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Saúde Mental e Trabalho: Desafios Contemporâneos

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Introdução
As sociedades passam na contemporaneidade por aceleradas mudanças, trazendo repercussões nos mais diversos âmbitos da vida. Somando -se a situação que se vive na atualidade uma crise econômica, como consequência da mesma muitas empresas tiveram muitos problemas provocando assim um índice de demissões significativa. 
Em paralelo a esta ocorrência, e por extensão a ela, a abertura de novas vagas também sofreu um acentuado declínio.
Frente a toda essa situação o trabalhador enfrenta a atualidade um crescente desafio, o de enfrentar uma grande e crescente pressão psíquica em seu trabalho. 
Um dos objetivos mais recentes da saúde mental não se restringe apenas à cura das doenças ou a sua prevenção, mas envidar esforços para a implementação de recursos que tenham como resultado melhores condições de saúde para a população.
Para Dejours (1994), a psicopatologia tradicional está alicerçada no modelo clássico da fisiopatologia das doenças que afetam o corpo. Dedica-se, exclusivamente, ao diagnóstico das doenças mentais, dos transtornos mentais orgânicos, da esquizofrenia, dos transtornos do humor e dos inúmeros transtornos de personalidade. O debate, porém, que este artigo pretende explorar abrange as condições de milhares de pessoas sem imunidade que, embora suportem as pressões, conseguem, de alguma forma, escapar de um transtorno psicótico severo, mas que se mantêm, por assim dizer, no campo da normalidade.
Não é raro encontrar pessoas que, por uma condição de sua psicodinâmica interna, possuem a propensão a trabalhar em excesso e a divertir-se muito pouco; outras, pelo contrário, passam os dias a divertirem-se; outras ainda não conseguem fazer nem uma coisa nem outra. Sabe-se hoje que tanto o trabalho, quanto a diversão em proporções satisfatórias são critérios para avaliar um funcionamento psíquico saudável.
Desenvolvimento 
Saúde Mental e Trabalho 
A relação entre a saúde e o trabalho vem sendo alvo de investigações e estudos e, a saúde do trabalhador configurou‐se com uma questão prioritária para a área da saúde no Brasil. Essa preocupação com relação ao estudo sobre o trabalho e o trabalhador é importante, pois é através do conhecimento que podemos evitar, diminuir e alicerçar novas ideias aos problemas agravados ou provocados pelo trabalho tanto em nível individual como coletivo.
Através da história vemos o quanto avançou, mas que ainda tem‐se muito o que fazer, pois o atendimento é desigual, já que nos encontramos em uma sociedade completamente capitalista, aonde que tem muito, paga muito e recebe muito, enquanto os que pouco tem, recebem o proporcional a isso. Cada época tem a sua demanda diferenciada em virtude de que os instrumentos de trabalho se modificam, mas o homem continua sendo o mesmo trabalhador e o produto final, com suas necessidades, desejos, frustrações, etc. Sabe‐se que as patologias se originam de fatores biológicos, ambientais e socioculturais, enfim um conjunto de agravantes e não podem ser tratados somente com remédios que é o que acontece atualmente, essa visão abre uma porta para a reflexão sobre os modelos vigentes, ampliando a visão sobre a saúde ocupacional e da medicina em geral. Uma equipe multi ou interdisciplinar é o diferencial em todo este processo, pois é ela quem tem condições de abordar o todo, conhecer o indivíduo, suas necessidades, estudar a relação entre a patologia e o trabalho e contribuir para transformar este processo. Alguns elementos são reconhecidos como aqueles que têm certa interferência, ou uma tendência, a participar ativamente na qualidade de saúde mental do trabalhador na sua relação com o trabalho. Primeiramente, cabe discursar sobre a importância da motivação no trabalho.
O conceito de estresse vem sendo amplamente utilizado não só nos estudos e pesquisas científicas e acadêmicas, mas também nos órgãos de comunicação e na linguagem cotidiana. Tal popularização, por um lado, desvelou o vínculo entre trabalho e saúde/doença mental, vínculo este nem sempre reconhecido visto a prevalência concedida aos fatores hereditários e às relações familiares na etiologia do adoecimento mental; por outro lado, constata-se uma imprecisão conceitual e a utilização do termo tanto para qualificar um estado de irritabilidade como um quadro de depressão grave.
Em síntese, o conjunto de teorias sobre estresse, embora sua multiplicidade, privilegia o emprego de métodos quantitativos e os pressupostos teóricos do referencial cognitivo-comportamental, cabendo ao trabalho o atributo de fator desencadeante do processo, com maior ou menor grau de relevância.

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