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Juspositivismo: Estudo do Direito Positivo

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O fito do juspositivismo é o direito positivo, que nada mais é que a codificação da norma, contudo, nesta corrente ética os valores são adotados pelo homem, onde há relatividade nas condutas.
O juspositivismo traz a premissa de que as normas jurídicas são advindas de fatos sociais, que acarretam certo impacto na sociedade, e esta se impõe conforme seus valores, surgindo então as normas.
Para os juspositivistas o direito positivo por si só é capaz de controlar e harmonizar a sociedade, e manter a legalidade dos atos. Sendo violada qualquer das normas positivadas a intervenção de um terceiro é imprescindível. 
As principais características do direito positivo é que ele depende do tempo, espaço, e da criação humana, o que valia numa época pode não valer mais em outra, o que não existia pode ser criado e passar a ser norma em outra época. A sociedade evolui, apresenta uma demanda para melhor regular a mesma.
Ressaltando, a principal fonte do direito positivo/juspositivismo são as leis, ele só vai existir se legislado. Segundo Hans Kelsen, o direito não é isento de valores, a teoria pura do direito, sua obra principal, não nega a conexão de direito com valores, mas a sua importância no estudo das normas jurídicas.
Kelsen inicia sua obra citando:
“Quando a si própria se designa como “pura” teoria do Direito, isto significa que
ela se propõe garantir um conhecimento apenas dirigido ao Direito e excluir deste conhecimento tudo quanto não pertença ao seu objeto, tudo quanto não se possa, rigorosamente, determinar como Direito. Quer isto dizer que ela pretende libertar a ciência jurídica de todos os elementos que lhe são estranhos. Esse é o seu princípiometodo lógico fundamental.”
Assim fica claro que para Kelsen, a Teoria pura tenta purificar tudo quanto é estranho ao direito e, permanece apenas ao estudo do direito, do jurídico apenas o seu objeto, assim elimina-se a ética, a questão valorativa, a filosofia, sociologia, e todas as áreas que são estranhas ao direito, e isso consiste basicamente a sua teoria pura. O juspositivismo é uma teoria critica que surge no século XIX afim de superar os problemas do jusnaturalismo, principalmente os problemas da metafísica do jusnaturalismo.
Temos três escolas principais de juspositivismo no século XIX, e a mais importante para Kelsen foi:
Escola da Exegese: É uma escola francesa, que corresponde a um grupo de pensadores que comentaram o código civil francês de 1804, onde as características principais desta escola são, coativismo, legalismo, estativismo, defendendo uma interpretação mecânica do direito, não valorizando os princípios, negando a força normativa dos princípios, e, ainda considera que as leis e códigos são superiores à Constituição. A escola da Exegese não se sustentou no século XX, e passou a ser criticada por autores como Kelsen, Hart, e outros. A principal crítica de Kelsen à escola da Exegese é acerca da sua interpretação mecânica do direito.
Para Kelsen, direito positivo é direito posto pelo homem e não há uma moral única, que possa servir de base ao direito positivo, e, a partir daí surge o seguinte questionamento, o direito é do ser ou do dever ser ? 
Num viés epistemológico o direito é ser, pois ele é um estudo descritivo e não prescritivo, ou seja, ele não prescreve em nada, não é “dever ser” neste sentido.
Em se tratando de um viés ontológico, portanto um viés metafísico, o direito é dever ser, pois o direito é norma e não fato.
Enfim, o direito é um estudo neutro, objetivo, imparcial e avalorativo, ou seja, sem considerações políticas, econômicas e morais e, Kelsen defende a teoria normativista do direito, assim, o direito é conjunto de normas.
Diante disto há o questionamento acerca do fundamento último destas normas, e, Kelsen considera que é a norma hipotética fundamental, que é um puro dever ser que não é posta no ordenamento jurídico mas é pressuposta e, sua proposição é a partir de uma lógica transcendental, portanto a norma hipotética fundamental serve de validade para as normas postas no ordenamento jurídico.
Na aplicação do direito, há o ato de conhecimento ou ato cognitivo, que Kelsen utiliza como um “quadro” e este ato de conhecimento é a “moldura desse quadro” e há também o ato de vontade, que corresponde ao conteúdo deste quadro, a pintura em si, que é escolhida pelo juiz, e, a “moldura” limita o poder do juiz, contudo nos limites do conteúdo do quadro é o juiz que escolhe as possíveis e inúmeras soluções para os casos, e esta é uma das principais características do juspositivismo, a defesa do poder discricionário.
A função do juspositivismo é motivar o entendimento das normas positivas que vigem nossa sociedade, é caracterizado por trazer o estudo do direito como ele é, e estabelece a diferença entre valores, moral e costume, bem como do ser e do dever ser.
No âmbito do juspositivismo busca-se a harmonia entre o positivismo e o Estado, pois, o positivismo surge através das leis, das normas, sentenças, etc. Ou seja, o primeiro grande caminho da filosofia do direito contemporânea é o juspositivismo, ou seja um direito imposto pelo Estado, este é o caráter técnico do direito, dotado de estrutura normativa e isto é o que em geral o jurista tem como horizonte de mundo dos tempos atuais.
Existem alguns tipos de correntes positivistas, contudo o mais importante, tratado por Hans Kelsen foi:
Juspositivismo estrito: este caminho está vinculado às normas estatais há enquanto possibilidades de entendimento cientifico do direito, um grande filosofo do direito que é Hans Kelsen tratou desta corrente como primordial para o Direito, trazendo a idéia de que o direito cientificamente não deve compreender em horizontes amplos e totalidades mas sim deve se fazer uma analítica do fenômeno jurídico e trata-lo apenas cientificamente no campo da técnica normativa.
O direito tem um papel ético e fundamentalmente valorativo, intrínseco pois possibilita os padrões éticos construídos em comum na sociedade, de forma consensual. Kelsen, ceramente trouxe o padrão do que é uma análise jurídica vinculada estritamente no plano de ciência às próprias normas estatais.
No fundamento basilar de todas as correntes juspositivistas estão inseridos dois grandes filósofos, Kelsen e também Immanuel Kant, que deram base às vinculações ético-morais de muitos pensadores juspositivistas e, mesmo em termos de analítica, de procedimento metodológico de muitos deles, inclusive do próprio Kelsen que anteriormente se reputava um neokantiano.
Pôde se enxergar o Estado num momento superior da própria ética, também muitos juspositivistas estão ligados diretamente à questão do Estado e, obviamente por serem positivistas o Estado é um momento marcante da sua compreensão do próprio direito. 
Ética, moral e direito são palavras profundamente vinculadas porquê dizem respeito ao comportamento ou a conduta humana em sociedade no mundo, a ética procura estabelecer regras e princípios básicos, que sirvam para todos, ao passo que a moral é o conjunto de regras costumeiras de determinados grupos e nações, e pode variar enormemente, pois cada grupo pode ter sua moral, já o direito procura impor condutas sob pena de sanção, como sendo uma multa e até a perda de sua liberdade. Portanto, as três áreas se preocupam com o mesmo objetivo, a conduta humana em sociedade.
Embora ambas as áreas tratem da conduta humana em sociedade há uma diferença muito importante entre ética e moral, a ética procura fixar condutas ideais , que sirvam para o ser humano em qualquer parte do mundo, onde há um ser humano a ética espera que se porte de determinada maneira, trazendo o sentido do que é universal.
A moral, pode não se aplicar à determinadas nações, e tem de ser respeitada, a ética se preocupa com condutas do bem, da igualdade, da liberdade, da vida, interesses e direitos de todos os seres humanos neste mundo.
O juspositivismo auxilia na adequação da sociedade às normas sem deixar de lado a liberdade de sermos éticos.
Dentro do positivismo está inserido princípiosnormativos, e, os primeiros foram criados de acordo com a vontade do legislador, caso a norma se tornasse confusa o jurista deveria consultar o legislador e este através de reuniões e conselhos deveriam tomar as devidas decisões, pode-se notar que o poder emana do Estado/lei, no juspositivismo, consequentemente.
O estado, seria considerado a única fonte de direito, de acordo com Kelsen, já que as leis são oriundas do legislador e este é encarregado do estado; o princípio do silogismo que nada mais é que a premissa menor (fato), premissa maior (norma), e a conclusão (sentença).
Contudo os fatos sociais foram se inserindo na sociedade, a partir daí Hans Kelsen veio para criar uma teoria sólida do Direito, já que presenciou grandes guerras sociais.
Observando as idéias Kelsianas é fácil perceber que na ciência do direito valores morais e de justiça não devem ser levados em consideração. O jurista deve-se ater somente às normas positivadas, ou seja, não deve haver interpretação mas sim haver a aplicação do direito através da norma propriamente dita. 
Depois que os conceitos de justiça e de moral não são unos e variam de acordo com a sociedade e, para que houvesse uma relação de fato com o direito, ambos conceitos deveriam ser concretos independentes de subjetividade e válidos para toda a sociedade.
Desta feita, a ética na visão de Hans Kelsen nada mais é do que uma disciplina voltada para o estudo da moral, de uma certa forma, na visão dele pode ser considerada como a ciência que estuda a moral, não envolvendo o agir, envolve estudar, analisar portanto o que ele considera como moral.
A distinção entre direito e moral na visão de Kelsen não é classificada a partir da analítica sobre a conduta interna e conduta externa do homem, não é possível para Hans Kelsen classificar o direito e a moral, através das condutas do homem perante a sociedade, mesmo a moral tratando da intenção do homem.
Kelsen acredita que também no direito busca-se analisar a conduta interna de um indivíduo, ou seja, a intenção, portanto, para Kelsen a moral e o direito estão interligadas entre si, e a ética inserida no campo da moral.
Immanuel Kant falava que uma ação seria moralmente boa, não apenas pelo fato da pessoa agir conforme com uma inclinação moral, mas deveria gir por uma causa justa, o fato não interessaria tanto mas sim o motivo, o porque um individuo tomou aquela postura, neste caso a moral diz respeito sim à intenção de uma pessoa.
A ato justo está ligado à moral, à intenção de um indivíduo. Kelsen afirma que “Na medida em que a Justiça é uma exigência da Moral, na relação entre a Moral e o Direito está contida a relação entre a Justiça e o Direito” (Teoria Pura do Direito, p. 67).
E ressalta “Na apreciação moral o motivo não pode ser separado da conduta motivada” (Teoria Pura do Direito, p. 70).
Portanto, a moral não cuida tão comente da intenção da consumação da boa conduta, mas sim do motivo que levou o indivíduo a ter o pensamento de agir de tal forma, de ser honroso em suas atitudes, neste caso, passamos a entender a problemática inserida no âmbito de uma boa conduta.
Não basta ter uma boa conduta se isto está indo contra às reais intenções do indivíduo, não bastasse ser moral em suas condutas, é preciso haver moral interna, ou seja, ética, já que a mesma se destina a cada um de forma individual sendo lançada de maneira a atingir a sociedade de forma positiva.
O juspositivismo está atrelado ao direito, à ética e à moral, pois seguir o que está na legislação é agir com ética, já que, a moral decorre da ética. Kelsen entende que “só uma Moral positiva tem interesse para uma Ética científica, tal como apenas o Direito positivo interessa a uma teoria científica do Direito” (Teoria Pura do Direito, p. 70).
Por fim, a ética deve ser exercida de forma que a intenção do indivíduo seja condizente, não só porque a sociedade espera, ou porque se terá algum benefício externo. Mas sim para ser um sujeito moral, a prova de que um indivíduo é ético é sua própria conduta, aliada a atos seguidos de pensamentos e intenções éticas.

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