PETIÇÃO AGRAVO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA PORTO VELHO NO ESTADO DE RONDONIA
Processo nº: XX
Agravado: Pablo Escobar
Registro Criminal: XX
Filiação: XX
PABLO ESCOBAR,já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por meio de advogado constituído nos autos, (qualificação), onde recebe as intimações e conforme procuração anexa como parte deste, vem, perante Vossa Excelência, respeitosamente, apresentar
CONTRARRAZÕES EM AGRAVO DE EXECUÇÃO
interposto pelo Douto Representante do Ministério Público no uso de suas atribuições nesta Urbe contra a decisão de deferimento da progressão de regime, com fulcro no art. 2º, §2º da Lei 8.072/90 conforme os motivos expostos nas contrarrazões que seguem em anexo, requerendo que sejam as presentes recebidas e processadas, na forma da lei, com o encaminhamento ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado Rondônia.
Agravante: Ministério Público do Estadode X;
Agravado: Pablo Escobar
Egrégio Tribunal,
Colenda Turma,
Emérito (a) Relator (a),
CONTRARRAZÕES
I. DOS FATOS
O agravado foi condenado pela5ª Vara Criminal da Comarca de Porto Velho/ROa 6 (seis) anos e 600 ( seiscentos) dias-multa pela prática do crime de tráfico de drogas, com fulcro noart. 33 ‘caput’ e §4º da Lei nº 11.343/06.
Na sentença o magistrado determinou o regime semiaberto para seu cumprimento inicial observando que o mesmo era réu primário e tinha bons antecedentes do então sentenciado bem como a inexistência deanimuspara se dedicar à atividade criminosa.
Ao Passado de um ano do cumprimento da pena, a defesa pediu pela progressão de regime, tendo em vista que o mesmo mantinha o atestado de boa conduta fornecido pela direçãodo estabelecimento penitenciário, pelo qual foi fundamentado e deferido pelo juízo deExecução Penal de Porto Velho/RO.
Em contrapartida, o Ministério Público pugnou pela denegação, vez que se trata do crime de tráfico de drogas e que não foi cumprido 2/5da pena para que houvesse a concessão do benefício, bem como não consta exame criminológico e parecer da Comissão Técnica de Classificação.
II. DO DIREITO
Em consideração as razões expostas pelo agravante, à sentença merece ser mantida tendo por baseseus próprios fundamentos. Fora alegado em sede de agravo que não foi cumprido a fração de2/5(dois quintos) da pena para se obter o benefício da progressão de regime, o que oart. 112 da Lei de Execuções Penaisse opõe quando traz em sua redação: 
“Art.112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.”
Diante do exposto, pode-se constatar que a norma coincide com a situação fática, vez que foi cumprido1/6 (um sexto) da penaimposta no regime imposto e, ainda, o agravado tem consigo prova exarada do diretor do estabelecimento penitenciário de que detém de bom comportamento. Do mesmo modo, o STF já vem entendendo que a norma citada é perfeitamente aplicável, quando afasta do delito sua hediondez ao observarque o agente é primário, de bons antecedentes, não se dedica a atividades criminosas nem integra organização criminosa, conforme HC de nº 118533 desta mesma Corte.
Em mesmo sentido, vale ressaltar que, como pugnado pelo Ministério Público, o requisito subjetivo de exame criminológico a fim de aferir se o condenado absorveu a terapêutica penal se torna ineficaz com o advento daLei 10.792/2003pela qual já fora mencionada. Logo, como regra, não seexigirá o exame criminológico como condição para a progressão de regime, salvo se as peculiaridades do caso indicarem que sua realização seja necessária, e desde que haja motivação idônea em decisão judicial.
Sendo assim, exame criminológico não mais se faz tão necessário, tendo em vista que o exame de comportamento carcerário é mais que suficiente para tal comprovação.
SÚMULA VINCULANTE 26 do STF - Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Leinº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.
De mesmo sentido vemtambém asúmula 439 do STJ, onde fala que se admite o exame criminológico, mais tendo que haver motivação para a realização.
Súmula 439 – admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada.
III. DO REQUERIMENTO
Requeiro, pugna a defesa pelo NÃO PROVIMENTO do recurso de agravo, promovendo a manutenção da respectiva sentença proferida pelo doutomagistradoa quo, a fim de que seja acatada e promovida a progressão de regime do agravado nos termos da fundamentação exposta que se baseia na Lei 10.792 e no entendimento da Corte do Supremo Tribunal Federal para ter por base oquantumda pena que já foicumprido e a não obrigatoriedade do exame criminológico, pelos fundamentos fático-jurídicos.
Nesses termos, pede deferimento.
Porto Velho/RO,
dia/mês/ano
Assinatura do Advogado
OAB- UF