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Direito Administrativo - OAB

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*REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO* 
 
O Regime Jurídico Administrativo é o conjunto harmônico de princípios que definem a lógica da atuação do ente 
público, a qual se baseia na existência de limitações e prerrogativas em face do interesse público. Esses princí-
pios devem resguardar essa lógica, havendo, entre eles, um ponto de coincidência. 
 
- Confere prerrogativas (Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular) e restrições (Pe-
rece da Indisponibilidade do Interesse Público) - São os SUPERPRINCÍPIOS, dos quais decorrem os outros 
Princípios. 
 
- Garrido Falla: Denomina tal circunstância de “o Binômio do direito administrativo” (prerrogativas e sujeições). 
Maria Sylvia chama de “Bipolaridade do Direito Administrativo”. 
 
Princípios decorrentes desses 02 (dois) Princípios (SUB-PRINCÍPIOS). Art. 37, caput, da CF: Princípios Cons-
titucionais da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. 
 
 LEGALIDADE. A Administração Pública só pode atuar conforme a lei, todas as suas atividades estão subordi-
nadas aos comandos legais. Diferentemente da Legalidade no âmbito do Direito Civil, onde o que não está proibi-
do está permitido (art. 5°, II, CF). Por outro lado, na Legalidade Administrativa, o administrado só atuará com pré-
via autorização legal, sem a qual a Administração não pode agir. 
 
 IMPESSOALIDADE (art. 37, § 1º, da CF). A Administração Pública tem que agir objetivamente em prol da cole-
tividade. Os atos de pessoalidade são vedados, o exercício da atividade administrativa é atribuição da Administra-
ção e a ela são imputadas todas as condutas dos agentes públicos. Teoria do Servidor (agente público de fato). 
 
- As publicidades da Administração não poderão conter nomes de administradores ou gestores, serão meramente 
informativas, educativas ou de orientação social. 
 
OBS: Princípio da intranscendência - Trata-se de princípio que excepcionaliza a idéia de impessoalidade. O 
princípio da intranscendência subjetiva das sanções, consagrado pelo STF, inibe a aplicação de severas sanções 
à entidades federativas por ato de gestão anterior à assunção dos deveres públicos. 
 
 MORALIDADE. Maurice Hauriou, 1927: noção de Administração proba, a Moralidade Administrativa seria um 
conjunto de regras extraídas da boa e útil disciplina interna da Administração. Representa um conjunto de valores 
que fixam um padrão de condutas que deve ser observado na atividade administrativa, no sentido de que ela atue 
com retidão de caráter, ética, honestidade, decência, lealdade, boa-fé. 
 
- Não basta que as atividades da Administração estejam de acordo com a lei, essas atuações têm que ser condu-
zidas com Lealdade, Ética e Probidade. 
 
 Art.5°, LXXIII da CF/88  Ação Popular para controlar a Moralidade Administrativa dos agentes públicos. 
 
 PUBLICIDADE. Transparência no exercício da atividade administrativa. 
 
- Exceções: Assuntos que tratem da segurança nacional; certos interesses sociais, ou de foro íntimo (privacidade, 
intimidade). 
 
 EFICIÊNCIA. Introduzido pela EC 19/98, antes já era Princípio Infraconstitucional. A atuação da Administração 
deve ser: 
 
 Rápida: Dinamismo, celeridade, descongestionar e desburocratizar. 
 Perfeita: Completa, satisfatória. 
 Rentável: ótima, máxima com menor custo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OUTROS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 
 
 Princípio da Finalidade Pública. 
 
 Finalidade Pública Geral. Impõe que a atuação administrativa seja sempre voltada à coletividade, ao interesse 
público, nunca para atender interesses particulares. 
 
 Finalidade Pública Específica. Determinados atos devem atingir fins específicos. Se este ato é praticado para 
atingir outro fim que não seja o seu fim específico, estará ferindo o Princípio da Finalidade Pública (desvio especí-
fico de finalidade). 
 
 Princípio da Presunção de Legitimidade ou Veracidade dos Atos Administrativos. 
 
 Até que se prove o contrário os atos da Administração são legais e legítimos (presunção relativa, juris tantum). 
Sua ilegalidade terá que ser provada, e até que se prove os atos serão válidos. 
 
 Princípio da Auto-tutela (Constitucional). 
 
 A Administração tem prerrogativa de controlar sua própria atuação para corrigir seus próprios atos. PODERÁ 
anular o ato que ela mesma praticou, quando o ato estiver eivado de ilegalidade  Súmula 346, STF: “A Admi-
nistração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos”. 
 
 A Administração PODERÁ invalidar seus próprios atos eivados de ilegalidade (dos quais não se originam direi-
tos) e revogar atos por motivos de conveniência e oportunidade.  Súmula 473, do STF: ”A Administração pode 
anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, 
ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em 
todos os casos, a apreciação judicial”. 
 
 Em todos esses casos de invalidação e revogação, o Poder Judiciário poderá ser provocado e deverá apreciar 
os atos de invalidação e os de revogação. No entanto, a apreciação judicial restringe-se a aspectos formais, não 
havendo controle de mérito, pois não se pode apreciar a conveniência e oportunidade da revogação. Daí o caráter 
de não definitividade do autocontrole da Administração, que não faz coisa julgada. 
 
 Lei 9.784/99, art. 53  Processo Administrativo Federal: “A Administração DEVE ANULAR seus próprios 
atos, quando eivados de vícios de legalidade e PODE REVOGÁ-LOS por motivos de conveniência ou oportunida-
de, respeitados os direitos adquiridos”. 
 
 Princípio da Motivação. 
 
 Em regra, a Administração deve enunciar as razões que a levaram a expedir determinado ato. Incisos IX e X, 
do Estatuto da Magistratura: As decisões administrativas no exercício de função atípica do judiciário devem ser 
fundamentadas. 
 
 Entende-se por Motivo a razão de fato ou de direito que autorizou ou determinou a prática de um ato. Já a 
Motivação se trata da Exigência de explicitação, de enunciação dos motivos. 
 
 Exceções ao Princípio da Motivação: A Exoneração ad nutum, que se refere àquela aplicável aos ocupantes 
de cargo em comissão, prescinde de motivação. Entretanto, se a Administração motivar ato que poderia não ser 
motivado, estará vinculada aos motivos que explicitou. Os motivos vinculam todo o ato, e se não forem respeita-
dos, o ato poderá ser apreciado pelo Judiciário (Teoria dos Motivos Determinantes). Ex. agente destituído por 
improbidade, esta deverá ser provada. 
 
 Princípio da Proporcionalidade Ampla ou da Razoabilidade (STF). 
 
 Os meios adotados pela Administração, voltados a atingir determinados fins, devem se apresentar como: 
 
a) Adequados: deve lograr com sucesso a realização do fim. 
 
 
 
 
 
 
 
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b) Necessários: entre os diversos meios igualmente adequados, a Administração tem que optar pelo meio que 
menos restrinja o direito do administrado. 
c) Proporcionais, em Sentido Estrito (elemento da proporcionalidade ampla): a Administração deve promover 
ponderação entre vantagens e desvantagens, entre o meio e o fim, de modo que haja mais vantagens que des-
vantagens, sob pena de desproporcionalidade do ato. 
 
 Princípio da Continuidade. 
 
 Estampado no art. 6º, §1º, da lei 8.987/95, define que a atuação administrativa deve ser ininterrupta. 
 
 Ressalva 1 – o servidor público tem direito de greve que será exercido nos termos de lei específica. Enquanto 
não houver lei específica para regulamentação, fará greve nos moldes da Lei Geral de Greve, no entendimento do 
STF. 
 
Por seu turno, o Supremo Tribunal Federal, em 2016, na análise do Recurso Extraordinárionº 693.456, decidiu, 
apreciando o tema da repercussão geral, por unanimidade, por maioria, na parte conhecida, fixar tese nos seguin-
tes termos: "A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do 
exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que 
dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar 
demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público". 
Sendo assim, pode-se considerar que o direito de greve do servidor configura uma exceção ao princípio da conti-
nuidade, a despeito de ser exercido, respeitando os limites definidos em lei, de forma a evitar-se a paralisação total 
da atividade pública. 
 
 Ressalva 2 – o art. 6º, §3º, da lei 8.987/95, permite a interrupção do serviço por razões de ordem técnica e por 
motivo de inadimplemento do usuário em situações de urgência, ou se houver prévio aviso. 
 
 Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade. 
 
 A razoabilidade orienta a atuação administrativa dentro dos padrões de conduta aceitos pela sociedade. Nor-
malmente aplicado na prática de atos discricionários, quando o agente público tem margem de escolha, com base 
em critérios de oportunidade e conveniência. 
 
 Entende-se que a Proporcionalidade é inerente à Razoabilidade e diz respeito à adequação entre fins e meios 
para a prática de atos administrativos. 
 
Vejamos a cobrança do tema na prova do TRT 15 – Juiz do trabalho Substituto – TRT 15/2013: 
 
Considerando os princípios como vetores que fundamentam todas as proposições construídas acerca da Adminis-
tração Pública, é incorreto afirmar: 
 
a) a Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios é nortea-
da pelos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência; 
b) os preceitos fixados na Constituição Federal acerca dos princípios que norteiam a Administração Pública po-
dem ser ampliados por outros dispositivos normativos, a exemplo do que se verifica com a Constituição do Estado 
de São Paulo, que fixou para as entidades da administração indireta ou fundacional do Estado a obrigatoriedade 
de se nortear pelos princípios “de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, razoabilidade, finalidade, 
motivação, interesse público e eficiência”; 
c) há previsão de princípios específicos na Lei do Processo Administrativo no âmbito da Administração Federal 
Direta e Indireta (Lei n. 9.784/1999), tais como os princípios da legalidade, da finalidade, da motivação, da razoa-
bilidade, da proporcionalidade, da moralidade, da ampla defesa, do contraditório, da segurança jurídica, do inte-
resse público e da eficiência; 
d) a Lei de Licitações e Contratos da Administração Pública (Lei n. 8.666/1993) visa a assegurar a observância do 
princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do 
desenvolvimento nacional sustentável, sendo os respectivos litígios processados e julgados em estrita conformi-
dade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da 
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são 
correlatos; 
 
 
 
 
 
 
 
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e) o princípio da supremacia do interesse público sobre o particular é específico do Direito Administrativo, sendo 
limitado pelo princípio da legalidade, servindo como ponto de origem dos demais princípios da Administração Pú-
blica. 
 
*PODERES ADMINISTRATIVOS* 
 
CONCEITO. 
 
- Conjunto de medidas, meios ou instrumentos dos quais se valem os sujeitos da Administração Pública como 
necessários ao desempenho de suas próprias atividades administrativas. 
 
- São Poderes Instrumentais utilizados como meios para satisfação do interesse público, enquanto dever da admi-
nistração, sem os quais a mesma não atuaria, eles são inerentes à Administração Pública, nascem com ela (Po-
der-Dever). São Poderes Jurídicos, criados pelo Direito. 
 
Ao extrapolar o caráter instrumental, ocorre abuso de poder. 
 
Abuso de poder se divide em excesso de poder e desvio de poder. 
 
Excesso de poder – vício de competência. 
Desvio de Poder – vício de finalidade. 
 
PODER VINCULADO. Competência vinculada expedir atos vinculados. 
 
- Hely Lopes: Poder que a ordem jurídica confere à Administração para expedir atos de sua competência, cujos 
elementos e requisitos já vêm previamente estabelecidos por lei. Confere à Administração uma competência para 
expedir atos vinculados ou regrados, no âmbito dos quais a Administração não goza de nenhuma liberdade admi-
nistrativa, devendo expedi-los sem ponderações. 
 
- OBS: Alguns autores (Maria Sylvia) negam a autonomia desse Poder, sob o argumento de que ele só impõe 
sujeições e limitações à Administração, que não terá liberdade na prática do ato. 
 
PODER DISCRICIONÁRIO. 
 
- A Ordem jurídica confere à Administração Pública, na expedição de determinados atos, a possibilidade de se 
valer do juízo de conveniência e oportunidade na escolha do objeto e na avaliação dos motivos do ato praticado. 
 
- Concede à Administração certo espaço, com possibilidade de ponderações e escolhas na prática do ato. Pode 
deliberar a respeito do motivo e do objeto do ato, quando a lei deixar alguns dos elementos para prática de um ato 
para que a Administração atue de forma mais livre, com possibilidade de tomada de mais de uma decisão. 
 
Competência Sempre decorrente de lei, ato vinculado. 
Finalidade Sempre vinculada. 
Forma Quando prescrita em lei, será vinculada. 
Motivo e Objeto Elementos deixados à discricionariedade administrativa. 
 
- Entretanto, a Administração deve adotar, dentre os vários motivos e objetos possíveis, o mais benéfico. Nunca 
poderá escolher qualquer objeto ou motivo. É uma liberdade relativa, condicionada. 
 
- OBS: Não obstante não possa efetivar a substituição do mérito de um ato administrativo, o Poder Judiciário tem o 
poder de analisar se a conduta foi praticada dentro dos limites da discricionariedade, o que é feito com base na 
análise de princípios como razoabilidade e proporcionalidade. Trata-se, aqui, de análise de legalidade e não de 
mérito. De fato, o Judiciário pode decidir que a atuação discricionária da administração foi na verdade fora da esfe-
ra legal de discricionariedade, foi uma atuação ilegítima, haja vista sua desproporcionalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PODER HIERÁRQUICO. 
 
- Confere à Administração uma capacidade para ordenar, coordenar, controlar, corrigir, delegar (quando conveni-
ente) e avocar suas funções. Este Poder estabelece a relação hierárquica entre órgãos do mesmo âmbito e esca-
lão da Administração e a divisão de competências. 
 
 Capacidade de Ordenar. Organizar as funções administrativas, distribuindo-as e escalonando-as entre os ór-
gãos e agentes públicos, estabelecendo uma relação de subordinação entre eles. As ordens emanadas pelos 
órgãos e agentes superiores devem ser cumpridas fielmente pelos seus inferiores, salvo se manifestamente ile-
gais (quebra do dever de obediência  infração disciplinar, punida pela Administração através de seu Poder Dis-
ciplinar). 
 
 Capacidade de Coordenar. Coordenação, harmonização das funções, internamente, quando a cargo do mes-
mo órgão administrativo. 
 
 Capacidade de Controlar. Controlar o próprio desempenho dos agentes público, fazendo também com que 
sejam observadas as leis e instruções necessárias ao cumprimento das funções. 
 
 Capacidade para Corrigir (AUTOTUTELA). Invalidar atos ilegais e revogar atos que não sejam mais conveni-
entes e oportunos ao interesse público. 
 
 Capacidade para Delegar Atividadeou Função Administrativa. Art. 12, da Lei 9.784/99, do Processo Admi-
nistrativo Disciplinar. Poderá haver quando for conveniente e não houver impedimento legal (delegar competência 
para julgamento de recurso administrativo; para edição de atos normativos ou quando o ato deva ser praticado 
com competência exclusiva), mesmo entre órgãos de igual ou inferior escalão, mesmo que o órgão ou o agente 
delegado não sejam subordinados ao órgão ou agente delegante. A delegação é regra, sendo sua proibição uma 
excepcionalidade. OBS: O responsável pelo ato será o agente que recebeu a delegação (delegado). 
 
 Capacidade para Avocar. Art. 15, da Lei 9.784/99. É o chamamento da competência pela autoridade que não 
era, originariamente, competente para prática ato, tirando a competência da autoridade que assim o era. É excep-
cional, só será possível quando permitida por lei. A autoridade avocante deverá ser superior à autoridade avoca-
da. Deve ser justificada e temporária. 
 
O Poder Hierárquico está presente somente em âmbito interno (poder de organização interna). Entre os órgãos da 
Administração Direta e dentro dos próprios órgãos da Administração Indireta. Não há Poder Hierárquico de órgão 
da Administração Direta sobre órgão da Administração Indireta, tampouco de uma entidade da Administração 
Indireta sobre outra entidade da Administração indireta, já que não há Poder Hierárquico no âmbito externo. 
OBS: Não é considerado controle de subordinação o que ocorre da Administração Direta sobre a Indireta. É um 
controle finalístico (incide sobre os fins e objetivos, nunca sobre os meios) para o qual foi criada a entidade da 
Administração indireta: Tutela Administrativa. No âmbito da União: supervisão Ministerial (as entidades da Admi-
nistração indireta se vinculam a um Ministério). 
 
Importa sempre ressaltar que o Poder Hierárquico é poder interno, não se manifestando entre pessoas 
jurídicas diferentes. Veja como já se manifestou o STJ: 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. DECISÃO PROFERIDA PELA JUSTIÇA ESTA-
DUAL. DEMANDA AUTÔNOMA AJUIZADA NA JUSTIÇA FEDERAL VISANDO A REVOGAR DECISÃO DE 
JUIZ DE DIREITO. IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE OS RAMOS DO PODER JU-
DICIÁRIO. 1. Ação possessória na Justiça estadual com liminar deferida e confirmada pelo Tribunal, determinando 
a desocupação de área. Demanda em que a União não é parte. 2. Ajuizamento, pela Associação Democrática por 
Moradia e Direitos Sociais, às vésperas da reintegração de posse, de medida cautelar visando a impedir o cum-
primento da liminar emanada da Justiça estadual, alegando interesse da União na causa. 3. Decisões conflitantes. 
Inexistência de hierarquia entre os ramos do Poder Judiciário. Impossibilidade de revogação de decisão 
da Justiça estadual pelo Judiciário Federal. 4. A parte inconformada com a decisão liminar deve interpor os 
recursos adequados no momento oportuno. A União, se possuir interesse jurídico, deve manifestá-lo nos próprios 
autos da ação que tramita na Justiça estadual, requerendo sua remessa à Justiça Federal para que esta examine 
o pedido (Súmula n. 150/STJ). Não cabe ajuizamento de nova demanda na Justiça Federal para obstar o cumpri-
 
 
 
 
 
 
 
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mento da liminar oriunda da Justiça estadual. 5. Conflito admitido com a declaração de competência do Juízo es-
tadual para análise dos pedidos relacionados à reintegração de posse. 
(120788 SP 2012/0011161-1, Relator: Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de Julgamento: 
22/05/2013, S2 - SEGUNDA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 04/06/2013) 
 
PODER NORMATIVO (Gênero) Vale para todos os órgãos da Administração Pública. 
 
O Poder Normativo se traduz no poder conferido à Administração Pública de expedir normas gerais, ou seja, atos 
administrativos gerais e abstratos com efeitos erga omnes. Não se trata de poder para edição de leis, mas apenas 
um mecanismo para edição de normas complementares à lei. 
 
Poder Regulamentar (Espécie): É atribuído exclusivamente às Chefias do Executivo para executarem fielmente 
a lei (regulamento de execução), regular matéria não reservada à lei (regulamento autônomo) ou disciplinar inter-
namente, em caráter geral e abstrato, as atividades cometidas ao Executivo (regulamento administrativo). 
 
PODER DISCIPLINAR. 
 
Aplicação de penalidades a todos aqueles que possuam vínculo especial com o Poder Público, como os servido-
res públicos e contratados pela Administração. A aplicação das penalidades depende de respeito ao Devido Pro-
cesso Legal, no qual sejam respeitados o Contraditório e a Ampla Defesa. 
 
PODER DE POLÍCIA. 
 
- Conceito Amplo. Toda e qualquer atividade desempenhada pelo Estado e dirigida a se restringir as liberdades 
individuais. Alcança os Poderes Executivo e Legislativo. Mesmo uma lei que venha a restringir uma liberdade seria 
decorrente do Poder de Polícia. 
 
- Conceito Estrito. O Poder de Polícia é toda atividade administrativa exercida pelas entidades, órgãos e agentes 
da Administração Pública para limitar e condicionar o exercício das liberdades individuais e o uso, gozo e disposi-
ção da propriedade, visando adequá-los e conformá-los aos interesses públicos e bem-estar geral da coletividade. 
É um Poder de Polícia Administrativa. 
 
- É Poder Jurídico, mera atividade administrativa (Ex. interdição de fábrica poluente). 
 
 Objeto do Poder de Polícia. Um bem, direito ou atividade exercida pelo particular, serão limitados pelo Poder 
de Polícia da Administração que, entretanto, não poderá abolir os direitos dos administrados, apenas limita-los de 
modo que não ponham a coletividade em risco. 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que enseja a atuação do Estado. 
 
 Manifestação: É uma atividade administrativa manifestada através de atos com destinatários indeterminados, 
gerais ou abstratos, individuais ou concretos; de prevenção ou fiscalização. 
 
 O Poder de Polícia, em regra, é discricionário. No entanto, a Administração não pode ficar inerte, tem que 
exercê-lo, tem o dever de responder, decidir a respeito dos pedidos do administrado. Na hipótese da Administra-
ção manter-se inerte, esta inércia poderá ser apreciada pelo Judiciário. Exceções: As licenças são exemplos de 
atos vinculados, devendo ser conferidas quando o particular cumpre todos os requisitos. 
 
 Atributos do Poder de Polícia. 
 
 É imperativo, coercitivo, impõe restrições mesmo sem a vontade do particular. 
 Auto-Executável, atributo sem o qual o Poder de Polícia ficaria esvaziado; Exigível. 
 Presunção juris tantum de Legitimidade (não pode haver abusos no Poder de Polícia). 
 
 Delegação. O Poder de Polícia pressupõe prerrogativas a particulares. Portanto, se um particular detivesse o 
Poder de Polícia haveria um desrespeito ao Princípio da Igualdade. Daí porque, a doutrina entende que esse Po-
der é indelegável aos particulares. Exceção: Capitães de navios e aeronaves; entidades da Administração Indire-
ta; agências reguladoras; concessionários, permissionários, delegatários, também o possuem, mas de forma mais 
 
 
 
 
 
 
 
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restrita. OBS: Apenas os atos e atividades materiais que precedem (colocação de fotossensores) e que sucedem 
(a efetiva demolição de uma casa) o Poder de Polícia podem ser delegados. 
 
 Sanções. Devem ser previstas expressamente em lei. As sanções prevêem o resultado útil do Poder de Polícia. 
Ex. Interdições, apreensões, demolições, multas. 
 
 Setores do Poder de Polícia. Ex. Polícia Ambiental, Polícia Edilícia (SUCOM), INMETRO. 
 
Vejamos a cobrança do tema na prova FCC – Juiz do Trabalho Substituto 18ª região/2014: 
É tradicional a distinção entre polícia judiciária e polícia administrativa. Dentre os critérios que permitem distinguir 
as duas modalidades de exercício do poder estatal por agentes públicos, é correto afirmar que a polícia judiciária 
a)age somente repressivamente e a polícia administrativa age somente preventivamente. 
b) age sempre de maneira vinculada e a polícia administrativa atua sempre de maneira discricionária. 
c) é privativa de corporações especializadas e a polícia administrativa é exercida por vários órgãos administrati-
vos. 
d) é exercida com autoexecutoriedade e a polícia administrativa é exercida com coercibilidade. 
e) atua exclusivamente com base no princípio da tipicidade e a polícia administrativa atua exclusivamente com 
base no princípio da atipicidade. 
 
*ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO* 
 
FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA. 
 
DESCONCENTRAÇÃO. Atividade distribuída dentro do próprio núcleo, da própria Pessoa Jurídica. Há hierarquia, 
subordinação. 
 
DESCENTRALIZAÇÃO. 
 
 Por Outorga. O Poder Público transfere a titularidade mais a execução do serviço. Só pode ser feita através de 
lei e para as Pessoas Jurídicas de Direito Público da Administração Indireta. 
 
 Delegação. Transfere somente a execução do serviço, o Poder Público mantém a titularidade. Pode ser feita a 
qualquer um (Administração Direta, Indireta, particulares). Pode ser feita por: 
 
a) Lei (Legal). quando for para Pessoas Jurídicas de Direito Privado da Administração Indireta (Empresas Públi-
cas, Sociedade de Economia Mista). 
 
b) Contrato (contratual). quando a delegação for para particulares (concessionárias, permissionárias, organiza-
ções sociais e todos que prestem atividade administrativa). 
 
Não confunda descentralização com desconcentração. 
 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA (Decreto-lei 200/67). Núcleo da Administração. 
 
 Teoria do Mandato. O Estado transfere poderes a seus agentes através de um contrato de mandato. Não serve 
porque o Estado não pode manifestar vontade, portanto, não pode celebrar contrato de mandato. 
 
 Teoria da Representação. O Estado é tratado como incapaz, por isso precisaria de um representante. Não ser-
ve porque, no Brasil, o Estado é responsável por seus atos e de seus agentes, não é incapaz. 
 
 Teoria do Órgão ou Teoria da Imputação (Hely Lopes). Utilizada no Brasil, o agente exerce o poder, manifes-
ta a vontade do Estado em razão de um Poder Legal, decorre de uma previsão legal. A vontade deve ser imputa-
da ao órgão, não sendo imputada ao agente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ÓRGÃO PÚBLICO. 
 
- Núcleo especializado de competências que serve para prestação de atividade administrativa. Não pode celebrar 
contrato. Não têm Personalidade Jurídica, por isso não tem aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações. Mas 
pode ir a juízo, desde que preenchidas duas condições (ir em busca de prerrogativas funcionais, sempre como 
sujeito ativo). Tem CNPJ. É possível a existência de órgão público na Administração Direta e na Indireta (Lei 
9784/99). 
 
 CLASSIFICAÇÃO. 
 
a) Quanto à Posição Estatal: 
 
A Independentes. Gozam de independência, estão no ápice de cada um dos poderes. Ex. São as chefias de 
cada Poder: Presidência, Câmara Municipal. 
 
BAutônomos. Estão subordinados, diretamente ligados aos órgãos independentes. Ex. secretarias de Estado, 
Ministérios. 
 
C Superiores. Ainda possuem poder de decisão, mas estão subordinados aos órgãos autônomos e aos inde-
pendentes. Ex. Procuradorias. 
 
DSubalternos. Não possuem poder de decisão, só executa o que foi mandado pelo órgão independente ou 
autônomo. Ex. zeladoria, almoxorifado. 
 
b) Quanto à Posição Estrutural: 
 
ASimples. Não possuem outros órgãos agregados à sua estrutura. Ex. Gabinetes. 
 
B Compostos. Possuem outros órgãos agregados à estrutura. Ex. Delegacia de Ensino- Escolas ligadas. 
 
c) Quanto à Atuação Funcional: 
 
A Singulares. Compostos por um único agente. Ex. presidência, governadoria. 
 
B Colegiados. Compostos por vários agentes. Ex. Assembleia Legislativa. 
 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: 
 
- Possuem Personalidade Jurídica Própria. Aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, é responsável pelos 
próprios atos e os de seus agentes. Não existe relação de hierarquia entre Administração Direta e Indireta. 
 
- Patrimônio e Recursos Próprios, autonomia técnica, financeira (decide como vai aplicar o dinheiro), administrati-
va. Só não tem autonomia, nem capacidade legislativa. OBS. No máximo poderá regular, complementar, discipli-
nar o que está previsto em lei. 
 
 Formas de Controle: 
 
 Interno. Feito pela própria entidade da Administração Indireta. 
 
 Exterior. Poder Legislativo (CPI´s e TCU); Poder Judiciário; pelos cidadãos, através da Ação Popular; Pelo 
Poder Executivo (supervisão Ministerial, dirigentes escolhidos pelo Ministério, receitas e despesas fiscalizadas, 
finalidades predeterminadas). 
 
 AUTARQUIAS. 
 
 Conceito. Pessoa Jurídica de Direito Público que serve para prestação de atividades típicas do Estado, com 
autonomia administrativa, técnica e financeira, mas sem capacidade legislativa. São criadas e extintas por lei ordi-
nária específica. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Finalidade vinculada à finalidade para a qual a lei a criou. Não são criadas para visar o lucro. 
 
 Atos e Contratos. 
 
a) Auto-Executáveis, presunção de legitimidade, imperatividade, como qualquer outro ato administrativo. 
b) Contrato Administrativo regido pelo Direito Público, com cláusulas exorbitantes. 
c) Necessidade de Licitação, mesmo para contratos regidos pelo Direito Privado. 
 
 Responsabilidade Civil. 
 
a) Conduta + Dano + Nexo (sem necessidade de comprovação de culpa ou dolo). Será Objetiva: quando houver 
ação por parte do Estado; Subjetiva: quando em razão de omissão do Estado, e a responsabilidade do servidor 
também será subjetiva. 
b) OBS: Se a Autarquia não tiver patrimônio, o Estado responderá de forma objetiva, subsidiariamente pelo Dano. 
c) Exceção: Nos Casos das PPP´s, a Responsabilidade do Estado é Solidária. 
 
 Bens Autárquicos: São bens públicos, segue regime de bens públicos. 
 
a) Inalienabilidade relativa. Todos os bens públicos são alienáveis de forma condicionada. Para haver aliena-
ção, há um procedimento a ser seguido: (Desafetação- Autorização Legislativa- Licitação). 
 
b) Impenhorabilidade: É vedada a penhora, o arresto (bens indeterminados), o seqüestro (bens determinados). 
 
c) Impossibilidade de Oneração: O Bem Público não pode ser objeto de Direito Real de Garantia (O Penhor, a 
Hipoteca e a Anticrese são vedados). 
 
d) Imprescritíveis (prescrição aquisitiva). Bens públicos são insuscetíveis de usucapião, nem do pró-labore, 
nem os bens dominicais. 
 
 Regime de Precatório. 
 
Os débitos judiciais das entidades autárquicas são pagos por meio da ordem cronológica dos precatórios, conforme 
estabelecido no art. 100 da CF. Ressalte-se que, por se tratar de ente da Administração Indireta, com personalida-
de jurídica própria, terá sua própria fila de precatórios, que não se confunde com a do ente federativo responsável 
por sua criação. 
 
 Privilégios Processuais. 
 
O Código de Processo Civil dispõe que a fazenda pública goza de prazos dilatados para manifestação em juízo. 
 
Cumpre relembrar que o Novo CPC define que A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas res-
pectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações 
processuais, a partir da sua vista dos autos, não havendo mais disposições sobre prazos quadriplicados. 
Saliente-se que as ações de rito especial, tais como o Mandado de Segurança, o Habeas data, entre outros, não 
seguem as regras de dilatação de prazo, mantendo-se o prazo simples para manifestação do Poder Público. 
Além dos prazos dilatados para manifestação, a fazenda pública goza de garantia de duplo grau de jurisdição 
obrigatório, não produzindo efeitos, senão depois de analisadas pelo tribunal, as decisões contráriasà fazenda 
pública. Trata-se da chamada remessa necessária de decisões desfavoráveis ao Poder Público. 
 
 OBS.: A súmula 620 do STF estabelece que as entidades autárquicas não gozam do direito ao reexame necessá-
rio, mas o entendimento jurisprudencial mais moderno afasta a aplicação desta súmula, em virtude da redação do 
artigo 496 do CPC. Portanto, também gozam da garantia do duplo grau obrigatório de jurisdição. 
 
Ademais, em conformidade com o Novo Código de Processo Civil, somente se procederá à remessa necessária 
(agora no art. 496) quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de VALOR SUPERIOR a: 
“I – MIL SALÁRIOS-MÍNIMOS para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II – QUI-
NHENTOS SALÁRIOS-MÍNIMOS para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de 
 
 
 
 
 
 
 
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direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; III – CEM SALÁRIOS-MÍNIMOS para todos os 
demais municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público”. 
Da mesma forma, também não se aplica a remessa necessária quando a sentença estiver fundada em súmula do 
Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou 
pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de casos repetitivos e entendimento firmado em incidente de reso-
lução de demandas repetitivas ou de assunção de competência. 
Por fim, o art. 91 do Código de Processo Civil (Lei 13.105/15) define que as despesas dos atos processuais, efe-
tuados a requerimento do Ministério Público, Defensoria Pública ou da Fazenda Pública, serão pagas a final pelo 
vencido, ou seja, não se exige adiantamento de custas processuais por parte do Estado. Isso não se aplica para 
honorários periciais, consoante disposto na Súmula 232 do Superior Tribunal de Justiça 
 
 Regime Tributário. 
 
a) Imunidade Tributária Recíproca somente quanto aos impostos. A imunidade não é absoluta: restringe-se às 
finalidades específicas de cada Autarquia, previstas na sua lei de criação. As atividades complementares estão 
sujeitas aos impostos. 
 
b) OBS: Há cobrança dos outros tributos. 
 
c) Regime de Pessoal: 
 
Diante da concessão da medida cautelar proferida na ADI 2135, o STF, desde 2007, suspendeu a eficácia do art. 
39, caput, da CF, com a redação dada pela EC 19/1998, o que rendeu ensejo ao retorno da redação anterior, na 
qual havia sido instituído o regime jurídico único para os servidores da administração direta, das autarquias e 
fundações públicas. No âmbito da União, o regime foi instituído pela lei 8112/90. Desse modo, não se admite mais 
o ingresso de servidores celetistas para prestação de serviços nos entes da administração direta, autárquica e 
fundacional. 
 
Assim, os agentes das autarquias são servidores estatutários que se submetem a todas as garantias constitucio-
nais de estabilidade e regime de aposentadoria especial, mas que, da mesma forma, se submetem a todas as limi-
tações constitucionais, como a exigência de concursos públicos, a impossibilidade de acumulação de cargos e a 
adequação de sua remuneração ao teto de pagamento, previsto na Constituição Federal. 
 
 CONSELHOS DE CLASSE (OAB, CRA, CRM, CRO). 
 
 Antigamente. Natureza de Autarquia. Porém, a Lei 9.649/98, no art. 58, estabelece que os Conselhos de 
Classe possuem natureza de Pessoa Jurídica de Direito Privado. 
 
 STF, ADIN n. 1717. Como os Conselhos de Classe têm como função principal o Poder de Polícia, fiscali-
zando as atuações profissionais, não podem ser considerados pessoas jurídicas de direito privado. Declarou in-
constitucional o art. 58, da Lei 9.649/98, determinando que os Conselhos de Classe terão natureza de Autarquia. 
 
 Concurso Público. Doutrina majoritária entende que o concurso público é obrigatório. 
 
 Foro Competente. Súmula 66, STJ: Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
 Anuidade: Natureza tributária, contribuição. 
 
 Controle pelo Tribunal de Contas; Deve Obedecer a Lei 4.320/64 (Lei de Finanças). 
 
 Exceção OAB: A contribuição da OAB não tem natureza tributária; Não sofre controle do Tribunal de Contas 
e não deve obediência à Lei de Finanças Nacional. 
 
 AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL. 
 
 AUTARQUIAS CULTURAIS - Surgiram para conceituar as Universidades Públicas, que têm mais autonomia 
e liberdade. Reitor: Tem prazo certo de mandato, só sairá depois da expiração do mesmo. São escolhidos pelo 
 
 
 
 
 
 
 
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Presidente da República, através da indicação realizada pelos membros da entidade que formulam uma lista trípli-
ce. Não é cargo de livre nomeação, nem de livre exoneração. 
 
 AGÊNCIAS REGULADORAS (Espécie). 
 
a) Finalidade. Regular, fiscalizar, disciplinar, normatizar determinadas atividades. Não é atividade nova, antes era 
exercida diretamente pelo Estado. 
OBS.: Teoria da captura - De acordo com a referida teoria da captura, a ilegalidade se configura quando a agên-
cia perde sua condição de autoridade comprometida com a realização do interesse coletivo e passa a reproduzir 
atos destinados a legitimar a consecução de interesses privados dos segmentos regulados. Com efeito, o fenô-
meno da captura ocorre quando há distorção do interesse público em favor do interesse privado, o que normal-
mente decorre de pressão do poder econômico das empresas reguladas e de grupos de interesses. Indiscutivel-
mente, trata-se de irregularidade na atividade regulatória, uma vez que afeta a imparcialidade das agências regu-
ladoras. Tais atividades são passíveis de controle administrativo e judicial, dada a sua antijuridicidade. 
b) Capacidade Legislativa. Não a tem, não podendo, de tal sorte, legislar. Têm o papel de complementar as leis, 
com normas técnicas específicas de sua atuação. 
 
c) Regime Especial. Têm mais autonomia, liberdade normativa, liberdade econômica e financeira. 
 
d) Nomeação de Dirigentes. Presidente nomeia com prévia aprovação do Senado. É investidura ou nomeação 
especial, porque depende de prévia aprovação do Senado. 
 
e) Mandato com Prazo certo e determinado. A lei de criação de cada autarquia de regime especial irá determi-
nar o prazo do mandato (máximo. de 04 anos). OBS: Já há projeto de lei querendo uniformizar o prazo: 04 anos 
para todas. 
 
f) Vedação (Quarentena). Quando o dirigente sai do cargo, deve ficar 04 meses ou 01 ano (a depender da lei da 
autarquia especial) sem poder atuar na área de atuação da agência reguladora. 
 
g) Distinções. 
 
AProcedimento Licitatório. 
 
- Lei 9.472/97: em contrariedade ao disposto na Lei 8.666/93, cada agência teria seu próprio procedimento licitató-
rio, previsto na sua lei de criação. Com modos específicos de licitação (Pregão e Consulta). 
 
- STF, ADIN n. 1.668: Se a agência reguladora é autarquia, terá que seguir a Lei 8.666/93, deixando, entretanto, 
que elas tenham as modalidades específicas determinadas pela Lei 9.472/97, Pregão e Consulta. 
 
- O Pregão já tem a Lei 10.520/02, que o estendeu a todos os Entes, não sendo mais modalidade específica das 
agências reguladoras. Atualmente, a consulta, que ainda não tem lei lhe regulando, é a modalidade específica das 
agências reguladoras. 
 
B Regime de Pessoal. 
 
- Lei 9.886/00. Regime Celetista, com contratação temporária. A doutrina já dizia que o regime da CLT só deveria 
ser adotado em situações excepcionais, para funções subalternas ou para contratações temporárias. 
 
-ADIN n. 2.310, STF. Declarou que não era hipótese para contratação temporária, que é excepcional, e que, por-
tanto, não deveria adotar o regime celetista. Declarou a Inconstitucionalidade das 02 regras: regime celetista e 
contratação temporária. 
 
- MP n. 155/03 Lei 10.871/04: Determinou o Regime Estatutário, com concurso público, para todas as agên-
cias reguladoras.Os que entraram por contratação temporária sairão depois de findo o tempo do contrato. 
 
h) Exemplos de Agências. 
 
AANS; ANTT; ANTAQ; ANAC; ANP; ANA (bens públicos); ANCINE (fomento). 
 
 
 
 
 
 
 
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B Autarquias: ADA (Agência de Desenvolvimento da Amazônia, substituiu a SUDAM), ADENE (Agência de De-
senvolvimento do Nordeste, substituiu a SUDENE) e AEB (Agencia Espacial); 
 
C Serviços Sociais Autônomos: APEX, ABDI. OBS: CVM: deveria ser agência reguladora, mas é autarquia co-
mum. 
 
 AGÊNCIAS EXECUTIVAS. 
 
a) São autarquias ou fundações públicas que precisam ser modernizadas, e para isso fazem um planejamento 
para reestruturação. 
 
b) Contrato de Gestão. Celebrado entre uma autarquia ou fundação pública e o Poder Público. Serve para dar 
mais autonomia ou recurso público. Ex: autarquia A  contrato de gestão  agência executiva A. 
 
c) O título de Agência Executiva é temporário. Findo o contrato de gestão, o ente que se tornou agência executi-
va temporariamente voltará a ser autarquia ou fundação pública. Ex. de agência executiva: INMETRO. 
 
d) Liberdade Específica (só para agências executivas): Art. 24, §1º, da Lei 8.666/93: Dispensa de licitação. 
Regra geral: 
 
AValor de até 10% do convite (até R$ 150.000, se obras ou serviços de engenharia; até R$ 80.000 para os ou-
tros serviços); 
 
BLicitação dispensada (R$ 15.000 ou R$ 8.000). 
 
e) Dispensa para as agências executivas: 20% do valor do convite, ou seja, quando o valor da licitação for até 
R$ 30.000 ou R$ 16.000, a agência executiva estará dispensada de licitação. Essa dispensa vale também para: 
sociedades de economia mista, empresas públicas e consórcios públicos. Só vale para as autarquias e fundações 
públicas, quando qualificadas como agência executiva. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA. 
 
 São instituídas e constituídas pelo Poder Público, fazendo parte da Administração. OBS: Quando forem consti-
tuídas pela iniciativa privada, não serão Fundações Públicas. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PÚBLICO. 
 
a) Natureza Jurídica. Regime de Direito Público. É uma espécie de autarquia e faz parte da Fazenda Pública. 
Tem todos os privilégios e obrigações de uma autarquia. OBS: Quando o concurso falar de fundação pública, será 
a de Direito Público. 
 
OBS: A partir da vigência do Novo CPC, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas 
autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações proces-
suais, a partir da sua vista dos autos, não havendo mais disposições sobre prazos diversos. 
 
OBS 1: O Novo CPC também aumentou o valor-limite estabelecido para o reexame necessário (remessa), nos 
casos de condenações dos Entes Públicos, para mil salários mínimos quando se tratar de União e suas respecti-
vas autarquias e fundações de direito público, para quinhentos salários mínimos em se tratando de Estado, Distri-
to Federal e suas respectivas autarquias e fundações de direito público e de cem salários mínimos em se tratando 
de Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PRIVADO (fundações governamentais). 
 
a) Natureza Jurídica: Regime de Direito Privado, derrogado parcialmente por algumas normas de direito públi-
co. 
 
b) Foro Competente (foro privativo): Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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c) Privilégio Processual: Não tem prazo especial, porque não faz parte da Fazenda Pública. 
 
d) Tem sua Criação autorizada por lei ordinária. Já a lei complementar deve determinar a finalidade das funda-
ções públicas de direito privado. 
 
e) OBS: Celso Antonio entende que não há essa divisão. Segundo ele, quando se fala em fundação pública, to-
das elas são de Direito Público. 
 
 EMPRESAS ESTATAIS  Empresas Públicas 
 Sociedade de Economia Mista 
 
 EMPRESAS PÚBLICAS. 
 
a) Pessoa jurídica de direito privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica; sua criação 
é autorizada por lei. 
 
b) Têm capital exclusivamente público. Pode ser capital de vários entes da federação. Ressalte-se que podem 
participar do capital de uma empresa pública os entes da administração indireta, ainda que possuam personalida-
de de direito privado, como, por exemplo, outras empresas estatais ou, até mesmo, sociedades de economia mis-
ta. Ainda assim, seu capital será integralmente público, somente não se admitindo o investimento de particulares 
na formação do capital. 
 
c) Tem livre Constituição. Pode ser constituída por qualquer atividade empresarial. 
 
d) Têm foro privativo. Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: 
 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica; criação 
autorizada por lei. 
 
b) Têm capital misto. O capital do Ente Público deve ser a maioria do capital votante. Devem ser constituídas, 
obrigatoriamente, como sociedades anônimas. 
 
c) Não têm foro privativo. São julgadas na Justiça Estadual. 
 
d) Finalidades: 
 
A Prestar Serviço Público. Quando forem prestadoras de serviço público, haverá prevalência do Direito Públi-
co sobre o Direito Privado. 
 
B Explorar atividade econômica. Quando forem exploradoras de atividade econômica, haverá prevalência do 
regime de Direito Privado, com alguma influência do Direito Público. 
 
OBS: Art. 173, da CF (Hipóteses em que o Estado pode explorar atividade econômica): 
 
1. Quando for necessário aos imperativos da segurança nacional. 
 
2. Quando houver interesse coletivo, conforme o definido em lei. 
 
OBS: Terão estatutos próprios definidos na lei que autorizou sua criação. 
 
REGIME JURÍDICO DAS EMPRESAS ESTATAIS. 
 
A LICITAÇÃO. 
 
01. Quando for prestadora de serviço público. Obedecerá à Lei 8.666/93. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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02. Quando exploradora de atividade econômica. Podem ter estatuto próprio, que regerá o procedimento licita-
tório de cada pessoa jurídica. Entretanto, até hoje, não há estatuto. Assim, deverão obedecer à Lei 8.666/93. Dis-
pensa e Inexigibilidade (Arts. 24 e 25 da Lei 8.666/93). 
 
BFALÊNCIA. 
 
01. Antes: Se prestadoras de serviço público  não estavam sujeitas à falência; se exploradoras de atividade 
econômica  estavam sujeitas à falência. 
 
02. Agora (Lei de Falências, 11.101/05, art. 2º). Empresas públicas e sociedades de economia mista, sejam 
exploradoras de atividade econômica, sejam prestadoras de serviço público, não estão sujeitas à falência. 
 
OBS: A doutrina critica tal orientação, dizendo que as exploradoras de atividade econômica devem estar sujeitas 
à lei de falências, já que estão muito próximas do Direito Privado. 
 
C  RESPONSABILIDADE CIVIL. 
 
01. Prestadoras de Serviço Público (art.37, §6º, da CF). A responsabilidade será objetiva, de regra. E a respon-
sabilidade do Estado será subsidiária e objetiva. 
 
02. Exploradoras de Atividade Econômica. A Responsabilidade civil delas será regida pelo Direito Civil, que 
determinará os casos em que a responsabilidade será objetiva ou subjetiva. E o Estado não responde subsidiari-
amente. 
 
D REGIME TRIBUTÁRIO. 
 
01. Regra Geral: As empresas públicas e as sociedades de economia mista não têm imunidade tributária recípro-
ca e privilégios não extensíveis à iniciativa privada. 
 
02. Exceção. Quando o bem e as atividades estiverem vinculados à prestação do serviço público, terão imunida-
de tributária. 
 
03. Empresa dos Correios e Telégrafos. Exerce atividade exclusiva e indelegável do Estado (serviço postal), por 
isso é tratado como Fazenda Pública. Goza de imunidade tributária recíproca; Tem privilégios processuais (pra-
zos diferenciados); Os seus bens públicos são impenhoráveis, não oneráveis e imprescritíveis;Estão sujeitas ao 
regime de precatório. OBS: Isso não vale para as franquias privadas da Empresa. 
 
E REGIME DE BENS. 
 
01. Regra Geral. São penhoráveis. Mas são imprescritíveis, sempre. 
 
02. OBS: José dos Santos C. Filho entende que só os bens das pessoas jurídicas de direito público são bens 
públicos, ou seja, os bens das entidades governamentais não são bens públicos. 
 
03. Doutrina majoritária. Os bens públicos são todos aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito públi-
co e os diretamente ligados à prestação do serviço público nas entidades governamentais, concessionárias, per-
missionárias e autorizatárias. Neste ultimo caso, os bens seguirão as regras dos bens públicos. 
 
F REGIME DE PESSOAL. 
 
01. Celetista. Titular de Emprego (Não é emprego público. Este e o cargo público são exclusivos das PJ´s de 
Direito Público). 
 
Equiparam-se aos servidores em alguns aspectos: 
 
- Exigência de concurso público; 
- Sujeitos às regras de vedação de acumulação; 
-Respondem por improbidade (Lei 8.429/92) de cargo, emprego e função pública; 
 
 
 
 
 
 
 
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- São funcionários Públicos para fins penais; 
- Estão sujeitos aos remédios constitucionais; 
- Teto remuneratório. Estarão sujeitos ao teto do STF se a empresa pública ou a sociedade economia mista re-
ceberem ajuda do Estado para o custeio; se não receberem ajuda para custeio, não estão sujeitos ao teto; 
- Dispensa do empregado. Para maioria da doutrina, a dispensa do empregado só poderá ser realizada motiva-
damente, após processo administrativo disciplinar com contraditório. Porém, TST Súmula 390, orientação juris-
prudencial  Não há necessidade de motivação para dispensa dos empregados, já que os mesmos não gozam 
de estabilidade. Também não há necessidade de processo administrativo. 
 
G ESTATUTO DAS EMPRESAS ESTATAIS 
 
Em 30 de junho de 2016, foi publicada a lei 13.303/16 que dispõe sobre o estatuto das empresas públicas e socie-
dades de economia mista e suas subsidiárias, mantendo as regras anteriormente aplicáveis a essas entidades, no 
que tange à formação societária, organização do capital e finalidades precípuas e criando novas disposições deta-
lhadas. 
 
Vejamos a cobrança do tema na prova da FCC – Juiz do Trabalho Substituto 18ª Região/2014: 
Ao criar uma entidade da Administração indireta, o ente político pode optar por constituí-la sob regime de direito 
privado. Dentre as entidades que podem ser instituídas sob tal regime, estão 
a) as autarquias, as fundações e as agências executivas. 
b) as sociedades de economia mista, os consórcios públicos e as fundações. 
c) as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as agências reguladoras. 
d) as autarquias corporativas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. 
e) as agências reguladoras, as sociedades de economia mista e as fundações. 
 
 ENTES DE COOPERAÇÃO (Entes Paraestatais). 
 
 São entes paraestatais, pessoas jurídicas de direito privado que não fazem parte da Administração pública, 
mas que cooperam com o Estado na consecução de alguns fins públicos. 
 
 01º Setor (Estado – Administração Direta e Indireta); 
 
 02º Setor (mercado); 
 
 03º Setor. Entes de cooperação (paraestatais não têm fins lucrativos e servem para ajudar o Estado na presta-
ção de um serviço público ou no fomento de uma atividade), que serão apontados abaixo; 
 
 04º Setor (economia informal). 
 
 SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO (Sistema “S”, SEBRAE, SENAT, SESC, SESI). 
 
a) Privilégios: Recebem recursos orçamentários. Têm capacidade tributária. São beneficiárias da Parafiscalida-
de. 
 
b) Sujeitas aos princípios da licitação previstos na Lei 8.666/93 e à fiscalização do Tribunal de Contas. 
 
OBS: A exigência de licitações, nos termos da lei 8.666/93, foi afastada por entendimento do TCU acerca 
da matéria que define a obrigatoriedade destes entes obedecerem aos princípios básicos do procedimento 
licitatório sem a necessidade de observância das modalidades definidas na lei geral. 
 
c) OBS: APEX e ABDI são agências com natureza de Serviço Social Autônomo. 
 
 ORGANIZAÇÃO SOCIAL. 
 
a) Lei 9.637/98. As organizações sociais servem para prestação de serviços públicos, serviços estes que estão 
listados nesta lei. Ex: meio-ambiente; pesquisa; saúde; desenvolvimento tecnológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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b) As organizações sociais surgiram como órgãos públicos extintos, que foram transformadas em pessoas jurídi-
cas de direito privado com esta denominação (organização social). 
 
c) Criação das Organizações Sociais: celebração do contrato de gestão: É o vínculo jurídico das organiza-
ções sociais o Estado (“entidade fantasma” segundo Maria Sylvia, já que 01º celebra-se o contrato de gestão, para 
que depois as organizações sociais existam no mundo jurídico). 
 
d) A empresa não precisa existir no mundo jurídico, nem ter experiência prévia no ramo em que for atuar para que 
celebre o contrato de gestão. Ato administrativo discricionário do Ministério do Planejamento e Gestão, após a 
celebração do contrato de gestão, dá o status de organização social. 
 
e) Controle/ Licitação. Art. 24, XXIV, da Lei 8.666/93: Dispensa a Administração de licitar com as organizações 
sociais quando o contrato a ser firmado for decorrente de contrato de gestão. 
 
Entretanto, as organizações sociais estão sujeitas às regras de licitação. Estão sujeitas ao controle do Tribunal de 
Contas, já que podem receber dotações orçamentárias, cessão de servidores públicos e receber bens públicos. 
Ex. Instituto de matemática pura e aplicada. 
 
 OSCIP - ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO. 
 
a) Lei 9.790/99. Diferenças para as organizações sociais: 
 
A A pessoa jurídica precisa existir no mundo jurídico no mesmo ramo de atividade, há pelo menos 01 ano, para 
tornar-se uma OSCIP. 
 
B O vínculo jurídico com o Estado é o Termo de Parceria, que tem natureza de contrato administrativo, se-
gundo parte da doutrina. 
 
C Regra Geral: Não há cessão de servidores, não há transferência de bens públicos, nem dotação orçamentária 
(não participa diretamente do orçamento, mas recebe recursos públicos via depósito bancário). 
 
D Estão sujeitas às regras de licitação e ao controle dos Tribunais de Contas. 
 
E O Conselho de Administração da OSCIP deve ser formado por particulares, diferentemente das Organizações 
Sociais, onde os Conselhos de Administração e Fiscal devem ter em sua composição servidores públicos. 
 
F OBS: O que tem ocorrido é que a Administração contrata as OSCIP´s para, via de regra, burlar o concurso 
público, já que os empregados das OSCIP´s não necessitam de concurso. 
 
 ENTIDADES DE APOIO. 
 
a) Constituição As Entidades de Apoio podem ser constituídas como Fundação, Associação ou Cooperativas, 
criadas por servidores públicos com a finalidade de melhor desenvolver suas atividades. 
 
b) Funcionam ao lado das Universidades Públicas e Hospitais Públicos. São Fundações Privadas que atuam com 
a estrutura e o dinheiro do Estado. Vínculo jurídico: convênio que possibilita a cessão de bens e servidores. 
Ex. As Entidades de Apoio fazem convenio com a Universidade Pública para organizarem uma pós-graduação, da 
qual se poderá cobrar mensalidade. 
 
c) Lei 8.958/94: Entidades de Apoio que atuam junto às Universidades Públicas. Quanto às outras entidades ain-
da não há legislação. 
 
 ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL (Lei 13.019/14) 
 
Em 1º de agosto de 2014, foi publicada a lei 13.019/14 que regulamenta duas novas espécies de parcerias que 
podem ser firmadas entre o poder público e entidades privadas sem fins lucrativos, quais sejam o termo de cola-
boração e o termo de parceria, definindo regras específicas para as entidades que pretendam assumir esse víncu-
lo com o Estado.www.cers.com.br 
 
 
18 
TERMO DE COLABORAÇÃO – Planos de Trabalho propostos pela Administração Pública em regime de 
mútua cooperação. 
 
TERMO DE FOMENTO - Planos de Trabalho propostos pela Entidade Privada em regime de mútua coope-
ração. 
 
PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL. 
Organizações da sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos poderão apresentar propostas ao poder público 
para que este avalie a possibilidade de realização de um chamamento público objetivando a celebração de parce-
ria. 
 
CHAMAMENTO PÚBLICO 
 
 Públicação do edital no site do órgão interessado 
 
 Classificação das propostas pela comissão de seleção 
Comissão – 2/3 – servidores efetivos. 
Julgamento objetivo – vinculação ao edital 
 
 Habilitação da entidade 
Sem fins lucrativos 
3 anos de existência 
Experiência no objeto 
Capacidade técnica e operacional 
 
 Encerramento 
 Homologação e adjudicação 
 
DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DO CERTAME 
Inexigibilidade - inviabilidade de competição 
 
Dispensa - rol exaustivo 
1 - no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de atividades de relevante 
interesse público - mesmas condições da vencedora. 
2 - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem pública - assistência social, saúde ou educação. 
3 - de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação que possa comprometer a sua segurança. 
4 - no caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e assistência social, desde que 
executadas por organizações da sociedade civil previamente credenciadas pelo órgão gestor da respectiva políti-
ca. 
 
CONTRATOS FIRMADOS ENTRE AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL E TERCEIROS 
Procedimento seletivo simplificado via internet. 
 
PRESTAÇÃO DE CONTAS 
1 - Relatório de Execução do Objeto: elaborado pela organização da sociedade civil, assinado pelo seu repre-
sentante legal, contendo as atividades desenvolvidas para o cumprimento do objeto e o comparativo de metas 
propostas com os resultados alcançados. 
2 - Relatório de Execução Financeira: assinado pelo seu representante legal e o contador responsável, com a 
descrição das despesas e receitas efetivamente realizadas. 
A OSC possui o prazo de até 90 dias para prestar contas, podendo ser prorrogado por mais 30 dias. 
 
RESPONSABILIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL E APLICAÇÃO DE PENALIDADES 
a) advertência: para infrações leves. 
b) suspensão temporária da participação em chamamento público e impedimento de celebrar termos de fo-
mento, termos de colaboração e contratos com órgãos e entidades da esfera de governo da administração pública 
sancionadora, por prazo não superior a 2 (dois) anos. 
 
 
 
 
 
 
 
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c) declaração de inidoneidade para participar em chamamento público ou celebrar termos de fomento, termos 
de colaboração, enquanto perdurar a falta ou até que seja promovida a sua reabilitação. Somente Ministro de Es-
tado ou do Secretário Estadual ou Municipal tem competência para aplicação da pena. 
 
* ATOS ADMINISTRATIVOS * 
 
CONCEITO DE ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: 
 
- Atos jurídicos, ou não, por meio dos quais a Administração emite uma declaração de vontade para executar a lei 
aos casos concretos e fazer prevalecer o interesse público sobre os interesses particulares, no desempenho das 
suas atividades. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO (CELSO ANTÔNIO): 
 
 -Atos Jurídicos Regidos pelo Direito Privado: a Relação Jurídica é horizontal, há igualdade entre os contratantes 
(administração x particular), a administração não se vale da sua supremacia. 
 
 -Atos Materiais = FATO ADMINISTRATIVO. Não são atos jurídicos, apenas realizam, executam uma atividade do 
Estado. (Ex. construção de uma estrada, pavimentação). 
 
 - Atos Políticos ou de Governo: São de natureza jurídica, editados pelo Estado no exercício de função política de 
soberania. Ex. sanção do presidente a um projeto de lei. 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS (espécie do gênero ‘Ato da Administração’). 
 
 Conceito: É um ato jurídico¹ por meio do qual o Estado, ou quem lhe faça as vezes², exprime uma declaração 
unilateral de vontade, no exercício de suas Prerrogativas Públicas, consistentes em providências jurídicas com-
plementares da Lei³, a título de lhe dar execução, sujeitas ao controle de legitimidade pelo Judiciário, no desem-
penho de atividades essencialmente administrativas da gestão dos interesses coletivos. 
 
01. É Ato jurídico: tem por fim criar, alterar, extinguir algo no mundo do Direito, no que se diferenciam do fato ad-
ministrativo (realizações da administração sem declaração de vontade). 
 
02. Estado (Três Poderes) e Quem lhe faça as vezes (delegatários, concessionários, que atuam em nome do Es-
tado e podem exprimir declaração de vontade em nome do mesmo, emitindo atos administrativos). 
 
03. Providências jurídicas complementares da Lei: atividade precípua da administração na sua função de executar 
a lei, de ofício, ao caso concreto. 
 
FASES DE CONSTITUIÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO. 
Para que, regularmente, produza efeitos, no mundo jurídico, o ato administrativo deve ultrapassar algumas fases 
indispensáveis à sua criação. 
A) Perfeição; 
B) Validade; 
C) Eficácia. 
 
A PERFEIÇÃO 
É o cumprimento das etapas necessárias à formação do ato. O ato administrativo é perfeito quando cumpre todos 
os trâmites previstos em lei para a constituição, completou o ciclo de formação. 
 
A VALIDADE 
É aferida quando todas as etapas realizadas estiverem de acordo com a lei. Logo, ato válido é aquele que foi cria-
do de acordo com o estabelecido na legislação. 
 
A EFICÁCIA 
É a aptidão para produção de efeitos concedida ao ato administrativo. Alguns têm eficácia imediata, logo após a 
publicação, mas outros podem ter sido editados com previsão de termos iniciais ou condições suspensivas. Por 
exemplo, a autorização para realizar uma cerimônia de casamento na praia, no sábado à noite, só produz efeitos 
 
 
 
 
 
 
 
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nesta data, ainda que o ato esteja perfeito e válido dias antes. 
O ato jurídico válido, bem como o inválido, pode ou não produzir efeitos automaticamente. Um ato jurídico inexis-
tente, como no caso de um ato putativo, produz efeitos no mundo jurídico, embora de forma limitada. Esse é o 
entendimento defendido por Marçal Justen Filho ao dizer que: 
“...até mesmo um ato jurídico inexistente [...[ pode produzir efeitos jurídicos, tal como se passa no caso do chama-
do casamento putativo. [...[ Essa representação não significa que todos os atos são igualmente eficazes. Não 
indica que os atos jurídicos inexistentes produzem efeitos jurídicos idênticos aos decorrentes de atos jurídicos 
validos. O que se afirma que os atos jurídicos inexistentes e os jurídicos inválidos podem ser dotados de alguma 
eficácia. Portanto, a existência e a validade não são requisitos para alguma eficácia” (fl. 185;186). 
Nestes casos, serão denominados de atos administrativos pendentes, todos aqueles que são perfeitos e válidos, 
mas ainda não estão aptos a produzirem efeitos. 
 
 Atributos e Qualidades dos Atos Administrativos. 
 
 Presunção de Legitimidade, juris tantum: o ato administrativo presume-se editado de acordo com as normas 
e princípios gerais de Direito. Decorre da Legalidade Ampla. O ato vigora enquanto não afastado. 
 
 Presunção de Veracidade, relativa: ao conteúdo do ato e aos fatos que o compõe, corresponde à verdade de 
fato  Fé Pública. 
 
 Imperatividade. Não é atributo de todo ato, e sim dos atos que encerram obrigações para os administrados. O 
administrado fica constituído em uma obrigação, ainda que contra sua vontade. 
 
 Coercitividade. dos atos administrativos, decorrentes da imperatividade: só poderá haver resistência judicial 
ao ato, enquanto isso não ocorrer, o particular estará a ele obrigado.Os atos negociais, que apenas permitem 
certas atividades ao administrado, não possuem esse atributo. 
 
 Exigibilidade: capacidade de exigir que a obrigação imposta ao administrado seja cumprida, sob pena de a 
administração se valer de meios indiretos de coação. Ex. Multa. 
 
 Auto-Executoriedade: Esse atributo tem que vir expresso em lei, salvo se não for possível outra solução no 
caso concreto. A administração se vale de meios direitos de coação para execução do ato. Ex. demolição de obra. 
 
 Tipicidade: todo ato administrativo está previamente tipificado em lei. 
 
 Elementos e Requisitos dos Atos Administrativos: A Doutrina Majoritária aponta cinco elementos, com base 
na Lei de Ação Popular, 4.717/65, art. 2°, a falta de um dos requisitos torna o ato inválido (anulável, podendo ser 
sanado). Diogo Gasparini e Celso Antônio incluem mais dois elementos (conteúdo e causa). 
 
 Competência/Sujeito: Conjunto de atribuições definidas por lei, conferida aos órgãos e agentes públicos para, 
em nome do Estado, exprimir a declaração de vontade do mesmo através dos atos administrativos. Decorre sem-
pre da lei, é sempre vinculada, portanto, mesmo quando o ato é discricionário, sem o qual o ato é inválido. 
 
OBS: O Novo CPC continua com a possibilidade de prorrogação de competência relativa no âmbito judicial, mu-
dando só o artigo que trata da matéria. 
 
 Finalidade: Ato que foge da sua finalidade específica prevista em lei, mesmo que atenda a uma outra finalida-
de benéfica ao interesse público, estará incorrendo em desvio de finalidade ou desvio de poder, e será inválido. A 
finalidade específica de cada ato está sempre prevista em lei, é sempre elemento vinculado, mesmo que ato seja 
discricionário. Ex. ato de remoção, a finalidade específica é uma melhor prestação do serviço público. 
OBS: Não pode existir ato administrativo Inominado. 
 
 Forma: É o revestimento do ato administrativo. Este ato é, em regra, escrito e no idioma nacional, a forma está 
prescrita em lei, (requisito vinculado). Exceções à forma prescrita em lei: quando a lei se omitir a respeito da for-
ma, está será livre, poderá ser oral, através de gestos, placas (ex: sinais de trânsito). 
 
OBS: diferencia-se de Formalidade  não é elemento de todo ato administrativo, é uma solenidade especial para 
prática de determinados atos que a exigem. O não cumprimento da formalidade torna o ato irregular, já o vício de 
 
 
 
 
 
 
 
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forma gera nulidade. Ex. Regulamento (o Decreto é ato administrativo que serve como formalidade para eficácia 
do regulamento). 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que autoriza ou determina a prática do ato por parte da Administração (Ex. 
Demissão  o motivo é a razão que levou a Administração a praticar o ato). O motivo será elemento vinculado 
quando o ato for vinculado; será discricionário quando o ato assim o for (ocorre quando a lei não elenca o motivo, 
deixando que a Administração o pondere). 
 
OBS: Diferencia-se de Motivação (Princípio Constitucional que estabelece a exigência da Administração em reve-
lar, manifestar os motivos do ato) Teoria dos Motivos Determinantes: O motivo revelado pela Administração 
para a prática do ato deve ser seguido estritamente, sob pena de invalidade do ato. Os motivos determinam e 
condicionam a validade do ato. 
 
 Objeto/Conteúdo: É o próprio conteúdo, disposição jurídica do ato (o que o ato dispõe juridicamente). É a 
própria essência do ato, a própria Administração vai escolher qual o seu objeto. É elemento discricionário, quando 
o ato for discricionário, ou vinculado, quando o ato assim o for. Ex. Remoção (o objeto é a própria remoção). 
 
****OBS: Corrente Minoritária (Diógenes Gasparini, Celso Antônio) existem mais 02 Elementos: 
 
 Causa: Exigência de correlação, ou relação de pertinência lógica entre o motivo e o conteúdo do ato à luz de 
sua finalidade, sobretudo nos atos discricionários. Para Celso Antônio, a causa é pressuposto de Validade lógico. 
 
 Conteúdo (separado do objeto): Seria a própria disposição do ato, enquanto o objeto. Seria aquilo sobre o qual 
o conteúdo incide, coisa ou relação jurídica sobre o qual recai o ato. O objeto seria o elemento extrínseco ao ato e 
o conteúdo seria o elemento intrínseco. 
 
 Classificação dos Atos Administrativos: 
 
 Quanto à Vontade para a Formação do Ato: 
 
a) Simples (01 vontade): É todo ato administrativo que decorre de uma única vontade, expressada por um único 
órgão ou agente público, a maioria dos atos é simples (ex: nomeação, exoneração). Pouco importa se o órgão é 
singular ou colegiado. 
 
b) Complexo (01 + 01 vontade): Ato cuja formação depende de mais 01 ou mais vontade emanada por mais de 
um órgão. Ex. Promoção por merecimento dos desembargadores dos TRF´s (o TRF forma uma lista tríplice  a 
encaminha para o Presidente  que escolherá 01 dentre os 03 nomes). 
 
c) Composto (01 + 01 vontade): Decorre de uma única vontade, emanada de 01 único agente ou órgão público, 
mas que depende de uma vontade acessória de outro agente ou órgão para lhe dar eficácia e validade. 
 
O Ato composto depende de aprovação discricionária, prévia ou posterior. Ex. Nomeação de Min. do STF, após a 
aprovação do Senado (vontade acessória)  posterior nomeação pelo Presidente; Estado de Defesa, Intervenção 
Federal (aprovação posterior do Congresso); Estado de Sítio (aprovação prévia pelo Senado). 
 
 Quanto aos Destinatários do Ato: 
 
a) Geral: São Atos Normativos (sempre atos gerais). Têm como destinatários os indivíduos em geral, incertos e 
indeterminados. 
 
b) Individuais: Atinge pessoa determinada, ou pessoas determinadas. Ex. nomeação, exoneração. 
 
 Quanto aos Efeitos do Ato: 
 
a) Constitutivo: Decorre sempre do exercício do juízo discricionário por parte da administração. Quando seus 
efeitos se prestarem a criar, inovar, construir uma situação jurídica antes inexistente. Ex. Autorização, permissão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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b) Declaratórios: Os efeitos se destinam a reconhecer uma situação jurídica preexistente. Ex. Todos os atos vin-
culados. 
 
c) Enunciativos: Emitem um juízo de conhecimento ou opinião sobre uma situação de fato ou de direito conheci-
da pela Administração Pública. Não constituem, nem declaram, apenas emitem juízo de opinião. Ex. certidões, 
declarações. 
 
 Quanto ao Conteúdo do Ato: 
 
Atos negociais – atos nos quais a manifestação de vontade do Estado coincide com o requerimento do 
particular. 
 
a) Autorização: Ato administrativo discricionário, unilateral, precário, gratuito ou oneroso, através do qual a Ad-
ministração faculta a um terceiro interessado o exercício de uma atividade material ou uso em caráter privativo de 
um bem público, ou a prestação em caráter precaríssimo de um determinado serviço público. Ex: autorização para 
exercer atividade material  táxi, porte de armas; autorização de uso de bem público, quando predominar o inte-
resse particular; Autorização de serviço público  Ex. Rádios comunitárias. 
 
b) Permissão: Discricionário, Precário (menos que a autorização), através do qual a Administração faculta ao 
particular interessado o uso privativo de um bem público, ou prestação de um serviço público também em razão 
de interesse público, que neste caso é predominante. OBS.: Lei 8.987/95, art. 40  Tornou a Permissão para 
prestação de serviço público um Contrato Administrativo Bilateral, distinguindo-se da autorização para prestação 
de serviço público porque esta é ato administrativo unilateral e aquela leva em conta, sobretudo, o interesse parti-
cular. Autorização de uso público X Permissão de uso público: o interesse envolvido na autorização de uso públi-
co, que é bem mais precário, leva em conta o interesse particular; já a permissão de uso público leva em conta o 
interesse público predominantemente. 
 
c)Licença: Ato vinculado e definitivo, através do qual a Administração reconhece um direito subjetivo do adminis-
trado, ora para exercer atividade material, ora para exercer atividade jurídica, condicionadas no seu exercício ao 
prévio reconhecimento por parte da Administração (a lei, ao tempo que reconhece um direito ao administrado, 
condiciona o seu exercício a esse prévio reconhecimento). 
 
Se houver recusa por parte da Administração em reconhecer o exercício da atividade, desde que o administrado 
tenha cumprido todas as exigências, este poderá interpor Mandado de Segurança. Dá-se através do Alvará de 
Licença (ato formal vinculado). 
 
d) Admissão: Não é ato de provimento. É ato vinculado, através do qual a Administração reconhece ao adminis-
trado o direito de usufruir um serviço público. Ex. matrícula em escola ou universidade pública. 
 
 Normativos: atos que exprimem normas gerais 
 
a) DECRETO (Chefes de Executivo): Só são emanados pelos Chefes de Executivo (prefeito, presidente e go-
vernador) podem expedir decreto p/ formalizar determinado ato administrativo, tendo por destinatários pessoas 
incertas e indeterminadas. Ex. Decreto Expropriatório (formaliza, dá solenidade à desapropriação, sem o decreto a 
desapropriação é nula). 
 
OBS 1: Decreto Regulamentar: São 02 atos administrativos, de Competência Privativa dos Chefes do Executivo, 
que podem expedir atos gerais, abstratos ou individuais (nomeação de Min. do STF). Servirá sempre como forma-
lidade para outro ato. 
 
OBS 2: O Decreto Lei foi abolido do Brasil com a Constituição Federal de 1988 permanecendo apenas os Decre-
tos Anteriores à Carta Magna que estejam em vigor. 
 
OBS 3: Diferenciam-se do Decreto Legislativo, que é Lei “lato senso”. 
 
OBS 4: Diferenciam-se da Resolução Legislativa, que é Lei “lato senso” de efeitos internos às Casas Legislativas. 
Exceção: Possibilidade do Decreto Autônomo (art. 84, VI da CF): para Extinguir Cargos Vagos e para Organi-
zação da Administração, desde que não crie novas despesas. 
 
 
 
 
 
 
 
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b) RESOLUÇÕES: Atos Administrativos formais que os órgãos colegiados utilizam para exprimirem as suas deli-
berações a respeito de determinada matéria. Ex. Agencias Reguladoras possuem órgãos colegiados que podem 
expedir resoluções. A Resolução formaliza o ato do órgão colegiado. Não pode ser expedida por órgão singular. 
Resoluções Administrativo-Normativas: São as Resoluções com efeitos gerais e abstratos. 
 
OBS: Diferenciam-se das Resoluções Legislativas, que são lei em sentido amplo, embora de efeito interno à câ-
mara legislativa. 
 
c) INSTRUÇÕES (Ministros e Secretários): Tem caráter abstrato, são atos formais através dos quais a Adminis-
tração expede normas gerais de orientação interna. Põem em execução os Decretos Executivos, para regulamen-
tar os regulamentos do Poder Executivo. 
 
Atos ordinatórios: atos de organização interna da atividade pública: 
 
a) ORDEM DE SERVIÇO: Ato Administrativo que certas autoridades públicas editam para determinarem a im-
plementação ou realização de algum fato material (fato administrativo). Ex. Ordem de construção. 
 
b) PORTARIA (qualquer autoridade administrativa que não seja o Chefe do Executivo). Utilizada para qual-
quer ato que disponha sobre o próprio servidor e sua vida funcional. Ex. Instauração de Inquérito policial (quando 
não for instaurado por auto de prisão em flagrante); Instauração de Processo Administrativo Disciplinar, Sindicân-
cia. 
 
c) CIRCULARES (Natureza Concreta, Autoridades Superiores) As autoridades superiores emitem ordens uni-
formes. Dirigentes de órgãos públicos emitem-na aos funcionários do órgão para regulamentar internamente a 
execução dos serviços. 
 
Atos Punitivos: atos de aplicação de penalidades. 
 
Atos enunciativos: atos que atestam fatos ou emitem opiniões. 
 
 Extinção dos Atos Administrativos 
 
a) Cumprimento dos efeitos do ato 
 
b) Desaparecimento da pessoa ou do objeto da relação que o ato constituiu. 
 
c) Renúncia: Pedido de Exoneração. 
 
d) Retirada do Ato anterior por outro ato posterior: 
 
A CASSAÇÃO: a ilegalidade é superveniente à edição do ato. 
 
BCADUCIDADE: incompatibilidade do ato anteriormente editado que antes não existia. 
 
CCONTRAPOSIÇÃO/DERRUBADA : Edição de novo ato contrário, (ex. demissão). 
 
DREVOGAÇÃO; Causa de extinção ou supressão do ato administrativo válido e de seus efeitos, por razões de 
conveniência e oportunidade. 
 
1. Sujeito Ativo da Revogação: Só a própria Administração, no âmbito de cada Poder da República. Não é possí-
vel a revogação judicial de um ato administrativo. Os outros Poderes poderão revogar seus próprios atos adminis-
trativos. 
OBS: O Judiciário não poderá revogar ato administrativo no exercício de sua função típica, que é a função jurisdi-
cional, já que não pode adentrar no mérito administrativo. 
 
2. Objeto da Revogação: Só o Ato Válido poderá ser revogado. Apesar de válido, o ato torna-se inconveniente à 
Administração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. Fundamento: Existência de uma competência discricionária para rever a conveniência e oportunidade dos atos 
anteriormente editados. 
 
4. Limites (atos irrevogáveis são a exceção): 
- Atos Vinculados são irrevogáveis: Ex. Revoga-se uma autorização, nunca uma licença. 
- Atos que já Exauriram seus Efeitos (atos Consumados). 
- Atos fontes de Direitos Adquiridos: Nem Emenda Constitucional pode revogá-los. OBS: STF: Não há Direito Ad-
quiridos a Regime Jurídico. Súm. 473: Poder de Autotutela da Administração. A Administração pode revogar seus 
próprios atos, respeitado o dir. adquirido. 
- Atos Meramente Enunciativos: Ex. Certidão Negativa de Débito. 
 
5. Motivos da Revogação: Juízo de Conveniência e Oportunidade. O ato deixa de ser conveniente e oportuno. 
 
6. Efeitos da Revogação: Ex Nunc. Impede a produção dos efeitos futuros do ato, permanecendo os efeitos preté-
ritos. 
 
E INVALIDAÇÃO : vício na origem. 
 
1. Conceito: Causa de Extinção ou supressão de Ato Administrativo Inválido ou Viciado, por razões exclusiva-
mente de Legalidade ou Legitimidade. 
 
2. Sujeito Ativo: Administração Pública (Poder de Auto-tutela, Controle Interno) e o Judiciário (controle externo 
judicial, quando provocado por terceiros). Só o Judiciário pode Invalidar atos de todos os Poderes. 
 
3. Objeto: Ato Viciado, Ilegal, contrário ao Direito. 
 
4. Motivos: Ilegalidade, Ilegitimidade do Ato. 
 
5. Efeitos: Ex-Tunc para os atos que atinjam pessoas indeterminadas, para atos restritivos dos Direitos dos admi-
nistrados. Para os terceiros de Boa-fé e para os Atos ampliativos dos Direitos do administrado: A Invalidação terá 
efeito Ex-Nunc. 
 
6. Prazo Decadencial: A Administração Pública tem 05 anos para declarar a Invalidação do Ato. Passados os 05 
anos, a Administração não poderá mais invalida-la  Convalidação Temporal. OBS: Ação Judicial p/ Anulação de 
Ato Administrativo: Prazo Prescricional de 05 anos. 
 
7. Espécies de Invalidação (Lei 9.784/99, art. 55): 
 
- Nulidade (atos nulos): 
 
• Não podem ser reeditados, não são convalidáveis; 
• Quando o Vício atingir a finalidade, o motivo ou o objeto, o ato será nulo, não convalidável, não reeditável. 
• Podem ser Convertidos: Mudança de categoria de um ato, quando sai de uma categoria na qual o ato era nulo, 
para uma outra onde o ato seja válido, também tem efeito retroativo. Diferencia-se de convalidar (reeditar o mes-
mo ato sem o vício que o contamina, com efeitos retroativos). 
• Pode haver conversão de atos nulos com vício de conteúdo e objeto. (Nomeação de servidor para cargo sem 
concurso público, pode ser convertido em nomeação para cargo de confiança). 
 
- Anulabilidade (Atos Anuláveis): 
 
• Podem ser convalidados, racionalmente reeditados. OBS: Doutrinadores defendem que, quando houver possibi-
lidade

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