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U N O PA R CO N TA B ILID A D E D O SETO R PÚ B LICO CONTABILIDADE DO SETOR PÚBLICO UNIDADE 3 Objetivos de aprendizagem: Nesta unidade de estudos, vamos estudar o que são regimes contábeis, apresentando quais os tipos de regimes existentes conforme o Conselho Federal de Contabilidade, e assim explicar como os regimes contábeis são utilizados, em especial, na contabilidade aplicada ao setor público. Também os subsistemas de informações na contabilidade aplicada ao setor público, compreendendo assim o patrimônio público e as alterações, inclusões obrigatórias e facultativas das demonstrações contábeis aos entes públicos, conforme as normas de padrões internacionais. de compreendermos de que forma esses fatores o influenciam. Carla Patricia Rodrigues Ramos Unidade 3 REGIMES, SISTEMAS E DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Vamos tratar do conceito de regimes contábeis e dos sistemas contábeis, assim como a sua classificação, principalmente frisando qual a mudança nesse tópico com relação às novas normas de contabilidade aplicadas ao setor público. Seção 1 | Regimes e Sistema Contábil Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 108 Outra mudança importante são os chamados subsistemas de informações, veremos que o correto a dizer, a partir de agora, é assim e não mais sistemas, as demonstrações contábeis de cada subsistema de informações do setor público com as suas particularidades. Seção 2 | Subsistemas De Informações Contábeis E Suas Demonstrações Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 109 Introdução à unidade Você já ouviu falar que vamos estudar a contabilidade pública? Pois bem, o termo correto atualmente, segundo os profissionais da Secretaria do Tesouro Nacional – STN é Contabilidade Aplicada ao Setor Público, pois a primeira terminologia dá a entender que é uma ciência diferente e isso não procede. A contabilidade aplicada ao setor público trata-se da mesma ciência, apenas tendo algumas particularidades inerentes ao campo governamental. Assim como a contabilidade empresarial sofreu modificações com normas internacionais, a contabilidade aplicada ao setor público também teve inovações e várias delas irão ser tratadas nesta unidade estudo e na unidade seguinte. Você, aluno, já deve ter ouvido falar que a Contabilidade aplicada ao Setor Público utiliza registro contábil misto para seus registros contábeis. Outro aspecto que vamos tratar, quanto a esse ponto, é a Lei de 1964 que estava tratando do orçamento público e não do patrimônio, que é o objeto de estudo da contabilidade, conforme a Teoria da Contabilidade e deve obediência em seus registros ao regime de competência. Estudaremos a respeito dos subsistemas de informações que estão descritos nas Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao setor público, bem como vamos entender quais as informações que são tratadas e apresentadas em cada um dos subsistemas existentes. Ainda veremos quanto à escrituração contábil, como deve ser realizada e qual demonstração que será elaborada a partir de cada subsistema de informação. Você percebeu como essa unidade está interessante, com pontos fundamentais e chave das atualizações devido aos padrões internacionais de contabilidade. Vamos ao nosso estudo. Boa leitura a todos! Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 110 Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 111 Seção 1 Regimes e Sistema Contábil A contabilidade aplicada ao setor público brasileiro estrutura-se basicamente nas seguintes leis e normas: a) Nas normas internacionais de contabilidade aplicadas ao setor público, emitidas pelo Internacional Public Sector Accounting Standards Boards (IPSASB), da Federação Internacional dos Contadores (IFAC). b) Nas normas brasileiras de contabilidade emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). c) Na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. d) Na Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. (SLOMSKI, 2013). No trajeto de seus estudos contábeis, você já sabe da existência dos chamados regimes contábeis e sua classificação. Bem como, que existem também os sistemas contábeis, pois só assim tem como controlar e transformar os atos e fatos em informações e tudo isso através da escrituração. Aqui, então, o nosso objetivo é verificar como esses regimes e sistema contábil funcionam na contabilidade aplicada ao setor público. 1 Regimes contábeis Regime contábil define-se como um sistema de escrituração contábil. Pressupõe-se, portanto, que os regimes contábeis de escrituração foram considerados úteis pelos profissionais contábeis, de tal sorte que o seu uso seja Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 112 constante e até obrigatório. Tudo isso tem por objetivo orientar o entendimento de alguns artigos da Lei n º 4.320/64. Então, primeiramente, atenção ao art. 34. “O exercício financeiro coincidirá com o ano civil” (BRASIL, 1964). Exercício financeiro é o período em que se executa o orçamento, é o período de tempo o qual se exercem todas as atividades administrativas e financeiras relativas à execução do orçamento. Cumpre ainda mencionar, que o artigo citado atende ao texto constitucional que estabelece que a lei complementar disporá sobre o exercício financeiro. Os regimes contábeis são normas que norteiam a realização dos lançamentos e os registros dos acontecimentos patrimoniais. São eles que nos dizem quando e como realizar os registros que são os lançamentos contábeis, quando reconhecemos uma receita ou uma despesa. Existem dois tipos de regimes contábeis, são eles: o regime de caixa e o regime de competência. Vamos então verificar e entender um pouco mais de cada um deles? 1.1 Regime de caixa Para o regime de caixa devemos nos focar na ocorrência do pagamento, se despesa, ou do recebimento, se uma receita, ou seja, o momento da movimentação dos recursos na empresa, não importando a que período se refere à ocorrência do fato. Então, quando acontece a movimentação na conta caixa, seja uma entrada ou uma saída de recursos, realizamos o registro do acontecimento. 1.2 Regime de competência Já para o regime de competência, diferentemente do que determina o regime de caixa, as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre no período que se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. Então, para esse regime não importa se houve movimentação dos recursos e sim se houve a ocorrência do fato gerador. Pelo regime de competência, toda receita e toda despesa do exercício pertencem ao próprio exercício, embora já empenhadas, uma vez terminada a vigência do orçamento, passam para o exercício seguinte, afim de serem arrecadadas ou pagas, entretanto, continuam a pertencer ao orçamento que lhes deu origem, ou seja, pertencem ao exercício anterior. Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 113 1.3 Regime contábil aplicado à administração pública Na contabilidade aplicada ao setor público, até o momento, se utiliza do artigo 35 da Lei nº 4.320/64 (BRASIL, 1964), em que afirma que pertence ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas e as despesas nele legalmente empenhadas, mas ninguém se atentava de que o capítulo se referia ao orçamento e não era o capítulo voltado à contabilidade. Assim, a “contabilidade aplicada ao setor público mantém um processo que deve obedecer ao dispositivo legal do regime de caixa para a receita orçamentária”, em obediência ao dispositivo constante na Lei nº 4.320/1964 art. 35 (BRASIL, 1964). Pertencem ao exercício financeiro: I- as receitas nele arrecadadas; II- as despesas nele legalmente empenhadas. No entanto, há de se destacar que o art. 35 se refere ao enfoque orçamentário e não ao enfoquepatrimonial da citada lei. Assim, para contabilidade patrimonial, quando falamos em regimes contábeis, obrigatoriamente tratamos de regime de competência, assim como trabalhamos na contabilidade empresarial, pois o reconhecimento da receita, sob o enfoque patrimonial, deverá obediência aos princípios de contabilidade para reconhecimento da variação ativa que ocorre no patrimônio e sua contrapartida de ingresso em disponibilidades. Uma coisa é você trabalhar com o orçamento e outra é se relacionar com o patrimônio da entidade. São partes totalmente distintas. 2 Princípios de contabilidade Os princípios de contabilidade são normas gerais delimitadoras da aplicação da Ciência Contábil. Se não existissem os princípios, cada empresa ou cada entidade poderia simplesmente adotar a forma de registrar os fatos contábeis como ela bem entendesse, tornando impossível a correta mensuração da riqueza patrimonial e entendimento das demonstrações contábeis, necessário à defesa dos interesses da coletividade, dos particulares e dos próprios sócios e acionistas. Os princípios devem possuir três características: ser útil, resultando em informações significativas e valiosas aos usuários das demonstrações contábeis, ser objetivos, não deixando que as informações resultantes sofram influência por interpretações diferentes, ser praticáveis. Conforme a nova contabilidade aplicada ao setor público, não falamos mais em mutações patrimoniais, mas sim quando falamos em receitas sob o enfoque patrimonial, estamos tratando de variação patrimonial aumentativa, Grupo 4 do novo Plano de Contas Padrão. Assim como quando falamos em despesa sob o Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 114 enfoque patrimonial, estamos tratando de variação patrimonial diminutiva, Grupo 3 do Plano de Contas Padrão. Sendo os lançamentos das receitas e despesas regulamentadas pelo Conselho Federal de Contabilidade - CFC, por meio da Resolução CFC nº 750/1993 e 1.282/2010 que trata de sua atualização. As resoluções do CFC, citadas anteriormente, tratam da observância obrigatória pelo profissional contábil, quando de sua atividade, aos princípios de contabilidade existentes, conforme art. 1º, § 1º da Resolução nº 750/1993: Art. 1º - Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE os enunciados por esta Resolução. § 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 1993). Na contabilidade do setor governamental até então não ocorria a obediência a determinados princípios, seguindo fielmente somente a Lei nº 4.320/64 que estatui regras gerais a respeito do orçamento, assim regula o orçamento público. A contabilidade aplicada ao setor público é um ramo da ciência contábil e, portanto, faz parte desta ciência e assim também deve obediência aos princípios de contabilidade, que evidenciam a base da doutrina e das normas. Na Resolução do CFC nº 750/1993 e atualizada pela Resolução CFC nº 1282/2010, no art. 3º, cita os Princípios de Contabilidade que devem ser obedecidos por todos os profissionais ou instituições contábeis, como segue: Art. 3º São Princípios de Contabilidade: I) o da ENTIDADE; II) o da CONTINUIDADE; III) o da OPORTUNIDADE; IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; V) o da COMPETÊNCIA; e o da PRUDÊNCIA. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 1993). Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 115 Então, agora vamos ver rapidamente cada um deles: Princípio da entidade: neste princípio há o entendimento de que o Patrimônio, sendo objeto de estudo e controle, deve ser diferenciado do patrimônio particular dos sócios, portanto, os patrimônios não misturam a pessoa jurídica com a pessoa física. Princípio da continuidade: este princípio parte do pressuposto de que a entidade continuará em atividade no futuro e que ela não apresenta data de encerramento das suas atividades e comercialização. Princípio da oportunidade: o foco é a mensuração das informações e os componentes patrimoniais, devendo essas informações ser íntegras e tempestivas, ou seja, devem ser completas e em tempo hábil para a sua utilização, para que assim tenham relevância. Princípio do registro pelo valor original: este princípio determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional, ou seja, pelo valor de aquisição. Existem bases para mensuração desses patrimônios, sendo elas: I) Custo histórico: aqui os ativos devem ser registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Já os passivos são “registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações”; (BRASIL, 1964). II) Variação do custo histórico: os ativos e passivos após terem sidos inseridos no patrimônio da entidade pode sofrer variações decorrentes de algumas situações, são elas: a. Custo corrente: há o reconhecimento dos ativos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Enquanto os passivos devem Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 116 ser “reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis” (BRASIL, 1964). b. Valor realizável: aqui temos os ativos registrados pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, valores estes que poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Quanto aos passivos são registrados pelos “valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, valores estes que se espera que seriam pagos para liquidar as obrigações no curso normal das atividades da entidade” (BRASIL, 1964). c. Valor presente: “Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da entidade” (BRASIL, 1964). d. Valor justo: “é o valor que tem um ativo em sua troca, ou que um passivo pode ser liquidado” ou pago (BRASIL, 1964). e. Atualização monetária: conforme surgem “alterações no poder aquisitivo da moeda nacional, essas alterações devem ser reconhecidas através de registros contábeis nos componentes patrimoniais” (BRASIL, 1964). Princípio da competência: este princípio determina que os registros e os efeitos das transações e qualquer outro evento ligado ao fato, sejam reconhecidos nos períodos em que aconteceram, independentemente se houve o recebimento ou pagamento, para que assim se tenha a possibilidade de confrontação de receitas e de despesas correlatas. Princípio da prudência: “determina que seja adotado menor valor para os componentes do ATIVO e maior para os do PASSIVO, sempre que surgirem hipóteses igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido” (BRASIL, 1964). Esse princípio pressupõe a “precaução no exercício dos julgamentos quanto às Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 117 3 Sistema contábil Sistema é toda uma estrutura para transmitir claramente, e da melhor forma possível, para se analisar todos os pontos importantes do ente relacionado com os registros.Atualmente, existem a Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público - NBC T 16 e especificamente a NBC T 16.2 trata do patrimônio e sistemas contábeis e em seu tópico 10 tem a seguinte definição de sistemas: estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais” (BRASIL, 1964). 10. O sistema contábil representa a estrutura de informações sobre identificação, mensuração, avaliação, registro, controle e evidenciação dos atos e dos fatos da gestão do patrimônio público, com o objetivo de orientar e suprir o processo de decisão, a prestação de contas e a instrumentalização do controle social (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008a). A contabilidade aplicada ao setor público é organizada na forma de sistema de informações, existindo subsistemas, cada um com as suas especificidades e convergem para o produto final, que é a informação sobre o patrimônio público. Até as alterações da contabilidade aplicada ao setor público falávamos que esta contabilidade era composta de sistema orçamentário, sistema financeiro, sistema patrimonial e o sistema compensado. No sistema orçamentário, como o seu nome já demonstra, visualizávamos desde a inscrição e o registo da Lei Orçamentária Anual, a LOA e todas as suas alterações, realizações de receitas, de despesas, as aberturas de créditos adicionais, Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 118 sejam os suplementares, especiais ou extraordinários. É uma transcrição de tudo que acontece e que envolva o orçamento do ente público. No sistema financeiro era evidenciada toda a movimentação financeira do ente público, tal como caixa, bancos, assim como tudo que dizia respeito ao extraorçamentário, sejam receitas ou despesas temporárias, ou melhor, aquelas que não pertencem realmente ao ente público e em um momento oportuno serão repassados a quem pertencem de direito. Mas também são evidenciadas as receitas e as despesas orçamentárias, mas aqui é somente na fase de execução do próprio orçamento, não registrando a parte referente à autorização legislativa. Quando falamos em sistema patrimonial, é o registro do patrimônio do ente público, demonstrando os bens, direitos e obrigações, assim como estamos acostumados a ver na contabilidade empresarial. Além de também evidenciar a execução orçamentária do ente público. Um ponto em comum que podemos perceber nos três sistemas, que até então, existia na contabilidade pública, é que em todos os sistemas apresentados temos a execução orçamentária registrada. Já o sistema compensado, não existe grandes diferenças do entendimento que temos na contabilidade empresarial, de que é uma forma de controle. Mas aqui registramos também atos da administração pública, tais como: registro de contratos, convênios, adiantamentos a terceiros, fianças, garantias etc. Agora, a grande mudança que temos na contabilidade pública, pois a partir da NBC T 16.2 não falamos mais em sistemas contábeis e sim em subsistemas, porque o entendimento é de que o sistema contábil é subdividido de forma que venha a explicar de forma clara, e a atender a todas as indagações dos usuários. Desta forma surgiram os subsistemas contábeis que na contabilidade são o subsistema orçamentário, subsistema patrimonial, subsistema compensado e subsistema de custos. Notem que não existe mais o sistema financeiro. O sistema contábil, composto pelos subsistemas orçamentário e financeiro- patrimonial (porque as informações financeiras, atualmente, estão inseridas no subsistema de informações patrimoniais) estrutura a base para o registro contábil integrado de uma contabilidade orçamentária, tal como obriga a Lei nº 4.320/64 em seu art. 85: Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 119 Você poderá evidenciar que na contabilidade aplicada ao setor público existem quatro tipos de resultados, sendo: resultado patrimonial do exercício, que tem por objetivo evidenciar o resultado patrimonial de um determinado exercício financeiro, confrontando as variações patrimoniais aumentativas com as variações patrimoniais diminutivas, resultado orçamentário, resultado financeiro e resultado das ações do governo. industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros. (BRASIL, 1964). Acesse o link a seguir para estudar um pouco mais a fundo as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/ Setor_P%C3%BAblico.pdf>. Quadro 3.1 | Nbc T 16 – Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público Fonte: Conselho Federal de Contabilidade (2014). Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 120 Então, vamos aos esclarecimentos sobre cada subsistema. 1- O registro de arrecadação de receitas tributárias (impostos) deverá ser: a) Pelo regime de caixa quando o enfoque é patrimonial. b) Pelo regime de caixa quando o enfoque é financeiro. c) Pelo regime de competência quando o enfoque é orçamentário. d) Pelo regime de competência quando o enfoque é financeiro. e) Pelo regime de competência quando o enfoque é patrimonial. Então, leu toda a Resolução do CFC a respeito dos princípios de contabilidade? Vamos a uma reflexão sobre o tema. Todos esses princípios que você estudou aqui, que está acostumado na atividade privada, consegue aplicá-los no setor governamental? Pense num exemplo de cada princípio na contabilidade aplicada ao setor público. Para um melhor entendimento e aprofundamento dos assuntos tratados nesta disciplina, acesse o link a seguir e aprofunde seus conhecimentos sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade – Setor Público. <http:// www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=nbct16ind>. Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 121 2- Sobre os objetivos da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, é correto afirmar: I- Escriturar a execução orçamentária da receita e da despesa. II- Fazer a comparação entre a previsão e a realização das receitas e despesas. III- Controlar as operações de créditos e obrigações. IV- Realizar licitações. V- Fiscalizar os contratos entre empreiteiras e entidades públicas. a) Apenas as alternativas I, II e III estão corretas. b) Apenas as alternativas II, III, IV estão corretas. c) Apenas as alternativas IV e V estão corretas. d) Apenas as alternativas III, IV e V estão corretas. e) Apenas as alternativas III e V estão corretas. Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 122 Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 123 Seção 2 Subsistemas de Informações Contábeis e Suas Demonstrações Estudamos que existe o sistema contábil e este é dividido em subsistemas, veremos todos os subsistemas de informações existentes atualmente conforme as novas Normas Brasileiras de Contabilidade e o que cada um deles tem por objetivo registrar, controlar e demonstrar, através de seus relatórios contábeis elaborados. 1 Subsistema orçamentário Mencionamos no sistema orçamentário que nele se visualiza a inscrição da Lei Orçamentária Anual, a chamada LOA, e todas as suas alterações, as realizações de receitas, as realizações de despesas, as aberturas de créditos adicionais, sejam os suplementares, especiais ou extraordinários e com essa descrição, concluímos que é a demonstração do orçamento aprovado e todas as suas alterações e realizações durante o exercíciofinanceiro, assim também mencionamos tudo isso no subsistema de informações, apenas sendo a alteração de nomenclatura. Também o subsistema de informações orçamentárias apresenta todos esses aspectos citados no parágrafo anterior, em obediência ao art. 90 da Lei nº 4.320/64. “Art. 90 A contabilidade deverá evidenciar, em seus registros, o montante dos créditos orçamentários vigentes, a despesa empenhada e a despesa realizada, a conta dos mesmos créditos e as dotações disponíveis” (BRASIL, 1964). Figura 3.1 | Subsistema Contábil Fonte: Slomski (2013, p. 5). SISTEMA CONTÁBIL SUBSISTEMA DE INFORMAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS RECEITA ORÇAMENTÁRIA (PREVISÃO/EXECUÇÃO) DESPESA ORÇAMENTÁRIA (FIXAÇÃO/EXECUÇÃO) Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 124 Assim, podemos observar que o subsistema de informações orçamentárias é formado por dois grupos: as receitas orçamentárias e as o grupo das despesas orçamentárias. A execução orçamentária de ambos os grupos impacta no resultado orçamentário do período. Cada subsistema de informações é responsável por alguma demonstração contábil, em alguns casos, até mais de uma demonstração. “Deste subsistema é gerado um Balanço Orçamentário e conforme art. 102 da Lei nº 4.320/64, esta demonstração contábil é definida. Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas” (BRASIL, 1964). Também temos na NBCT 16.6, aprovada pela Resolução 1.133 de 21 de novembro de 2008, no tópico 20 a seguinte descrição do Balanço Orçamentário: 20. O Balanço Orçamentário evidencia as receitas e as despesas orçamentárias, detalhadas em níveis relevantes de análise, confrontando o orçamento inicial e as suas alterações com a execução, demonstrando o resultado orçamentário. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008b). Através da própria lei, verificamos que o objetivo desta demonstração é a evidenciação do planejamento, que é o orçamento fixado, em um comparativo com o efetivamente executado. Confirmando tal informação, temos ainda a descrição do Balanço Orçamentário no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, Procedimentos Patrimoniais: O Balanço Orçamentário apresentará as receitas detalhadas por categoria econômica, origem e espécie, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada e o saldo a realizar. Demonstrará também as despesas por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando a dotação inicial, a dotação atualizada para o exercício, as despesas empenhadas, as despesas liquidadas, as despesas pagas e o saldo da dotação. (BRASIL, 2012, p. 7). Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 125 2 Subsistema financeiro Assim como temos no sistema financeiro a evidenciação de toda a movimentação financeira do ente público, caixa, bancos, e tudo o que diz respeito ao extraorçamentário, ou seja, as receitas ou as despesas temporárias, sendo aquelas que não pertencem efetivamente ao ente público e em um momento oportuno serão repassadas a quem tem o direito sobre esta receita ou despesa, continuamos tendo no Balanço Financeiro a mesma evidenciação, conforme se tem no art. 103 da Lei nº 4.320/64, como segue: Também temos a conceituação na NBC T 16.6, mas agora no tópico 23: Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamentária, conjugados com os saldos em espécie, provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte. 23. O Balanço Financeiro evidencia as receitas e despesas orçamentárias, bem como os ingressos e dispêndios extraorçamentários, conjugados com os saldos de caixa do exercício anterior e os que se transferem para o início do exercício seguinte (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008b). Nestas citações, tanto da Lei nº 4.320/64, quanto da NBC T 16.6, fica claro que é o balanço financeiro que traz tanto o resultado da execução orçamentária, quanto a movimentações extraorçamentárias. 3 Subsistema patrimonial Agora vamos falar do subsistema Patrimonial e neste subsistema se registra, processa e evidencia tanto os fatos financeiros, como os fatos não financeiros relacionados com as variações qualitativas e quantitativas do patrimônio público. Com isso, se vê que o então chamado sistema financeiro foi absorvido pelo Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 126 subsistema patrimonial e assim como nos demais subsistemas que geram um balanço, aqui também temos o levantamento de uma demonstração contábil, o Balanço Patrimonial que também é conceituado na Lei nº 4.320/64 em seu art. 105, sendo a estrutura atual ainda utilizada pelos entes públicos, como segue: Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará: I - O Ativo Financeiro. II - O Ativo Permanente. III - O Passivo Financeiro. IV - O Passivo Permanente. V - O Saldo Patrimonial. VI - As Contas de Compensação (BRASIL, 1964). E para uma dessas divisões exigidas pela Lei nº 4.320/64 (BRASIL, 1964, p. 7) temos esclarecimentos no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público: ATIVO FINANCEIRO - Compreende os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários. ATIVO PERMANENTE - Compreende os bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa. PASSIVO FINANCEIRO – Compreende as dívidas fundadas e outros compromissos exigíveis cujo pagamento independa de autorização orçamentária, como os restos a pagar, os serviços da dívida a pagar, os depósitos e os débitos de tesouraria (operações de crédito por antecipação de receita). PASSIVO PERMANENTE - Compreende as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. CONTAS DE COMPENSAÇÃO - São contas representativas dos atos que possam vir a afetar o patrimônio, compreendendo as compensações do ativo e do passivo, ou seja, são contas relacionadas às situações não compreendidas no patrimônio, mas que, direta ou indiretamente, possam vir a afetá-lo, exclusive as que dizem respeito a atos e fatos ligados à execução orçamentária e financeira e as contas com função precípua de controle. Essa divisão do Balanço Patrimonial será apresentada num quadro a seguir da nova estrutura do Balanço Patrimonial, devido à atualização da contabilidade Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 127 aplicada ao setor público que passa a ser muito parecida com o balanço da atividade empresarial, tal como descrito no tópico 12 da NBC T 16.6, conforme segue: 12. O Balanço Patrimonial, estruturado em Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, evidencia qualitativa e quantitativamente a situação patrimonial da entidade pública: (a) Ativo – compreende as disponibilidades, os direitos e os bens, tangíveis ou intangíveis adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelo setor público, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerentes à prestação de serviços públicos; (b) Passivo compreende as obrigações assumidas pelas entidades do setor público para consecução dos serviços públicos ou mantidas na condição de fiel depositário, bem como as provisões; (c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos seus passivos; (d) Contas de Compensação – compreende os atos que possam vir a afetar o patrimônio. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008b). As informações do ativo e passivo financeiro e ativo e passivo permanente são discriminadas na sequência da apresentação da nova estrutura do Balanço Patrimonial, então vamos verificar o artigo na Lei nº 4.320/64 o que compreende o financeiro e o permanente: § 1º OAtivo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários. § 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa. § 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outros pagamentos independa de autorização orçamentária. § 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. (BRASIL, 1964). Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 128 Assim, após a descrição do Balanço Patrimonial pela NBC T 16.6, agora vemos a estrutura atual deste balanço no próximo tópico e constataremos a semelhança com a atividade privada. 4 Subsistema compensado Este sistema é considerado a natureza de controle, além do patrimonial e orçamentário, pois nele podemos controlar todos os contratos, convênios e ter na análise destas contas qual o valor que ainda poderá impactar o patrimônio público. Também na NBC T 16.2 do Patrimônio e Sistemas Contábeis, item 12 “compensação – registra, processa e evidencia os atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público, bem como aqueles com funções específicas de controle” (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008a) 5 Subsistema de custos O desenvolvimento e a implementação de um sistema de informação de custos, informações a serem evidenciadas na Demonstração do Resultado Econômico, permite a avaliação do custo dos serviços prestados pelos entes públicos, proporcionando assim benefícios para a Administração Pública, contribuindo cada fez mais, para a eficiente tomada de decisões e melhor aplicação dos recursos governamentais. Também se encontra descrito na NBC T 16.2 do Patrimônio e Sistemas Contábeis, item 12, “d”: “custos – registra, processa e evidencia os custos dos bens e serviços, produzidos e ofertados à sociedade pela entidade pública” (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008a). O subsistema de informações de custo tem por finalidade mensurar e reportar os custos dos serviços públicos de forma integrada com os sistemas de contabilidade, de gestão de pessoas gestão de estoques, gestão de patrimônio e do sistema de gestão de cadastro geral de cidadãos. Esse subsistema dá suporte à evidenciação do resultado econômico produzido através da elaboração da Demonstração do Resultado Econômico. A Lei de Responsabilidade Fiscal nº 101/2000, art. 50, VI, § 3º determina que “§ 3º A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial” (BRASIL, 2000). Podemos verificar que desde 2000, através da LRF, há a obrigatoriedade de que os gestores públicos conheçam os custos de seus órgãos ou entidades, para tomarem a melhor decisão entre alternativas de produzir ou comprar produtos e serviços, de produzir ou privatizar serviços públicos. Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 129 Devido a essa novidade no setor público, o Conselho Federal de Contabilidade – CFC elaborou a NBC T 16.11 – Subsistema de Informação de Custos no Setor Público que estabelece a conceituação, objeto, objetivos e regras básicas para mensuração e evidenciação dos custos no setor público. A mensuração dos custos dos objetos de custeio é de grande importância e deve ser comparado com o preço de mercado (custo de oportunidade) para que essa informação seja relevante. Um breve resumo elaborado pela Secretaria do Tesouro Nacional – STN e a disseminar em todo país sobre as atualizações recente na Contabilidade Aplicada ao Setor Público: Figura 3.2 – Natureza da Informação Fonte: Brasil (2013). 6 Balanços Balanço em contabilidade é a apuração da situação de determinado patrimônio, em determinado instante, representada em um quadro: Ativo e Passivo ou Receitas e Despesas, dependendo se informação patrimonial ou orçamentária, no caso de contabilidade aplicada ao setor público. Vulgarmente, a palavra balanço é empregada erroneamente, ao invés de se utilizar a palavra inventário. Isso se dá quando verificamos um aviso na frente de um estabelecimento comercial dizendo “fechado para balanço”, quando na realidade estão verificando a existência de mercadorias para determinação de estoque. Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 130 Balanço é uma palavra derivada do latim “bis lanx”, ou seja, dos dois lados. Do ponto de vista legal, conforme Lei nº 4.320/64 que estatui normas de direito financeiro e orientações ao orçamento e elaboração de balanços, determina em seu art. 101: Art. 101. Os resultados gerais do exercício serão demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço Financeiro, no Balanço Patrimonial, na Demonstração das Variações Patrimoniais, segundo os Anexos números 12, 13, 14 e 15 e os quadros demonstrativos constantes dos Anexos números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17. (BRASIL, 1964). 7 Balanço orçamentário Esta demonstração contábil, conhecida como Anexo 12 da Lei nº 4.320/64 apresentada a todos os interessados no assunto os Procedimentos Patrimoniais. Figura 3.3 | Anexo 12 – Balanço Orçamentário – Receitas Fonte: Brasil (2012). Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 131 Figura 3.4 | Balanço Orçamentário – Despesas Fonte: Brasil (2012). Na NBC T 16.6, item 20 determina que: 20. O Balanço Orçamentário evidencia as receitas e as despesas orçamentárias, detalhadas em níveis relevantes de análise, confrontando o orçamento inicial e as suas alterações com a execução, demonstrando o resultado orçamentário (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008b). Ainda na NBC TSP 24 - Apresentação da Informação Orçamentária nas Demonstrações Contábeis em seu item 15: 15. A apresentação nas demonstrações contábeis dos valores orçamentários originais e finais e os valores realizados em uma Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 132 Adicionalmente ao Balanço Orçamentário, devem ser incluídos dois quadros demonstrativos de execução de restos a pagar, um relativo aos restos a pagar não processados, outro relativo aos restos a pagar processados, com o mesmo detalhamento das despesas orçamentárias do balanço, de modo a propiciar uma análise da execução orçamentária do exercício em conjunto com a execução dos restos a pagar. Recapitulando, restos a pagar é a inscrição das despesas orçamentárias que não atingiram todos os estágios da execução dentro do exercício financeiro em que pertencem, que conforme a Lei nº 4.320/64 em seu art. 36 define: “Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas” (BRASIL, 1964). Esses quadros, acompanhando o Balanço Patrimonial ajudam a verificar se o órgão está em cumprimento a Lei de Responsabilidade em seu art. 42 que também diz respeito às inscrições dos Restos a Pagar como transcrito a seguir: Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. (BRASIL, 2000). Além do acompanhamento da restrição no último ano de mandato do gestor, base comparável com o orçamento que está disponibilizado ao público irão completar o ciclo contábil através da capacitação dos usuários das demonstrações contábeis para identificar se os recursos foram obtidos e usados de acordo com o orçamento aprovado. Diferenças entre os valores realizados e os valores orçados, e o orçamento original ou final (sempre referido à “variação”em contabilidade), podem ainda serem apresentados nas demonstrações contábeis mais completas. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2012, p. 4-5). Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 133 para que este não assuma despesas que não possa cumprir, deixando um amontoado de dívidas para o seu sucessor, inscrevendo em Restos a Pagar. Uma das inovações da chamada LRF. Seguem os modelos: Figura 3.5 | Anexo 1 – Demonstrativo de Execução dos Restos a Pagar não Processados Fonte: Brasil (2012). Figura 3.6 | Anexo 2 – Demonstrativo de Execução dos Restos a Pagar Processados e não Processados Liquidados Fonte: Brasil (2012). Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 134 Note que o balanço orçamentário é um quadro com as duas partes: receitas e despesas e cada uma das partes demonstra a fixação e aprovação do próprio orçamento, bem como toda a sua execução durante o exercício financeiro. 8 Anexo 13 – balanço financeiro A NBC T 16.6 trata das Demonstrações Contábeis, em seu item 23, em consonância com a Lei nº 4.320/64 e coloca o Balanço Financeiro como demonstração obrigatória, mas o entendimento desta demonstração, conforme padrão internacional de contabilidade, apresenta que esta demonstração deveria ser abolida, uma vez que, atualmente, é obrigatória a Demonstração de Fluxo de Caixa. “23. O Balanço Financeiro evidencia as receitas e despesas orçamentárias, bem como os ingressos e dispêndios extraorçamentários, conjugados com os saldos de caixa do exercício anterior e os que se transferem para o início do exercício seguinte” (BRASIL, 1964). Figura 3.7 | Balanço Financeiro Fonte: Brasil (2012). Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 135 Notem também que o balanço financeiro é um quadro com as duas partes: receitas e despesas; sendo demonstrada nesses quadros a distribuição de receitas e despesas, com suas entradas e saídas de numerários, demonstrando assim as operações de tesouraria e de dívida pública, igualando-se as duas somas com os saldos de caixa, inicial e existente. 9 Anexo 14 – balanço patrimonial Esta demonstração contábil, conhecida como Anexo 14 da Lei nº 4.320/64 (BRASIL, 1964), está apresentada a todos os interessados no assunto, no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, Parte V – Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público. Figura 3.8 | Balanço patrimonial Fonte: Brasil (2012). Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 136 Figura 3.9 | Balanço Patrimonial – Continuação Fonte: Brasil (2012). Também no balanço patrimonial há um quadro com as duas partes: agora ativo e passivo, representando os bens, direitos e obrigações. Demonstrando os valores realizáveis, os valores de bens imobilizados, valores que podem afetar ou não o patrimônio e o resultado patrimonial. 10 Anexo 15 – demonstração de variações patrimoniais Esta demonstração contábil, conhecida como Anexo 15 da Lei nº 4.320/64, está apresentada a todos os interessados no assunto, no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. Figura 3.10 | Balanço Patrimonial – Continuação Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 137 Fonte: Brasil (2012). 11 Demonstração dos fluxos de caixa Com a edição da Lei de Responsabilidade Fiscal, surgiu a necessidade dos entes públicos terem instrumentos gerenciais que facilitem tanto o planejamento quanto o controle e a avaliação. A gestão fiscal no setor público depende de alguns esforços que ajudem no cumprimento da legislação e resultados satisfatórios. Até então, as demonstrações contábeis existentes no setor público garantiam apenas instrumentos de planejamento focados no controle orçamentário e poucos mecanismos ou quase nenhum que facilitasse o controle financeiro. O fluxo de caixa é uma das peças importantes entre as demonstrações que permitem um ótimo acompanhamento e planejamento para que a gestão do ente público aconteça com maior segurança, permitindo ao gestor público que possa cumprir com seu plano de trabalho, metas, limites e aplicar os recursos públicos com maior eficiência. Esta demonstração contábil aplicada ao setor público possui características próprias da atividade e sua elaboração exige conhecimento técnico e operacional das atividades dos órgãos. Assim como temos nas entidades privadas a demonstração dos fluxos de caixa, agora na contabilidade aplicada ao setor público também temos esta demonstração como Anexo 18 da Lei nº 4.320/64 (BRASIL, 1964), que tem por objetivo cooperar ainda mais para a transparência da gestão pública, porque através desta demonstração temos a percepção de um melhor gerenciamento e controle financeiro dos entes públicos, além de cumprir com os preceitos da Lei de Responsabilidade fiscal: § 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. (BRASIL, 2000). Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 138 No Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, Parte V - das Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público, há instruções de como deve ser realizada esta demonstração, conforme citado a seguir: A Demonstração dos Fluxos de Caixa deve ser elaborada pelo método direto ou indireto e evidenciar as movimentações havidas no caixa e seus equivalentes, nos seguintes fluxos: (a) das operações; (b) dos investimentos; e (c) dos financiamentos. O fluxo de caixa das operações compreende os ingressos, inclusive decorrentes de receitas originárias e derivadas, e os desembolsos relacionados com a ação pública e os demais fluxos que não se qualificam como de investimento ou financiamento. O fluxo de caixa dos investimentos inclui os recursos relacionados à aquisição e à alienação de ativo não circulante, bem como recebimentos em dinheiro por liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos e outras operações da mesma natureza. O fluxo de caixa dos financiamentos inclui os recursos relacionados à captação e à amortização de empréstimos e financiamentos. (BRASIL, 2012, p. 39). A elaboração e a publicação da Demonstração do Fluxo de Caixa permitem um melhor gerenciamento e controle financeiro, proporcionam aos usuários da informação contábil instrumentos para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como suas necessidades de liquidez e também permitem aos usuários projetar cenários de fluxos futuros de caixa e elaborar análises sobre eventuais mudanças e a capacidade de manutenção dos serviços públicos. A DFC pode ser elaborada tanto pelo método direto, quanto pelo método indireto. As receitas decorrentes das atividades do ente governamental são classificadas como fluxo de operações, apresentadas na discriminação de derivadas e decorrentes. Já as receitas que não se encaixam como operacionais do ente público serão inseridas nos investimentos ou financiamentos. Segue modelo para ter a noção de como é esta nova demonstração do setor público. Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 139 Figura 3.11 | Demonstração de Fluxo de Caixa Fonte: Brasil (2012). No próprio Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, Parte V – Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público, trazem uma análise desta demonstração como descrito: ANÁLISE DOS QUOCIENTES – DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA 1 – O Quociente do fluxode caixa líquido das atividades operacionais em relação ao resultado patrimonial é resultante da relação entre o Caixa Líquido Gerado nas Operações e o Resultado Patrimonial. A interpretação desse quociente indica a dispersão entre o fluxo de caixa operacional gerado e o resultado patrimonial do exercício. 2 – O Quociente da Capacidade de Amortização de Dívida é resultante da relação entre o Caixa Líquido Gerado nas Operações e o Total do Passivo. A interpretação desse quociente indica a parcela dos recursos gerados pela entidade para pagamento da dívida. 3 – O Quociente da Atividade Operacional é resultante da Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 140 12 Demonstração das mutações do patrimônio líquido Agora vamos estudar um pouquinho da demonstração das mutações do patrimônio líquido, sendo esta demonstração facultativa de publicação, somente obrigatória às empresas estatais dependentes dos entes governamentais e também a estes últimos quando incorporarem as empresas na consolidação das contas. A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL - registra as alterações ocorridas durante o exercício financeiro no Patrimônio Líquido do ente público Conforme o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, deverá ser apresentado nesta demonstração contábil: a) o déficit ou superávit patrimonial do período; b) cada mutação no patrimônio líquido reconhecida diretamente no mesmo; c) o efeito decorrente da mudança nos critérios contábeis e os efeitos decorrentes da retificação de erros cometidos em exercícios anteriores. d) as contribuições dos proprietários e distribuições recebidas por eles como proprietários. (BRASIL, 2012, p. 44). Realizando uma análise entre duas demonstrações das mutações do patrimônio líquido, o profissional poderá visualizar ainda mais o que aconteceu nas oscilações dentro do patrimônio líquido do ente público e contemplará uma exposição no mínimo com as principais contas do Patrimônio Líquido, sendo elas: • Patrimônio Social/Capital Social. relação entre o Caixa Líquido Gerado das Operações e o Total da Geração Líquida de Caixa. A interpretação desse quociente indica a parcela da geração líquida de caixa pela entidade atribuída às atividades operacionais. (BRASIL, 2012, p. 21). Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 141 Figura 3.12 | Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Fonte: Brasil (2012). Pertinente às demonstrações contábeis, não confundir com a DRE do setor privado que é a Demonstração do Resultado do Exercício, esse resultado no campo • Reservas de Capital. • Ajustes de Avaliação Patrimonial. • Reservas de Lucros. • Ações/Cotas em Tesouraria. • Resultados Acumulados. Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 142 Sendo toda essa análise e demonstração já previstas em texto constitucional em seus artigos 70 e 74, como transcrito a seguir: (a) desempenho da unidade contábil no cumprimento da sua missão; (b) avaliação dos resultados obtidos na execução dos programas de trabalho com relação à economicidade, eficiência, eficácia e efetividade; (c) avaliação das metas estabelecidas pelo planejamento; (d) avaliação dos riscos e das contingências. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008a). público é demonstrado pela DVP, Demonstração das Variações Patrimoniais. Neste contexto, o Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução nº 1.129/08, pelo qual aprovou a NBCT 16. 2 – Patrimônio e Sistemas Contábeis, estabelece o subsistema de custos, que iremos estudar adiante e que tem por objetivo registrar, processar e evidenciar os custos dos bens e serviços, produzidos e ofertados à sociedade pela entidade pública (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008a). Segundo a norma, o subsistema de custos, integrado com os demais – orçamentário, patrimonial e de compensação – deve subsidiar a administração pública sobre: Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 143 Portanto, não é nova a determinação de que se tenha a análise e demonstração dos resultados obtidos nos entes públicos, além da aplicação dos recursos públicos com maior eficiência. Também a Lei de Responsabilidade Fiscal já mencionava o controle de custos, “Art. 50. § 3º A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial” (BRASIL, 2000). Então, podemos perceber que as novas normas de contabilidade aplicadas ao setor público não estão inventando ou criando nada e sim somente colocando em ação, fazendo acontecer o que já era determinado, porém não havia o seguimento de tais determinações. 13 Notas Explicativas Às Demonstrações Contábeis 13.1 Conceitos Quando das publicações das demonstrações contábeis, as notas explicativas devem acompanhá-las, esclarecendo pontos e critérios os quais a entidade adotou como padrão para registro de seus atos. A apresentação das notas explicativas nas Demonstrações Contábeis do setor público é orientação das normas de padrão internacional de contabilidade aplicadas ao setor público, com ênfase na NBC TSP1, a qual evidencia essa necessidade. Assim, elas conterão informações explicativas sobre diversos pontos das demonstrações contábeis, tais como critérios de depreciação adotados, ocorrência de fatos que ocasionaram alterações contábeis, patrimoniais, financeiras ou orçamentárias, conforme Manual de Contabilidade Aplicado ao setor público – Parte V – Demonstrações Contábeis Aplicada ao Setor Público (BRASIL, 2012). de controle interno com a finalidade de: II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado. (BRASIL, 1988). Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 144 Esclarecimentos das notas explicativas estão definidos nas Normas Brasileiras de Contabilidade NBC TG 26 (R1): 112. As notas explicativas devem: (a) apresentar informação acerca da base para a elaboração das demonstrações contábeis e das políticas contábeis específicas utilizadas, de acordo com os itens 117 a 124; (b) divulgar a informação requerida pelos Pronunciamentos Técnicos, Orientações e Interpretações do CPC que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis; e (c) prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis, mas que seja relevante para sua compreensão. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2014). Portanto, as informações inseridas nas notas explicativas publicadas, juntamente com as demonstrações contábeis, devem ser relevantes e esclarecedoras de todos os procedimentos e critérios adotados pelo órgão. 14 Formalidades do registro contábil Conforme NBC T 16.5 do registro contábil, a entidade do setor público deve manter procedimentos uniformes de registros contábeis por meio de processo manual, mecanizado ou eletrônico, em rigorosa ordem cronológica, como suporte às informações. Também possui características do registro e da informação contábil no setor público, devendo observância aos princípios e às Normas Brasileiras Aplicadas ao Setor Público. Tais como (BRASIL, 2012): a) Comparabilidade – os registros e as informaçõescontábeis das entidades do setor público devem ser possíveis de ocorrer consolidações, seja a nível estadual ou federal. Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 145 b) Compreensibilidade – as informações divulgadas e publicadas através das demonstrações contábeis devem ser de fácil entendimento de seus usuários, no caso os cidadãos ou órgãos de controle externo que possuem a incumbência de fiscalização da administração pública. c) Confiabilidade – os registros e as informações contábeis devem ser realizados através de documentos fidedignos que deixem o contador seguro para realizá- los, reunindo requisitos verídicos e válidos que transmitam credibilidade para os usuários das informações em suas tomadas de decisões. d) Fidedignidade – quando dos registros dos fatos contábeis, bem como das informações apresentadas através das demonstrações contábeis, devem apresentar fielmente o fenômeno contábil que deu origem ao registro. e) Imparcialidade – quando dos registros contábeis pelo profissional, deve-se ter o cuidado, na sua realização, para que não privilegie interesses específicos e particulares de agentes e/ou entidades. f) Integridade – os registros contábeis realizados, bem como as informações apresentadas devem apresentar os acontecimentos patrimoniais em sua totalidade, ou seja, não podendo ser omitidas partes do fato que lhe deu causa. g) Objetividade – o registro contábil deve apresentar a realidade dos acontecimentos patrimoniais em função de obediência às normas técnicas contábeis preestabelecidas, sem que incidam preferências pessoais que podem vir a provocar distorções na informação. h) Representatividade – tudo o que for relevante nos fatos que ensejaram os registros contábeis e as informações apresentadas deve estar inserido através da escrituração. i) Tempestividade – os acontecimentos patrimoniais devem ser registrados através da escrituração no momento em que ocorrerem e devem ser divulgados Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 146 em tempo hábil para os usuários, para que essas informações mantenham sua relevância, pois nada adianta uma boa informação em atraso. j) Uniformidade – para se realizar a escrituração dos dados contábeis, deve o profissional obedecer aos critérios definidos, estes critérios devem ser padronizados e contínuos, para que sejam possíveis consolidações de demonstrações contábeis dos diversos órgãos, bem como a possibilidade de comparação da situação econômico-financeira de entidades do setor público. k) Utilidade – a escrituração das informações contábeis levadas às demonstrações contábeis, devem atender aos interesses dos usuários que irão interpretá-las, assim, essas demonstrações serão úteis a eles, pois conseguiram compreender as informações corretamente. l) Verificabilidade – já que a escrituração contábil deve ser realizada através de documentos confiáveis, também deve possibilitar a verificação da autenticidade desses documentos. m) Visibilidade – os registros realizados e as informações decorrentes destes devem ser apresentadas para toda a sociedade em cumprimento aos princípios da publicidade e transparência pública, e demonstrar os resultados da gestão e da situação patrimonial da entidade do setor público. No registro contábil existem elementos, são eles: a data da ocorrência do fato, a conta debitada, a conta creditada, o histórico do fato, de forma que descreva completamente o fato e ainda fornecendo informações essenciais tais como notas fiscais, número de empenhos, contratos e o que houver. A escrituração na contabilidade aplicada ao setor público, veremos na prática na próxima unidade de estudo. Você concorda com essas alterações na contabilidade aplicada ao setor público, incluindo novas demonstrações obrigatórias e mudanças nos subsistemas de informações? Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 147 Para se aprofundar e verificar na prática algumas das mudanças, acesse o portal da transparência ou contas públicas do seu município ou do seu estado e leia as notas explicativas. Esclarece quanto aos critérios adotados contabilmente? 1- A respeito das demonstrações contábeis da contabilidade aplicada ao setor público, aponte a alternativa verdadeira: a) Se necessito de informações extraorçamentárias vou conseguir consultando o Balanço Patrimonial. b) Se quero informações apenas da execução orçamentária, obtenho através de consulta a Demonstração de Fluxo de Caixa. c) Se preciso das informações de execução orçamentária e extraorçamentária, bem como saldos do disponível, então verifico o Balanço Financeiro da entidade. d) Se quero saber a composição do patrimônio público, obtenho essa informação no Balanço Orçamentário. e) Na DMPL verifico as mutações apenas do resultado acumulado da entidade. 2- Sobre o subsistema de informações, está correto afirmar que: a) Subsistema de informações orçamentárias: execução de receitas e despesas patrimoniais. b) Subsistema de informações financeiras: informações financeiras da entidade. c) Subsistema de informações patrimoniais: informações financeiras e não financeiras da entidade. d) Subsistema de informações de custos: informações Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 148 de execução e planejamento das receitas e despesas orçamentárias. e) Subsistema de informações compensado: informações financeiras e extraorçamentárias da entidade. A contabilidade aplicada ao setor público se transformou em alguns aspectos e se aproxima da contabilidade do setor privado no subsistema de informações patrimonial, pois todas têm a obrigatoriedade de obediência aos mesmos princípios que delineiam as suas elaborações, princípios esses elaborados e publicados pelo Conselho Federal de Contabilidade - CFC. Parte da contabilidade aplicada ao setor público ainda tem obediência à Lei nº 4.320/64, que á a lei que estatui as regras para a elaboração dos orçamentos públicos que são instrumentos importantíssimos para o setor que também possui a obrigatoriedade do planejamento em suas finanças. Mas quando o assunto é patrimônio, não pode haver diferenças dos tratamentos dado nas entidades empresariais, já que todas estão submetidas às mesmas regras. Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 149 1- Conforme NBC T 16 do CFC, a contabilidade o setor público possui alguns subsistemas de informações, assinale a alternativa que apresenta todos esses subsistemas. a) Orçamentário, Financeiro, Patrimonial e Custos. b) Orçamentário, Financeiro, Patrimonial e Controle. c) Financeiro, Orçamentário e Patrimonial. d) Orçamentário, Patrimonial, Custos e Compensação. e) Orçamentário, Patrimonial, Custos e Controle. 2- Na contabilidade do setor público é obrigatória a publicação de: a) Balanço Orçamentário, Balanço Financeiro, Demonstração do Resultado do Exercício e Balanço Patrimonial. b) Balanço Orçamentário, Balanço Financeiro, Balanço Patrimonial e Notas Explicativas. c) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Fluxo de Caixa e Demonstração de Origens e Aplicações dos Recursos. d) Demonstração de Origens e Aplicações dos Recursos e Demonstração do Fluxo de Caixa. e) Demonstração do Valor Adicionado. 3- Quem deve utilizar o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), sabendo que este estabelece regras e procedimentos contábeis a serem observados pela administração pública? a) Apenas as autarquias. b) Todos os poderes e entes da federação. c) Apenas as fundações. d) Apenas as empresas de capital misto. e) Apenas as prefeituras. 4- Conforme as NBCASP, o sistema contábil público estrutura- se nos seguintes subsistemas: I- Subsistema Orçamentário. Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 150 II- Subsistema Patrimonial.III- Subsistema Custos. IV- Subsistema Compensação. Assinale a alternativa correta: a) Apenas as afirmativas I e II. b) Todas as afirmativas I, II, III e IV. c) Apenas as afirmativas I, II e III. d) Apenas as afirmativas II, III e IV. e) Apenas as afirmativas III e IV. 5- Podemos afirmar sobre as demonstrações contábeis do setor público que: a) Englobam apenas os atos da administração pública. b) Não podem ser divulgadas para a população. c) Englobam todos os fatos contábeis e atos que interessam à administração pública. d) Interessam apenas à administração privada. e) Deve ser realizada apenas por auditores independentes. Regimes, Sistemas e Demonstrações Contábeis U3 151 Referências BRASIL. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Brasília, 1964. 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