Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TÉCNICAS PARASITOLÓGICAS APLICADAS ÀS ANÁLISES CLÍNICAS Prof. Ms. Danilo Carlos Ribeiro CONTEÚDO 1. INTRODUÇÃO 2. HELMINTOS 3. PROTOZOÁRIOS PATOGÊNICOS 4. PROTOZOÁRIOS COMENSAIS 5. FATORES QUE INFLUENCIAM O ACHADO DE PARASITOS 6. ESCOLHA DO MÉTODO 7. MÉTODOS QUALITATIVOS/ QUANTITATIVOS 8. MÉTODOS DE COLORAÇÃO 1. Introdução • 3,5 bilhões de pessoas no mundo estão infectadas. • 1/3 da população condições favorecem disseminação. • 40% da carga global de doenças. • Segunda causa de mortes. • FONTE: WHO, 2009; JOMBO et.al., 2010. 1. Introdução • 25 % da população esta infectada por Ascaris lumbricoides. • 20 % por Ancilostomideos. • 17 % por Trichuris trichiura . • 3 a 4 % por Schistosoma spp • 50 % da população no tropicos com amebiose. • 280 milhões de novos casos de Giardia duodenalis por ano. • FONTE: WHO, 2009; THOMPSON, 2004; FAYER, 2004; MASCIE- TAYLOR et al., 2003; MONTRESOR et.al., 2002. 1. Introdução • BRASIL: • 55,2 % não fornecem coleta de esgoto. • 28,5 % apenas coletam e tratam 100 % do esgoto. • 20,8 % dos municípios da região Norte não tem água tratada. • 7,9% dos municípios da região Nordeste não realizam nenhuma espécie de tratamento da água. FONTE : IBGE, 2010. 2. Helmintos • Uma das principais doenças negligenciadas. • 2 bilhões de pessoas infectadas. • 341 espécies de helmintos infectam humanos - geohelmintoses; - enterobiose; - teniose /cisticercose; - esquistossomose. • FONTE: BETHONY et al., 2006; BROOKER, 2010. 2. Helmintos • Infecções adquiridas mediante ingestão de ovos e do contato com larvas. • Ciclo evolutivo no solo e no hospedeiro definitivo. • Espécies : - Ascaris lumbricoides; - Trichuris trichiura; - Ancilostomideos; - Strongyloides stercoralis. FONTE: HOTEZ et al.,2006 2. Ascaris lumbricoides • Cosmopolita. • Infecta 1,5 bilhão de pessoas no mundo (25%) com 60 mil mortes por ano. • 13 % no Brasil (Norte e Nordeste). • Ciclo monoxênico. • Fecal – oral . • FONTE: CHEN et al., 2010; MARA; SLEIGH, 2009; CRISCIONE et al., 2007; ALBA et al., 2009. 2. Ascaris lumbricoides • Ovos ingeridos eclodem no intestino. • Amadurecem após 60 dias de ingestão. • Atingem 20 a 30 cm comprimento. • Produz 200 milhões de ovos por dia que são eliminados não embrionados nas fezes. FONTE: WALKER et al., 2009; SCOTT, 2008. 2. Ascaris lumbricoides Fonte: http://www.cdc.gov/parasites/ascariasis/biology.html 2. Ascaris lumbricoides • Ovos férteis medem de 60X45 um. • Coloração castanho amarelada. • Podendo ou não apresentar membrana mamilolada. • Devido membrana rica em mucopolissacárídeos e proteínas se torna resistente ao meio ambiente (35-39º C) e desinfetantes. • Exposto acima de 40 graus ou com variações de pH ficam inativados. FONTE: JIMENEZ, 2007; NORDIN et al., 2009. 2. Ascaris lumbricoides 2. Ascaris lumbricoides • Danos ao epitélio brônquico. • processos alérgicos devido a hipersensibilidade dos pulmões pela resposta imunológica. • pneumonia ascaridiana. • Sindrome de Loeffler. • má absorção de nutrientes levando a um retardo no crescimento das crianças. • obstrução da luz intestinal que pode evoluir a óbito em 8,6 % dos casos. FONTE: ACAR et al., 2009; WANI et al., 2010; LOPEZ et al., 2010. 2. Trichuris trichiura • 795 milhões no mundo (17%). • Países de clima quente e úmido. • Morbidade elevada em crianças. • Ciclo monoxêmico. • Ovo necessita de 2 a 4 semanas de maturação das larvas no solo. 2. Trichuris trichiura • Ingestão do ovo com larva L 3 que penetra na parede do duodeno. • Oviposição de 3 a 20 mil ovos por dia. • Ovos medem 52X22 um em forma de barril e sobrevivem 1 ano no ambiente. • Não resistem a temperaturas abaixo de 9º C e acima de 52 º C. FONTE: DUTOIT et al., 2005; STEPHENSON et al., 2000; KHUROO et al., 2010. 2. Trichuris trichiura Fonte: www.cdc.gov/parasites/whipworm/. 2. Trichuris trichiura 2. Trichuris trichiura • Manifestações clínicas dependem da carga parasitária. • Muitos casos assintomáticos. • Infecções moderadas. • Infecções graves causam quadros de anemia, retardo do crescimento, caquexia, diarréia mucosa, sangramento retal e prolapso retal. • Larvas no ceco podem causar colite. FONTE: DO et al., 2010; BETHONY et al., 2006. 2. Trichuris trichiura • 10 mil mortes por ano. • Crianças de 5 a 9 anos. • Prevalência de 66 – 100% em adultos na África. • Condições precárias de saneamento favorece manutenção ou aumento da prevalência. • Costa do Nordeste brasileiro é a maior prevalência do país. FONTE: MORENIKEJI et al., 2009; SILVA et al., 2009. 2. Ancilostomideos • Predominante em regiões de clima temperado. • Importância em Saúde Pública em 1901 em Porto Rico. • Acomete 740 milhões de pessoas no mundo (15%). • Ciclo monoxêmico. • Principais espécies: - Ancylostoma duodenale - Necator americanus. FONTE: BROOKER et al., 2004; WHO, 2009. 2. Ancilostomideos • 2 fases de desenvolvimento : Vida livre; Vida parasitária • Contaminação se dá pela penetração ativa de larvas L3 pela pele ou ingestão acidental de ovos através do contato com o solo. • FONTE: BROOKER et al., 2004. 2. Ancilostomideos Fonte: www.cdc.gov/parasites/hookworm/. 2. Ancilostomideos 2. Ancilostomideos • Machos atingem cerca de 1 cm e são esbranquiçados. • Fêmeas mais longas e robustas. • Ovipõe 30 mil ovos por dia. • Ovos medem 60 X 40 um, são claros , apresentando uma casca fina, formato ovóide ou elíptico. • Ficam viáveis por meses em condições ótimas de temperatura, umidade e ausência de insolação direta. • FONTE: GOBBI, 2010. 2. Ancilostomideos • Penetração das larvas causam processos inflamatórios e dermatite. • Migração causa doença de Wakana . • Perda de sangue levando a deficiência de ferro e anemia que poderá causar uma desnutrição protéica, falta de concentração e atraso no crescimento. FONTE: HOTEZ et al., 2004; GUYATT et al., 2000; HOTEZ et al., 2005. 2. Ancilostomideos • Crianças e indivíduos habitando área de baixos níveis sócio –economicos estão mais expostos. • Mais comum em áreas rurais. • 35 % de casos em áreas peri-urbanas. • 68.8 % de casos na região Sudeste do Brasil. • Transmissão zoonótica colabora para aumento da prevalência em área urbanas. FONTE: GAMBOA et al., 2009; FLEMING et al., 2006; DEVERA et al., 2008; GYORKOS et al., 2006; WEAVER et al., 2010. 2. Strongyloides stercoralis • 100 milhões de infectados no mundo. • Prevalente em regiões sub-tropicais e clima temperado. • Migrações de indivíduos de área endêmicas contribuíram para o aumento da prevalência. • Alguns casos atribuídos ao S. fuelleborni (zoonose que acomete primatas) na Ásia e na África. • Geohelminto com o ciclo de vida mais complexo ( 6 tipos de formas evolutiva). FONTE: BETHONY et al., 2006; EINSIEDEL; SPELMAN, 2006 2. Strongyloides stercoralis • Ciclo direto ou partenogênico. • Ciclo indireto ou de vida livre. FONTE: FARTHING et al., 2004. 2. Strongyloides stercoralis • Transmissão: - Hetero ou primo. - Auto- infecção interna. - Auto-infecção externa. • Estes ciclos de reinfecçao resultarão em infecções cronicas, persistindo por vários anos. FONTE: STREIT, 2008. 2. Strongyloides stercoralis Fonte: www.cdc.gov/parasites/strongyloidiasis. 2. Strongyloides stercoralis 2. Strongyloides stercoralis • Manifestações clínicas depende do sistema imune do indivíduo: - imunocompetentes. - imunocomprometidos. FONTE: CARVALHO; PORTO, 2004; KEISER; NUTMAN, 2004; HOLT et al., 2010. 2. Strongyloidesstercoralis • Transmissão facilitada pelas condições do clima e solo porosos ricos em matéria orgânica. • Prevalência em países desenvolvidos devido as migrações e viagens para áreas consideradas endemicas. • Maioria do casos em trabalhadores rurais e portadores de HIV positivo. • Não são empregadas técnicas especificas de detecção não revelando a real ocorrência deste parasito. FONTE: IRIEMENAM et al., 2010; FRANCO-PAREDES et al., 2007. 2. Enterobiose • Enterobius vermicularis. • Presente sobretudo em países de clima temperado. • 400 milhões de pessoas infectadas. • Crianças em idade escolar. FONTE: KIM et al., 2010 2. Enterobiose • Transmissão se dá por contato direto ou indireto. • Ingestão acidental de ovos embrionados. • Vermes adultos medem de 9 a 12 um. • Oviposição a partir da 5ª semana. • Retroinfecção. • Ovos de uma lado apresentam uma forma alongada e achatada do outro, medindo de 55X60 um de comprimento por 25X30 um de largura. FONTE: PAMPIGLIONE; RIVASI, 2009.. 2. Enterobiose Fonte: www.cdc.gov/parasites/sleepingsickness. 2. Enterobiose 2. Enterobiose • Adultos são assintomáticos . • Migração da fêmea no anus causa prurido anal e dermatite. • Alguns casos podem ocorrer prurido vaginal e corrimento. • Raros casos de penetração pelo peritôneo e colonização pulmonar pelo parasito. • Altas taxas de infecção em crianças causam distúrbios neurológicos e a presença do parasito no apêndice leva a quadros de apendicite aguda em 41,8% dos casos. FONTE: CHOI et al., 2010; FERNANDEZ et al., 2010; EFRAIMIDOU et al., 2008. 2. Enterobiose • Prevalência permanece inalterada nas últimas décadas. • Ovos facilmente dispersados pela poeira. • Parasito cosmopolita. • Hábitos de higiene é responsável pela reinfecção. • Maioria dos casos em áreas rurais e peri-urbanas (baixo nível sócio –econômico). • No Brasil a prevalência é subestimada pela falta do uso de técnicas adequadas para detecção. FONTE: HAZIR et al., 2009; KORKES et al., 2008; GUILHERME et al., 2004. 2. Esquistossomose • Descoberta em 1852 por Theodor Bilharz. • Principal infecção do século 21. • Afeta 200 milhões de pessoas em países tropicais e sub- tropicais (3 a 4 % da população). • 20 mil mortes por ano. • 60 milhões de pessoas expostas ao parasito. • Causada por 5 espécies do gênero Schistosoma sendo o S. mansoni a mais frequente no Brasil. FONTE: DE SILVA et al., 2003; MASCIE-TAYLOR et al., 2003; SILVA et al., 2004. 2. Esquistossomose • Ciclo se inicia com liberação dos ovos no ambiente. • Fêmea ovipõe cerca de 300 ovos por dia, medindo cerca de 50 X 150 um. • No meio aquático liberam os miracídios e dependem de um molusco aquático ( no Brasil Biomphalaria glabrata, B. straminea e B. tenagophila) onde irão formar 2 gerações de esporocistos e liberação de cercárias. • Transmissão se dá pela penetração das cercárias na pele. FONTE: ANDRADE, 2009; MCMANUS; LOUKAS, 2008. 2. Esquistossomose FONTE: www.cdc.gov/dpdx/schistosomiasis/ 2. Esquistossomose 2. Esquistossomose • Sintomas da fase aguda são tosse seca, febre, fraqueza, dor de cabeça, sintomas abdominais e urticária. • Sintomas estão relacionados a penetração das cercárias e migração dos esquistossomulos. • Reações inflamatórias dependem da resposta imune e carga parasitária. • A oviposição é que definira a cronicidade da doença. • Fibrose periportal hepática com hipertensão portal. FONTE: COELHO et al., 2009; JAUREGUIBERRY et al., 2010; ANDRADE, 2009. 2. Esquistossomose • Prevalência mundial varia de 40 a 75 %. • No Brasil região Nordeste e Minas Gerais. • Estima-se que ocorrem 500 mortes por ano no Brasil. • Locais com falta de saneamente básico, migrações de indivíduos de área endêmicas contribuem para a manutenção da prevalência. • Relato de casos na Europa. • Mudanças climáticas e aquecimento global . FONTE: UTZINGER et al, 2009; PALMEIRA et al., 2010; PEREIRA et al., 2010; FREITAS et al., 2010. 2. Teniose e Cisticercose • Problema grave de Saúde Pública – Plano Global Contra Doenças Negligenciadas Tropicais. (2008-2015). • 50 milhões de pessoas infectadas no mundo. • 50 mil mortes por ano causadas pela Taenia solium e Taenia saginata. • Acomete individuos de todas as idades. FONTE: WHO, 2008; NEGHINA et al., 2010. 2. Teniose e Cisticercose • Teniose acomete apenas humanos – causada pela ingestão de carne cru ou mal cozida de bois e de suínos que são hospedeiros intermediários contendo a larva ou cisticerco. • Cisticercose ingestão acidental de ovos de Taenia solium. • Pessoas vegetarianas estão sujeitas devido a ingestão de verduras irrigadas com água contaminada. FONTE: ASNIS et al., 2009. 2. Teniose e Cisticercose Fonte: www.cdc.gov/parasites/taeniasis/. 2. Teniose e Cisticercose 2. Teniose e Cisticercose • T. saginata pode atingir até 12 m de comprimento com 800 proglotes sendo 40 eliminadas por dia, cada proglote grávida produzindo 30 mil ovos. • T. solium pode atingir até 8 m de comprimento , com cerca de 1000 a 2000 proglotes , cada proglote grávida produz 80 mil ovos. • Ovos são cobertos por camada espessa , medindo cerca de 32 X 1 um, com forma ovóide. FONTE: ASNIS et al., 2009; JIMENEZ et al., 2010. 2. Teniose e Cisticercose • Manifestações clínicas: - Teniose : dores abdominais, diarréia, distensão , náuseas e alterações no apetite. Muitas vezes é assintomática. - Cisticercose: ocorre uma série de sintomas neurológicos que depende do número, tamanho e localização do parasito. Podendo ocasionar quadros convulsivos em 92 % dos casos ( hipertensão intracraniana em crianças e adolescentes) e hidrocefalia em 74 % dos casos. FONTE: PONDJA et al., 2010. 2. Teniose e Cisticercose • Imigração é um fator que corrobora para surgimento de casos em países ricos ( EUA 1000 casos por ano). • Prevalência global incerta. • Criações de suínos sem controle higiênico sanitário. • No Brasil maior quantidade de casos nas regiões Sul e Sudeste (devido ao grande número de criadouros existentes nestas regiões). • Além do problema de saúde pública pode apresentar prejuízos econômicos na pecuária. • FONTE: PONDJA et al., 2010; MORALES et al., 2008. 3. Protozoários Patogênicos • Grave problema de Saúde Pública em países em desenvolvimento. • 50 milhões de novos casos por ano. • Infecções relacionadas a idade e ao estado imune do hospedeiro. • Disseminadas por contaminação fecal-oral ou veiculação hídrica. • Principais protozooses intestinais FONTE: ESCOBEDO et al., 2009; FARTHING, 2006; GAMBOA et al., 2009. 3. Giardiose • Giardia duodenalis é a única encontrada em humanos. • Possui 8 assembléias (A-H) sendo a A e B responsáveis pela transmissão em humanos. • Distribuição global: 20 a 30 % em países em desenvolvimento e 2 a 5 % em países desenvolvidos. • Veiculação hídrica com 142 surtos no mundo (30 mil casos confirmados). FONTE: LASEK-NESSELKIST et al., 2010; MELINGEN et al., 2010; YODER et al., 2010; OLIVEIRA, 2005 . 3. Giardiose • Apresentam 2 formas evolutivas: Cistos e Trofozoítos. • O cisto é a forma infectante. • Os trofozoítos são os responsáveis pela manifestação clínica da doença. • FONTE: ADAM, 2001; THOMPSON, 2004. 3. Giardiose Fonte: www.cdc.gov/parasites/giardia/. 3. Giardiose Fonte: www.cdc.gov/parasites/giardia/. 3. Giardiose • Sintomatologia é variável em muitos casos sendo assintomática, porem dependem do estado imune e nutricional, idade , dose infectante e a virulência da cepa. • Sintomas surgem após 2 semanas. • A adesão a mucosa intestinal causa diversos danos a mesma levando aalterações na absorção de glicose, água e eletrólitos. FONTE: ALI; HILL, 2003; SCOTT et al., 2002. 3. Giardiose • Altos índices de prevalência no mundo. • Sazonalidade da presença de cistos . • Transmissão zoonótica . • Indivíduos assintomáticos. FONTE: QUIHUI et al., 2010, ODOI et al., 2003; ODA et al., 2005; FAYER et al., 2004. 3. Criptosporidiose • Descrita em 1907 por TYZZER. • Infecção oportunista emergente. • Principais protozooses de importância clínica para imunocomprometidos. • Ganhou destaque com o advento da AIDS. • Problema de Saúde Pública em função da contaminação por veiculação hídrica (dezenas de surtos no mundo). • 22 espécies , sendo que de 9 a 11 infectam o ser humano. FONTE: STARK et al., 2009; FAYER, 2004; FAYER, 2009; XIAO et al., 2004. 3. Criptosporidiose • Oocistos são esféricos medindo entre 2,94 um a 8,5 um dependendo da espécie. • Contem 4 esporozoítos e um corpo residual e uma membrana que lhe confere resistencia. • Composta por uma dupla camada eletrodensa, constituída por glicoproteína. FONTE: ORTEGA; LIAO, 2006; MEDEMA et al., 2006; CAREY et al., 2004. 3. Criptosporidiose • Ciclo monoxêmico. • Transmissão pela ingestão de oocistos. • Cada oocisto possui 4 esporozoítos. • É um parasito intracelular extra-citoplasmático dentro de um vacúolo parasitóforo aderido a membrana apical da célula. • Oocistos de parede grossa (80%), que serão eliminados nas fezes , e de parede fina (20%). FONTE: FAYER, 2004; HASHIM et al., 2006; CHALMERS;DAVIES, 2010; THOMPSON et al., 2005. 3. Criptosporidiose Fonte: www.cdc.gov/parasites/crypto. 3. Criptosporidiose Fonte: www.cdc.gov/parasites/crypto/. 3. Criptosporidiose • Sintomas dependem do estado imune e a idade do indivíduo podendo ser assintomáticas. • Mais comuns é a diarréia aquosa e em grande quantidade. • Febre, vômitos, anorexia, perda de peso, fadiga e problemas respiratórios. • Duração de 12 dias em pessoas saudáveis e é auto- limitante. • Em imunocomprometidos leva a cronicidade podendo ocorrer o óbito devido a desidratação. FONTE: CACCIO et al., 2005; FAYER, 2004. 3. Criptosporidiose • Mais frequente em países tropicais. • Crianças de 1 a 5 anos e idosos estão mais expostos. • HIV positivos. • Veiculação hídrica responsável por 165 surtos (436 mil pessoas). • Viagens e migrações. • Não existe uma prevalência global. • Laboratórios de análises clínicas não realizam técnicas específicas. FONTE: CACCIO et al., 2005; OLIVEIRA, 2005. 3. Cistoisosporose • Coccídio limitado as regiões tropicais. • Espécies C.belli e C.natalensis são infectantes ao homem. • Elevada morbidade e mortalidade em imunocomprometidos. • Ciclo monoxêmico, contudo pode apresentar ciclo heteroxêmico facultativo. FONTE: STARK et al., 2009; RESENDE et al., 2009. 3. Cistoisosporose • Ciclo se inicia com ingestão de oocistos esporulados pela via fecal – oral através de água e alimentos. • 2 fases endógenas e exógenas. • Fase endógena : subdividida em 2 partes. FONTE: LINDSAY et al., 1997. 3. Cistoisosporose Fonte: www.cdc.gov/parasites/cystoisospora/. 3. Cistoisosporose Fonte: www.cdc.gov/parasites/cystoisospora/. 3. Cistoisosporose • Fase exógena ocorre quando os cistos não esporulados são eliminados nas fezes e através de divisões nucleares ocorrerá formação de esporozoítos. • A temperatura influencia no tempo de esporulação, quanto maior o calor mais rapida ela ocorre. • Oocistos apresentam forma oval medindo cerca de 20-30 X 10-19 um, com dois esporocistos , contendo 4 esporozoítos, sem a presença do corpo de STIEDA. FONTE: STARK et al., 2009; LAGRANGE-XÉLOT, 2005; MURO et al., 2010; OLIVERA-SILVA et al., 2006. 3. Cistoisosporose • Sintomas dependem do estado imune do hospedeiro e da virulência do parasito. • Podendo gerar diarréia auto limitante, febre, dor abdominal em pacientes saudáveis. • Em imunodeficientes os sintomas são diarréia crônica mucosa, perda de peso e má absorção de nutrientes em função da atrofia das vilosidades e danos nos enterócitos. • Em casos extra-intestinais pode causa colecistite podendo evoluir a óbito. FONTE: LAGRANGE-XÉLOT, 2005. 3. Cistoisosporose • Maior parte dos casos na América do Sul, África e Oriente Médio. • Viagens e imigrações corroboram para manutenção da prevalência e inserção em países onde não existia relato de casos. • Até o momento não foi verificado potencial zoonótico para transmissão . FONTE: GUIGUET et al., 2007; MURO et al., 2010. 3. Amebiose • Causada pelo protozoário Entamoeba hystolitica/dispar. • Distribuição mundial , sobretudo em locais oferecendo condições precárias de higiene e baixos níveis sócio- econômicos. • 500 milhões de pessoas infectadas. • 100 mil mortes por ano. FONTE: STANLEY, 2003; XIMENEZ et al., 2010. 3. Amebiose • Ciclo monoxêmico. • Transmissão fecal-oral devido ingestão de cistos através de água ou alimentos contaminados ou pessoa a pessoa. • Processo auto-limitante e assintomático se denomina Amebiose Intestinal. FONTE: PEREZ-ARELLANO et al., 2010. 3. Amebiose • Amebiose Extra-Intestinal e ocorre em 10% dos casos. • Cistos apresentam 20 um e possuem 4 núcleos. • Permanecem viáveis no meio ambiente vários meses sendo resistentes a cloração e baixa temperatura e umidade. • São destruídos com temperatura acima de 50º C e congelamento. FONTE: MORTMER; CHADEE, 2010; PRITT; CLARK, 2008; XIMENEZ et al., 2009. 3. Amebiose Fonte: www.cdc.gov/parasites/amebiasis/. 3. Amebiose Fonte: www.cdc.gov/parasites/amebiasis/. 3. Amebiose • Assintomática na maioria dos casos. • Sintomatologia está associada a invasão dos trofozoítos na mucosa intetinal. • Nos casos severos apresenta diarréia sanguinolenta, febre e dor abdominal difusa (Colite Amebiana). • Em pessoas de baixa imunidade pode causar a colite necrosante. FONTE: MORTMER; CHADEE, 2010; PRITT; CLARK, 2008; XIMENEZ et al., 2009; PRITT; CLARK, 2008. 3. Amebiose • Suscetibilidade ao parasito depende do status nutricional do indivíduo, área habitada (zonas rurais é mais prevalente) e a virulência da cepa. • HIV e práticas homossexuais contribuem para que a prevalência aumente, bem como viagens e migrações. variações climática e catástrofes ambientais . FONTE: MBUH et al., 2009; PETRI et al., 2009; XIMENEZ et al., 2009. 3. Blastocistose • Blastocystis hominis. • Distruibuição mundial. • Descrito por BRUMPT em 1912. • Era considerado comensal. • Mecanismos no entanto não estão totalmente esclarecidos. • Se apresentam nas formas vacuolar, multivacuolar, avacuolar, amebóide e na forma de cisto, variando de 2-5 um. FONTE: BOURÉE, 2007 3. Blastocistose • Forma provável de transmissão é a ingestão de cistos via fecal-oral. • Cistos sobrevivem na água 19 dias. • A forma associada as manifestações clínicas é a amebóide. • Os cistos excistam no intestino grosso e infectam as células epiteliais do trato digestivo. • Forma multivacuolar originara cistos de parede fina. • Formas amebóides darão origem a cistos de parede grossa. FONTE: SURESH; SMITH, 2004; STENSVOLD et.al.,2008; OK et al., 1999; NAVARRO et al., 2008 3. Blastocistose Fonte: www.cdc.gov/parasites/blastocystis 3. Blastocistose Fonte: www.cdc.gov/parasites/blastocystis 3. Blastocistose • Sintomas não específicos e incluem : diarréia, dor abdominal , cólicas e náuseas. • Pode apresentar leucocitose fecal, eosinofilia, hepatoesplenomegalia, reações alérgicas tipo “rash” cutâneo e prurido anal, sendo que a infecção persiste de 3 a 10 dias. • Associação com pacientes portadoresde SII tem sido descrita na literatura sendo o parasito encontrado em indivíduos com esta doença. FONTE: NETO et. al., 2003; BOOROM et.al.2008 3. Blastocistose • Importância para Saúde Pública ainda é controversa. • Prevalência de 50 % em todo mundo. • Sendo que más condições de higiene pessoais e ambientais, veiculação hídrica, turismo e migrações favoreça o aumento de B.hominis. • Apresenta potencial zoonótico de transmissão com subtipos do parasito encontrado tanto em humanos como em animais. FONTE: LEELAYOOVA et al., 2008; THATHAISONG et al., 2003. 4. Protozoários comensais • Elevada prevalência em exames parasitológicos. (67.9%). • Entamoeba coli, Endolimax nana, Iodamoeba buetschlii. • Não apresentam risco eminente de infecção. • Indicador de contaminação fecal –oral. • Está associado com baixas condições higiênico-sanitárias possibilitando ingestão simultânea de formas patogênicas. FONTE: HOTEZ, 2000; TAKIZAWA et al., 2009; MACHADO et al., 2008; NASIRI et al., 2009. 4. Protozoários comensais Fonte: www.cdc.gov/parasites/nonpathprotozoa. 5. Fatores que influenciam o achado de parasitos • Momento da aquisição do espécime é uma consideração importante. • Sintomas em um paciente podem ocorrer antes do aparecimento de formas de diagnóstico (período pré- latente). • Tanto a ascaridíase e a esquistossomose podem ser responsáveis por doenças respiratórias, como a Sindrome de Loofler e a febre de Katayama, respectivamente, antes de aparecerem ovos em amostras clínicas. FONTE: ISEMBERG, 1995. 5. Fatores que influenciam o achado de parasitos • Volume fecal diário. • Coloração pela bile ou pigmentos biliares. • Distribuição não ser uniforme. • Produção de ovos e a oviposição. 5. Fatores que influenciam o achado de parasitos • Ovos não são lançados diretamente no conteúdo fecal. • Infecções por espécies dióicas. • Produção de fezes. 5. Fatores que influenciam o achado de parasitos 1. Trofozoítos e cistos de protozoários intestinais. 2- Ovos e larvas de helmintos. 3- Glóbulos vermelhos. 4- Glóbulos brancos (neutrófilos). 5- Glóbulos brancos (eosinófilos). 5. Fatores que influenciam o achado de parasitos 6 – Macrófagos. 7 - Cristais de Charcot – Leyden. 8 – Fungos. 9 - Células vegetais, grãos de pólen, esporos de fungos. 10 - Fibras vegetais, pêlos de animais. 5. Coleta do Material • Os resultados laboratoriais com base na recuperação do parasito e identificação depende de coleta de amostra adequado, fixação e processamento. • Rejeição de amostras se tornaram mais rigorosos. • Certas substâncias e medicamentos podem interferir na detecção de protozoários intestinais. FONTE: ISEMBERG, 1995; GARCIA, 1975. 5. Coleta do Material • Depois do bário e / ou antibióticos serem administrados. • Entre as normas de coleta, estão : - material deve ser colhido sem contaminação com urina - utilização de fixadores ou conservantes ( PVA, formalina a 10 %, liquido de Shaudinn, MIF- mertiolato, iodo, formaldeído, PAF- fenol, álcool, formaldeído) . - recipientes limpos e estéreis. - Uma série de três amostras é considerado o mínimo indispensável para uma análise adequada com um prazo máximo de 10 dias. 5. Coleta de Material • Desde números de organismos e as identidades das espécies podem variar de dia para dia. • A possibilidade de encontrar organismos aumenta pelo exame de amostras múltiplas. • Em uma única passagem normal são revelados somente de um terço à metade das espécies presentes na massa fecal FONTE: DE CARLI, 2001; ISEMBERG, 1995. 5. Coleta de Material • Quando um paciente é suspeito de ter amebíase, seis amostras podem ser recomendadas.. • O número de amostras pós-tratamento pode variar dependendo do diagnóstico. • Um paciente que recebeu tratamento para uma infecção pelo protozoário deve ser verificado 3 a 4 semanas após a terapia. FONTE: GARCIA, 1975. 5. Coleta de Material • Amostras frescas são obrigatórios para a detecção de amebas. • A análise de amostras líquidas deve ser realizada dentro de 30 minutos da coleta. • Amostras pastosas devem ser examinados dentro de uma hora após a coleta. • Exame imediato de uma amostra formada não é tão crítico. • O armazenamento em um recipiente fechado é essencial para prevenir desidratação. FONTE: GARCIA, 1975. 5. Coleta de Material • Amostras fecais nunca devem ser incubadas ou congeladas antes do exame. • Ovos de helmintos, oocistos de coccídios, e esporos de microsporídio podem ser encontrados em qualquer tipo de amostra de fezes. • Oocistos de coccídios, o em amostras liquidas, os oocistos são mais presentes. FONTE: GARCIA, 1975. 5. Preservação do Material Biológico • O uso de conservantes é recomendado. • O uso do APV ( álcool polivinilico) solução fixadora é altamente recomendado como um meio de preservar os cistos e trofozoítos. • O uso do APV também permite que as amostras possam ser enviadas (por serviço de correio normal) a partir de qualquer local no mundo para um laboratório para análise posterior. • Não é recomendada para a preservação de oocistos. 5. Preservação do Material Biológico • Uso de conservantes: como o formol 10% é indicado para conservar as estruturas por períodos prolongados ( de 6 meses a vários anos). • O uso de solução de formaldeído a 10% ( tamponado e não tamponado) tem as vantagens de ser um excelente preservador de amostras. • Não preserva os trofozoítos dos protozoários. FONTE: DE CARLI, 2001; GARCIA, 1975. 5. Preservação do Material Biológico • O fixador de Schaudinn é frequentemente usado na preservação de fezes frescas ou amostras da superfície da mucosa intestinal. • Esta solução é usada para a preparação de esfregaços permanentes. • O grande problema deste fixador é a presença do Cloreto de Mercúrio II na sua formula. FONTE: DE CARLI, 2001. 5. Preservação do Material Biológico • O MIF (mertiolato iodo formaldeído) conserva melhor os trofozoítos. • Possui o incoveniente de permitir a eclosão dos miracídios e de ser instável devendo o lugol ser adicionado no momento de uso FONTE: COUTINHO, 1956. 6. Escolha do Método • Não existe um único método eficaz de detecção. • Métodos qualitativos e quantitativos. 6. Escolha do Método • Helmintos. • Protozoários. 7. Método Direto • Fundamento. • Vantagens. • Pontos Críticos. • Etapas. 7. Métodos de enriquecimento • Pequeno número de organismos. • Flutuação. • Sedimentação. 7. Centrífugo-concentração • Concentrar para organismos menores. • Sedimentos fecais eliminados. • Aumento no número de cistos, oocistos. • Facilitam a identificação. 7. Métodos de sedimentação • Recuperação de organismos. • Detectam todos os tipos de parasitos. • Detritos fecais. 7. Técnica de sedimentação simples (HPJ) • Fundamento. • Vantagens. • Pontos Críticos. • Etapas. 7. Técnica de centrífugo-sedimentação pela formalina- éter (Ritchie) • Fundamento. • Vantagens. • Pontos Críticos. • Etapas. 7. Método de Rugai • Fundamento. • Vantagens. • Pontos Críticos. • Etapas. 7. Métodos de Flutuação • Organismos flutuam com densidade específica. • Densidade específica de 1,20g/mL. • Membranas devem ser colhidas entre 10 e 20 minutos. 7. Técnica de Centrífugo- Flutuação(Faust) • Fundamento. • Vantagens. • Pontos Críticos. • Etapas. 7. Técnica de Flutuação Saturada de Cloreto de Cálcio (Willis) • Fundamento. • Vantagens. • Pontos Críticos. • Etapas. 7. Kato Katz • Fundamento. • Vantagens. • Pontos Críticos.• Etapas. Fonte: http://www.farmacia.ufmg.br/ACT/atlas/fotosexamefezes.htm 7. COPROKIT ® • Fundamento. • Vantagens. • Pontos Críticos. • Etapas. Fonte: http://www.campinasmedical.com.br/column1.html 8. Métodos de Coloração • Protozoários intestinais. • Coloração permanente. • Problemas na técnica. • Dificuldade de diagnóstico. 8. Hematoxilina Férrica • Fundamento. • Vantagens. • Pontos Críticos. • Etapas. Fonte: http://www.microbiologybook.org/parasitology/ent-hist-darb.jpg 8. Métodos álcool-ácido “acid fast” • Coccídios. • Dificuldade de detecção sem coloração. • Técnicas de triagem. • Melhores resultados. 8. Métodos de Zeehl Neelsen modificado • Fundamento. • Vantagens. • Pontos Críticos. • Etapas. Fonte: www.cdc.gov/parasites/crypto/. 8. Métodos de Safranina modificada • Fundamento. • Vantagens. • Pontos Críticos. • Etapas. Fonte: http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/ImageLibrary/Cyclosporiasis_il.htm 9. Considerações finais • Médico • Paciente • Laboratório Clínico.
Compartilhar