Buscar

Resumo de Direito Constitucional

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 70 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 70 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 70 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Constitucional 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
Direito Constitucional 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
Direito Constitucional 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
Olá, seja bem-vindo ao Curso Ênfase. 
Estamos aqui para oferecer ensino com qualidade e excelência. 
Lembre que não é permitida a divulgação, reprodução, cópia, distribuição, comercialização, rateio ou compartilhamento, oneroso ou gratuito, de aulas e materiais, ficando a pessoa sujeita às sanções cíveis e penais. 
Confiamos em Você!!! 
 	 
SUMÁRIO 
 
 	 
1. Introdução 
O professor retoma o tema processo legislativo, em que já foi visto o procedimento em linhas gerais e agora será feita uma diferenciação entre cada espécie normativa, ressalvando o que elas diferirem no procedimento da lei ordinária. 
2. Espécies normativas 
	2.1. 	Emenda Constitucional 
A emenda constitucional (EC) já foi vista em detalhes no estudo do tema poder constituinte derivado reformador. Logo, não serão tecidos tantos detalhes. 
O professor lembra que para proposta de emenda à Constituição (PEC) não há iniciativa reservada, apenas no caso de proposta de emenda à Constituição do Estado ou do Distrito Federal. 
	2.2. 	Leis Complementares 
	➢ 	Qual a diferença entre lei complementar (LC) e lei ordinária (LO)? 
São duas. Primeiro, só é exigido lei complementar quando a CF expressamente diz e, segundo, uma vez que a CF exija LC – a chamada reserva de LC – é necessário que essa LC seja aprovada por maioria absoluta. Recapitulando, a LC seguirá todo o esquema abaixo, quase nada muda: 
ETAPAS DO PROCESSO LEGISLATIVO DE – LEI ORDINÁRIA 
 
A diferença é a seguinte: na casa iniciadora e na casa revisora a aprovação se dá por maioria absoluta, enquanto que a aprovação das leis ordinárias se dá por maioria simples. 
➢ 	Onde que a Constituição diz que a aprovação da lei ordinária se dá por maioria simples? 
O art. 47, da CF, prevê que: 
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros. 
Ou seja, quando a matéria é de lei ordinária, é preciso ter mais da metade dos membros da casa presentes para que a votação se inicie, e desses, que mais da metade aprove. Por exemplo: o Senado tem 81 senadores, mais da metade deles precisa estar presente (a metade de 81 é 40,5, arredondando fica 41), para que algo seja aprovado no Senado, é preciso que tenham, no mínimo, 41 senadores presentes e mais da metade desses 41 aprovem (a metade de 41 é 20,5). Então, no Senado, para que algo seja aprovado é preciso que tenha 41 senadores presentes e 21 aprovando a proposta. Se 60 senadores estiverem presentes, 31 precisam aprovar a proposta. Isso é maioria simples. 
Vale ressaltar que o próprio art. 47 acima dispõe que “Salvo disposição constitucional em contrário [...] as deliberações [...] serão tomadas por maioria dos votos [...]”, o que, na lei complementar, há uma disposição constitucional em contrário, no art. 69: 
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta. 
A maioria simples, no caso da lei ordinária, se dá com mais da metade dos presentes, desde que presentes, no mínimo, mais da metade dos membros da casa. Já a maioria absoluta é diferente: é mais da metade dos votos dos membros da casa. 
Então, veja: maioria simples/ 81 senadores. 
	➢ 	Quantos precisam estar presentes para iniciar a votação? 
41 (quarenta e um). E desses que vieram, 21 aprovam. 
Agora, no caso da maioria absoluta do Senado é 41. Ou seja, se se estiver falando de uma lei complementar, não é 41 presentes e 21 votam, são 41 votos. Então, suponha que em um PLC, 51 senadores compareçam, 41 senadores, mais da metade do senado, precisam aprovar essa lei para que ela passe no quórum da maioria absoluta. Se fosse no quórum da maioria simples, mais da metade dos senadores presentes, bastariam 26 desses 51. Agora, como é maioria absoluta, é mais da metade do número de senadores, não dos presentes. Então, o quórum da maioria absoluta é mais difícil e é voltada a temas mais gravosos aos direitos fundamentais, em que se existe um consenso maior. Por exemplo, causas de inelegibilidade. A Constituição trouxe exemplos de lei complementar por ser um tema caro – direitos políticos/direitos fundamentais. Então, art. 14, §9º, diz que causas de inelegibilidade são por lei complementar: 
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) 
O Código Tributário Nacional (CTN), algo extremamente sensível, lida com o direito fundamental à propriedade – o art. 146, da CF, exigiu lei complementar. Então, para temas mais sensíveis, o constituinte trouxe reserva de LC. 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
- dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
- regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
- estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. 
definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
- será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
- poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
- o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
- a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
Então, LC somente quando a constituição exige que seja, expressamente, e, quando assim o faz, a alteração é a de que, em vez de maioria simples, a tramitação, nas casas iniciadora e revisora, ocorrerá com quórum de maioria absoluta. 
Cuidado! O professor ressalva que a casa revisora pode ser tanto a CD como o SF. O art. 64 mencionaquais são os casos em que o projeto vai necessariamente iniciar sua tramitação na CD – o professor sugere a sua leitura. 
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados. 
§ 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa. 
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestarse-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior. § 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código. 
Outra coisa para o aluno atentar, que é o dia-a-dia das provas de todas as carreiras do universo: se um tema envolve maioria absoluta, que é por lei complementar – isto é, se a CF traz reserva de LC para o tema – não cabe medida provisória (MP) nem lei delegada (LD) em matéria sujeita a reserva de LC trazida pela CF. Isso tem que estar decorado! 
Outra coisa importante:, considere que a CF exige que determinado tema seja regulamentado por LC, mas utilizaram uma LO para tratar dele. [7: E, aqui, o professor já começou a tratar da lei ordinária juntamente com a complementar. ][8: Crê o professor que, a esse ponto da aula, já conseguiu convencer os alunos que a LC é mais difícil de ser aprovada do que a LO – o que faz todo o sentido que seja assim. ]
	➢ 	Isso é possível? 
Não. Isso é inconstitucional. 
Mas o contrário é possível. 
Se, eventualmente, a constituição não exigiu que o tema fosse por LC, mas ele foi veiculado por LC, não há qualquer problema. Porque, perceba: a LC é muito mais difícil de ser aprovada que a LO. Se passou por LC, automaticamente, também teria passado, com esse número de votos, por LO. 
Logo, não há qualquer inconstitucionalidade em uma LC trazer temas que poderiam ter sido regulamentados por LO. Não há qualquer problema. O contrário é que não pode: uma LO tratar de tema reservado à LC não é possível. 
Atenção! Normalmente, a CF exige que um tema seja tratado por LC, LC X trata desse tema, porém essas leis complementares tratam de vários temas e não só esse. Então, tem a LC tratado do tema que lhe reservado e mais uns 30 artigos, que tenham relação com o referido tema, mas não precisava ser por lei complementar. Por exemplo, vem uma LC que, ao mesmo tempo, altera o CTN e a Lei de Falências para tratar do crédito tributário na recuperação judicial. É possível, pois é uma LC que vai alterar tanto o CTN, que tem status de LC, como a Lei de Falências, que é considerada uma LO. 
Isso é possível, porém havendo uma LC que, parte dela, realmente, é reservada a LC, e outra parte dessa LC até vem por LC, mas podia ter vindo por LO. Essa última parte da LC que poderia ter sido veiculada por LO, mas, por acaso, está na LC, pode ser alterada por LO. 
Então, por exemplo, tem-se uma LC com 10 artigos; 7 deles, realmente, precisavam ter sido veiculados por LC; mas os três restantes, que poderiam ser veiculados por LO, uma nova LO poderia vir a alterar esses três artigos posteriormente. Então, atente a esse raciocínio, reitera o professor! 
	2.3. 	Lei Delegada 
É um instrumento que está em desuso, uma vez que há pouquíssimas utilizações no Brasil, e está em desuso por ser ineficiente, porque tudo o que o Presidente da República (PR) poderia fazer por meio de lei delegada (LD), é feito com muito mais facilidade e eficiência com a medida provisória. 
A LD, na verdade, requer solicitação prévia do PR ao Congresso Nacional (CN), por meio de uma mensagem. A partir dessa mensagem, o CN vai gerar como resposta uma resolução que vai autorizar o PR a legislar sobre as matérias que ele pediu delegação e é um número de matéria restritas. 
	➢ 	O que é que pode ser delegado? E o que não pode? 
Segundo a CF, não pode ser delegado por meio de lei delegada as matérias de competência exclusiva do Congresso (art. 49), privativas da Câmara (art. 51) e privativas do Senado (art. 52). Só o que pode ser delegado por LD é o que está previsto no art. 48, da CF. 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
- resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; 
- autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; 
- autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; 
- aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; 
- sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; 
- mudar temporariamente sua sede; 
- fixar idêntica remuneração para os Deputados Federais e os Senadores, em cada legislatura, para a subsequente, observado o que dispõem os arts. 150, II, 153, III, e 153, 
§ 2º, I. 
- fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
- fixar para cada exercício financeiro a remuneração do Presidente e do VicePresidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 150, 
II, 153, III, e 153, § 2º, I; 
- fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de 
Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
- julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; 
- fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; 
- zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes; 
- apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão; 
- escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União; 
- aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; 
- autorizar referendo e convocar plebiscito; 
- autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; 
- aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares. 
 
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: 
- autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado; 
- proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa; 
- elaborar seu regimento interno; 
- dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços e fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observadosos parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. 
 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade e os Ministros de Estado nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; 
- processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) 
- processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; 
processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da 
República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
- aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de: a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; 
Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República; 
Governador de Território; 
Presidente e diretores do banco central; 
Procurador-Geral da República; 
titulares de outros cargos que a lei determinar; 
- aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente; 
- autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; 
- fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal; 
- dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; 
- estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
- suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; 
- aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do 
Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato; 
- elaborar seu regimento interno; 
- dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços e fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. 
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. 
 
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: 
- sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; 
- plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado; 
- fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas; 
- planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento; 
- limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União; VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas; 
- transferência temporária da sede do Governo Federal; 
- concessão de anistia; 
- organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal; 
- organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito) 
- criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas; 
- criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
- criação, estruturação e atribuições dos Ministérios e órgãos da administração pública; 
- criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
- telecomunicações e radiodifusão; 
- matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações; XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal. 
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, por lei de iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
Então, a LD só pode versar sobre as matérias previstas no art. 48. A delegação exige autorização prévia pelo Congresso, por resolução. A ineficiência é tão grande que, segundo o art. 68, §3º, da CF, ainda pode haver previsão na resolução para que a LD ainda volte para ser aprovada no CN. Perceba a ineficiência da LD para um PR que dispõe de MP. 
Agora, indo além, pode ser que exista algum estado da federação que não tenha previsão de MP. Por exemplo, narra o professor que quando foi aprovado para o concurso de juiz de direito do Mato Grosso do Sul, viu que a Constituição Estadual não previa MP. Então, havendo uma Constituição Estadual que não tenha MP, mas tenha LD, é compreensível. Mas, no âmbito federal, que é o interesse do curso, não faz sentido. Então, se se tiver 4 leis delegadas é muito, o professor crê que não tem nem isso. 
	2.4. 	Medida Provisória 
Essa sim é mais usada, como se sabe. A MP, do art. 62, é cabível nos casos de relevância e urgências, que são conceitos jurídicos indeterminados. Ou seja, é o PR que tem a discricionariedade política de entender o que é relevante e o que é urgente. 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-lasde imediato ao Congresso 
Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
I - relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
- que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
- reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
- já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
	§ 	8º 	As 	medidas 	provisórias 	terão 	sua 	votação 	iniciada 	na 	Câmara 	dos 
Deputados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
➢ O Supremo pode, por meio de ADI, dizer o que a MP não é relevante nem urgente? 
Em regra, não. O Supremo é muito autocontido para fazer o controle dos requisitos relevância e urgência. Só, excepcionalmente, sem qualquer tipo de margem de dúvida ou subjetividade é que se deixa o agente competente para emitir a MP entenda o que é de relevância e urgência. 
Imagine-se o seguinte caso absurdo: PR edita MP instituindo o dia nacional do feijão. Não é relevante nem urgente. É meio óbvio. Mas existem algumas situações que ficam numa zona de indeterminação. Criticou-se muito o PR que, por meio de medida provisória, fez uma reforma na lei de diretrizes e base, a relevância e urgência dessa medida, pois deveria ter havido um debate maior. 
Parece ao professor que, em casos que há um debate possível, uma discussão, em que há uma zona de incerteza, na dúvida, se deve dar prevalência à posição do executivo, já que não há um critério jurídico para dizer o que é relevante e urgente. Se é um critério político, que seja o agente político competente que diga o que é relevante e urgente. 
Então, o controle dos requisitos de relevância e urgência, o Supremo entende que há o controle pelo STF de forma (muito) excepcional, em regra, é o PR. Há dois ou três precedentes, não mais que isso. O professor garante que tem um precedente. 
Além disso, sobre a MP, é preciso ter em mente que: a MP é um ato emitido pelo PR de forma precária, que regulamenta uma situação de relevância e urgência. Essa regulamentação da MP tem um prazo de duração, o art. 62, §3º, da CF, menciona que a MP vai durar 60 dias, prorrogáveis por mais 60 dias. Então, a MP dura 60 + 60 dias. 
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
Além disso, ela tem um prazo para ser aprovada, tanto na Câmara como no Senado. 
Isso porque ela é relevante e urgente, logo, seria incoerente que algo dessa natureza pudesse ser engavetado. Então, a MP, segundo o art. 62, §6º, se não for apreciada em até 45 dias, contados da sua publicação, ela entrará em regime de urgência, sobrestando as demais deliberações legislativas da casa – é o chamado trancamento de pauta da casa legislativa. 
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
Então, com esse trancamento, todas as demais matérias ficam sobrestadas, tendo que a MP ser apreciada para destrancar a pauta. 
Antigamente, antes da EC n. 32/2001, o uso das MPs que eram utilizadas de forma muito exagerada pelos governos, acabava por trancar a pauta com alguma frequência. Porque havia uma dificuldade muito grande de dicto consenso do legislativo, de modo que o PR acabava se valendo com muita frequência da MP como instrumento de governo, de atuação. E a MP podia ser editada infinitas vezes. Assim, caso o aluno veja a MP 2000 e pouco traço 50, é exatamente a edições sofridas pela MP. 
Hoje, depois da EC n. 32/2001, só é prorrogável uma única vez.Porém, o trancamento de pauta se mantém. 
Existe, inclusive, uma decisão monocrática do Supremo (o professor acha que foi do min. Celso de Mello – que o professor não recorda se já foi julgado), que entendeu que o trancamento de pauta não afeta, por exemplo, PEC, somente o processo legislativo ordinário. Mas isso é uma tese minoritária. 
De qualquer maneira, há o trancamento de pauta e há também a necessidade de se observar também que o objetivo final da MP, com esses prazos curtos, de 45 em cada casa, existe, justamente, para que a MP se transforme numa lei. Então, a MP se transforma em um projeto de lei de conversão da MP, porque ela é urgente, mas também é relevante. Logo, a tendência é que se transforme em lei – o que pode ou não ser transformada em lei. 
Se ela for transformada em lei, ela vira uma lei como outra qualquer. 
➢ E se ela não for transformada em lei? Ela perde a sua eficácia? 
É necessário que o CN edite um decreto legislativo, na forma do §3º, para disciplinar como é que ficam as relações jurídicas daquela MP que perdeu sua vigência, sua eficácia. 
Então, passando-se o prazo e a MP não for convertida em lei, é preciso que um decreto legislativo discipline o que fazer com as relações jurídicas que foram aperfeiçoadas naquele momento. Não sendo o decreto-lei editado no prazo ficam convalidadas aquelas relações ocorridas durante o período de vigência da MP. 
Outra coisa importante da MP (tem que decorar!) o rol do §1º que traz o que não pode ser objeto de MP: 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
– que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
– reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
Tema importantíssimo da MP, que pode cair em qualquer prova discursiva e objetiva: 
contrabando legislativo. 
➢ O que é o contrabando legislativo? 
Diz respeito à prática, reconhecida inconstitucional, recentemente, pelo Supremo, de aproveitar a MP que tem uma tramitação muito rápida, que tranca a pauta e que vai ser obrigatoriamente apreciada, para jogar escondidas, de forma aleatória, várias emendas parlamentares que não guardam pertinência com a MP. Assim, pela velocidade, pelo dinamismo de como tem que ser apreciado, os membros do legislativo, muitas vezes, aprovavam matérias que não se sabia muito bem do se tratava, como coisas espúrias que só mais tarde se percebia que era um PL que afetava interesses de grupos que não tiveram oportunidade de nem perceber o que estava acontecendo. 
Então, a MP pode ser, e é até óbvio – que é um projeto que vem do executivo, pode ser alterada na Câmara e no Senado. Porém, essa alteração tem que guardar algum tipo de conformidade/coerência com o projeto original. Nesse sentido, veja essa decisão importantíssima do Supremo: 
Viola a Constituição da República, notadamente o princípio democrático e o devido processo legislativo (arts. 1º, caput, parágrafo único, 2º, caput, 5º, caput, e LIV, CRFB), a prática da inserção, mediante emenda parlamentar no processo legislativo de conversão de medida provisória em lei, de matérias de conteúdo temático estranho ao objeto originário da medida provisória. (ADI 5127, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 15/10/2015) Importantíssimo e isso pode cair na prova. 
Atenção também ao fim da Constituição que, depois do ADCT, tem-se os textos das EC, porque a EC altera não só o corpo da CF, mas também tem um texto autônomo que algumas vezes trazem normas jurídicas que nem se sabe que existem. E, na EC n. 32/2001, o professor chama a atenção ao art. 32, §2º: 
EC 32/2001: Art. 2º As medidas provisórias editadas em data anterior à da publicação desta emenda continuam em vigor até que medida provisória ulterior as revogue explicitamente ou até deliberação definitiva do Congresso Nacional. 
Então, atenção a isso: a MP, se for anterior a essa emenda, ela está em vigor até hoje. Então, vez ou outra, encontra-se uma MP que está no código. 
➢ Alguns podem se perguntar: por que essa MP vem incluída no código se ela depois de 60+60 dias já deveria ter perdido a sua eficácia? 
 É simples, basta olhar se a data da MP é anterior a EC n. 32/2001; se for, ela continua em vigor até hoje, até que seja expressamente revogada. 
Antes de encerrar o Poder Legislativo, o professor vai tratar do Tribunal de Contas que de vez em quando cai. 
 
3. Tribunal de Contas 
São órgãos de auxílio do Poder Legislativo na sua atividade fim de controle das contas públicas. 
Os Tribunais de Contas (TC) são órgãos com autonomia, que prestam auxílio ao legislativo nessa atividade importante. É fundamental perceber que quem tem como competência ‘apreciar contar do Executivo’, é o respectivo legislativo federal, estadual ou municipal, com o auxílio de um órgão técnico que é o Tribunal de Contas – afinal, não se exige nenhuma formação em contabilidade ou algo do tipo para ser parlamentar. Daí a necessidade de um órgão técnico independente para dar um parecer técnico sobre contas e aprovação, ainda que a conveniência seja política que informe a aprovação ou rejeição dessas contas. O TC, por exemplo, recomenda a rejeição ou aprovação com ressalvas, porém isso não vincula o Legislativo. 
Além disso, atenção para o seguinte: nessa competência de apreciar contas do executivo, o TC auxilia. Agora, nas demais competências do TC como fiscalizar convênios, aplicar multas a gestores públicos, etc – Cuidado! – nesse caso, o TC age em nome próprio, por sua competência própria de tribunal. Ele só será órgão de auxílio do legislativo no caso do controle das contas do executivo. Ele possui uma série de outras competências, cuja atribuição é própria da CF. 
O professor traz a seguinte tabela de apreciação que é bastante útil para os estudos: 
 
Quem aprecia as contas do PR é o CN auxiliado pelo TCU, formado por 9 ministros, dos quais 6 são nomeados pelo CN e 3 pelo Presidente da República Porém, desses 3 que serão nomeados pelo PR, um será da carreira de auditor, junto ao TCU, e o outro será membro do MP de Contas. Então, o PR só tem 1 mesmo de livre nomeação. 
No caso dos Governadores, quem aprecia é a Assembleia Legislativa mais sete ministros do TCEstadual. Por força da súmula 653, do STF, aplica-se a mesma lógica acima: a assembleia nomeia 4 e o governador nomeia 3; desses três nomeados pelo governador, um deve ser da carreira de auditores do TCEstadual, um do MP de Contas Estadual e um de livre escolha do governador. 
Súmula 653, STF: 
No Tribunal de Contas Estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro a sua livre escolha. 
Quanto aos prefeitos, as suas contas são apreciadas pela Câmara Municipal. O professor chama atenção para o seguinte: quem auxiliará a Câmara Municipal é o TC dos 
Estados ou do Município ou dos Conselhos/Tribunais de Contasdos Municípios, onde houver. ➢ Como assim? 
No Brasil existem dois municípios com Tribunal de Contas Municipal: Rio de Janeiro e São Paulo – que já existiam antes da CF/88. 
A Constituição de 88 vedou que o Município crie órgãos de Contas Municipal, só permanecendo os que já existiam (do Rio e de São Paulo); os demais Estados ou utilizam o tribunal de contas do Estado para auxiliar os municípios (mas é um órgão estadual) ou o Estado tem Tribunal de Contas dos municípios, que é estadual, mas auxiliam os municípios daquele estado. 
O que não se pode ter é um Tribunal de Contas vinculado ao Município (só tem dois – TCM Rio e TCM São Paulo, não podendo ser criados novos TCMs vinculados aos municípios). Os demais TCMs são todos órgãos estaduais. 
Havia ainda uma controvérsia sobre o prefeito quanto ao §2º, do art. 31, da CF, que prevê que: 
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. 
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. 
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal. 
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. 
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. 
Então, parece que, como a Constituição diz que o parecer do órgão de contas só deixará de prevalecer por decisão de 2/3 dos membros da Câmara Municipal, leva a crer que o parecer já está valendo e ele pode ser afastado pela Câmara. Era isso que entendia a doutrina majoritária. Entretanto, recentemente, o Supremo consignou o seguinte: só se consideram aprovadas/rejeitas as contas, no caso municipal, depois da manifestação da Câmara Municipal. 
Isso é relevante porque essa rejeição de contas gera inelegibilidade. Então, se se entende que o parecer já vinha valendo e poderia ser afastado, muita gente ficava inelegível por conta disso. Porém, só se considera inelegível, ou aprovada as contas, depois que a Câmara Municipal diz ‘aprovada ou rejeitada”, ainda que tenha que ter uma maioria bastante significativa para rejeitar as contas (que é 2/3). Mas o momento da aprovação/rejeição de contas é sempre pelo Legislativo, mesmo no caso municipal. 
No caso do governador do DF, é a Câmara Legislativa do DF e o Tribunal de Contas do DF, ao qual se aplica, basicamente, a regra do estadual. 
E nos territórios, o CN aprecia a conta dos governadores de território, com o auxílio do TCU. 
Por fim, o professor explica que pulou alguns slides porque acabou por mencionar antes de entrar nos respectivos. Porém, esse material ficará disponível para consulta quando o professor concluir as aulas, que será por ele atualizado. 
O professor, então, passa ao estudo do Poder Executivo que será mais breve que o do Legislativo. 
4. Poder Executivo 
O Poder Executivo está presente nos três níveis federativos e está representada pela figura do chefe do executivo, que é aquele que possui a estrutura administrativa mais complexa em razão até de suas funções. 
Ele possui como função típica a função administrativa, que é objeto de um ramo muito específico do Direito, que é o Direito Administrativo. 
Então, a função típica do Estado é objeto de estudo de todo um ramo do direito específico – que é o direito administrativo, o qual estuda a administração pública em sentido objetivo (que é a função administrativa) e subjetivo (que são os órgãos que compõem a administração). 
O executivo, além das suas funções típicas administrativas, tem a função atípica legislativa (como a MP e a Lei Delegada) e a jurisdicional (quando ele julga, por exemplo, um PAD – processo administrativo disciplinar – de um servidor, aplica uma punição, por exemplo). 
Na estrutura da administração pública federal/estadual, é da essência da função do executivo a possibilidade de nomeação da chefia do primeiro escalão, ou seja, Ministros que ocupam os Ministérios, as pastas, e Secretários (Estadual/Municipal). 
Dito isso, é muito interessante como o nosso modelo de presidencialismo dito de coalisão, que é uma expressão cunhada por um cientista político chamado Sergio Abranches, grande parte do equilíbrio de forças entre o legislativo e o executivo decorre de um grande acordo – isso é legitimo – no qual os partidos/grupos de interesse exigem representação nos ministérios. Então, para agradar partido – um grupo relevante/importante do governo – dáse cadeiras – ministérios – para esses grupos indicarem quem vai ser o ministro daquela pasta, daquele tema. 
Em compensação, o Presidente espera o apoio desses grupos para a aprovação de projetos e leis de interesse do governo. Isso explica muitas coisas importantes no Brasil. Então, por exemplo, o partido que tem como bandeira importante a educação vai fazer questão do Ministério da Educação e aí o Presidente vai refletir sobre a quantidade de membros esse partido teria, por exemplo, no Senado; se a quantidade for grande, ele pode conceder o Ministério no intuito de agradar o referido partido. Ou, então, um partido com 5 (cinco) membros no Senado, o Presidente pode ponderar que seja melhor não entregar o referido Ministério por ter outros partidos interessados, podendo oferecer outros Ministérios – não obstante serem menos importantes, possuem um certo grau de relevância. 
Então, há negociação da base parlamentar que o PR precisa para governar, porque o executivo trabalha sempre com o princípio da legalidade – a função administrativa depende muito do que está previsto em lei – de modo que é necessária uma boa relação com o legislativo e isso se dá pela composição da nomeação dos ministérios e das secretarias. É uma forma de composição de interesses. Isso não é espúrio, não é ilegítimo, apesar de ser mal visto, faz parte do jogo. O que evidentemente não pode acontecer são os desvios de finalidade e que os interesses que motivam a nomeação de um ou de outro sejam aqueles pouco republicanos para praticar condutas já conhecidas pela história antiga e recente do Brasil. 
Em regra, essa prática de negociação entre o legislativo e o executivo de nomeação do primeiro escalão da administração pública é legitima. É assim que funciona o presidencialismo de coalisão. 
É bom lembrar que o nosso sistema de governo é presidencialista. 
➢ Qual a diferença entre presidencialismo e parlamentarismo? 
Memorize: sistema de governo descreve o grau das relações entre executivo e legislativo. No parlamentarismo há uma preponderância do legislativo, como o nome já diz, nesses ordenamentos, normalmente, trabalha-se com a supremacia do parlamento e o primeiro ministro, normalmente, é nomeado, como chefe de governo, pelo parlamento e, assim como o parlamento nomeia, no momento em que ele perde a confiança, em que o primeiro ministro passa a não atender o parlamento, o primeiro ministro é retirado, de modo que não há crise de governabilidade numa relação entre o chefe do executivo e o legislativo, porque simplesmente ele é retirado. Isso é da essência do parlamentarismo. 
Já no presidencialismo, há um equilíbrio entre o legislativo e o executivo. Porque o presidente é eleito diretamente pelo povo, logo, possui mais legitimidade democrática. Então, o legislativo não pode retirar o presidente sem um motivo grave, um motivo conhecido como crime de responsabilidade, que deflagra o processo de impeachment. Aí sim o Presidente pode ser afastado. Assim, no presidencialismo, o Presidente retira sua legitimidade não do parlamento, mas do próprio processo eleitoral. Então, há essa diferença. 
No presidencialismo, como regra, o presidente é chefede governo, ou seja, da administração pública, e chefe de estado, representando o país nas suas relações internacionais. Enquanto que, no Reino Unido, por exemplo, tem-se um chefe de governo – o primeiro ministro – e um chefe de estado – a rainha. 
	4.1. 	Prerrogativas do Presidente da República 
4.1.1. Responsabilidade penal relativa (art. 86, §4º, da CF) 
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. 
Durante o mandato, o presidente só pode responder por infrações penais comuns praticadas em razão do exercício da sua função. Já as infrações penais anteriores ao mandato OU sem relação com a função presidencial NÃO poderão ser objeto de processo penal (persecução penal), ficando tudo suspenso, inclusive o curso do prazo prescricional, até o final do mandato. 
Possui foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “b” da CRFB/88). 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
(...) 
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; 
Também no caso de oferecimento da denúncia ou queixa-crime perante o STF. Nesse caso, a Câmara dos Deputados deverá autorizar o recebimento por 2/3 (art. 51, I c/c art. 86, caput da CRFB/88); recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo, o Presidente da República ficará suspenso das suas funções por 180 dias (art. 86, § 1º, I da CRFB/88). [9: O que está acontecendo nesse momento no país, uma aula, portanto, bastante atual. ]
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: 
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado; 
 
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. 
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: 
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; 
Atenção! A suspensão se dá se o Supremo receber a denúncia! Literalidade do art. 86, § 1º, I, da CF, acima colacionado. 
Então, o MP oferece a denúncia, depois ela é autorizada ou não pela Câmara, e o Supremo recebe ou não. 
Não é cabível a prisão do presidente durante o processo. Ele só pode ser preso com o trânsito em julgado da condenação (art. 86, § 3º da CRFB/88). 
Art. 86. § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. 
Diferentemente do legislativo, em que se viu aquelas complicações, a perda do cargo aqui se dá de maneira automática, na forma do art. 15, III da CRFB/88, o qual já é suficiente com a suspensão dos direitos políticos, a condenação criminal do presidente já acarreta essa suspensão. 
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
	4.2. 	Prerrogativas dos governadores de Estado e do DF 
Eles possuem foro por prerrogativa de função no STJ (art. 105, I, “a” da CRFB/88), mas a CRFB/88 é silente quanto às demais garantias processuais e materiais dos governadores. 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; 
O Supremo entende, inclusive, que NÃO se aplica o princípio da simetria (NÃO é possível estender as garantias materiais e processuais). 
➢ Por quê? Seria possível estender aos Governadores por meio de Constituições Estaduais, aplicando o princípio da simetria (art. 25 da CRFB/88)? 
Para legislar sobre as questões de direito processual penal a União é que é competente (art. 22, I da CRFB/88). 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; 
Não incide a simetria porque o presidente além de ser chefe de governo, ele é também chefe de estado, logo, não se trata de uma carreira idêntica à dos governadores (que não representam o Estado nas relações internacionais) que justifique o tratamento idêntico (art. 25 da CRFB/88). São cargos diferentes, segundo o Supremo. 
 Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. 
 § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. 
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, a empresa estatal, com exclusividade de distribuição, os serviços locais de gás canalizado. 
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995) 
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. 
Um terceiro argumento é o princípio republicano, pois, em uma República, desprezase tudo aquilo que se leve a irresponsabilização dos governantes e impõe uma interpretação mais restritiva de garantias que imunizem os governantes de responder por seus atos. 
	4.3. 	Prerrogativas dos prefeitos 
Basicamente possuem apenas o foro por prerrogativa de função junto ao TJ (art. 29, X da CRFB/88). 
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: 
(...) 
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) 
Então, assim como o governador, o prefeito pose ser preso, podendo responder por qualquer crime anterior ou posterior ao mandato, não há necessidade de autorização pelo legislativo. Assim, aplica-se a mesma lógica de impossibilidade de estender outras prerrogativas do PR via lei orgânica. 
	4.4. 	Impeachment e crime de responsabilidade 
No processo de apuração dos crimes de responsabilidade do chefe do executivo, que são infrações político-administrativas, não são crimes, como o nome poderia indicar. Nestes processos, tem-se previsão específica dos crimes de responsabilidade do presidente no art. 85 da CF/88 e na Lei nº 1.079/50, governadores de Estado na Lei nº 1.079/50 e dos prefeitos no art. 29-A, § 2º da CRFB/88 e no art. 4º do DL 201/67. 
Esses crimes de responsabilidade NÃO têm função penal. Trata-se de um tema controverso, pois vez em quando vê-se o advogado chamar de crime para invocar uma garantia ligada ao processo penal, porém, tecnicamente, não é crime. 
Até se aplicam garantias processuais, mas crime não é. Apesar de haver uma certa confusão, é muito atécnico esse tema, especialmente, quando discutido pelo Supremo, pois cada ministro tem uma posição e trata de um jeitoe não se discute isso. Na prática, entretanto, isso não faz tanta diferença. 
Esses crimes de responsabilidade, no caso do presidente, estão previstos no art. 85, eles têm um procedimento que será tratado no próximo tópico. [10: Que é o que importa para os concursos da área federal. ]
4.4.1. Procedimento no caso do Presidente 
No caso do presidente, já foi visto na história recente do país, em que a Câmara admite a acusação por 2/3 – no caso dos crimes de responsabilidade. Admitido por 2/3, vai para o Senado, o que, de acordo com o §1º (abaixo), uma vez instaurado o processo pelo Senado, o Presidente fica suspenso de suas funções. 
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. 
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: 
- nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; 
- nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. 
Acontece que sempre se entendeu que, uma vez que a Câmara aprove e já chegue no Senado, já ficariam suspensas as funções do presidente por 180 dias. 
Entretanto, recentemente, o entendimento mudou: uma vez que a Câmara autorize o processamento no Senado, por maioria simples, poderá este receber ou não a “denúncia” por crime de responsabilidade. Então, mais uma vez chegou ao Senado, depois dos 2/3, este recebe por maioria simples e somente depois é que o senado julga o mérito, também por 2/3. 
Então: há um oferecimento, a Câmara aprova por 2/3, o Senado recebe ou não por maioria simples e depois condena, se for o caso, por 2/3. Condenando por 2/3, é o caso de inelegibilidade por 8 anos para o exercício de função pública – atenção para isso! 
Então, com o impeachment recente da Presidente, o professor recomenda um texto bem didático, bem mais detalhista do que a aula, é óbvio, em razão da limitação de tempo, do site dizer o direito, que descreve o procedimento do processo de impeachment da expresidente Dilma Rousseff, que o Supremo julgou em ADPF, em que se discutiu o rito, etc. [11: Disponível 	em: 	<http://www.dizerodireito.com.br/2015/12/analise-juridica-da-decisao-do-stfque.html>. ]
 
5. Poder Judiciário e funções essenciais à justiça 
O professor vai iniciar nesse bloco e concluir no meio do próximo. 
O poder judiciário tem a função jurisdicional, como se sabe, ainda que atipicamente ele possa exercer as funções administrativas. Possui iniciativa reservada de alguns tipos de leis, tendo, inclusive, garantias e vedações institucionais e dos membros do poder judiciário. 
	5.1. 	Principais prerrogativas dos membros da magistratura 
Quanto aos membros do poder judiciário, tem-se as três principais do art. 95, caput da Constituição: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios; e o art. 33 da LOMAN (Lei Complementar 35/1979), que traz um rol mais extenso de prerrogativas, como portar arma de defesa pessoal, não ser preso se não por flagrante e ordem do respectivo tribunal no qual possui foro por prerrogativa de função, etc. 
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; 
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 
153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
Além disso, apesar de ter um rol de prerrogativas, o rol de deveres e vedações da magistratura é muito mais extenso do que as prerrogativas do cargo, cuja fonte é art. 95, parágrafo único da Constituição, que traz uma série de questões, como receber custas em processos, a quarentena de três anos para advogar no tribunal ao qual se aposentou, etc. o professor recomenda a leitura abaixo: 
Art. 95. Parágrafo único. Aos juízes é vedado: 
- exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; 
- receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; III - dedicar-se à atividade político-partidária. 
receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 Há também os arts. 35 e 36 da LOMAN, o qual o professor recomenda veementemente a leitura, pois cai muito em provas nas disciplinas humanísticas do regime jurídico da magistratura, como a proibição do exercício da atividade empresarial, de dar entrevistas e falar sobre processos que estão em curso, criticar publicamente decisões de outros magistrados, são questões muito graves do ponto de vista ético. Há, ainda, o regime próprio, na lei orgânica da magistratura, que foi recepcionado. 
TÍTULO III 
Da Disciplina Judiciária 
CAPÍTULO I 
Dos Deveres do Magistrado 
 Art. 35 - São deveres do magistrado: 
- Cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as disposições legais e os atos de ofício; 
- não exceder injustificadamente os prazos para sentenciar ou despachar; 
- determinar as providências necessárias para que os atos processuais se realizem nos prazos legais; 
- tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público, os advogados, as testemunhas, os funcionários e auxiliares da Justiça, e atender aos que o procurarem, a qualquer momento, quanto se trate de providência que reclame e possibilite solução de urgência. 
- residir na sede da Comarca salvo autorização do órgão disciplinar a que estiver subordinado; 
- comparecer pontualmente à hora de iniciar-se o expediente ou a sessão, e não se ausentar injustificadamente antes de seu término; 
- exercer assídua fiscalização sobre os subordinados, especialmente no que se refere à cobrança de custas e emolumentos, embora não haja reclamação das partes; VIII - manter conduta irrepreensível na vida pública e particular. 
 
 Art. 36 - É vedado ao magistrado: 
- exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, inclusive de economia mista, exceto como acionista ou quotista; 
- exercer cargo de direção ou técnico de sociedade civil, associação ou fundação, de qualquer natureza ou finalidade, salvo de associação de classe, e sem remuneração; 
- manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério. 
 Parágrafo único - (Vetado.) 
Além dessas vedações e deveres funcionais da LOMAN, o Código de Ética da magistratura, que é um ato normativo do CNJ, editado com base no seu poder de editar resoluções com natureza de ato normativo primário, esse código detalha melhor esses deveres funcionais esparsos nas legislações. [12: Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/publicacoes/codigo-de-etica-da-magistratura>. ]
Segundo o próprio código de ética, ele não cria direitos e obrigações, o que desafiaria lei em sentido formal, mas, segundo o seu preâmbulo, que se busca apenas detalhar/minudenciar deveres jurídicos preexistentes. Então, é essencial às provas discursivas da magistraturaque se tenha esse código de ética, porque é um ato do CNJ e a consulta é possível, a não ser que a banca vede (o que o professor acha improvável). 
Na legislação esparsa, é possível encontrar alguma vedação ao juiz, como o 497, III do CC/2002; 139, 890, III CPC/2015, em que o juiz não arrematar bens da comarca, por exemplo. Enfim, tem uma série de vedações específicas, mas que o professor acreditar fugir um pouco do escopo da aula. 
Sobre a inamovibilidade, atenção ao que segue: 
A inamovibilidade é, nos termos do art. 95, II, da CF, garantia de toda a magistratura, alcançando não apenas o juiz titular como também o substituto. O magistrado só poderá ser removido por designação, para responder por determinada vara ou comarca ou para prestar auxílio, com o seu consentimento, ou, ainda, se o interesse público o exigir, nos termos do inciso VIII do art. 93 do Texto Constitucional. 
(MS 27.958, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 17-5-2012, Plenário, DJE de 29-8-2012) 
Essa decisão paradigmática do Supremo pode ser cobrada em provas objetivas. 
	➢ 	O que é a garantia da inamovibilidade? 
É a de que, uma vez ocupando o cargo de juiz federal, de direito, do trabalho, desembargadores de todos os tribunais, todos os magistrados possuem a garantia da inamovibilidade; significa que eles não podem ser removidos compulsoriamente do órgão que eles ocupam para outro órgão, a não ser que eles sejam, obviamente, por vontade própria, remoção ou promoção, ou somente por razões de interesse público, como uma forma de punição e por um quórum bastante significativo do Tribunal, caso contrário, seriam necessárias pressões políticas para que se retire de determinada localidade o juiz que decida contra os interesses prevalentes da política local. 
Curiosamente, há também uma outra garantia que é a vitaliciedade, também prevista no art. 95, em que é ganha pelo magistrado após dois anos de efetivo exercício. Porém, a inamovibilidade não traz o requisito de dois anos para ser alcançada. Então, entende o Supremo que mesmo que o juiz seja substituto – o qual não é vitalício –, ele não pode ser retirado do Tribunal no qual se encontra. 
Isto é, já há um costume com a figura do juiz substituto, em que cada mês ele é designado para um lugar, de acordo com a conveniência e oportunidade do Tribunal, porém isso não é possível. O juiz pode até aceitar a designação, mas, caso não queira, o Tribunal não pode obrigá-lo, caso acione o judiciário, chegando ao STF ele ganha. 
Então, a inamovibilidade é uma garantia do juiz desde o dia da posse, a vitaliciedade é que ele ganha após dois anos de exercício. 
	5.2. 	Responsabilização do membro da magistratura 
➢ Quais são os tipos de responsabilização possíveis do membro da magistratura (dos juízes de primeiro grau)? 
Responsabilização civil, na via regressiva, por dolo ou culpa grave – art. 143, CPC/2015, sempre regressivamente. Já era o entendimento da doutrina, mas o novo CPC reitera. 
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando: 
- no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; 
- recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte. 
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias. 
Responsabilidade administrativa e funcional, ou seja, com base na violação dos deveres funcionais da LOMAN e do Código de Ética da Magistratura ou do 95, parágrafo único, da CF/88, em que há um procedimento administrativo perante o Tribunal, com as sanções previstas também no art. 42 da LOMAN. Essas penas são aplicadas, em regra, pela corregedoria (art. 96, I, “a”) ou, excepcionalmente, pelo CNJ (art. 103-B, § 4º, III e VI), que pode evocar também casos excepcionais de retardamento do processo ou omissão das autoridades da corregedoria do Tribunal. 
Art. 42 - São penas disciplinares: 
- advertência; 
- censura; 
- remoção compulsória; 
- disponibilidade com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço; 
- aposentadoria compulsória com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço; VI - demissão. 
Parágrafo único - As penas de advertência e de censura somente são aplicáveis aos Juízes de primeira instância. 
 
Art. 96. Compete privativamente: 
I - aos tribunais: 
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; 
 
Art. 103-B [...] 
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
- receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
45, de 2004) 
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Quanto à responsabilidade penal, o juiz não possui nenhum tipo de imunidade material, só tem algum tipo de proteção pelo foro de prerrogativa de função, enquanto às prisões cautelares, nos termos da LOMAN (art. 33). 
Art. 33 - São prerrogativas do magistrado: 
- ser ouvido como testemunha em dia, hora e local previamente ajustados com a autoridade ou Juiz de instância igual ou inferior; 
- não ser preso senão por ordem escrita do Tribunal ou do órgão especial competente para o julgamento, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação e apresentação do magistrado ao Presidente do Tribunal a que esteja vinculado (vetado); 
- ser recolhido a prisão especial, ou a sala especial de Estado-Maior, por ordem e à disposição do Tribunal ou do órgão especial competente, quando sujeito a prisão antes do julgamento final; 
- não estar sujeito a notificação ou a intimação para comparecimento, salvo se expedida por autoridade judicial; 
- portar arma de defesa pessoal. 
Parágrafo único - Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de crime por parte do magistrado, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou órgão especial competente para o julgamento, a fim de que prossiga na investigação. 
	5.3. 	Órgãos do Poder Judiciário 
O art. 92 traz os órgãos do judiciário. Mas a questão que se tem que ter em mente, para fins de provas, é que o STF, CNJ, TST e tribunais e juízes do trabalho. Muita atenção ao IIA, porque, durante muito tempo, houve a omissão do TST como órgão do poder judiciário, em que se gerava uma crítica verdadeira, uma crítica correta, dos profissionais do direito do trabalho, por causa do desprestigio do TST, que era o único tribunal superior sem previsão como órgão judiciário. Então, houve uma emenda corrigindo essa questão. 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
- o Supremo Tribunal Federal; I-A o Conselho Nacional de Justiça; 
- o Superior Tribunal de Justiça; 
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; 
- os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
- os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
- os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
- os Tribunaise Juízes Militares; 
- os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
O professor passa a comentar sobre as competências do STF, que podem cair em prova objetiva, para encerrar esse bloco. 
	5.4. 	Competências do STF 
	➢ 	O que é que sempre cai em prova sobre as competências do STF? 
Primeira competência muito cobrada em prova: 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
 I - processar e julgar, originariamente: 
[...] 
 f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; 
Atenção! Não é qualquer tipo de “causa ou conflito” entre os entes federativos que é de competência originária do Supremo, como a ação de cobrança, por exemplo. Não é o caso. É sim, tão somente aqueles com dimensões capazes de abalar o próprio equilíbrio federativo. Então, por exemplo, uma ação de cobrança entre dois Estados ou entre a União e um Estado vai para a justiça comum, e, no caso da União vs. Estado, vai para a justiça federal, não vai para o Supremo. 
Mas uma questão envolvendo, por exemplo, limites territoriais entre dois Estados, certamente é capaz de abalar o pacto federativo. 
Então, atenção à seguinte transcrição do Supremo: 
Diferença entre conflito entre entes federados e conflito federativo: enquanto no primeiro, pelo prisma subjetivo, observa-se a litigância judicial promovida pelos membros da Federação, no segundo, para além da participação desses na lide, a conflituosidade da causa importa em potencial desestabilização do próprio pacto federativo. Há, portanto, distinção de magnitude nas hipóteses aventadas, sendo que o legislador constitucional restringiu a atuação da Corte à última delas, nos moldes fixados no Texto Magno, e não incluiu os litígios e as causas envolvendo Municípios como ensejadores de conflito federativo apto a exigir a competência originária da Corte. 
(ACO 1.295 AgR-segundo, rel. min. Dias Toffoli, j. 14-10-2010, P, DJE de 2-12-2010). 
Outra coisa importante para a Magistratura do Trabalho e MPT é: 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
[...] 
 r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluída pela EC 45/2004); 
Não é qualquer demanda envolvendo o CNJ ou CNMP, mas tão somente as ações constitucionais (MS, HD, HC ou MI). Se for um processo que siga o procedimento comum do NCPC, será de competência do juiz federal de primeiro grau, pois o CNJ e o CNMP são órgãos da União, o que, com base no art. 109, a competência será da Justiça Federal. 
Então, atenção: só vai para o STF a impugnação de um ato do CNJ ou do CNMP por meio de um MS ou de um HC, por exemplo – apenas os remédios constitucionais. 
	➢ 	A constituição diz isso? 
Não diz. Essa conclusão é tirada a partir de uma jurisprudência defensiva do Supremo, em razão do volume de processos que tratam de interesses subjetivos afetados, o que levaram a discussões judiciais. Jurisprudência defensiva é o entendimento. 
A competência originária do STF, cuidando-se de impugnação a deliberações emanadas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tem sido reconhecida apenas na hipótese de impetração, contra referido órgão do Poder Judiciário (CNJ), de mandado de segurança, de habeas data, de habeas corpus (quando for o caso) ou de mandado de injunção, pois, em tal situação, o CNJ qualificar-se-á como órgão coator impregnado de legitimação passiva ad causam para figurar na relação processual instaurada com a impetração originária, perante a Suprema Corte, daqueles writs constitucionais. 
(AO 1.706 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 18-12-2013, P, DJE de 18-2-2014) 
Importantíssimo também e que se aplica ao CNJ e ao CNMP é que: o STF também entende que só tem competência para julgar MS em face de ato de autoridade do CNJ ou CNMP, no caso desse MS, foi uma decisão positiva do agente – deferir, parcial ou totalmente, o pedido de atuação do CNJ. 
Um pedido negativo de atuação do CNJ, por exemplo, candidatos que não admitem não passar em concurso e sempre judicializam todas as fases, ou no caso de alguém levar um PCA ao CNJ ou ao CNMP, e esse PCA acaba por não ser acolhido, ou sequer ser conhecido, isso não permite o manejo do MS. Então, quando o CNJ indefere, omite-se, deixa de conhecer (idem em relação ao CNMP), quando a decisão é negativa – nada decide, não cabe MS, somente quando ele efetivamente age, toma providências, e que afete a esfera jurídica de alguém é que caberá o mandamus. Senão, não cabe o MS. 
DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. DECISÃO NEGATIVA DO CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. INCOMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. A impugnação de decisão negativa do CNMP não enseja a competência originária desta Corte (art. 102, I, r, da CF). 2. Mandado de segurança não conhecido. 
 (MS 33163, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, julgado em 05/05/2015) 
No bloco seguinte o professor encerrará o tema do Judiciário, ocasião em que serão feitos alguns comentários sobre o MP, especialmente, o MPT, enquanto função essencial à justiça, o que pode cair na fase objetiva. 
Após, os demais encontros (que são 5 blocos) serão reservados aos estudos dos direitos fundamentais, que é que mais incide no edital, ocasião em que serão feitas análises bem detalhadas daquilo que pode ser cobrado. [13: Fim do bloco 01. ]
O professor inicia o bloco 02 dizendo que vai dar continuidade ao tema do poder judiciário e funções essencial a justiça, no caso o Ministério Público, que é o foco aqui do concurso do MPT. O professor concluiu o bloco passado tratando de discussões relativas ao CNJ. 
Antes de entrar nesse tema, na verdade, discutiu-se algumas competências do STF mais controvertidas, que pudessem ser objeto de prova, ocasião em que o professor passa a tratar das questões relativas ao controle dos atos do CNJ pelo Supremo, dando continuidade assim ao CNJ e ao CNMP propriamente ditos. 
	5.5. 	CNJ e CNMP 
	➢ 	O que é o CNJ? E o CNMP? 
São órgãos tanto do poder judiciário quanto do MP, conforme se extrai do art. 92, 103B e 130-A da CF. 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016) 
- os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
- os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
- os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
- os Tribunais e Juízes Militares; 
- os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
Parágrafo único. O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional. 
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 61, de 2009) 
	I 	- 	um 	Ministro 	do 	Supremo 	Tribunal 	Federal, 	indicado 	pelo 	respectivo 
tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
- o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) 
- um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo 
tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional

Outros materiais