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declaratoria filiaçao socioafetiva

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AÇÃO DECLARATÓRIA - RECONHECIMENTO DE FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA
EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE _________ - UF
Distribuição por Dependência
Autos do Processo de Código nº __________
(Nome, prenome, estado civil, profissão, CPF ou CNPJ, e-mail, endereço - cf. art. 319, II do CPC/2015), intermediado por seu mandatário ao final firmado, causídico inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do __________, sob o nº ____ - instrumento procuratório acostado - comparece com lhaneza e acatamento perante sua Excelência com objetivo de promover a presente 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE RECONHECIMENTO DE FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA 
Em face de (Nome, prenome, estado civil, profissão, CPF ou CNPJ, e-mail, endereço - cf. art. 319, II do CPC/2015), com fulcro nos fundamentos fáticos e jurídicos adiante elucidados.
I - DAS BENESSES DA GRAÇA
Inicialmente, visando o vetusto princípio da boa-fé e da veracidade, informa o Requerente que não possui condições e arcar com as custas processuais sem sacrifício de seu próprio sustento.
Acosta aos autos documento comprobatório de sua isenção do pagamento de imposto de Renda (Doc. ___) como forma de provar seus módicos rendimentos.
Assim, requer a concessão do benefífcio da justiça gratuita, nos termos do art. 98 e ss. do 	CPC/2015.
II - O CASO SUB JUDICE
O Requerente é filho de __________, falecido em __/__/____, conforme Certidão de óbito anexa (Doc. ___), o qual fora criado, desde a tenra idade, como se filho natural fosse, com verdadeiro amor e cuidado, pelos também já falecidos __________ e __________ (Certidões de Óbito em anexo - Docs. ___).
O genitor do Requerente reconhecia na figura de seus pais (adotivos de fato) e de sua irmã (de fato), ora Requerida, o seu único referencial de família, com a existência de vínculo de afinidade e afetividade contínuo e duradouro.
Por esse motivo, o Requerente ajuíza Ação de Reconhecimento de Filiação Socioafetiva no intuito de ver reconhecida e declarada “a posse do estado de filho” de seu pai em relação aos seus avós de fato __________ e __________, com a consequente inclusão de seus nomes no registro de nascimento de seu ascendente, na condição de pais, para que possa beneficiar-se do direito de herança.
III -- DA LEGITIMIDADE ATIVA DO REQUERENTE
Acerca da legitimidade para propor ação de prova de filiação, o Código Civil de 2002, em seu artigo 1.606, afirma competir ao filho o ajuizamento, passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.
Todavia, o Conselho da Justiça Federal, em seu Enunciado nº 521, sobre o supracitado artigo, da seguinte maneira ponderou:
ENUNCIADO Nº 521 - Art. 1.606. Qualquer descendente possui legitimidade, por direito próprio, para propor o reconhecimento do vínculo de parentesco em face dos avós ou de qualquer ascendente de grau superior, ainda que o pai não tenha iniciado a ação de prova da filiação em vida. (Grifo nosso).
Igual entendimento vem sendo adotado pela doutrina, conforme se vê nos seguintes julgados:
AÇÃO DOS NETOS PARA IDENTIFICAR A RELAÇÃO AVOENGA. PRECEDENTE DA TERCEIRA TURMA. 1. Precedente da Terceira Turma reconheceu a possibilidade da ação declaratória "para que diga o Judiciário existir ou não a relação material de parentesco com o suposto avô" (REsp nº 269/RS, Relator o Ministro Waldemar Zveiter, DJ de 7/5/90). 2. Recursos especiais conhecidos e providos. (REsp 603885/RS, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, TERCEIRA TURMA, julgado em 03/03/2005, DJ 11/04/2005, p. 291)
DIREITO DE FAMÍLIA - DECLARAÇÃO DE RELAÇÃO AVOENGA - AÇÃO PROPOSTA PELOS HERDEIROS DO FALECIDO PAI, DIRETAMENTE CONTRA OS HERDEIROS DO SUPOSTO AVÔ, TAMBÉM JÁ FALECIDO - INVESTIGAÇÃO DA ANCESTRALIDADE - DIREITO DA PERSONALIDADE - DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA - POSSIBILIDADE - LEGITIMIDADE ATIVA - RECONHECIMENTO. SENTENÇA CASSADA. Em que pese à aparente limitação oferecida pelo Código Civil Brasileiro, em seu artigo 1.606, à propositura, pelos netos, de ação declaratória de relação de parentesco em face do avô, mesmo quando já falecido o seu genitor, a interpretação mais adequada e atenta ao fenômeno da Constitucionalização do Direito Civil é no sentido de que a investigação da ancestralidade é direito da personalidade, decorrente da cláusula maior da Dignidade da Pessoa Humana, não podendo seu exercício ser restrito apenas às relações de filiação, daí por que não se pode negar aos netos - não tendo o seu pai, em vida, vindicado a sua paternidade - o direito próprio e personalíssimo de pleitear o reconhecimento da relação avoenga, em face do avô (ou de seus herdeiros, quando já falecido). Precedentes do STJ. Legitimidade ativa reconhecida. Recurso provido. Sentença cassada. (Apelação Cível nº 7442990-92.2009.8.13.0024, 1ª Câmara Cível do TJMG, Rel. Eduardo Andrade. j. 16.11.2010, unânime, Publ. 17.12.2010).
FAMÍLIA - INVESTIGAÇÃO DE ANCESTRALIDADE - HERDEIROS DO SUPOSTO FILHO EM FACE DOS HERDEIROS DO SUPOSTO AVÔ - LEGITIMIDADE - DIREITO DA PERSONALIDADE - RECONHECIMENTO - SENTENÇA CASSADA. Não obstante haja aparente limitação à propositura da ação declaratória de relação de parentesco pelos netos em face dos herdeiros do suposto avô, tem-se como interpretação mais adequada, mesmo quando já falecido o genitor daqueles, aquela que se dá no sentido de que a investigação de ancestralidade é direito da personalidade, não podendo seu exercício ser restrito apenas às relações de filiação, pelo que se deve reconhecer a legitimidade ativa dos apelantes, cassando-se a decisão hostilizada. (Apelação Cível nº 0023777-43.2003.8.13.0334, 1ª Câmara Cível do TJMG, Rel. Geraldo Augusto. j. 01.03.2011, unânime, Publ. 29.04.2011).
IV - DA FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA
Trata-se o presente de pedido de reconhecimento de ‘filiação socioafetiva’, nomenclatura atualmente utilizada para descrever situações nas quais, mesmo não havendo qualquer vínculo biológico ou jurídico, uma pessoa ou casal assume a criação uma criança ou adolescente por opção, velando-lhe cuidado e afeto. Em tal filiação, vislumbra-se a existência de vínculo afetivo, psicológico e social entre o filho e os supostos pais.
A pretensão ao reconhecimento da parentalidade socioafetiva tem ressonância no art. 1.593 do Código Civil, segundo o qual “o parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem” (grifo nosso).
Acerca do tema em análise, Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald aduzem que:
"Socioafetiva é aquela filiação que se constrói a partir de um respeito recíproco, de um tratamento de mão-dupla como pai e filho, inabalável na certeza de que aquelas pessoas, de fato, são pai e filho. Apresenta-se, desse modo, o critério socioafetivo de determinação do estado de filho como um tempero ao império da genética, representando uma verdadeira desbiologização da filiação, fazendo com que o vínculo paterno-filial não esteja aprisionado somente na transmissão de gens. [...] É a possibilidade de cisão entre os conceitos de genitor e pai. [...] A filiação socioafetiva decorre da convivência cotidiana, de uma construção diária, não se explicando por laços genéticos, mas pelo tratamento estabelecido entre pessoas que ocupam reciprocamente o papel de pai e filho, respectivamente. Naturalmente, a filiação socioafetiva não decorre da prática de um único ato. Não teria sentido estabelecer um vínculo tão sólido através de um singular ato. É marcada por um conjunto de atos de afeição e solidariedade, que explicitam, com clareza, a existência de uma relação entre pai/mãe e filho. Enfim, não é qualquer dedicação afetiva que se torna capaz de estabelecer um vínculo paterno-filial, alterando o estado filiatório de alguém. Para tanto é preciso que o afeto sobrepuje, seja o fator marcante, decisivo, daquela relação. É o afeto representado, rotineiramente, por dividir conversas e projetos de vida, repartir carinho, conquistas, esperanças e preocupações, mostrar caminhos, ensinar e aprender, concomitantemente. Significa, enfim, iluminar com a chama do afeto que sempre aqueceu o coração de paise filhos socioafetivos, o espaço reservado por Deus na alma e nos desígnios de cada mortal, de acolher como filho aquele que foi gerado dentro do seu coração. [...] É o filho do coração, decorrente de opções feitas durante a vida." (Direito das famílias. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008, p. 515/520).
Maria Berenice Dias, em sua obra Manual de direito das famílias, afirma que:
A filiação socioafetiva corresponde à verdade aparente e decorre do direito de filiação. A necessidade de manter a estabilidade da família, que cumpre a sua função social, faz com que se atribua um papel secundário à verdade biológica. Revela a constância social da relação entre pais e filhos, caracterizando uma paternidade que existe não pelo simples fato biológico ou por força de presunção legal, mas em decorrência de uma convivência afetiva. (DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias, 2010, p. 367)
In casu, aplica-se a TEORIA DA APARÊNCIA sobre as relações paterno-filiais, estabelecendo, assim, uma situação fática que merece tratamento jurídico.
Importante sublinhar que a questão não é nova, senão vejamos:
“posse de estado de filho está ligada ao “princípio da aparência”, frente a uma situação que corresponde normalmente a um direito ou estado, o que é muito utilizado pela doutrina italiana. A posse de estado é uma versão da aparência, pois, sem dúvida, são noções similares. (Delinski, Júlia Cristina. “O novo direito de filiação”, Dialética, 1997, pág. 66).
Nos dizeres do mestre Orlando Gomes, colhe-se que:
“A posse do estado de filho constitui-se por um conjunto de circunstâncias capazes de exteriorizar a condição de filho do casal que o cria e educa.” (In "DIREITO DE FAMÍLIA", ORLANDO GOMES. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1981, 4ª ed., p. 324).
É certo que o pai do Requerente, de maneira notória, sempre foi criado como filho “adotivo” dos falecidos e irmão da Requerida, nutrindo afeto filial pelos mesmos.
Desta forma, tem o direito, em respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana, de ver declarado o seu estado de filho reconhecido, com inclusão em seu registro de nascimento, o que, como já mencionado, vem tão somente referendar uma situação fática existente desde 1958.
Nesse sentido, o seguinte julgado:
“[...] a filiação socioafetiva, que encontra alicerce no art. 227, § 6º, da CF/88, envolve não apenas a adoção, como também "parentescos de outra origem", conforme introduzido pelo art. 1.593 do CC/02, além daqueles decorrentes da consanguinidade oriunda da ordem natural, de modo a contemplar a socioafetividade surgida como elemento de ordem cultural. Assim, ainda que despida de ascendência genética, a filiação socioafetiva constitui uma relação de fato que deve ser reconhecida e amparada juridicamente. Isso porque a maternidade que nasce de uma decisão espontânea deve ter guarida no Direito de Família, assim como os demais vínculos advindos da filiação. Como fundamento maior a consolidar a acolhida da filiação socioafetiva no sistema jurídico vigente, erige-se a cláusula geral de tutela da personalidade humana, que salvaguarda a filiação como elemento fundamental na formação da identidade do ser humano. [...]” (Recurso Especial nº 1000356/SP (2007/0252697-5), 3ª Turma do STJ, Rel. Nancy Andrighi. j. 25.05.2010, unânime, DJe 07.06.2010)
Salienta-se, por fim, que o art. 227, § 6º, da Constituição Federal assevera que os filhos - havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção - terão os mesmos direitos e qualificações, proibindo quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
V - DOS REQUERIMENTOS
Diante do exposto, requer:
a) O conhecimento da inicial, com designação de audiência de mediação/conciliação, sendo a requerida citada com, no mínimo, 20 (vinte) dias de antecedência, não comparecendo à audiência, sem que, com no mínimo 10 (dez) dias de antecedência, tenha peticionado em contrário a autocomposição, aplicaque-se multa de 2% do valor da causa, conforme disposição do art. 334, §§ 5º e 8º do CPC/2015.
b) Seja a Requerida informada de que poderá contestar a inicial, no prazo de 15 (quinze) dias contatos da audiência de mediação/conciliação (art. 335, CPC/2015), sob pena de revelia (art. 344, CPC/2015).
c) a intimação do douto representante do Ministério Público para sua manifestação;
d) seja processado o feito, e ao final declarado procedente o pedido, para declarar a filiação socioafetiva de __________ e __________ em relação a ____________, sendo reconhecido como filho para todos os efeitos legais, sem distinção, para que possa o Requerente beneficiar-se do direito de herança;
e) seja determinada a reserva de bens suficientes para garantir posterior pagamento do quinhão hereditário de __________ dos bens e direitos deixados por __________ e declarados nos Autos de Inventário de nº __________, em trâmite perante a ___ Vara Cível da comarca de__________ - UF;
f) a concessão de justiça gratuita, tendo em vista que o requerente não é capaz de suportar as despesas do processo sem prejuízo de seu próprio sustento, de acordo com a declaração de hipossuficiência em anexo (Doc. __).
Protesta-se pela produção de todas as prova em direito admitidas.
Imprime-se à causa o valor de _____ mil reais para efeitos meramente fiscais.
Que advenha toda a plenitude requestada!
Justiça é desejo firme e contínuo de dar a cada um o que lhe é devido.
__________, ___ de __________ de ____.
p. p. __________
OAB/RS _____
ROL DE TESTEMUNHAS:
I - __________, residente na Rua __________, nº ___, bairro _____, na cidade de ___________ - UF;
II - __________, residente na Rua __________, nº ___, bairro _____, na cidade de ___________ - UF;
III - __________, residente na Rua __________, nº ___, bairro _____, na cidade de ___________ - UF;
Modelo cedido por Vinícius Mendonça de Britto - Escritório Britto Advocacia - Aquidauana - MS

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