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Obesidade Infantil[1]

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Obesidade Infantil: etiologia e intervenção nutricional
Faculdade Estácio de São Luís
Profª Msc. Elisa Magalhães
Definição
“Acúmulo de tecido gorduroso, regionalizado ou em todo corpo, causado por doenças genéticas ou endocrinometabólicas ou nutricionais”
“(...) condição de excesso de tecido adiposo associados a resultados adversos à saúde(...)”
Classificação 
Classificação
ANDROIDE
GINÓIDE 
Excesso de gordura está coxas e quadris.
Associado a problemas tais como varizes e osteoartrite nos joelhos.
Excesso de gordura é no abdômen, peito e rosto. 
Está muito associada com diabetes e doença cardíaca.
Etiologia Multicausal
Obesidade
Causas Genéticas
Atualmente: mais de 400 tipos de genes ligados a obesidade
quando nenhum dos pais é obeso o risco de obesidade na criança é de 9%
quando um dos genitores é obeso, o risco eleva-se a 50%
atingindo 80% quando ambos são obesos. 
Causas Genéticas
EVIDÊNCIAS DA HEREDITARIEDADE
Fatores Genéticos = Influenciam diretamente na formação do tecido adiposo;
A TMB do indivíduo obeso é significativamente menor que nos não obesos;
A TMB de crianças normais, porém filhos de pais obesos têm apresentado TMB menor;
Relação entre o peso materno e o peso dos filhos.
Causas Ambientais
Ambiente
Sedentarismo
A atuação da mídia na formação das escolhas alimentares;
Predominam comerciais de alimentos ricos em lipídios e HCO simples direcionados para a população infantil
 
8
Causas Ambientais
Causas Ambientais / Culturais
Práticas Alimentares Inadequadas na Infância
Janelas de oportunidades: 
Gestação
1000 dias 
Adolescência
CONSTRUÇÃO DE TECIDO ADIPOSO
Causas Ambientais / Culturais
A obesidade se desenvolve de duas formas: hiperplasia dos adipócitos e hipertrofia dos adipócitos 
Causas Ambientais / Culturais
Obesidade Infantil é basicamente hiperplásica;
A hiperplasia dos adipócitos ocorre em períodos críticos da vida humana
adipócitos;
Início da hiperplasia dos adipócitos: 30ª semana gestacional até o 2 ano de vida;
Puberdade: hiperplasia e hipertrofia, sendo mais intenso nas meninas.
Quanto mais precoce o início, maior o número de adipócitos
Causas Ambientais / Culturais
CHANCES DE DESENVOLVER OBESIDADE NA VIDA ADULTA
QUANTO MAIS PRECOCES AS INTERVENÇÕES MENOR O RISCO
A criança obesa tem maiores chances de ser um adulto obeso
Causas Ambientais / Culturais
Práticas Alimentares Inadequadas nos 2 primeiros anos de vida:
Desmame precoce
O mito do “Leite Fraco”
Estudos apontam o AME como fator protetor para obesidade infantil
Recapitulando...
Causas Ambientais / Culturais
Práticas Alimentares Inadequadas
Alimentação Complementar
Início precoce
Alimentos utilizados???
Quantidade utilizada
Diminuição da lipólise e elevados estoques de GC
Causas Ambientais / Culturais
Concepção de “bebê gordinho” = “bebê saudável”
Superalimentação
Dietas hiperproteicas nos primeiros dois anos de vida (>16% do VET ou >4g/kg/dia)
HIPERPLASIA DOS ADIPÓCITOS: AUMENTO DA INSULINA E IGF-1 E DIMINUIÇÃO DO HC.
Causas Ambientais / Culturais
Ambiente
Dietas hiperlipídicas
O lipídeo é mais eficiente na formação de estoques de gorduras que HCO;
Superingestão de alimentos 
A gordura estocada não desencadeia mecanismos de retroalimentação (feedback), enviando mensagens ao hipotálamo para inibir o centro da fome.
Causas Ambientais / Culturais
Quantidade Excessiva
Ansiedade dos pais
Práticas alimentares dos pais
Causas Ambientais 
Exposição na vida Intrauterina (IU)
Desnutrição Materna
Adaptações no RN para captação e conservação de nutrientes
RCIU 
Redução da massa muscular
Redução da TMB
Facilidade no ganho de peso ponderal na vida pós-natal;
Acúmulo de gordura na região central
Mutação no gene da glicoquinase (1 enzima da via glicolítica com alteração no equilíbrio glicêmico) - DM
Fenótipo Econômico 
Fatores etiológicos relacionados a Obesidade Infantil
Teoria de Barker:
Causas Psicológicas
Ansiedade e depressão:
Reflexo no não domínio da ansiedade pelo excesso de alimentos
Psicanálise : 
Redução de sentimentos de privação emocional presentes na infância
 
Repercussões metabólicas
“A Academia Americana de Cardiologia reclassificou a obesidade como maior fator de risco para as DCV e está estabelecido que na infância, seus efeitos deletérios se manifestam nos planos cardiovascular (hipertensão, dislipidemia, DM II), ortopédico, respiratório, emocional, estético e social.”
RODRIGUES apud ACCIOLY, 2009
Repercussões metabólicas
Hipertrofia do Tecido adiposo = acúmulo de gordura
MACRÓFAGOS
PRODUÇÃO
Tecido Adiposo – um órgão dinâmico envolvido em na produção de vátias substâncias que realizam uma variedade de processos metabólicos e fisiológicos.
Alteração da PRODUÇÃO DE SUBSTÂNCIAS INFLAMATÓRIAS
ADIPOCINAS:
↑TNF-a
↑IL-6
↑RESISTINA
↓ADIPONECTINA
Repercussões metabólicas
As alterações provocadas convergem para o desenvolvimento da Resistencia a Insulina e consequente alteração dos lipídeos circulantes
↑TNF-a + ↑IL6 + ↑Resistina + ↓Adiponectina 
Repercussões metabólicas
Ações do TNF-α (Fator de necrose tumoral) :
Induz a resistência a Insulina
Danifica a estrutura de receptores de insulina;
Diminui a expressão dos transportadores de glicose
Alteração do perfil lipídico
Aumento de VLDL - hipertrigliceridemia
Redução da captação de AG do plasma;
Diminuição do tempo de coagulação em obesos;
Formação de fibrinas e trombos.
Repercussões metabólicas
Aumento da IL-6
Aumenta a concentração plasmática de AGL
Resistina
Reduz a efetividade da insulina
Repercussões metabólicas
RESISTENCIA À INSULINA
LEVA A HIPERINSULINEMIA
Adipogênese 
Excesso de depósito de gordura abdominal.
Intensificação da obesidade e inflamação
Repercussões Metabólicas
ADIPÓCITOS HIPERTROFIADOS
TECIDOS SENSÍVEIS A INSULINA
Repercussões metabólicas
Elevação da PCR 
Citocinas + Stress Oxidativo
PROCESSO INFLAMATÓRIO
ATEROGÊNESE
Repercussões metabólicas
Adiponectina: secretada exclusivamente pelo tecido adiposo e age:
Aumento da sensibilidade a insulina;
Oxidação de AG
Captação de glicose pelos tecidos
Obesos: HIPOADIPONECTINEMIA
Repercussões metabólicas
OBESIDADE
RI
Repercussões metabólicas
Deficiência de Micronutrientes
Ferro
Cálcio
Vitamina E
Vitamina A
Vitamina D
Diagnóstico
Diagnóstico
Avaliação Antropométrica
Deve ser realizada pela avaliação conjunta dos índices
Circunferência Abdominal/Idade
IMC/I; 
Dobras Cutâneas
As medidas de dobras cutâneas bicipital e tricipital tem maior validade diagnóstica para obesidade
Boa correlação com a real adiposidade e alterações metabólicas
Diagnóstico
Circunferência Abdominal
Vários estudos mostram que o excesso de gordura central se encontra associado com concentração adversa de lipídeos e insulina, independentemente do peso e idade.
Circunferência Abdominal
Diagnóstico
As medidas de dobras podem ser usadas:
Isoladamente
VALORES > p85 da PCT
VALORES > p85 da PCSE
Tabela de Frisancho
Padrões para PCT
Padrões pra PCSE
Diagnóstico
As medidas de dobras podem ser usadas:
Somatório das dobras (PCT + PCSE)
Usada para estimar o % de Gordura Corporal por meio das FÓRMULAS DE PREDIÇÃO 
Limitação: referências para crianças acima de 8 anos
Fórmulas para predição de GC para crianças e adolescentes entre 8 e 18 anos
Diagnóstico
Diagnóstico
Perfil Lipídico: 
Lipídeos
Valores
Desejáveis
Limítrofes
Aumentados
Colesterol Total
≤ 150
150-169
≥ 170
HDL-C
≥ 45
-
-
Triglicerídeo
≤ 100
100-129
≥ 130
LDL-C
≤ 100
100-129
≥ 130
SBC, 2005
Diagnóstico
Bioquímico
 Glicose e Insulina em jejum;
Diagnóstico
Avaliação bioquímica deve ainda investigar:
Anemia x Obesidade,
Deficiência de Vitamina D;
Deficiência de Zinco
Tratamento Nutricional
Deverá perceber a multicausalidade da obesidade;
Garantir o crescimento e desenvolvimentos ótimos;
Tratar as repercussões
metabólicas provenientes do excesso de GC.
Criar hábitos de vida saudáveis.
Tratamento Nutricional
O tratamento é dividido em 3 fases:
Tratamento Nutricional
Fase 1: Adequações qualitativas do comportamento alimentar
Respeitar os horários das refeições
Respeitar o numero de refeições
Evitar lanches “extra” entre as refeições propostas ao longo do dia
Estabelecer porções dos alimentos;
Evitar repetições;
Exercitar a mastigação adequada;
Evitar o consumo de alimentos assistindo TV
Tratamento Nutricional
Fase 2: Adaptação ou restrição quantitativa da ingestão de alimentos
Deve ser realizada a restrição energética:
Após a adaptação da primeira fase;
A restrição depende da idade
Sem alterações metabólicas: manutenção do peso para estatura
Com alterações metabólicas: redução ponderal
Redução ponderal
Tratamento Nutricional
Fase 2: Adaptação ou restrição quantitativa da ingestão de alimentos
Deve-se reduzir a ingestão de alimentos consumidos em excesso
Avaliação do consumo alimentar para identificação dos erros e excessos alimentares
Tratamento Nutricional
Avaliação energética
Manutenção do peso:
Referência: IOM (2005)
Depende da idade da criança 
Fórmulas no Material de apoio* 
Tratamento Nutricional
Avaliação energética
Perda de peso: 
TEE – 108 kcal/dia
Garante o Crescimento e Desenvolvimento
Permite a manutenção da massa magra
Permite perda progressiva de gordura corporal
Tratamento Nutricional
As reduções nos níveis de leptina podem ser sentidas seis meses após a perda de peso e estabiliza-se um ano após
Tratamento nutricional
Carboidratos
55% VET
Carboidratos simples: até 20% dos carboidratos totais
Também devem ser restritos em caso de Hipetrigliceridemia
Alimentos de médio a baixo IG
Aumento da ingestão de fibras 
Maior saciedade
ᵝ-glucana – Farelo de aveia
Tratamento dietético
Carboidratos
Cuidado com a presença de fitatos como queladores de minerais fundamentais para o crescimento infantil
Zn, Fe e Ca.
Deve-se preferir a aveia em flocos associada a dieta 
Orientações dietéticas para melhor absorção destes minerais
Tratamento dietético
Carboidratos
Edulcorantes
Não é indicada a utilização de edulcorantes artificiais para a infância
Maior risco de ultrapassar a dose diária recomendada;
Fome residual;
Pouca eficácia na redução de calorias 
Em casos de obesidade mórbida (P/E ≥ 160%) pode-se indicar o uso de sucralose – 2g/dia
Tratamento dietético
Lipídeos
Normolipídica a Hipolipídica
1 a 3 anos: 30% a 40%
> 4 anos: 25% a 35%
Atentar para as Alterações no perfil lipídico:
Hipertrigliceridemia 
Hipercolesterolemias
Mais comum na obesidade: hipertrigliceridemia + reducação HDL-c
Tratamento dietético
Em casos de hipercolesterolemia ( ↑CT e LDL-c)
Nutrientes
Ingestão Recomendada
Dieta Passo1
Dieta passo 2
Energia
Necessárias para o CD
Lipídeos totais
≤ 30% VET
≤ 30% VET
Ácidos graxos saturados
≤ 10% VET
≤ 7% VET
Ácidos graxosploinsaturados
≥ 10% VET
≥ 10% VET
Ácidos graxos monoinsaturados
Restante da energia proveniente de lipídeos
Restante da energia proveniente de lipídeos
Colesterol
≤ 300mg/dia
≤ 200mg/dia
Carboidratos
~55% VET
~55% VET
Proteínas
Entre 15 e 20% VET
Entre 15 e 20% VET
Tratamento dietético
Aumento do consumo de Fibras com características de viscosidade
Consumo de alimentos com fitoesteróis 
Alimentos com vitaminas antioxidantes (A,E,C)
Tratamento Dietético
Hipertrigliceridemia
Controle da ingestão de carboidratos
Consumo de alimentos ricos em W3, EPA, DHA
Inserir na dieta peixes 3x na semana
Linhaça e subprodutos (Cuidado com a manipulação)
Consumo de monoinsaturados
Azeites de oliva, gergilim
Oleaginosas
Abacate
Tratamento dietético
Proteínas
Normoprotéica – 15 a 20% VET
Uso da soja:
Controverso
Na infância: aminoácido limitante (metionina)
Fatores que afetam a biodisponibilidade de nutrientes
Dietas hiperprotéicas são contraindicadas:
Formação excessiva de corpos cetônicos que são tóxicos
Paralela ingestão aumentada de lipídeos e colesterol.
 
Tratamento Dietético
Fase 3: Adaptações qualitativas da ingestão específica de alimentos
Após a adequação do consumo energético e redução do consumo excessivo
Incentivar a ingestão de alimentos pouco consumidos como:
Frutas
Verduras
Legumes
Integrais 
Tratamento Dietético
Atentar para o controle dos níveis pressóricos
Crianças diagnosticadas com Hipertensão Arterial devem ser monitoradas quanto ao consumo de Sódio
Ingestão Normal: 
	6g de NaCl → 2,4g de Na
CUIDADOS:
Tratamento dietético
Minerais
ATENÇÃO ESPECIAL ÀQUELES ESSENCIAS AO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Fe 
Zn
Ca
Mg
P 
Tratamento dietético
Características físicas 
Fracionamento
Ajustado às atividades diárias da criança
Não deve ser inferior a 4 refeições diariamente;
Consistência:
Estimular o consumo de vegetais crus e frutas com casca e bagaço de acordo com idade e preferência da criança
Estar atento aos alimentos com menor índice glicêmico

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