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17/02/2014 
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Tema 4: “Direito a ter Direitos” – 
Contexto Histórico, Político e 
Social da Participação no Processo 
Político Brasileiro 
Professora Mª. Edilene 
Xavier Rocha Garcia 
Objetivos da Aula 
• Verificar o surgimento da Participação 
Comunitária no Brasil. 
• Examinar como a sociedade brasileira se 
organizou para realizar o controle sobre os 
recursos e as instituições 
públicas. 
 • Conhecer os desafios e 
dificuldades que a 
participação popular 
enfrentou para sua 
efetivação. 
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Mudanças no Caráter do 
Associativismo e nas Políticas 
Públicas 
• A questão da participação política no Brasil 
remonta aos tempos do Brasil Colônia. 
• Passa pelas lutas 
contra a escravidão. 
• Pelo sindicalismo 
anarquista nas 
primeiras décadas 
deste século. 
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Participação Política nas Políticas 
Públicas 
• Surge a partir da “ideia de participação 
comunitária” no início deste século. 
• Aparece como um movimento dos centros 
comunitários de saúde 
norte-americanos. 
 
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Participação Política nas Políticas 
Públicas 
• Esse movimento nasce com o propósito de 
trazer repostas ao grave problema da 
relação entre a pobreza e a doença. 
 • Inicialmente teve 
pouca repercussão na 
América Latina. 
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Desenvolvimento de Comunidade 
• A participação é pensada como 
incorporação dos indivíduos em ações 
previamente elaboradas pelas autoridades 
 ou grupos de 
missionários que 
desenvolviam 
programas 
assistenciais nas 
comunidades. 
 
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Participação 
• A participação dos indivíduos em elaboração 
de estratégias ou em tomadas de decisão 
só acontece na década de 1980. 
 
 
 
• Associada aos 
movimentos 
populares. 
• Em ações conjuntas às 
 comunidades eclesiais 
de base (CEBs). 
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Participação 
A participação em elaboração de estratégias ou 
em tomadas de decisão associa-se também: 
 
 
• Oposições sindicais, 
associações de 
moradores e algumas 
categorias de 
funcionários públicos. 
• O termo recorrente era 
“Participação Popular”. 
• Categoria central: 
“povo”. 
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Participação Popular 
• Definida à época como esforços organizados 
para aumentar o controle sobre os recursos e 
as instituições que controlavam a vida em 
sociedade. 
 
 
 
• Tais esforços deveriam 
fundamentalmente 
partir da sociedade 
organizada em 
movimentos e 
associações 
comunitárias. 
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Participação Popular 
• Tinha como agente e ator o povo - que 
eram os excluídos dos círculos do poder 
dominante. 
• Foi um período de luta 
nacional pelo acesso e 
reconhecimento dos 
direitos sociais, 
econômicos e políticos 
dos setores populares. 
 
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Buscava-se 
• O direito de eleger representantes para 
cargos públicos. 
• O direito de se manifestar. 
• De se organizar 
livremente. 
• Mudar as regras do 
controle social e 
alterar a forma de 
fazer política no país. 
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Objetivo das Mobilizações 
• Fim do regime militar. 
• Volta de eleições livres. 
• Com legítimos representantes da sociedade 
civil. 
• Assim, a participação 
era vista como 
organização política 
dos trabalhadores. 
 
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Participação 
Deveria atender a dois princípios. 
• Esclarecer e ordenar o que reivindicar e que 
direitos conquistar. 
• Estabelecer formas de 
arregimentação de 
forças políticas 
próprias que 
sustentassem as 
reivindicações e a 
conquista dos direitos. 
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Demo (1988) 
• A participação envolve mais que a 
demanda, envolve a criação de canais. 
• Que canais? Com que qualidade? 
Como participar? 
• Inicia-se o 
delineamento sobre os 
“conselhos”. 
 
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Novas Configurações 
• A participação deixa de ser pensada como 
simples pressão pela demanda. 
• A mobilização popular era parte de um 
plano de criação e desenvolvimento de uma 
cultura de contra-
hegemonia à ordem 
dominante. 
• Apesar da mídia 
desvalorizar o período, 
muitas foram as 
conquistas. 
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Primeira Conquista 
• Constituição de um campo democrático 
no seio da sociedade civil. 
Esse campo democrático era formado: 
• Movimentos 
populares. 
• Movimentos sociais 
 pluriclassistas 
(mulheres, 
 negros, ecológicos). 
 
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Primeira Conquista 
Esse campo democrático era formado: 
• Por lideranças das novas centrais sindicais. 
• Parlamentares. 
• Partidos políticos 
oposicionistas. 
• Entidades profissionais 
 comprometidas com a 
 democracia. 
• ONGs – emergentes 
no cenário do país. 
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Segunda Conquista 
• Canais de participação da população em 
assuntos que diziam respeito à coisa 
pública. 
• A criação desses canais 
coloca os sujeitos 
demandátarios em 
novas arenas de lutas: 
interior do órgãos 
públicos e gabinetes 
estatais. 
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Segunda Conquista – Limites e 
Desafios 
Desafio: 
• Saber negociar em os governos 
constituídos. 
Dificuldades: 
• Os problemas 
enraizados pela cultura 
política do país. 
• Clientelismo. 
• Paternalismo. 
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Segunda Conquista – Limites e 
Desafios 
Dificuldades: 
• Descrença na eficácia das Leis: os negócios 
públicos eram resolvidos por meio 
de procedimentos diretos, 
privilegiando interesses 
particulares. 
• O uso da “Lei de Gérson”. 
• Machismo predominante 
 nos países luso-espanhóis. 
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Segunda Conquista – Limites e 
Desafios 
Dificuldades: 
• Valorização das estruturas corporativas, 
pelos privilégios que elas carregavam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Ainda que parte de 
liderança não se 
fundamentasse nesses 
valores, era difícil 
garantir os novos 
valores: referenciais 
democráticos. 
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Transição 
• As estruturas da participação foram sendo 
construídas a partir de arcabouços 
institucionais existentes. 
• Que estavam “contaminados” pelos longos 
anos de populismo e 
décadas de ditadura 
militar. 
• Alto custo social: 
exigia-se tempo e 
energia de dedicação 
gratuita. 
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Políticas de Participação 
• A ideia básica dessas políticas nos anos de 
1980 era de que deveriam ser incorporadas ao 
planejamento administrativo. 
• Mas que considerassem 
o planejamento de 
forma diversa ao 
aplicado durante os 
anos 1970. 
• O planejamento não se 
realizaria de cima para 
baixo, nem de fora para 
dentro. 
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Participação Política 
• A participação política significava a participação do 
povo nas decisões do poder público. 
• Assim a conjuntura nos 
anos 1980 construiu 
outras dimensões para a 
categoria “participação”. 
• Para os engajados na 
redemocratização do 
Estado o processo 
concentrou-se inicialmente 
nos Conselhos. 
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Participação Política 
• Debatia-se a dicotomia de seu caráter: 
• Consultivo: escutar/diagnosticar os 
problemas da população. 
• Normativo/representat
ivo: poder de decisão. 
• Firmam-se as 
primeiras experiências 
de conselhos de 
gestão da coisa 
pública. 
 
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Gestão da Coisa Pública 
• Transitava desde os conselhos comunitários 
aos conselhos de escolas. 
• Da saúde às câmaras de gestão de setores 
variados como dos 
transportes, da 
condição feminina, do 
negro etc. 
 
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Atividade 1 
• Sobre a emergência de novos sujeitos políticos 
nos anos 1970/1980 é correto afirmar: 
a) É resultado direto de ações governamentais de fomento 
à participação social. 
b) Estes novos sujeitos políticos, assumindo cargos 
eletivos, tornaram 
representantes de grandesgrupos sociais. 
c) Como resultado destas 
mobilizações verifica-se o 
fortalecimento estatal e uma 
maior centralização dos 
processos decisórios. [...] 
 
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Atividade 1 
d)Teria, em grande parte, origem em três campos de 
elaboração de matrizes discursivas: a Igreja 
Católica (Teologia da Libertação), o “novo 
sindicalismo” e os grupos de esquerda 
(reorientados a partir das 
reflexões de Gramsci e de 
Paulo Freire). 
e) É resultado do processo 
de redemocratização que 
estava em curso no país 
desde meados da década 
de 1960. 
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Atividade 2 
• Sobre o conceito de Estado 
Desenvolvimentista é correto afirmar: 
I. Modelo de Estado vigente no Brasil desde os anos 
1930. 
II. Responsável pela 
regulação dos conflitos 
sociais. 
III.Teve bastante êxito em 
dar impulso à 
industrialização no país. 
IV.Autocrático e fortemente 
centralizador 
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Atividade 3 
• Por que Gohn (2011) afirma que o século 
XX foi o “século das mobilizações”? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Atividade 4 
• Com base nos estudos sobre participação 
social, e organização dos movimentos 
populares, responda: é possível afirmar que 
é no âmbito local onde 
mais existem tensões 
e conflitos? Justifique. 
 
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Considerações Finais 
• A questão da participação política no Brasil 
data dos tempos do Brasil Colônia. 
• Aparece como um movimento dos centros 
comunitários de saúde 
norte-americanos para 
resolver o problema 
existente entre a 
pobreza e a doença. 
• Surge a partir da 
“ideia de participação 
comunitária”. 
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Considerações Finais 
• No Desenvolvimento de Comunidade a 
participação é pensada como incorporação 
dos indivíduos em ações previamente 
elaboradas pelas 
autoridades ou grupos 
de missionários que 
desenvolviam 
programas 
assistenciais nas 
comunidades. 
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Considerações Finais 
• A participação se efetiva em tomadas de 
decisão apenas na década de 1980. 
• Associada aos movimentos populares e às 
comunidades eclesiais 
de base (CEBs), 
oposições sindicais, 
associações de 
moradores e algumas 
categorias de 
funcionários públicos. 
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Considerações Finais 
• Conhecida por “Participação Popular”, cuja 
categoria central era o “povo”. 
• Uma categoria carente de estudo teórico e 
por isso muito criticada 
nas ciências sociais. 
• Participação popular: 
esforços organizados 
para aumentar o controle 
sobre os recursos e as 
instituições que 
controlavam a vida em 
sociedade. 
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Considerações Finais 
Buscava-se 
• O direito de eleger representantes para 
cargos públicos. 
• O direito de se 
manifestar e de se 
organizar livremente. 
• Mudar regras do 
controle social. 
• Alterar a forma de 
fazer política no país. 
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Considerações Finais 
• A participação envolvia a criação de canais. 
• Inicia-se o delineamento sobre os “conselhos”. 
• Deixa de ser pensada como simples pressão 
pela demanda. 
 • A mobilização popular 
era parte de um plano 
de criação e 
desenvolvimento de 
uma cultura de contra-
hegemonia à ordem 
dominante. 
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Considerações Finais 
Desafio: 
• Saber negociar em os governos constituídos. 
Dificuldades: 
 • Os problemas 
enraizados pela cultura 
política do país. 
Exige-se: 
• Alto custo social: tempo 
e energia de dedicação 
gratuita. 
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Considerações Finais 
• O termo participação tornou-se jargão 
popular. 
• Foi apropriado por discursos políticos 
conservadores. 
• Foi referência 
obrigatória a todo 
plano, projeto ou 
política governamental 
como sinônimo de 
descentralização. 
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Considerações Finais 
• Na verdade tratava-se de desconcentração, em 
oposição à centralização do regime militar. 
• O termo participação perdeu sua força como 
categoria explicativa nos processos sociopolíticos 
novos que ocorriam na 
sociedade civil, à medida 
em que a democratização 
efetivou-se e generalizou-
se na América Latina. 
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Reflexão 
Nós não somos o que gostaríamos de ser. 
Nós não somos o que ainda iremos ser. 
Mas, graças a Deus, 
Não somos mais quem nós éramos. 
 
Martin Luther King