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AULA 08 Filosofia e Ética

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Filosofia e Ética / Aula 8: Ética Cristã
Introdução
O auge do neoplatonismo e a aparição do cristianismo, transformando-se no século IV na religião oficial de Roma, trouxeram novos sentidos para as doutrinas éticas gregas. Com a decadência do mundo antigo, surge um regime de servidão na sociedade medieval, organizado sob dependências e vassalagens. A Idade Média designa o período de mais ou menos mil anos, compreendido entre o final da Idade antiga (com destaque para o ano de 476, século V), em que o Império Romano do Ocidente encontra seu final oficial, e o Renascimento, datando dos séculos XIII e XIV.
Nesta aula, estudaremos a ética cristã nesse período.
Objetivos
Reconhecer a noção medieval de teonomia ética, apresentando as características filosóficas que marcam a ética cristã.
Revendo a Idade Média
O período medieval caracteriza-se por uma profunda fragmentação econômica e política. Vamos conhecer um pouco mais esse período?
Tal fragmentação se deve ao surgimento de duas classes que marcam o regime feudal.
Os senhores feudais, donos absolutos de terras ou feudos.
Os camponeses e servos, os quais eram vendidos e comprados com as terras às quais pertenciam e que não podiam abandonar.
Fonte: Zvonimir Atletic/Shutterstock
Nesse período, a religião garante uma certa unidade social, pois a política depende da Igreja – instituição que defende a religião – exercendo um forte poder espiritual e centralizando integralmente a vida intelectual.
Sob essas circunstâncias, "a moral concreta, efetiva, e a ética – como doutrina moral – estão impregnadas (...) de um conteúdo religioso que encontramos em todas as manifestações da vida medieval” (SÁNCHEZ VÁZQUEZ:2002,275-276)."
Neoplatônicos e pensadores cristãos
Vejamos uma análise comparativa entre os dois pensamentos:
Neoplatônicos
Cristãos
Neoplatônicos (NÃO ACREDITAVAM NO MAL E NEGARAM QUE ESTE PUDESSE TER UMA REAL EXISTÊNCIA).
Nesse período, os neoplatônicos formularam sistemas éticos seguindo o modelo das ideias transcendentes concebido por Platão, com exceção de alguns pensadores, que mesclaram a reflexão platônica tanto a ideias morais aristotélicas quanto estóicas.
Os neoplatônicos não acreditavam no mal e negavam que este pudesse ter uma real existência no mundo. Isto era mais uma visão otimista do que dizer que tudo era, em última instância, bom. Era dizer apenas que algumas coisas eram menos perfeitas que outras. O que outros chamavam de mal, os neoplatônicos chamavam de imperfeição, de “ausência de bem”.
Ética cristã
Em linhas gerais, a ética cristã não foi necessariamente de índole ascética, ainda que parta de um conjunto de verdades reveladas a respeito de Deus, das relações do homem com seu criador e do modo de vida prático que os homens devem seguir para obter a salvação no outro mundo.
A Ascética consiste no esforço metódico e continuado, com a ajuda da graça, para favorecer o pleno desenvolvimento da vida espiritual, aplicando meios (oração, penitência, retiro, exame de consciência etc.) e superando obstáculos.
Deer worawut/Shutterstock
Deus, gerador do mundo e dos homens, é considerado como um ser bom, onisciente e todo-poderoso. O ser humano pertenceria a Deus, concentrando na esfera divina seu fim último e tomando-a como bem mais alto e valor supremo. Deus exige obediência e sujeição a seus mandamentos, que, no mundo humano, terreno, tomam a forma de imperativos supremos.
Entendendo a ética cristã
Para a religião cristã, a ordem sobrenatural se sobrepõe à organização natural humana. Sob esta dominância, a doutrina cristã das virtudes assimila virtudes fundamentais e virtudes supremas (ou teologais).
Vamos saber mais?
Vázquez afirma (1972,276), a esse respeito, que as virtudes fundamentais “regulam as relações entre os homens e são, por isto, virtudes em escala humana, as teologais regulam as relações entre o homem e Deus e são, por conseguinte, virtudes em escala divina”.
O cristianismo acredita na elevação do homem do mundo terrestre, perecível e imperfeito à assunção de uma ordem sobrenatural, a partir da qual se concretiza uma vida plena, feliz e verdadeira, sem as desigualdades e injustiças terrenas. Sob o caminho dessa concretização, propondo, assim, a solução de graves problemas do mundo.
"O cristianismo introduz uma ideia de enorme riqueza moral: a da igualdade entre os homens. Todos os homens, sem distinção - escravos e livres, cultos e ignorantes -, são iguais diante de Deus e são chamados a alcançar a perfeição e a justiça num mundo sobrenatural" (SÁNCHEZ VÁZQUEZ:1972,277).
A mensagem cristã de igualdade é lançada num mundo em que os homens conhecem as maiores desigualdades: a divisão entre escravos e homens livres, ou entre servos e senhores feudais. Como ressalta Vázquez (1972,277), a ética cristã medieval, no entanto, “não condena esta desigualdade social e chega, inclusive, a justificá-la. A igualdade e a justiça são transferidas para um mundo ideal, enquanto aqui se mantém e sanciona a desigualdade social”.
Começando a terminar
Podemos afirmar que a formulação conceitual da ética cristã herda conceitos platônicos e aristotélicos, submetendo-os a um processo de cristianização, que transparece nas éticas de Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1226-1274).
Para Santo Agostinho, a ascensão da alma que em Platão se eleva do mundo sensível ao inteligível, transforma-se na elevação até Deus, cujo fim é o êxtase místico ou felicidade (ainda que a experiência, a experiência pessoal, a interioridade, a vontade e o amor sejam valorizadas na filosofia agostiniana).
Fonte: jorisvo/Shutterstock
Para São Tomás de Aquino, retomando Aristóteles, destacam-se a contemplação e o conhecimento que daí decorre; ele se afasta da divisão das virtudes e da ética como doutrina dos costumes, no entanto, quando afirma que o fim supremo do conhecimento é Deus, entendido como bem objetivo, cuja posse gera felicidade, bem subjetivo.
Fonte: jorisvo/Shutterstock
Saiba mais
THE MESSENGER: the story of Joan of Arc = Joana D’Arc. Direção: Luc Besson. Estados Unidos: Gaumont, 1999. 158 min, son., color.

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