o desenvolvimento não apenas das capacidades motoras das crianças e adolescentes, como de suas capacidades imaginativas e criativas. As atividades de dança se diferenciam daquelas normalmente propostas pela educação física, pois não caracterizam o corpo da criança como um apanhado de alavancas e articulações do tecnicismo esportivo, nem apresentam um caráter competitivo, comumente presente nos jogos desportivos. Ao contrário, o corpo expressa suas emoções e estas podem ser compartilhadas com outras crianças que participam de uma coreografia de grupo. Em instituições onde a dança começou a ser trabalhada, professores e diretores sentiram a diferença de comportamento de seus alunos. A começar pelo número de faltas, que diminuiu razoavelmente. A participação dos alunos em outras atividades promovidas pela escola (festas, semanas culturais e científicas, gincanas etc.) começou a ser mais efetiva. De maneira geral, os professores são unânimes ao afirmar que o interesse do aluno pelo ensino melhorou, como se, através das atividades de dança na escola, o aluno tivesse reencontrado o prazer de estar nesta instituição. A primeira delas é a receptividade dos próprios professores da escola. Alguns tendem a “menosprezar” o trabalho, considerando a dança um “luxo” de menor importância no conjunto das disciplinas oferecidas pelo currículo. Estes 8 professores acabam assumindo posturas que dificultam o trabalho dos estagiários, como, por exemplo, intitularem o trabalho “aula de recreação”. Ao ouvirem esta nomenclatura, os alunos saem correndo dispersos para o pátio e ninguém consegue mais reagrupá-los para a aula. Alguns professores que aprovam a iniciativa, por outro lado, reclamam que as crianças ficam mais agitadas nos dias em que há atividades de dança. Em algumas escolas, os estagiários são obrigados a chamarem o trabalho de “expressão corporal”, pois se o nome “dança” aparece, muitos meninos se recusam a participar da atividade por não serem “mulherzinhas” No trabalho com adolescentes, a realidade é outra. Quando interrogados sobre o que é a dança ou sobre qual dança gostariam de aprender na escola, a maior parte dos jovens (sobretudo os rapazes) opta pelas danças de rua (rap, funk, break). Apesar destas danças possuírem uma movimentação considerada agressiva pelos adultos, elas fazem parte do universo destes jovens. A violência é um dos temas mais explorados. Eles simulam lutas, fazem gestos obscenos, criam na execução da coreografia grupos que se enfrentam etc. No entanto, é interessante notar que tudo isso é a “ritualização” da violência, não a violência em si. Há exemplos de grupos de jovens que saíram da marginalidade através das danças de rua. Como eles mesmo afirmam: “através da dança a gente ‘canaliza’ nossa agressividade e, assim, não precisamos mais ser violentos com ninguém”. Alguns poucos professores participantes esperavam receber fórmulas pré-fabricadas ou receitas prontas de como trabalhar a dança no espaço escolar. Tinham a expectativa de aprender alguns “passinhos”(como disseram) ou mesmo algumas coreografias para poderem, mais tarde, transmitir a seus alunos, seja na festa junina, que se aproximava, seja nas comemorações folclóricas do mês de agosto. Normalmente, professores com este tipo de expectativa costumam ficar apavorados cada vez que chega uma data comemorativa e que se veem “obrigados” a preparar algum evento escolar com crianças. É inerente ao ser humano sua capacidade de imitação. A criança aprende através da reprodução dos gestos dos adultos. Marcel Mauss, sociólogo e antropólogo francês e um dos primeiros a classificar as técnicas do corpo, concluiu que todas as ações humanas, desde a mais simples posição deitada (simples 9 entendido como mínimo esforço físico solicitado) até as ações mais elaboradas, como nadar (que requer um treinamento específico), são técnicas adquiridas por meio da imitação. O adulto faz e a criança copia. Temos que ressaltar que não apenas a movimentação serve de modelo. A própria postura também é objeto de imitação. Fica claro que a questão da educação corporal não é de responsabilidade exclusiva das aulas de educação física, nem de dança ou de expressão corporal. O corpo está em constante desenvolvimento e aprendizado. Possibilitar ou impedir o movimento da criança e do adolescente na escola; oferecer ou não oportunidades de exploração e criação com o corpo; despertar ou reprimir o interesse pela dança no espaço escolar, servir ou não de modelo de uma forma ou de outra, estamos educandos corpos. Nós somos nosso corpo. Toda educação é educação do corpo. A ausência de uma atividade corporal também é uma forma de educação: a educação para o não-movimento – educação para a repressão. Em ambas as situações, a educação do corpo está acontecendo. O que diferencia uma atitude da outra é o tipo de indivíduo que formaremos. Cabe agora a cada um de nós fazer a reflexão. TEXTO 2 Alunos com Síndrome de Down nas aulas de Educação Física Para alcançar o desenvolvimento da consciência corporal em crianças portadoras de deficiência mental é necessário que elas passem por três etapas: movimentos simples, movimentos combinados e consciência corporal, sendo que os movimentos têm que ser executados gradativa e progressivamente, começando pelos movimentos básicos e simples, passando por movimentos combinados, até os movimentos mais complicados, estimulando a consciência corporal (FRUG, 2001). Segundo Blascovi-Assis (1991), o esquema corporal sempre é analisado de forma especial nos trabalhos de desenvolvimento psicomotor realizado com portadores de síndrome de Down, já que a estruturação adequada do mesmo conduz a um desenvolvimento satisfatório para as demais habilidades referentes à área da psicomotricidade. As crianças com Síndrome de Down têm maior dificuldade em 10 nomear o corpo, suas articulações e suas partes, mas conseguem perceber o corpo, mesmo com as diversidades. O importante é que cada criança tenha a possibilidade de troca com outros seres, pois é por intermédio da experiência e dessas trocas que se dá à consciência corporal. O trabalho com a consciência corporal, através da educação motora estimula muitas crianças com síndrome de Down, pois contribui para uma melhor qualidade de vida e movimentação (FRUG, 2001). A educação motora é o ponto principal de um desenvolvimento físico satisfatório, permitindo que a pessoa possa se expressar através de sentimentos e pensamentos, como um corpo completo. Todas as crianças, incluindo as com necessidades especiais também têm direito a educação motora, por isso elas devem ser estimuladas de forma adequada, partindo-se de um princípio básico – a consciência corporal. Todo ser humano tem a necessidade de expressar-se corporalmente e a dança é uma forma para que o homem expresse suas emoções e sentimentos. Desde a antiguidade ela está presente, tanto nos rituais sagrados, como no divertimento, se tornando, uma forma de comunicação não-verbal, com expressões por meio de gestos e movimentos corporais. Para Garaudy (1980, p. 9) “a dança é uma das raras atividades humanas em que o homem se encontra engajado: corpo, espírito e coração. A dança é um esporte, só que completo”. Segundo Fonseca (1995), a dança pode vir a contribuir para o desenvolvimento da percepção corporal dos portadores de síndrome de Down, o que permite um desenvolvimento adequado em relação com o meio, aprofundando as características de dissociação entre o esquema e a imagem corporal desses indivíduos. A prática da dança pelos portadores de síndrome de Down os beneficia pelos aspectos lúdicos que o movimento, a música ou sons proporcionam, dando oportunidade para a facilitação do movimento, da reabilitação ou reeducação do gesto (CASTRO, 2005). 11 RELAÇÃO DA SÍNDROME DE DOWN COM A OBESIDADE. A obesidade e uma patologia cuja prevalência, em alguns países, já está sendo considerada um problema de saúde pública. Dados brasileiros mostram que houve um aumento na frequência da obesidade entre crianças de dois a dez anos nos últimos anos (Taddei, citado por Schwartzman e vitolo, 2004). Os pacientes com Síndrome de Down têm como regra tendência para o excesso de peso. Observa-se ultimamente, a preocupação em informar, mudar atitudes e criar oportunidades para estimular comportamentos saudáveis no cotidiano de pessoas com Síndrome de Down, por meio de atividades que promovam o controle do estresse, alimentação adequada, boa higiene, independência nas tarefas diárias espiritualidade e atividades físicas regulares (Rimmer, citado por Marques e Nahas,1999). Em um estudo sobre a Qualidade de vida de pessoas portadoras de Síndrome de Down, com mais de 40 anos, encontraram O IMC médio para as mulheres foi de 31,3 kg/m2, e para os homens de 26,8 kg/m2, com 40% sendo obesos (IMC>30). Contudo, em se tratando do IMC, existe um risco maior para sobrepeso/obesidade nas mulheres que moram na zona urbana e essa obesidade acaba se tornando mais uma barreira para a prática de atividades físicas. Os cuidados iniciais são os mesmos recomendados para as crianças em geral que apresentam excesso de peso. A manutenção do peso e aumento da estatura e a melhor proposta de intervenção, pois a manutenção do peso vai garantir o mesmo gasto calórico do metabolismo basal, além de não colocar em risco a massa magra das crianças (Garrow, 1990). De acordo com recomendações já publicadas para crianças obesas sem Síndrome de Down, pequenas mudanças no comportamento alimentar são mais eficientes do que a imposição de dietas mais rigorosas (Vitolo e Valverde, 1995). As orientações gerais implicam em: (A) estabelecer horários para a ingestão de alimentos, de modo que a criança se alimente cinco a seis vezes por dia, mantendo intervalo de duas a três horas entre a ingestão de refeição ou lanche; (B) Criar o habito de utilizar pequena quantidade dos alimentos gordurosos; (C) Garantir, em todas as refeições, a presença de alimentos fontes de carboidratos; (D) evitar que a criança coma na frente da TV. As orientações devem ser individualizadas, pois as dietas tradicionais para o tratamento 12da obesidade apresentam inconveniências para crianças de modo geral, pois são incompatíveis com o crescimento adequado. Na Síndrome de Down os inconvenientes são ainda maiores, pois acabam agravando os défices existentes (menor velocidade de crescimento e metabolismo lento). De acordo com Prasher, citado por Vitolo, (2003) os indivíduos com Síndrome de Down apresentam um comprometimento importante de estatura em relação a indivíduos sem a Síndrome, de mesma idade. A estatura e a velocidade de crescimento nestes indivíduos são reduzidos, na maioria das idades, desde o nascimento até a adolescência; este comprometimento estende-se ate a idade adulta. Portanto, a velocidade do crescimento parece estar mais comprometida durante a infância e a adolescência. O estirão do crescimento em crianças com Síndrome de Down e menos intenso, e estima-se que ele seja 0,5 cm a 1,5 cm menor que o de crianças sem Síndrome de Down (Arnell e colaboradores, 1996). É fato que uma alimentação desequilibrada e a falta de exercícios físicos são elementos que causam o sobrepeso infantil. Quanto mais cedo existir a mudança nutricional e uma alteração no estilo de vida sedentário, mais fácil será mudar os hábitos da criança, contribuindo para uma vida saudável futuramente. Para que isto aconteça e indispensável a participação ativa da família, já que a criança reproduz as praticas de seus familiares. Segundo Viuniski, (2000) a família age sobre o peso corporal das crianças tanto pela hereditariedade como pelos hábitos e fatores socioculturais. A atividade física e outro fator que combate e previne a obesidade infantil. Partindo desta premissa Alves, (2003) nos leva a acreditar que ser fisicamente ativo desde a infância apresenta muitos benefícios, não só na área física, mas também nas esferas sócio e emocional, e pode levar a um melhor controle das doenças crônicas da vida adulta. Além disso, a atividade física melhora o desenvolvimento motor da criança, ajuda no seu crescimento e estimula a participação futura em programas de atividade física. 13 4 ENTREVISTA Entrevista realizada no município de Ibatiba-ES. Com o professor Nilo Fábio Nunes, atua no Serviço de convivência e fortalecimentos de vínculos. I. Na sua graduação, você teve alguma disciplina que abordasse o trabalho com alunos com deficiência? Sim. II. Qual a importância da educação física no processo de desenvolvimento desses alunos? A educação física pode ser importante para esses alunos, porém, nem todos os profissionais têm capacidade para trabalhar corretamente nessa área. III. Você tem ou já teve alunos com deficiência em suas aulas? Quais foram as deficiências com as quais você trabalhou? (Caso a resposta seja sim). Fale um pouco sobre essa experiência. Sim. Tive vários alunos com necessidades especiais. A experiencia foi boa, pois percebi a qualidade de vida desses alunos e como foi melhorando com o passar do tempo. IV. Quais as maiores dificuldades encontradas em sua prática pedagógica realizada com alunos com deficiência? Minha maior dificuldade era em relação a minha limitação de conteúdo, pois eu só tive um período dessa disciplina que era EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA, não tive mais especializações nesse campo de atuação. V. Você se sente preparado para trabalhar com alunos com deficiência? Devido ao meu conteúdo reduzido nessa especialidade, eu não me sinto totalmente confiante para trabalhar com grupos totalmente complexos. VI. Quais as situações mais comuns que necessitam de primeiros socorros durante a aula de educação física? As situações são relacionadas de acordo com o espaço físico, no caso de uma piscina que pode ocorrer um afogamento. Em caso de áreas de campos de futebol, temos contusões ou até problemas respiratórios e cardíacos, que mesmo sendo raro, pode acontecer. Nunca presenciei essas situações em minhas aulas, mas no caso de problemas cardíacos, temos desfibriladores. 14 VII. Quando ocorre, na escola, uma situação que é necessária prestar primeiros socorros, quem realiza esse atendimento? A escola dispõe de um kit de materiais para este fim? No meu caso, por ser uma área de atuação para o apoio escolar, eu mesmo tenho que lidar com os primeiros socorros e com uma variedade limitada de equipamentos. VIII. Durante a graduação teve alguma disciplina sobre primeiros socorros? Sim. Disciplina fundamental para essa área. SEGUNDA ENTREVISTA. IX. Entrevista realizada em Iúna-ES, na instituição particular Porto Seguro com o professor de educação física Witalo José. X. Na sua graduação, você teve alguma disciplina que abordasse o trabalho com alunos com deficiência? Sim. XI. Qual a importância da educação física no processo de desenvolvimento desses alunos? É importante para que os alunos se sentem inclusos e possibilitados de realizar atividades físicas. Trabalhando seu esquema corporal. XII. Você tem ou já teve alunos com deficiência em suas aulas? Quais foram as deficiências com as quais você trabalhou? (Caso a resposta seja sim). Fale um pouco sobre essa experiência. Sim. Trabalho com esses alunos atualmente, surdos, mudos, deficientes mentais, síndrome de Down e outros. É uma experiencia incrível, pois eles ficam mais felizes com essa exploração corporal. XIII. Quais as maiores dificuldades encontradas em sua prática pedagógica realizada com alunos com deficiência? Com esses alunos não tive dificuldades, trabalho na APAE em Iúna e no Colégio Porto Seguro, áreas totalmente equipadas para essas situações. XIV. Você se sente preparado para trabalhar com alunos com deficiência? Sim, por causa da experiência que tive na APAE. XV. Quais as situações mais comuns que necessitam de primeiros socorros durante a aula de educação física? Fratura por conta de quedas . XVI. Quando ocorre, na escola, uma situação que é necessária prestar primeiros socorros, quem realiza esse atendimento? A escola dispõe de um kit de materiais para este fim? O professor de educação física presente na aula. 15 Temos todos os tipos de equipamentos necessários. XVII. Durante a graduação teve alguma disciplina sobre primeiros socorros? Sim. Disciplina de primeiros socorros. Considerações do grupo Podemos perceber com esse trabalho, a importância de trabalhar a movimentação corporal aos alunos, especialmente aqueles que apresentam síndrome de Down. A Educação Física pode colaborar e muito para o desenvolvimento das pessoas tanto deficientes quanto pessoas sem nenhum tipo de deficiência. Os portadores da síndrome de Down conseguem um desenvolvimento impressionante, com o exercício físico. Como se pode notar os portadores nascem com vários “Défices”, tanto mentais quanto físicos. Sua característica mais evidenciada é sua estatura baixa e hipotonia muscular dentre outras. O trabalho bem-feito, assim como apresentado neste trabalho, faz com que os portadores da síndrome de Down tenham uma vida praticamente igual às pessoas normais. O trabalho deve começar desde criança, passando até a vida adulta. Pode-se perceber que o trabalho com o exercício físico, o resultado que se obteve foram extremamente importantes para os Portadores da Síndrome de Down, os resultados mais relevantes foram: aumento da capacidade da atenção,força muscular, diminuição da hipotonia. O brincar ou jogar para a criança com a síndrome é determinado por suas características peculiares. Por meio de jogos e da brincadeira na atividade física pode ser estimulado o seu desenvolvimento e fornecer experiência nos aspectos socioafetivos, motor, sensorial, cognitivo, também nos aspectos perceptual, afetivo e cultural. Sendo ele organizado, o brincar e a brincadeira exploram o seu próprio corpo e seu ambiente desenvolvendo uma liberdade de criar situações e de realizar outro movimento que não é o esperado, e o papel da atividade física, é criar situações em atividade funcionais, que estimulem a criança com a síndrome de Down de uma forma global. 16 Sabemos que a atividade física é de suma importância para a manutenção da qualidade de vida, da saúde e na prevenção de doenças. A atividade física para pessoas com Síndrome de Down deve ser adequada as suas características e principalmente as suas necessidades. (JUNIOR et al, 2007). Independente das discriminações e indiferenças ainda perdurar, muito já se conquistou no aspecto positivo, referindo-se ao reconhecimento da capacidade da pessoa com debilidade intelectual e nas considerações atendidas de suas necessidades, todavia, é preciso ainda mais, na busca do sentido construtivo do desenvolvimento psicossocial destas. Sendo a dança um canal educacional e interativo, a qual oferece inúmeros benefícios as PSD, uma vez em que estas participem ativamente, de tal arte. CONCLUSÃO A ideia da inclusão não é nova, mas ainda precisa amadurecer nas mentes de pais, educadores, governantes e toda sociedade, antes de tudo é preciso deixar de ignorar a existência do problema e torná-lo parte de nossas vidas como algo natural. O professor precisa perceber que trabalhar com uma criança com síndrome de Down não requer apenas empenho na transmissão de conhecimentos, mas demarca uma relação de confiança, segurança, amor e respeito entre ambos. Estes elementos são imprescindíveis para o favorecimento da aprendizagem, os quais poderão trazer satisfação e reforços positivos. Estas crianças merecem respeito independente de suas diferenças no ritmo de aprendizagem ou qualquer outra limitação, seja ela física ou intelectual. A prática de exercício físico permite, assim, a aquisição de competências ao nível da socialização, e a inclusão destas crianças no ensino regular favorece a interação com os restantes colegas e implica uma melhoria significativa no desempenho de tarefas diárias. As aulas de Educação Física permitem o desenvolvimento motor e intelectual das crianças com Down. A inclusão escolar proporciona a conscientização de que os seres humanos são diferentes e várias são as diferenças, que devem ser entendidas e atendidas, especialmente na escola. A percepção da importância da participação dos pais na educação dos filhos e, com mais ênfase dos 17 filhos portadores de Síndrome de Down também é de extrema importância. Os pais precisam entender a necessidade das crianças vivenciarem espaços abertos às diferenças, para que elas possam crescer com valores éticos, de entendimento e atendimento aos seres humanos, a partir do que eles são e não do que eles deveriam ser. A prática regular de Atividade Física, seja ela através do desporto ou da educação física, é um fator de proteção contra os processos degenerativos do organismo, atuando como um agente promotor de saúde das crianças com Síndrome de Down. Através dessa atividade o professor pode de uma forma harmônica e lúdica desenvolver e aumentar o repertório motor, a integração e a sociabilização da criança, aluno, Down. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Daolio (1994) “cultura é categoria principal para a Educação Física”. Segundo Winnick (2004), “a síndrome de Down é uma condição genética associada a retardo mental”. Essa anormalidade cromossômica ocorre quando dois cromossomos crescem juntos, aparentando ser apenas um, mas com o material genético de dois (WINNICK, 2004). o professor escolhe uma música, elabora uma sequência coreográficas de acordo com uma data festiva vigente e os alunos, todos iguais, copiam a movimentação (EHRENBERG, 2003) Muitos professores dizem que buscam passar estes significados aos seus alunos valorizando a cultura nacional, apresentando danças típicas brasileiras, aquelas que eles não conhecem, mas que fazem parte da nossa história (EHRENBERG, 2003). a possibilidade de incorporação das muitas técnicas de execução que possibilitem a sua transferência para várias outras situações ou contextos (PÉREZ GALLARDO, 2002). Para alcançar o desenvolvimento da consciência corporal em crianças portadoras de deficiência mental é necessário que elas passem por três 18 etapas: movimentos simples, movimentos combinados e consciência corporal, sendo que os movimentos têm que ser executados gradativa e progressivamente, começando pelos movimentos básicos e simples, passando por movimentos combinados, até os movimentos mais complicados, estimulando a consciência corporal (FRUG, 2001). Blascovi-Assis (1991), o esquema corporal sempre é analisado de forma especial nos trabalhos de desenvolvimento psicomotor realizado com portadores de síndrome de Down O trabalho com a consciência corporal, através da educação motora estimula muitas crianças com síndrome de Down, pois contribui para uma melhor qualidade de vida e movimentação (FRUG, 2001). Garaudy (1980, p. 9) “a dança é uma das raras atividades humanas em que o homem se encontra engajado: corpo, espírito e coração. A dança é um esporte, só que completo”. Fonseca (1995), a dança pode vir a contribuir para o desenvolvimento da percepção corporal dos portadores de síndrome de Down A prática da dança pelos portadores de síndrome de Down os beneficia pelos aspectos lúdicos que o movimento, a música ou sons proporcionam, dando oportunidade para a facilitação do movimento, da reabilitação ou reeducação do gesto (CASTRO, 2005). A manutenção do peso e aumento da estatura e a melhor proposta de intervenção, pois a manutenção do peso vai garantir o mesmo gasto calórico do metabolismo basal, além de não colocar em risco a massa magra das crianças (Garrow, 1990). Pequenas mudanças no comportamento alimentar são mais eficientes do que a imposição de dietas mais rigorosas (Vitolo e Valverde, 1995). Viuniski, (2000) a família age sobre o peso corporal das crianças tanto pela hereditariedade como pelos hábitos e fatores socioculturais.
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