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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ FACULDADE DE MEDICINA Aula 1 Disciplina: Epidemiologia II Profª. Cristiane Novaes E-mail: novaes.cristiane@gmail.com Definição Abordagem dos fenômenos saúde-doença-cuidado por meio da quantificação, utilizando o cálculo matemático e as técnicas estatísticas de amostragem e análise. Não se limita à quantificação Estudo da saúde individual e coletiva Principal ciência da informação em saúde, base da Medicina, da Saúde Coletiva e das diferentes formações em saúde Conceito Ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a distribuição populacional e fatores determinantes do risco de doenças, agravos e eventos associados à saúde, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de enfermidades, danos ou problemas de saúde e de proteção, promoção ou recuperação da saúde individual e coletiva, produzindo informação e conhecimento para apoiar a tomada de decisão no planejamento, administração e avaliação de sistemas, programas, serviços e ações de saúde (Almeida filho & Rouquayrol) Objetivo Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas Identificar fatores causais ou protetores que estão envolvidos na gênese das enfermidades Proporcionar dados e informações essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como estabelecer prioridades PRESSUPOSTOS DA EPIDEMIOLOGIA 1- As doenças / desfechos não ocorrem ao acaso 2 – As doenças / desfechos tem fatores causais que podem ser descobertos Usos da Epidemiologia Análise da situação de saúde Vigilância epidemiológica Investigações causais e explicativas Avaliação de serviços, programas e tecnologias de saúde Análise da situação de saúde Conhecer a situação de saúde da população e suas tendências com vistas a implementar ações de saúde adequadas, efetivas e oportunas Estratégias: Inquéritos de saúde Monitoramento das condições de saúde Diagnósticos das necessidades de saúde Análise da situação de saúde Gráfico 11: Brasil, mortalidade proporcional por grupos de causas definidas entre 1930 e 2004. Análise da situação de saúde Análise da situação de saúde Análise da situação de saúde Vigilância epidemiológica Detectar precocemente agravos e alterações nas condições de saúde da população com vista à intervenções adequadas e oportunas Estratégias: Acompanhamento de surtos de doenças selecionadas, agravos inusitados, surtos e epidemias Vigilância epidemiológica Vigilância epidemiológica Vigilância epidemiológica Investigações causais e explicativas Identificar causas e fatores associados à ocorrência das doenças e de outros eventos de saúde ou ao seu prognóstico A busca das causas (fatores de risco ou fatores protetores) dos eventos de saúde é central na epidemiologia Estratégias: Estudos observacionais descritivos e analíticos (coorte, caso-controle, ecológico, transversal) sobre as causas e os fatores de risco / proteção das doenças e ventos em saúde Investigações causais e explicativas Expostos Não Expostos % doentes % doentes Investigações causais e explicativas Efeito entre expostos é maior / menor do que entre os não expostos? Caso seja maior / menor – encontra-se evidência de uma possível associação entre exposição e efeito (fator e desfecho) Obs: Uma doença pode ser um desfecho Mas nem todo desfecho é uma doença Investigações causais e explicativas Tipos de variáveis: Dependente (VD): refere-se ao efeito (desfecho / doença/ evento de saúde) Independente (VI): refere-se à possível causa ou fator de risco / proteção Covariáveis: confundimentos, mediadoras ou modificadoras de efeito (veremos mais sobre isso mais adiante) Investigações causais e explicativas Tipos de variáveis: Dependente (VD): refere-se ao efeito (desfecho / doença/ evento de saúde) Independente (VI): refere-se à possível causa ou fator de risco / proteção Covariáveis: confundimentos, mediadoras ou modificadoras de efeito (veremos mais sobre isso mais adiante) Investigações causais e explicativas Variável Independente Variável Dependente Covariáveis Covariáveis Estrutura geral de modelo teórico Avaliação de serviços, programas e tecnologias de saúde Avaliar o impacto dos diversos serviços, programas e tecnologias disponíveis em modificar a situação de saúde ou prevenir a ocorrência de agravos e doenças em uma dada população Estratégias: Estudos observacionais (coorte, caso-controle, ecológico, transversal) Estudos experimentais Avaliação de serviços, programas e tecnologias de saúde Algumas dessas setas podem ser denominadas intervenções Em geral, espera-se que elas estejam entre aquelas que contribuem para a melhoria dos níveis de saúde, porém nem sempre isso acontece Avaliação de serviços, programas e tecnologias de saúde Expostos Não Expostos % doentes % doentes Avaliação de serviços, programas e tecnologias de saúde Variável Independente Variável Dependente Covariáveis Covariáveis Estrutura geral de modelo teórico Arquitetura da investigação epidemiológica Critérios classificatórios: 1) Posicionamento do investigador: Ativo: Estudos de intervenção Passivo: Estudos observacionais 2) Temporalidade Instantânea: Estudos transversais Serial: Estudos longitudinais 3) Tipo operativo: Agregado Individuado Os pesquisadores estão interessados em responder: A ingestão de uma dieta com alto teor de gordura aumenta o risco de câncer de mama? dieta com alto teor de gordura câncer de mama (Exposição / VI) (Desfecho / VD) A infecção pelo vírus da hepatite B aumenta o risco de câncer hepático? vírus da hepatite B câncer hepático (Exposição / VI) (Desfecho / VD) Definir a hipótese a ser testada Definição precisa da exposição Definição precisa do desfecho de interesse Qual o delineamento de estudo poderia ser o mais apropriado para testar uma hipótese específica? Estudo Observacional? O pesquisador apenas observa o curso natural dos eventos, verificando quem é exposto e não exposto e quem desenvolveu ou não o desfecho de interesse Estudo de Intervenção? O investigador determina a exposição e segue os indivíduos para observar o subsequente desenvolvimento do desfecho Tipologia dos desenhos de investigação em epidemiologia Tipo operativo Posiçãodo investigador Referência temporal Denominação Agregado Observacional Transversal Estudosecológicos Longitudinal Estudosde tendência Intervenção Longitudinal Ensaios comunitários Individuado Observacional Transversal Inquéritosesurveys Longitudinal Estudos prospectivos (coorte) Estudos retrospectivos (caso-controle) Intervenção Longitudinal Ensaios Clínicos Desenhos de estudos em epidemiologia Estratégias de desenho da investigação epidemiológica, segundo foco: Descrever o comportamento de doenças (descritiva) OU Elucidar seus determinantes (analítica) Tipologia dos desenhos de investigação em epidemiologia Tipo operativo Posiçãodo investigador Referência temporal Denominação Agregado Observacional Transversal Estudosecológicos(descritivo) Longitudinal Estudosde tendência(analíticos) Intervenção Longitudinal Ensaios comunitários(analíticos) Individuado Observacional Transversal Inquéritosesurveys(descritivo) Longitudinal Estudos prospectivos (coorte)(analíticos) Estudos retrospectivos (caso-controle)(analíticos) Intervenção Longitudinal Ensaios Clínicos(analíticos) Epidemiologia Descritiva Ocupa-se da distribuição das doenças: Qual grupo populacional (ou quais subgrupos) desenvolvem determinado desfecho? Em que localidade ela é mais frequente? Como a frequência varia em função do tempo? Portanto, apontam as características gerais do desfecho em relação a pessoa, lugar e tempo Epidemiologia Descritiva São importantes para: Levantar hipóteses epidemiológicas Descrever padrões de ocorrência dos desfechos Formular questões para outros estudos São úteis para: Serviços de saúde: alocação de recursos, elaboração de programas de prevenção a doenças e de educação e promoção à saúde Pesquisas: primeiro passo para pesquisa de determinantes de risco Pessoa Quem adoece? Variáveis demográficas: Idade e sexo; religião; estado civil; personalidade; raça Variáveis sócio-demográficas: Educação, renda, ocupação Variáveis ligadas a estilo e vida: Consumo de alimentos, uso de medicação Tempo Quando o desfecho ocorre mais frequentemente ou mais raramente? A frequência atual é diferente do passado Sazonalidade Tendência secular Casos de dengue notificados Brasil, 1995 - 2005 Lugar Onde os desfechos são mais frequentes ou mais raros? Distribuição geográfica dos desfechos Estudos de migrantes Estudos de gêmeos Genético x ambiental Estudos de migrantes Se fatores ambientais explicam diferenças de taxas pode-se esperar que: As taxas dos imigrantes sejam diferentes das taxas da população de origem As taxas dos imigrantes se aproximem das taxas das populações do país de adoção Se fatores genéticos explicam diferenças de taxas pode-se esperar que: As taxas de imigrantes sejam iguais as taxas da população de origem As taxas dos imigrantes e da população de rigem sejam diferentes daquelas do país de adoção Estudos de migrantes Em geral os migrantes são um grupo selecionado, não representativo da população do país de origem & Diferem da população hospedeira em uma série de características demográficas e socioeconômicas RR por câncer de estômago, fígado e cólon entre homens japoneses no Japão, que migraram e filhos de imigrantes comparados com homens brancos na Califórnia, com idades entre 45 e 64 anos Localização do câncer Riscos Relativos Japoneses no Japão Japoneses que migraram para a Califórnia Filhos de imigrantes japoneses Estômago 8,4 3,8 2,8 Fígado 4,1 2,7 2,2 Cólon 0,2 0,4 0,9
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