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CURSO ON‐LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO – RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR: ARMANDO MERCADANTE 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
APRESENTAÇÃO 
 
DDirreeittoo AAddmminniissttratiivo -- tteoriaa ee eexxercíícioss 
AAnallisstta e AAudittor ddaa Reecceiita Federraall 
 
Prezado(a) aluno(a), 
 
Meu nome é Armando Mercadante. Sou Procurador do Estado de Minas 
Gerais e professor de Direito Administrativo em cursos preparatórios para 
concursos públicos, além de ser autor do livro “Direito Administrativo – vol. 3 – 
coleção informativos comentados”, publicado pela editora JusPODVIM. 
 
Para aqueles que não me conhecem, adoto um estilo de aula bem objetivo, 
buscando redigir textos sem excessos, elaborados apenas com o que de fato 
interessa para você que precisa conciliar tempo com muita matéria. 
 
Minha proposta é desenvolver nas aulas um treinamento de Direito 
Administrativo, sendo fundamental que você siga durante todo o curso minhas 
orientações. 
 
Ainda que já saiba a matéria que será lecionada é importante que leia os textos 
e faça as questões. Garanto que não estará perdendo seu tempo, mas sim 
solidificando os seus conhecimentos. 
 
Tenho certeza que se fizer a sua parte no final do curso você estará voando 
alto em Direito Administrativo. 
 
Minhas aulas têm em média de 50 a 70 páginas, nas quais abordarei teoria, 
legislação e jurisprudência, além de questões de provas com ênfase na banca 
ESAF, que é a atual organizadora dos concursos para analista e para auditor 
da Receita Federal. 
 
Não se esqueça que o concurseiro que passa em concurso público é aquele 
que não vincula o seu estudo à publicação de editais. A preparação deve ser 
contínua, em especial para os concursos da Receita Federal do Brasil, cuja 
concorrência é altíssima. 
 
O presente curso será desenvolvido de acordo com o seguinte cronograma: 
 
AULA 0 
 
1. Conceito e fontes do Direito Administrativo. 
 
AULA 1 
 
2. Regime Jurídico-Administrativo. 
 
3. Princípios do Direito Administrativo brasileiro. 
 
4. Deveres administrativos. 
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5. Poderes administrativos: poderes vinculado, discricionário, regulamentar, 
hierárquico, disciplinar e de polícia; uso e abuso do poder. 
 
AULA 2 
 
6. Atos administrativos: conceito, elementos, atributos e classificação; 
vinculação e discricionariedade; extinção (anulação, revogação e demais 
formas de extinção) e convalidação. 
 
7. Processo Administrativo (Lei Federal nº 9.784/99). 
 
AULA 3 
 
8. Administração Pública: sentidos da expressão; órgãos públicos; 
centralização, descentralização e desconcentração; administração direta e 
indireta. 
 
AULA 4 
 
9. Responsabilidade civil da Administração: evolução doutrinária; 
responsabilidade civil da Administração no Direito brasileiro; ação de 
indenização; ação regressiva. 
 
10. Controle dos atos administrativos. 
 
AULA 5 
 
11. Normas constitucionais concernentes aos servidores públicos (art. 37 a 41 
da CF). 
 
AULA 6 
 
12. Serviço público: conceito e classificação, regulamentação e controle; 
concessão, permissão e autorização. 
 
13. Terceiro setor (entidades paraestatais). 
 
14. Contratos de gestão. 
 
15. Lei nº 8.429/92 – Lei da Improbidade Administrativa. 
 
Desejo-lhe muita sorte e espero que faça um ótimo proveito do curso. 
 
Forte abraço! 
 
 
Armando Mercadante 
mercadante@pontodosconcursos.com.br 
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AAUULLAA DDEEMMOONNSSTTRRAATTIIVVAA 
 
PPOONNTTOO 11 
DDIIRREEIITTOO AADDMMIINNIISSTTRRAATTIIVVOO 
 
11.. CCOONNCCEEIITTOO 
 
Não se preocupe em saber os conceitos atribuídos por diversos autores, pois 
seu estudo deve ser direcionado e bem objetivo. 
 
Vou-lhe apresentar um conceito e destacar quais pontos merecem sua atenção 
na prova: 
 
- Direito Administrativo é o ramo autônomo do direito público que tem 
como objetivo preservar o interesse coletivo, regulando, por meio de suas 
normas e princípios, as relações internas da Administração Pública, 
envolvendo seus agentes, órgãos e bens, bem como as relações entres 
estes e a coletividade. 
 
Fique atento na prova especialmente para três pontos: 
 
1) Direito Administrativo é ramo do direito público e não do direito privado; 
 
2) Direito Administrativo regula relações internas (ex: punição de um servidor) 
e externas (ex: concessão de alvará para particular); 
 
3) Apesar de ser ramo do direito público, o Direito Administrativo, nas suas 
lacunas, pode se utilizar de institutos de direito privado (ex: aplicação da 
teoria geral dos contratos, que é regida pelo direito privado, aos contratos 
administrativos). 
 
(ANALISTA/ADMINISTRAÇÃO GERAL/FINEP/CESPE/2009) Por ser um ramo do 
direito público, o direito administrativo não se utiliza de institutos do direito privado. 
(Gabarito: errada) 
 
Na prova em que foi aplicada a assertiva acima (FINEP 2009), numa questão 
envolvendo o conceito de Direito Administrativo, o CESPE abordou os sentidos 
da expressão normas jurídicas administrativas. 
 
Não é um tema muito corrente em provas, mas não podemos deixá-lo de lado. 
É bem simples, veja só... 
 
- Norma jurídica administrativa em sentido restrito corresponde à noção de 
atos administrativos; 
 
- Norma jurídica administrativa em sentido amplo são todas as normas 
legais, constitucionais ou regulamentares, editadas pelo Estado em matéria 
administrativa. 
 
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Para finalizar esse tópico, há um ponto na matéria que me causa certa 
preocupação: critérios para conceituação do Direito Administrativo. 
 
O motivo dessa preocupação é que esse assunto praticamente não é lecionado 
nos cursinhos, além de constar de poucos livros, porém vez ou outra é cobrado 
em concursos. 
 
Lembre-se de que o fato de uma matéria ser pouco cobrada não significa que 
deve ser estudada com menos dedicação. De forma nenhuma, pois tanto eu 
quanto você sabemos quantas posições significam uma questão na prova. 
 
Por isso, vamos a esse tema que possui uma carga de abstração bem grande. 
Paciência e concentração, pois temos que superar esse assunto. Farei 
associações para facilitar a sua fixação da matéria. Vamos lá... 
 
De cara guarde que o critério para definição do Direito Administrativo que 
encontra mais adepto é o “critério da Administração Pública”. 
 
Eis os critérios: 
 
- Critério do serviço público: o Direito Administrativo é o conjunto de regras 
relativas ao serviço público. 
* Principal crítica: o Direito Administrativo não tem como único objeto os 
serviços públicos. 
 
 
- Critério do Poder Executivo: define Direito Administrativo baseando-se 
apenas na noção de Poder Executivo. 
* Principal crítica: os demais Poderes também exercendo funções regidas 
pelo Direito Administrativo. 
 
 
- Critério das relações jurídicas: considera o Direito Administrativo como um 
conjunto de normas que regulam as relações entre Administração e os 
administrados. 
* Principal crítica: o Direito Administrativo não regula apenas relações 
externas (Administração x administrados), mas também, dentre outras, 
relações internas (Administração x servidores). 
 
Vamos dar uma parada aqui... 
 
Observe que somente baseando-se nos nomes desses três primeiros critérios 
já é possível acertar uma questão de concurso envolvendo esses temais, pois 
nos seus nomes já está a expressão principal da explicação. No critério do 
serviço público associe Direito Administrativo a serviço público; no critério do 
Poder Executivo associe Direito Administrativo a Poder Executivo;no critério 
das relações jurídicas associe Direito Administrativo a relações jurídicas 
internas. 
 
 
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- Critério teleológico: define o Direito Administrativo como o sistema dos 
princípios jurídicos que regulam a atividade do Estado para o cumprimento de 
seus objetivos. Lembre que a expressão “teleológico” está associada a fins 
(objetivos). No Direito Constitucional você estuda a interpretação teleológica 
como aquela que leva em conta a finalidade da lei. 
 
(CESPE/AGU/2009) Pelo critério teleológico, o Direito Administrativo é considerado 
como o conjunto de normas que regem as relações entre a administração e os 
administrados. Tal critério leva em conta, necessariamente, o caráter residual ou 
negativo do Direito Administrativo. (Gabarito: errada) 
 
 
- Critério negativo ou residual: está ligado ao critério teleológico. O Direito 
Administrativo tem por objeto as atividades executadas para a consecução dos 
fins estatais, excluídas a legislativa e a jurisdicional. As expressões “negativo” e 
“residual” ligam-se à exclusão das atividades legislativa e jurisdicional. Pense 
assim: ao excluirmos essas atividades teremos como “resíduo” a atividade 
administrativa. 
 
 
- Critério da distinção entre a atividade jurídica e social do Estado: Direito 
Administrativo é o ramo do Direito Público que regula as atividades jurídicas 
não contenciosas do Estado e a constituição dos órgãos e meios de sua ação. 
 
 
Por fim, o critério que possui mais adeptos: 
 
- Critério da Administração Pública: Direito Administrativo é o conjunto de 
normas que regem a Administração Pública. 
 
(CESPE/AGU/2002) Em face da realidade da administração pública brasileira, é 
juridicamente correto afirmar que o critério adotado para a conceituação do direito 
administrativo no país é o critério do Poder Executivo. (Gabarito: errada) 
 
 
22.. FOONTTES 
 
Como não há uma uniformidade entre os autores quanto às fontes do Direito 
Administrativo, preocupe-se em saber as principais: lei, doutrina, costumes e 
jurisprudência. Alguns autores ainda incluem os princípios gerais do direito. 
 
a) Lei: como fonte do Direito Administrativo essa expressão deve ser utilizada 
em sentido amplo, abrangendo a Constituição Federal, os atos normativos 
primários (leis ordinárias, leis complementares, medidas provisórias, etc.) e os 
atos normativos infralegais ou secundários (regulamentos, decretos, 
resoluções etc.). 
 
(CESPE/TCU/2009) A CF, as leis complementares e ordinárias, os tratados 
internacionais e os regulamentos são exemplos de fontes do direito administrativo. 
(Gabarito: correta) 
 
 
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A expressão lei abrange tanto as leis em sentido formal quanto as leis em 
sentido material. Veja as questões abaixo: 
 
(FISCAL/RECIFE/2003/ESAF) A observância da legalidade alcança os atos legislativos 
materiais, ainda que não formais. (Gabarito: correta) 
 
(TRT/FUNDEC/2003) Por força do princípio da legalidade, apenas a Constituição e a lei 
ordinária podem ser consideradas fontes formais do Direito Administrativo. (Gabarito: 
errada) 
 
(PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2003/ESAF) A distinção entre a lei formal e 
a lei material está na presença ou não do seguinte elemento: 
a) Generalidade 
b) Novidade 
c) Imperatividade 
d) Abstração 
e) Normatividade 
 
A lei em sentido formal é todo ato originado do Poder Legislativo (em regra, 
sancionado pelo Poder Executivo), editado de acordo com competências e 
procedimentos definidos na Constituição. 
 
O que é indispensável para caracterizar a lei em sentido formal é o órgão 
que a edita e o procedimento utilizado, sendo irrelevante o conteúdo. 
 
Cito como exemplos as leis ordinárias e as leis complementares, que são 
editadas pelo Poder Legislativo, aprovadas pelo Poder Executivo, e 
observam as competências e procedimentos para criação previstos na 
Constituição Federal. 
 
Já a expressão lei em sentido material é utilizada para definir as normas que 
tenham as seguintes características: 
 
- Generalidade: são gerais, sendo seus destinatários indeterminados. Pense 
no regulamento do imposto de renda. Você conseguiria listar para mim o nome 
de todas as empresas e pessoas físicas abrangidas por ele? Não, pois são 
indeterminados. 
 
- Abstração: não incidem sobre situações concretas, com um ato 
administrativo de apreensão de mercadorias, mas sim sobre situações futuras 
indeterminadas. Pense no mesmo regulamento do imposto de renda. Ele traz 
regras sobre o recolhimento do imposto que somente serão aplicadas quando 
concretamente ocorrer o fato gerador do tributo. 
 
- Imperatividade: é o caráter obrigatório que as normas possuem. 
 
Observe que o conceito material de lei não se importa com o órgão do qual 
emanou e o procedimento adotado em sua criação. O que interessa é a 
natureza de seus dispositivos, que deve ser geral, abstrata e obrigatória. 
 
Desde que tenham as características acima, são exemplos os decretos, 
resoluções, instruções normativas, portarias etc. 
 
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Para facilitar sua compreensão, pense nas resoluções editadas pelo 
CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito). Não são leis em sentido formal, 
pois não foram editadas pelo Poder Legislativo, porém são aplicadas a 
qualquer pessoa que se enquadre nas hipóteses nelas previstas; incidirão 
quando ocorridas as situações nelas descritas; e são de observância 
obrigatória. 
 
A diferença que existe entre lei em sentido formal e lei em sentido material é a 
capacidade de inovar. Por meio de lei em sentido formal é possível criar 
direitos e obrigações, o mesmo não sendo possível por meio da lei em 
sentido material. 
 
Superada essa parte, prossigo com a matéria destacando informação que 
considero a mais importante para sua prova: em função da importância do 
princípio da legalidade em nosso ordenamento jurídico, a lei é 
considerada a principal fonte formal do Direito Administrativo, sendo a 
única fonte primária. 
 
As demais fontes, que serão listadas abaixo, são consideradas fontes 
secundárias. 
 
(TRF/2006/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/ESAF) A primordial fonte formal do Direito 
Administrativo no Brasil é 
a) a lei b) a doutrina c) a jurisprudência d) os costumes e) o vade-mécum 
 
 
b) Doutrina: 
 
É a fonte que menos cai em provas. Decorre dos trabalhos dos estudiosos do 
Direito, formando um material teórico que auxilia na solidificação do Direito 
Administrativo. Exerce influência sobre a elaboração das leis, nas decisões 
judiciais e administrativas. 
 
(ANALISTA/ADMINISTRAÇÃO GERAL/MCT/FINEP/CESPE/2009) A doutrina é a 
atividade intelectual que, sobre os fenômenos que focaliza, aponta os princípios 
científicos do direito administrativo, não se constituindo, contudo, em fonte dessa 
disciplina. (Gabarito: errada) 
 
 
c) Costume: 
 
Essa fonte é a que costuma dar mais trabalho nas provas. 
 
Fique atento(a), pois a banca pode utilizar-se da expressão “direito 
consuetudinário” para referir-se aos costumes. 
 
É a prática reiterada de determinada comportamento não previsto em lei 
pelo fato de as pessoas estarem convictas de sua obrigatoriedade 
jurídica. 
 
No Direito Administrativo, sua existência está relacionada à deficiência da 
legislação administrativa. 
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(TCU/ACE/2004/CESPE) A jurisprudência e os costumes são fontes do direito 
administrativo, sendo que a primeiraressente-se da falta de caráter vinculante, e a 
segunda tem sua influência relacionada com a deficiência da legislação. (Gabarito: 
correta) 
 
Dois são os elementos dos costumes indicados pela doutrina: I) material: 
prática reiterada; II) subjetivo: convicção geral de sua obrigatoriedade. 
 
Você também deve saber quais são as espécies de costumes: secundum 
legem, praeter legem e contra legem. Veja as suas diferenças: 
 
Costume Característica 
Secundem legem De acordo com a ordem jurídica 
Contra legem Contrário à ordem jurídica 
Praeter legem Supre as lacunas das leis 
 
Atenção: o Direito Administrativo não admite o costume contra legem! 
 
(SEFAZ/AC/AUDITOR/2009) Os costumes são fontes do direito administrativo, não 
importando se são contra legem, praeter legem ou secundum legem. (Gabarito: errada) 
 
Outro ponto importante, diz respeito à diferença que alguns doutrinadores 
fazem entre costumes e praxes administrativas, apesar de considerarem que 
ambos influenciam na produção das leis. 
 
Aqui surge uma nova fonte: praxe administrativa, que é a prática reiterada 
observada pelos agentes administrativos no exercício de suas funções. 
 
A praxe administrativa não possui a convicção generalizada de 
obrigatoriedade que os costumes possuem. 
 
(ANALISTA/TCE/AC/2007/CESPE) O costume não se confunde com a chamada praxe 
administrativa. Aquele exige cumulativamente os requisitos objetivo (uso continuado) e 
subjetivo (convicção generalizada de sua obrigatoriedade), ao passo que nesta ocorre 
apenas o requisito objetivo. No entanto, ambos não são reconhecidos como fontes 
formais do direito administrativo, conforme a doutrina majoritária. (Gabarito: correta – 
costume e praxe administrativa são fonte materiais) 
 
Novamente, comparando costumes com praxe administrativa, veja outra 
questão elaborada pelo CESPE: 
 
(ANALISTA/FINEP/CESPE/2009) O costume e a praxe administrativa são fontes 
inorganizadas do direito administrativo, que só indiretamente influenciam na produção do 
direito positivo. (Gabarito: correta) 
 
Por fim, interessante destacar que a ESAF já relacionou os costumes à 
moralidade, conforme assertiva abaixo: 
 
(FISCAL RECIFE/2003/ESAF) A moralidade tem relação com a noção de costumes. 
(Gabarito: correta) 
 
 
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d) Jurisprudência: 
 
São reiterados julgamentos do Poder Judiciário num mesmo sentido 
acerca de determinado assunto, sendo forte sua influência para a construção 
do Direito. 
 
(CESGRANRIO/2006/DNPM/TÉCNICO ADMINISTRATIVO) De acordo com o livro 
"Direito Administrativo Brasileiro", de Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo tem 
quatro fontes principais. Nesse sentido, correlacione as fontes do Direito Administrativo 
que se encontram na coluna da esquerda com as afirmativas a elas referentes que se 
encontram na coluna da direita. 
 
I – Doutrina; II – Jurisprudência; III - Costume 
 
X - Influencia fortemente o Direito Administrativo por traduzir reiteração de decisões 
contenciosas. 
 
Y - Tem tido utilização crescente nos demais ramos do direito, sendo importante para o 
Direito Administrativo em razão da deficiência da legislação. 
 
Z - Distingue as regras que convêm a cada um dos sub-ramos do saber jurídico e influi 
tanto na elaboração da Lei quanto nas decisões contenciosas ou não contenciosas. 
(Gabarito: IZ, IIX, IIIY) 
 
Em comparação com a lei e a doutrina, a jurisprudência tem um caráter mais 
prático, em que pese ser influenciada por princípios teóricos. Ainda em 
comparação com a doutrina, enquanto esta busca a universalização a 
jurisprudência tende à nacionalização, pois o Poder Judiciário busca adaptar as 
leis e os princípios aos casos concretos levados à sua apreciação. 
 
Em regra, a jurisprudência não vincula a Administração Pública. 
 
Não foi à toa que eu disse em regra... 
 
Na aula de Constitucional você estuda o art. 102, § 2º, CF, cujo conteúdo é o 
seguinte: “as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal 
Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias 
de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, 
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública 
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal”. 
 
Concorda comigo que as decisões proferidas no controle concentrado de 
constitucionalidade vinculam a Administração Pública?! 
 
Outra hipótese diz respeito às súmulas vinculantes do STF, introduzidas pela 
EC 45/04 e previstas no art. 103-A, CF, que também vinculam a Administração 
Pública: “O Supremo Tribunal Federal, poderá, de ofício ou por provocação, 
mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões 
sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na 
imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do 
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, 
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estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na 
forma estabelecida em lei.” 
 
Para você ver ter uma idéia de como as súmulas vinculantes vinculam (com o 
perdão da redundância), veja a redação do art. 64-B da Lei 9.784/99 (lei que 
regula o processo administrativo no âmbito federal): “Acolhida pelo Supremo 
Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula 
vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para 
o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões 
administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização 
pessoal nas esferas cível, administrativa e penal”. 
 
 
QQUUEESTTÕEES RREEPPRODUZZIIDDAAS NEESSSAA AAUULLA 
 
Agora peço que faça essas questões que já foram lidas durante a aula. É 
importante que faça! 
 
1) (FISCAL RECIFE/2003/ESAF) A moralidade tem relação com a noção de 
costumes. 
 
2) (ANALISTA/TCE/AC/2007/CESPE) O costume não se confunde com a chamada 
praxe administrativa. Aquele exige cumulativamente os requisitos objetivo (uso 
continuado) e subjetivo (convicção generalizada de sua obrigatoriedade), ao passo 
que nesta ocorre apenas o requisito objetivo. No entanto, ambos não são 
reconhecidos como fontes formais do direito administrativo, conforme a doutrina 
majoritária. 
 
3) (CESPE/AGU/2002) Em face da realidade da administração pública brasileira, é 
juridicamente correto afirmar que o critério adotado para a conceituação do direito 
administrativo no país é o critério do Poder Executivo. 
 
4) (ANALISTA/ADMINISTRAÇÃO GERAL/FINEP/CESPE 2009) Em sentido amplo, 
normas jurídicas administrativas correspondem à noção de atos administrativos. 
 
5) (CESGRANRIO/2006/DNPM/TÉCNICO ADMINISTRATIVO) De acordo com o livro 
"Direito Administrativo Brasileiro", de Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo tem 
quatro fontes principais. Nesse sentido, correlacione as fontes do Direito 
Administrativo que se encontram na coluna da esquerda com as afirmativas a elas 
referentes que se encontram na coluna da direita. 
 
I – Doutrina; II – Jurisprudência; III - Costume 
 
X - Influencia fortemente o Direito Administrativo por traduzir reiteração de decisões 
contenciosas. 
Y - Tem tido utilização crescente nos demais ramos do direito, sendo importante para 
o Direito Administrativo em razão da deficiência da legislação. 
Z - Distingue as regras que convêm a cada um dos sub-ramos do saber jurídico e influi 
tanto na elaboração da Lei quanto nas decisões contenciosas ou não contenciosas. 
 
6) (FISCAL/RECIFE/2003/ESAF) A observância da legalidadealcança os atos 
legislativos materiais, ainda que não formais. 
 
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7) (SEFAZ/AC/AUDITOR/2009) Os costumes são fontes do direito administrativo, não 
importando se são contra legem, praeter legem ou secundum legem. 
 
8) (TRT/FUNDEC/2003) Por força do princípio da legalidade, apenas a Constituição e 
a lei ordinária podem ser consideradas fontes formais do Direito Administrativo. 
 
9) (CESPE/TCU/2009) A CF, as leis complementares e ordinárias, os tratados 
internacionais e os regulamentos são exemplos de fontes do direito administrativo. 
 
10) (TRF/2006/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/ESAF) A primordial fonte formal do 
Direito Administrativo no Brasil é 
a) a lei b) a doutrina c) a jurisprudência d) os costumes e) o vade-mécum 
 
11) (ANALISTA/ADMINISTRAÇÃO GERAL/MCT/FINEP/CESPE/2009) A doutrina é a 
atividade intelectual que, sobre os fenômenos que focaliza, aponta os princípios 
científicos do direito administrativo, não se constituindo, contudo, em fonte dessa 
disciplina. 
 
12) (TCU/ACE/2004/CESPE) A jurisprudência e os costumes são fontes do direito 
administrativo, sendo que a primeira ressente-se da falta de caráter vinculante, e a 
segunda tem sua influência relacionada com a deficiência da legislação. 
 
13) (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2003/ESAF) A distinção entre a lei 
formal e a lei material está na presença ou não do seguinte elemento: 
a) Generalidade; b) Novidade; c) Imperatividade; d) Abstração; e) Normatividade 
 
14) (CESPE/AGU/2009) Pelo critério teleológico, o Direito Administrativo é 
considerado como o conjunto de normas que regem as relações entre a administração 
e os administrados. Tal critério leva em conta, necessariamente, o caráter residual ou 
negativo do Direito Administrativo. 
 
15) (ANALISTA/FINEP/CESPE/2009) O costume e a praxe administrativa são fontes 
inorganizadas do direito administrativo, que só indiretamente influenciam na produção 
do direito positivo. 
 
16) (ANALISTA/ADMINISTRAÇÃO GERAL/FINEP/CESPE/2009) Por ser um ramo do 
direito público, o direito administrativo não se utiliza de institutos do direito privado. 
 
17) (ANALISTA/ADMINISTRAÇÃO GERAL/FINEP/CESPE 2009) Em sentido estrito, 
normas jurídicas administrativas são todas aquelas legais, constitucionais ou 
regulamentares, editadas pelo Estado em matéria administrativa. 
 
 
 
Gabarito: 1) V, 2) V, 3) F, 4) F, 5) IZ, IIX, IIIY, 6) V, 7) F, 8) F, 9) V, 10) A, 11) F, 12) V, 13) B, 14) F, 
15) V, 16) F, 17) F. 
 
 
 
Encerrada essa lista de questões, ainda não posso me dar por satisfeito. Meu 
objetivo é fazer com que você feche a prova de Direito Administrativo. Por isso, 
responda as assertivas abaixo, sem consultar o material, lembrando que um 
dos segredos para passar em concurso público é a repetição: 
 
 
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SSIIMMUULLAADDOO 
 
 
1) Direito Administrativo é ramo do direito privado. 
 
2) Direito Administrativo regula as relações internas da Administração Pública, sendo 
reservado para os demais ramos do Direito a regulação das relações externas. 
 
3) O Direito Administrativo, em que pese ser ramo do Direito Público, admite a 
utilização de institutos de direito privado. 
 
4) Norma jurídica administrativa em sentido restrito corresponde à noção de atos 
administrativos; 
 
5) O critério para definição do Direito Administrativo que encontra mais adepto é o 
“critério da Administração Pública”. 
 
6) Critério do serviço público: o Direito Administrativo é o conjunto de regras relativas 
ao serviço público. 
 
7) Critério do Poder Executivo: consideram o Direito Administrativo como um conjunto 
de normas que regulam as relações entre Administração e os administrados 
 
8) Critério das relações jurídicas: define Direito Administrativo baseando-se apenas na 
noção de Poder Executivo. 
 
9) Critério teleológico: definem o Direito Administrativo como o sistema dos princípios 
jurídicos que regulam a atividade do Estado para o cumprimento de seus objetivos. 
 
10) Critério negativo ou residual: Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que 
regula as atividades jurídicas não contenciosas do Estado e a constituição dos órgãos 
e meios de sua ação. 
 
11) Critério da distinção entre a atividade jurídica e social do Estado: o Direito 
Administrativo tem por objeto as atividades executadas para a consecução dos fins 
estatais, excluídas a legislativa e a jurisdicional. 
 
12) A lei e a jurisprudência são as fontes primárias do Direito Administrativo. 
 
13) O elemento material dos costumes é a convicção geral de sua obrigatoriedade. 
 
14) O Direito Administrativo apenas admite o costume secundum legem. 
 
15) A praxe administrativa os costumes, como fontes secundárias do Direito 
Administrativo, possuem a convicção generalizada de obrigatoriedade. 
 
16) Em comparação com a doutrina, enquanto a jurisprudência busca a 
nacionalização, aquela tende à nacionalização. 
 
17) Após a EC 45/2004, a regra passou a ser que a jurisprudência vincula a 
Administração Pública. 
 
 
 
CURSO ON‐LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO – RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR: ARMANDO MERCADANTE 
13 
www.pontodosconcursos.com.br 
Gabarito: 1) F, 2) F, 3) V, 4) V, 5) V, 6) V, 7) F, 8) F, 9) V, 10) F, 11) F, 12) F, 13) F, 14) F, 15) F, 
16) F, 17) F. 
 
Vamos agora à sua avaliação: 
 
Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto 
 17 17 
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 17 17 
 
 
Esse quadro deve ser preenchido todas as vezes que fizer as questões dos 
simulados. Atinja 100%!!! 
 
Chego ao final dessa aula demonstrativa na expectativa de que por meio dela 
você tenha aprimorado seus conhecimentos acerca do conceito e fontes do 
Direito Administrativo. 
 
Essa primeira matéria é mais tranqüila, não envolvendo jurisprudência e 
legislação, mas tão somente conceitos teóricos, daí a pequena quantidade de 
questões de provas disponíveis. 
 
De qualquer forma, busquei por meio do método de repetição desenvolver esse 
treinamento com você. 
 
A minha expectativa é que quando retorne a essas questões considere-as bem 
simples, o que demonstrará que nosso objetivo comum foi alcançado. 
 
É com base nesses métodos que o curso será desenvolvido. 
 
Até a próxima aula! 
 
 
Armando Mercadante 
mercadante@pontodosconcursos.com.br

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