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EDMUNDO FERREIRA DO NASCIMENTO FILHO
8023074
 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
	Trabalho apresentado ao Centro Universitário Claretiano para a disciplina Língua Brasileira de Sinais, ministrada pela Tutora Prof.ª Ma. Aparecida Helena Ferreira Hachimine
NATAL
2017
Descrição da atividade
Com base nas leituras anteriores, responda às questões a seguir:
1) Sabemos que a audição é o meio pelo qual o indivíduo entra em contato com o mundo sonoro e com as estruturas da língua oral, possibilitando, dentre outras coisas, o desenvolvimento da linguagem (PEDROSO, 2013, p. 55). Sendo assim, a audição desempenha as funções de:
a) Localização e identificação: capacidade de reconhecermos de onde vem um som e qual é a fonte sonora que o está produzindo.
Quando estamos dentro de uma sala e outra pessoa nos chama de outro lugar, Identificamos que há alguém perto de nós; pela intensidade do som podemos prever se está mais longe ou mais perto, ou seja, podemos perceber mais ou menos de onde está vindo o som da voz da outra pessoa.
Ruído de uma torneira aberta: Podemos identificar pela intensidade e proximidade do som em que local estamos (banheiro, cozinha, lavanderia, etc.), ou seja, reconhecermos de onde vem um som e qual é a fonte sonora que o está produzindo.
b) Alerta: capacidade de nos atentarmos para todos os estímulos sonoros que nos rodeiam, como, por exemplo, a buzina de um carro vindo em nossa direção.
Quando estamos na rua ou em qualquer lugar e escutamos um grito bem forte pedindo socorro de uma pessoa: Podemos prever que algo errado ou ruim pode estar acontecendo.
Uma sirene de incêndio: Avisa-nos que existe fogo ou perigo por perto ou no local que estamos.
c) Socialização: capacidade de nos relacionarmos, pois é principalmente pela audição que entramos em contato com as outras pessoas.
Conversas ou debates entre colegas: Atrai-nos para conhecer e até mesmo saciar a curiosidade.
Festas ou comemoração entre amigos: Em esse tipo de evento se aglomera muita gente e se pode desfrutar da conversa entre amigos e ouvir músicas.
d) Intelectual: grande parte das informações nos é transmitida por meio do código oral.
Escutar as notícias pela televisão ou rádio: Faz-nos prestar atenção naquilo que estamos ouvindo e gravar em nossa memória fatos que estão acontecendo.
Assistir a uma palestra ou aula: Ao escutar a voz do palestrante ou professor explicando o tema abordado ou uma matéria, o cérebro vai assimilando tais conhecimentos.
e) Comunicação: a fala é o meio de comunicação mais utilizado pelo homem, e é por meio da audição que a linguagem e a fala se desenvolvem.
Quando estamos no telefone, ou seja, atender a uma ligação telefônica: Ao escutar o som da chamada, atende para se comunicar com a pessoa que chama.
Responder a um chamado: Ao escutar a outra pessoa que a chama pelo nome ou por um apelido, para e atende para conversar ou ver o que precisa.
Levando em consideração cada uma das funções da audição citadas anteriormente, apresente um exemplo de ações cotidianas na vida de um surdo e compare com a vida de um ouvinte.
Intelectual:
Assistir a uma palestra ou aula: Ao escutar a voz do palestrante ou professor explicando o tema abordado ou uma matéria, o cérebro vai assimilando tais conhecimentos.
 O intérprete, em sala de aula, além de favorecer a comunicação entre surdos e ouvintes, possibilita aos surdos o acesso às informações por meio da língua de sinais. A língua de Sinais, Configuração de mão, movimentos, expressões faciais gramaticais, localizações, movimentos de corpo e espaço de sinalização.
2) Leia atentamente a citação a seguir:
“A maior parte dos surdos profundos, por exemplo, não exibem uma fala socialmente inteligível. Além disso, em geral, manifestam atraso significativo no desenvolvimento global e dificuldades ligadas a aprendizagem da leitura e da escrita, apresentando-se muitas vezes, apenas parcialmente alfabetizados após anos de escolarização” (MANTELATTO, PEDROSO & DIAS, 2000, n.p.).
Reflita sobre a relação que existe entre a situação educacional das crianças surdas reveladas por Mantelato, Pedroso e Dias (2000), a história da educação dos surdos e as abordagens educacionais. A seguir responda se é correto afirmar que a história da educação dos surdos foi marcada pelo autoritarismo dos ouvintes. Justifique sua resposta relacionando-a com as abordagens educacionais estudadas nesta unidade.
A história da educação dos surdos confunde-se com a própria história da educação especial, pois, inicialmente, os surdos foram renegados. Somente no século 16 é que foram considerados passíveis de serem educados. As tendências mundiais que ocorreram, principalmente na Europa, bem como o embate entre o método que prioriza a comunicação por meio da língua falada e o método por meio de sinais é histórico e se mantém até a atualidade. No entanto, hoje há provas contundentes evidenciando a importância da língua de sinais para o processo de aprendizagem dos alunos surdos.
Assim, a história da educação dos surdos teve o oralismo como o caminho educacional predominante. Entretanto, ele não propiciou resultados satisfatórios e representou um mecanismo de poder do ouvinte sobre o surdo ao legitimar o domínio de um grupo sobre o outro pela obrigatoriedade da aquisição da fala.
Os resultados, então, insatisfatórios do oralismo, fizeram surgir uma segunda abordagem: a comunicação total. Essa, embora contemplasse o uso dos sinais, não reconheceu a língua de sinais como língua. Assim, estruturou-se com base no uso dos sinais segundo a língua majoritária. Esse uso simultâneo foi entendido como incompatível, e os resultados também não foram satisfatórios.
Portanto, a grande maioria dos surdos que passaram pelo processo de oralismo, não falam e nem fazem leitura labial satisfatoriamente. Pois poucos surdos apresentam habilidade de expressão e recepção verbal razoável, sendo comum, por esse motivo, ficarem, por alguns anos, retidos na mesma série do Ensino Regular. Enfim, esse fracasso escolar é resultado de representações sociais, históricas, culturais, linguísticas, políticas e concepções equivocadas, às quais o condicionava o surdo a superar a deficiência em busca da igualdade, semelhante ao ouvinte (BRASIL, 2004).
Em consequência disso, surgiu uma terceira abordagem: o bilinguismo. 
Essa abordagem encontra-se em plena expansão. É aceita pela comunidade surda e pelos profissionais e pesquisadores que entendem a surdez como diferença, e não como deficiência.
 Ainda há muito que se pesquisar sobre o bilinguismo. Entretanto, os estudos realizados em outros países e no Brasil estão mostrando resultados muito satisfatórios no campo educacional e também em relação ao desenvolvimento afetivo, cognitivo, social, intelectual e linguístico, apontando que esse pode ser um caminho mais apropriado para a educação dos surdos.
Como assinala Lacerda (1998), as filosofias da Educação de Surdos Oralista, Comunicação Total e Bilinguismo existem simultaneamente, com defensores em vários países, cada uma com seus prós e contras, abrindo novos caminhos para a Educação, com o intuito de fazer com que os surdos se sintam cidadãos em nossa sociedade. 
Embora tenhamos a adesão de muitos pesquisadores da área da surdez ao bilinguismo como filosofia educacional adequada para a população surda e a própria comunidade surda a defenda e a identifique como adequada às suas características, a educação bilíngue vivencia um período transitório em que os estudantes surdos “têm sua trajetória escolar pautada em paradigmas contraditórios, ora os tratando como “deficientes” ora reconhecendo-os como grupo cultural” (FERNANDES, 2008, p.6).
Portanto, a trajetória histórica da educação dos surdos, percebemos que é de fundamental importância que os educadores que atuam diretamente com os mesmos e, até mesmo os que ainda não tiveram esta experiência conheçam esse processo histórico vivenciado pelas pessoassurdas para que possam construir práticas pedagógicas, pautadas na reflexão para não se repetir no futuro os erros do passado e seus equívocos. “Entre eles, os esforços empreendidos, muitas vezes de forma cruel, para que as pessoas surdas falassem a qualquer custo, aprendessem leitura labial, se profetizassem, e evitassem o contato com surdos sinalizados” (SOUZA; SILVESTRE, 2007, p.33).
REFERÊNCIAS
	
FERNANDES, S.. Educação Bilíngüe para Surdos: o contexto brasileiro. In: I Seminário sobre Inclusão no Ensino Superior: trajetória do estudante surdo, UEL, 2008.
LACERDA, C.B.F.de. A prática fonoaudiológica frente as diferentes concepções de linguagem. Revista Espaço, Instituto de Educação de Surdo, v.10, p.30-40, 1998.
PEDROSO, Cristina Cinto Araújo; ROCHA, Juliana Cardoso de Melo. Língua Brasileira de Sinais. Batatais. Claretiano, 2013.
SOUZA, R. M. ; SILVESTRE, N.. Educação de Surdos. Summus Editorial, 2007. p. 207.

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