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Curso de Graduação em Biomedicina Anemias Carenciais: Aspectos Laboratoriais Luanna M. Gatto Rio de Janeiro 2016 Rio de Janeiro Curso de Graduação em Biomedicina Anemias Carenciais: Aspectos Laboratoriais Luanna M. Gatto Trabalho apresentado a Universidade Estácio de Sá – Campus João Uchoa, como requisito para a aprovação na disciplina de Hematologia ministrada pelo Professor Fabio Cachem. Rio de Janeiro 2016 Introdução Anemia é uma palavra latinizada (anaemia) proveniente do significado grego de aima (sangue) e o prefixo an (falta de), resultando a palavra anaima (pessoa com falta de sangue). Atualmente considera-se por anemia a constatação clínica e laboratorial de uma pessoa com valor de hemoglobina abaixo do esperado para sua faixa etária, conforme mostra a tabela a seguir: Valores normais para hemoglobinas em diferentes fases do desenvolvimento etário. Faixas Etárias Hb (g/dL)* Sangue de cordão (RN) 13,0 – 20,0 Primeiro dia de vida 15,0 – 23,0 Crianças de 1 mês a 6 anos 10,5 – 14,5 6 anos a 14 anos 11,5 – 14,5 Homem acima de 14 anos 12,5 – 16,5 Mulheres acima de 14 anos 11,5 – 15,5 *As discrições de valores variam discretamente entre laboratórios. As causas que induzem o estado de anemia em uma pessoa são muito diversas, entretanto as principais delas se observam como consequências de vários tipos de doenças (ex.: hemorragias, câncer, aplasia de medula, etc), bem como por alterações decorrentes de insucessos biológicos da própria eritropoiese. Por essas razões, a definição de anemia é a redução de concentração do teor de hemoglobina. Na síntese da hemoglobina vários elementos säo essenciais, dentre eles o ferro, cuja carência determina a anemia ferropriva, e as vitaminas b12 e ácido fólico, que causam a anemia megaloblástica. A deficiência de ferro é, ainda hoje, problema de saúde pública. É consequência do balanço de ferro negativo e prolongado é, na maioria das vezes, sinal de outra doença. A dieta pobre em ferro, o aumento da sua necessidade, como ocorre durante o crescimento e a gravidez, o aumento da perda durante sangramantos e parasitismo intestinal estäo entre as principais causas. O diagnóstico pode ser inferido após cuidadosa anamnese e exame físico. Caracteriza-se por anemia hipocrônica-microcítica com estoques de ferro diminuídos. A reposiçäo de ferro normalmente corrige a anemia, mas a identificaçäo e resoluçäo do fator causal devem ser sempre realizados. As deficiências de folato e vitamina B12 säo as causas mais importantes de anemia megaloblástica. De maneira geral, a anemia megaloblástica pode ocorrer por baixa ingestäo, alteraçäo na absorçäo, necessidade metabólica aumentada ou perdas. Amormalidades näo hematológicas características de cada deficiência podem ser identificadas: anormalidades neurológicas na deficiência de vitamina B12 e defeitos do tubo neural, doença vascular e neoplasia de cólon na deficiência de folato. A anemia é macrocítica e ocorre hipersegmentaçäo de neutrófilos. Deve-se identificar a deficiência causadora da anemia megaloblástica e, a partir daí, repor a vitamina específica, corrigindo o fator causal, quando possível. Devemos sempre observar que na falta da resposta esperada ao tratamento é necessário considerar a presença de outras condições concomitantes e näo diagnosticadas. Desenvolvimento Conclusão O estado de anemia, notadamente a anemia crônica, tem consequências ao portador e que podem ser resumidas em dois mecanismos que alteram processos fisiológicos resultantes de sua ação normal, a saber que: O transporte deficitário de oxigênio pela redução da hemoglobina diminuem as atividades metabólicas de todas as células e induz em disfunções orgânicas generalizadas, cujos principais sintomas caracterizam-se por cansaço, fraqueza e mal estar geral. Particularmente nos processos crônicos de anemia, o organismo procura se adaptar à situação patológica com evidentes desgastes fisiológicos, especialmente para o sistema cárdio-respitatório. Deve-se ressaltar que ao considerarmos o estado anêmico de uma pessoa é necessário que, além de avaliar a concentração do teor da hemoglobina, é preciso a avaliação completa do hemograma, observando com detalhe os resultados do eritrograma e, com especificidade, os valores dos índices hematimétricos de VCM (volume corpuscular médio) e HCM (hemoglobina corpuscular média). Justamente esses dois índices determinam a classificação laboratorial das anemias em microcíticas/hipocrômicas, normocíticas/normocrômicas, e macrocíticas. O diagnóstico laboratorial das anemias microcíticas e hipocrômicas inicia-se com a avaliação do eritrograma. A falta de ferro, necessário para se formar hemoglobina, origina um grupo de anemias chamadas de hipocrômicas ou ferropênicas, com as seguintes causas principais: dietas pobres em ferro; dificuldade na absorção gastrentérica do ferro alimentar (por falta de ácidos ou enzimas que favoreçam sua absorção, ou pela presença de substâncias que a inibam); transporte deficiente do ferro absorvido para o órgão que irá produzir as hemácias; necessidade aumentada de ferro, o que ocorre, por exemplo, durante o crescimento corporal; perdas excessivas de ferro para o exterior (hemorragias). O tratamento da anemia ferropriva baseia-se na administração de ferro, que pode ser empregado sob a forma de diversos sais (sulfato, gluconato etc.) por via oral. Esses produtos são em geral associados a vitamina C e complexo B. A ferroterapia deve ser mantida pelo menos até decorrido um mês depois de haver a hemoglobina alcançado seus valores normais, a fim de se repor a reserva de ferro do organismo. Atualmente existem preparados de ferro injetável indicados principalmente nos casos de anemia ferropriva acentuada. Uma alimentação saudável e variada e vida ao ar livre são medidas igualmente recomendáveis. A anemia perniciosa, também chamada de anemia de Addison, é uma forma crônica de anemia associada a perturbações gastrintestinais e nervosas. Sua causa parece ser a falta, no suco gástrico, de um fator denominado intrínseco, responsável pela absorção da vitamina B12. Essa vitamina é de grande importância para a formação das hemácias; em sua ausência, os glóbulos vermelhos produzidos são excessivamente grandes (megalócitos). O tratamento da anemia perniciosa baseia-se na administração de vitamina B12 e alimentação rica em proteínas, além de, eventualmente, outras medidas. Referências Bibliográficas Google acadêmico http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=1751 http://www.hemorio.rj.gov.br/Html/pdf/Manuais/Anemia_carencial.pdf http://www.biomania.com.br/bio/?pg=artigo&cod=2898 http://diariodefarmacia2010.blogspot.com.br/2012/10/anemias-carenciais.html http://www.ebah.com.br/content/ABAAAf6BEAG/aula8-anemiascarenciais http://pesquisa.bvs.br/brasil/resource/pt/ses-13696
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