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12/02/2014 1 Tema 2: Teoria Democrática – Localizando o Debate e as Configurações da Participação Social Professora Ma. Edilene Xavier Rocha Garcia Objetivos da Aula • Realizar uma analise histórica da categoria participação. • Examinar a relação participação versus política. • Refletir sobre a participação como um processo educativo. 2 Política • Gohn (2011) chama nossa atenção para o fato de que no universo da política a participação dos indivíduos na sociedade civil ou política, tornou- se parte do vocabulário das nações ocidentais a partir de 1960. 3 12/02/2014 2 Política • O que implica dizer que não há política sem participação. • Traz exemplos como na França, EUA, Grã- Bretanha sobre a importância da participação em campanhas em prol da sociedade. 4 Política (PATEMAN, 1992) • Preocupa-se com a lugar da “participação” na teoria da democracia moderna. • Constata que apesar da popularidade da participação (ex: entre estudantes) ela perdeu a importância junto aos teóricos contemporâneos (sociologia política). 5 Política (PATEMAN, 1992) • Baseia-se na afirmação dos contemporâneos de que a participação abalaria a estabilidade do sistema democrático. 6 12/02/2014 3 Cronologia • Gohn (2011) menciona que cronologicamente é necessário buscar na Grécia as origens do tema “participação”. • A autora salienta, no entanto, que o estudo científico deste tema remonta do século XVIII. 7 Cronologia • Destaca as formulações de Rousseau. • Dos teóricos do liberalismo John Stuart; Cole e Toqueville. • Os socialistas utópicos Owen e Fourrier. • E os socialistas libertários Proudhon e Kroptkin. • Enfim aponta vários teóricos que versam sobre a participação. 8 Rousseau • Segundo Maria da Glória Gohn (2011) este pode ser considerado o teórico por excelência do tema “participação”. • Sua teoria política considera a participação individual direta de cada cidadão no processo de tomada de decisões de uma comunidade. 9 12/02/2014 4 Rousseau • Em suas análises a participação é um modo de proteger os interesses privados e assegurar um bom governo. • Vontade Geral: uma pessoa só pode ser verdadeiramente um cidadão quando quer o bem geral e não o particular. 10 Rousseau e a Participação Duas direções simultâneas: • Os efeitos da participação no sistema social. • Os efeitos da participação no indivíduo. • Para o autor os efeitos da participação no individuo são os mais importantes. 11 Rousseau e a Participação • Entende como principal função da participação o caráter educativo que esta exerce sobre as pessoas. • A participação pode aumentar o valor da liberdade para o individuo, capacitando-o a ser (e permanecer) seu próprio senhor. 12 12/02/2014 5 Outras Funções da Participação • Permite que as decisões coletivas sejam aceitas mais facilmente pelos indivíduos. • Favorece a integração do cidadão na sua comunidade. • Rousseau: a lei emerge do processo participativo e é essa lei, não os homens que governa as ações individuais. 13 14 John Stuart Mill • Preocupa-se com o desenvolvimento mental de uma comunidade. • Vê a possibilidade deste desenvolvimento se expressar em ações que denotem um espírito público. • Por meio do caráter ativo dos indivíduos em instituições participativas. 15 12/02/2014 6 John Stuart Mill • Destaca o caráter educativo da participação. • Quando o individuo se ocupa somente de seus assuntos privados, e não participa das questões públicas, sua autoestima é afetada. • Permanece sem desenvolvimento de suas capacidades para um ação pública responsável. 16 Cole • A teoria de Cole sobre a participação assenta-se sobre os pressupostos de Rousseau. • A vontade e não a força é a base da organização social e política. • Preconiza a necessidade dos homens atuarem em associações para satisfazerem suas necessidades. 17 Cole • Sustenta que apenas pela participação em âmbito local – associações locais – o indivíduo pode aprender a democracia. Propõe a criação de instrumentos: • Cooperativas de consumidores; • Conselhos de utilidades (abastecimento de gás); • Guildas cívicas (educação, saúde etc.). 18 12/02/2014 7 Participação • Gohn (2011) lembra que as associações foram incluídas entre os direitos fundamentais da pessoa humana. • Nos tempos modernos a burguesia foi a primeira a se utilizar deste direito. • Enquanto que as camadas subalternas tiveram que lutar para adquiri-lo. 19 Lei Chapelier • Na França, em 1791, essa lei proíbe as associações por temer a força dos grupos subordinados que participavam de sua organização. • Somente no século XIX este direito foi obtido e incorporado em várias Constituições do mundo. 20 Alexis de Tocqueville • Em sua obra “A democracia na América” (1835) exalta a comuna como a grande força dos poderes sociais. • Nela o povo é a força dos poderes sociais. • Mesmo assim o que se viu nos EUA no século XIX foi a participação representativa. 21 12/02/2014 8 Abordagem Marxista • O conceito de participação não é encontrado do forma isolada. • Articula-se a duas outras categorias de análise: lutas e movimentos sociais. • Aqui os movimento sociais referem-se a processos de lutassociais voltadas para a transformação das condições existentes. 22 Abordagem Marxista • Relacionar participação nesta corrente infere contextualizá-la no processo de luta histórica das classes e camadas sociais em situação de subordinação. • Não apenas estudar as revoluções. • Estas são pontos do processo. 23 Pizzorno e Participação Política • A participação política é uma ação em solidariedade para com o outro. • No âmbito de um estado ou de uma classe. • Visa conservar ou modificar a estrutura do sistema de interesse dominante. 24 12/02/2014 9 Dalmo Dalari (1984) • Tem na conscientização e organização as formas mais eficientes de participação. Pode ser formal e real. • Formal: limita-se aos aspectos secundários do processo político. • Real: influi nas decisões políticas fundamentais. 25 Um Alerta • Bobbio organiza o “Dicionário de política” em que os autores reconhecem que as atividades como voto, reuniões de apoio a candidatos, como participação política. • No entanto há que se observar as diferentes interpretações sobre participação. 26 Bobbio (1986) • Pode-se participar como protagonista ou tomar parte de uma ação como mero espectador. Resulta em três formas de participação política: • Presencial. • A Ativação. • Participação. 27 12/02/2014 10 Bobbio (1986) • Presencial: menos intensa e marginal. • A Ativação: um indivíduo desenvolve ações a ele delegadas de forma permanente. • Participação: o indivíduo contribui direta ou indiretamente para uma decisão política. 28 Formas de Participação • Nas democracias é valorizado o voto. Bobbio (1986) • Giacomo Sani reconhece que formas menos pacíficas (manifestações de protestos,marchas, ocupações de edifícios etc.). 29 30 12/02/2014 11 Atividade 1 • Das características abaixo, quais NÃO dizem respeito à democracia liberal- representativa a participação? • I. Restrita ao procedimento eleitoral de escolha dos representantes. 31 Atividade 1 • II. Importante para que as demandas dos diversos segmentos sociais sejam consideradas no processo de formulação de políticas. • III. Elitismo democrático. • IV. Uma possibilidade de decidir, a partir da deliberação e consenso, os rumos políticos de uma sociedade. 32 Atividade 2 • O retorno da participação social à centralidade da teoria democrática promoveu, também, a alteração do conceito de cidadania em voga. De cidadãos meramente consumidores, a cidadania passa a significar “direito a ter direitos”. Explique o significado desta alteração. 33 12/02/2014 12 Atividade 3 • Como a organização dos movimentos sociais e das forças sociais de base pode contribuir para um pluralismo na política? 34 Atividade 4 • A concepção democrática de Joseph Shumpeter foi pensada e formulada num contexto: a) De emergência da sociedade de massas. b) De emergência da sociedade civil. c) De crise fiscal do Estado. d) De protagonismo dos Movimentos sociais. e) De intensificação da globalização. 35 36 12/02/2014 13 Considerações Finais “Dicionário de pensamento social do século XX”: • Participação é um conceito ambíguo nas ciências sociais. • Pode ter um significado forte ou fraco. • O princípio remonta ao surgimento da democracia. 37 Considerações Finais Sociologicamente: • Associa-se à categoria da exclusão social. • “Se alguém é apto a participar ele está incluído”. • Assume um papel de luta contra a exclusão. 38 Considerações Finais Stassen (1999) discorda ao afirmar: • Há participação quando há um sentimento de que os indivíduos têm valor e são necessários para outrem. • Quando percebem sua contribuição. • Que têm lugar na sociedade. 39 12/02/2014 14 Considerações Finais Stassen (1999): • Os mecanismos informais de integração social que criam identidades são mais importantes que as políticas sociais assistencialistas. • A dimensão sociorrelacional é fundamental para motivar a participação e combater a exclusão. 40 Considerações Finais Gohn (2011) • Há outra área em que a participação representa ideia (força): a educação. • Especialmente as pedagogias desenvolvidas após os anos 1960 (Paulo Freire, Samuel Alinsky e outros). 41 Considerações Finais Faundes (1993) • Participação na criação do conhecimento. • De um novo conhecimento. • Na determinação das necessidades essenciais da comunidade. 42 12/02/2014 15 Considerações Finais Faundes (1993) • Na busca por soluções. • Na transformação da realidade. • Participação de todos os que tomam parte no processo de educação e de desenvolvimento. 43 Reflexão Para participar, os indivíduos têm que desenvolver autoestima, mudar sua própria imagem e as representações sobre a sua vida. Ter apenas um emprego não resolve o problema da participação, porque os indivíduos devem ter também motivações. [...] Reflexão [...] Precisam estar articulados a redes societárias, desenvolver interações frequentes e contínuas com seus pares. Stassen
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