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aula 8 arquitetura da mineração

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HISTÓRIA DA
ARQUITETURA
NO BRASIL
Profª. Ms. Arq. Mariangela Vinciguerra
Curso de Arquitetura e Urbanismo 
Universidade Paulista - UNIP
A ARQUITETURA
DA MINERAÇÃO
ANTECEDENTES HISTÓRICOS
1 1500 ~1530
Período Inicial 
de Ocupação
Primeiros aglomerados – função
de defesa – litoral, modestas 
feitorias (embriões urbanos)
2 1530 ~1580
Primeiros 
Assentamentos
Primeiros assentamentos –
donatários / colonizadores, 
controlados pela coroa.
3 1580 ~1640 Período Felipino
Período de dominação espanhola
4 1640 ~1700
Restauração
Portuguesa
Retomada do poder português
5 1700 ~1750
Urbanismo 
Minerador
Descoberta de ouro
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – LOCALIZAÇÃO
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – LOCALIZAÇÃO
Até o final do século XVII, o
acesso à região mineradora
interiorana, a partir do Rio
de Janeiro por barco até
Parati e daí serra acima,
onde encontrava o Caminho
dos Bandeirantes vindo de
São Paulo. Surge então o
Caminho Novo.
A partir de então, muitas
variações foram criadas,
caminhos e descaminhos,
estes fugindo dos registros
para controle estabelecidos
pela Coroa.
Esses descobrimentos, que ocorreram por volta de
1696, deram início às explorações de Ouro Preto, São João
del Rey, Mariana e Sabará como principais pontos
mineradores.
Na lista dos centros de grande produção vinham à
seguir Cuiabá, descoberta em 1718;
Itajubá, em 1723;
Rio das Contas, em 1724, e
Vila Boa de Goiás, em 1726,
descobrimento de diamantes em 1730, em Diamantina; em
1744, em Paracatú, e finalmente, em 1747, em Vila Bela da
Santíssima Trindade, no Mato Grosso.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – HISTÓRIA
A descoberta do ouro
vai provocar uma corrida de
aventureiros sedentos de riqueza
fácil à região das minas.
O surgimento de uma
forma diferente de ocupação
espacial, até então
desconhecida na colônia
portuguesa da América.
O processo minerador,
pelo seu próprio caráter de
organização, não comporta o
estabelecimento da população
de forma rural ou isolada.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – HISTÓRIA
FIGURA– O sítio urbano de Ouro Preto 
implantado: bairros, arruamento e topografia. 
Fonte: SILVA (2004)
FIGURA – Ilustração do “caminho-tronco” feita pelo 
arquiteto Sylvio de Vasconcellos; termo criado por ele. 
Fonte: SALCEDO (2007, p.117)editado pela autora.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – HISTÓRIA
o trabalho da mineração e o
seu controle pelo estado, através da
cobrança dos inúmeros impostos a
ela associados, passam a exigir um
tipo de organização no qual o
agrupamento urbano vem a ser um
elemento de fundamental
importância.
Temos, então, com o início da
exploração do ouro em Minas Gerais, a
instalação de uma população
eminentemente urbana, que se opõe a
uma outra, de cunho rural, existente nos
períodos iniciais da ocupação territorial
brasileira.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – HISTÓRIA
A OCUPAÇÃO DO ESPAÇO URBANO
Em decorrência da forma como os pontos de
mineração se organizavam, entrincheirando-se junto ao
próprio local do trabalho, utilizando as bocas das minas
como abrigo.
Não houve dificuldade alguma na formação dos
primeiros povoados, que se estabeleceram tendo como
referências principais
a estrada, que geralmente margeava os cursos
d’água,
e a capela, construída e ocupada de forma
democrática e coletiva, onde era mantido um tosco
oratório de viagem.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Formação das cidades no período minerador, Ouro Preto:
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
A Estrada
Formação das cidades no período minerador, Ouro Preto:
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
A Estrada
Com relação ao abrigo e o
estabelecimento dos primeiros
descobridores, a urbanização
da região mineradora
passa a ser efetiva à
medida que a corrida de
aventureiros em busca do
ouro se torna uma constante,
fazendo com que a
distribuição e a ocupação de
áreas urbanas passe a ter um
caráter mais definitivo a
partir dos primeiros sinais de
estabilidade da economia.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
FIGURA– Mariana
implantado: bairros, arruamento e topografia. 
A Estrada
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
FIGURA– Mariana
implantado: bairros, arruamento e topografia. 
A Estrada
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
FIGURA– Mariana
implantado: bairros, arruamento e topografia. 
Os primeiros núcleos
implantados junto aos
pontos de mineração
recebiam o nome de
“arraial” e, eram
estabelecidos a curta
distância uns dos outros,
estando, na maioria das
vezes, separados por densas
matas e tendo como ponto
comum a proximidade ou
mesmo a ligação direta com
o caminho geral.
A Estrada
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
a estrada que, 
fazendo a 
ligação entre 
eles, promovia 
o 
abastecimento 
de gêneros 
vindos 
principalmente 
de São Paulo e 
do Rio de 
Janeiro
Estrada, vira Rua Direita 
A Estrada
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Panorâmica da cidade de Pirenopólis tirada durante um vôo, 1940. Fonte: Peixoto
A Estrada
O elemento primordial e determinante no que se
refere às primeiras fixações de mineradores:
 adaptação à conformação irregular do terreno,
 seguiam as meias encostas, acompanhavam as curvas
impostas pelos cursos d’água
 ou lançavam-se de cumeada, já que as regiões
ricas em depósitos auríferos são caracterizadas por uma
topografia marcadamente acidentada.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Ouro Preto
Mariana
Tiradentes
A Estrada
Para um maior controle do
escoamento da produção aurífera,
e consequentemente para tentar
impedir o contrabando de pedras,
era reduzido o número de
estradas que faziam o contato da
população mineradora com o
exterior das áreas de mineração. Se
por um lado isso facilitava o
controle, por outro contribuía para
o isolamento dessa população, o
que gerou mais tarde uma
cultura própria, característica
dessa região, diferente de tudo o
que aconteceu no restante da
colônia.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Tiradentes
A Estrada
O contato com a estrada era fundamental na vida do
mineiro, sendo fonte de alimentos, de notícias e de
informações, além de estabelecer o contato direto entre um
centro minerador e outro, entre um arraial ou vila e qualquer
outro núcleo de mineração.
Isso dava ao núcleo uma conformação mais
longilínea, faz com que a rua principal seja geralmente o
aproveitamento da própria estrada ou de alguma outra via que
será, no entanto, sempre paralela a ela.
Mesmo apresentando uma série de elementos
característicos da organização urbana litorânea, a presença
da influência portuguesa é, de certa forma, bastante
acentuada nos núcleos mineradores. A utilização da estrada
como eixo principal de estrutura e organização é elemento
tradicionalmente conhecido em território português.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
A Estrada
A Estrada Nacional como elemento estruturante
fundamental da região, juntamente com a rua Direita, o largo e a
igreja, um dos principais elementos de organização do tecido
urbano desse núcleo da costa Vicentina portuguesa.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
 Até a década de 1950, a cidade de
Pirenopólis conservou sua morfologia,
e poucas alterações se fizeram notar.
A rua da Direita - antiga rua das
Bestas, que constituía desde o
primeiro momento o eixo mais
integrado, pois era a rua que ligava a
entrada da cidade ao seu principal
monumento, a Igreja Matriz.
A Estrada
Rua direita em década de 1930, Pirenópolis
A construção das residências foi um elemento
fundamental de estruturação urbana na região mineira.
O partido típico das residências, de um único
pavimento, construídas parede-meia e perpendicularmente ao
arruamento.São aqui vistos como a mais autêntica herança
ibérica, trazendo para o interior da colônia questões como:
estabilidade construtiva, simplificação da estrutura de
cobertura, e um modo bem característico de organização
dos espaços internos, que se apresentam quase que
padronizados.
Eram implantadas no limite entre o lote e o espaço
público, definem e dimensionam a rua, determinando
também o caráter e a paisagem interna do núcleo.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
A Estrada
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Goiás Tiradentes
Mariana
Ouro Preto
Na urbanização das regiões mineradoras, observa-
se a semelhança com as implantadas tanto em Portugal quanto
no litoral brasileiro, no que se refere à participação do edifício
na determinação do espaço urbano.
Nos aglomerados urbanos tanto portugueses quanto
brasileiros implantados junto ao mar, as construções estão
geralmente grudadas umas nas outras, em decorrência
basicamente da falta de terrenos disponíveis no interior das
fortificações ou por questões relacionadas com a defesa.
Nas regiões mineradoras, as edificações encontram-se
da mesma forma amontoadas, sendo que aí são outras as
razões utilizadas como justificativa: geralmente só existe uma
rua, que deve ser aproveitada em toda a sua disponibilidade, o
que vai forçar uma redução exagerada das testadas dos terrenos,
não restando outra forma de construir a não ser parede-meia.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
A Estrada
Sendo assim, em
decorrência da migração que
acontece de forma
incontrolada, provocando uma
certa disputa pelos locais
mais valorizados, as cidades
vão surgir de uma forma
espontânea, sem planejamento
ou ordem predeterminada.
A divisão e ocupação
dos terrenos disponíveis vai
ser caracterizada pela pressa, o
que faz com que o seu uso se
apresente até mesmo intuitivo.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
As ruas, condicionadas pela topografia acidentada
da região, adaptam-se a isso da melhor maneira possível,
acompanhando e se ajustando às ondulações e curvas
do terreno, provocando uma estruturação do espaço
urbano que, mesmo não apresentando preocupação com a
defesa, reproduz o modelo medieval das cidades da
metrópole (topo dos morros – defesa).
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Ouro Preto
Rua direita em década de 1930, Pirenópolis
O caminho principal, ou caminhos principais, cedo ou
tarde recebiam ordenações que os transformavam em espaços
institucionalizados, garantindo localização privilegiada para o
comércio e abastecimento e não mais tratados apenas como
espaços de produção, mas já subordinados a controle de
ocupação urbana voltados para a reprodução.
A rua Direita, herança portuguesa tão encontrada nas
cidades mineiras, reflete as tentativas de normatização e
ordenação desse espaço urbano em formação.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Igreja da 
Boa Morte
Casa da 
Comissão
Casa de Câmara e 
Cadeia
Igreja do 
Rosário
Igreja do 
Bom Fim
Cemitério
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
As ruas eram chamadas rua da Matriz, da Câmara ou da
Praça não porque nelas estivessem estas construções, mas sim
porque eram caminhos que a elas levavam.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
VISTA DA RUA DO ROSÁRIO, FIM DO 
SÉCULO XIX, CHEGANDO AO LARGO DO 
ROSÁRIO, TENDO A IGREJA NO SEU 
FIM.(PIRINÓPOLIS)
VISTA DO LARGO DA MATRIZ, 
PIRINÓPOLISE as igrejas aparecem
externas às quadras, como
finalizações ou coroamentos
do caminhar, dispostas nos
largos, nos entroncamentos,
ou mesmo ladeando as ruas
pelo alto, impondo ao
caminhar quase medieval
visões barrocas valorizadas
pelos monumentos
religiosos.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Formação das cidades no período minerador, Ouro Preto:
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Assim, os núcleos urbanos da
mineração coloniais não são obra
do acaso. Antes, são inicialmente
determinados pela atividade de
exploração mineratória.
A Estrada
As descobertas ou
primeiros achados expressivos de
ouro definiam o assentamento e
implicavam também a
construção imediata de
capelas:
 toscas que inicialmente
fossem,
 nos morros, outeiros ou
encostas adjacentes onde
depositar as imagens trazidas na
empreitada e agradecer aos
santos de proteção, ao Cristo ou à
Virgem.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
A Capela
Passo aberto na Rua Direita
Tiradentes
Os
arraiais se
organizavam então
em torno das capelas
e se estendiam pelos
caminhos de acesso
às áreas de
mineração.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
A Capela
Assim, o tecido urbano
resultante era via de regra linear,
compondo-se espontaneamente à
medida que caminhava a mineração e
se fortaleciam suas interligações.
Dada a distribuição do ouro em
várias grotas e córregos, senão
distantes entre si pelo menos
separadas por acidentes geográficos,
diversas eram as nucleações que
surgiam ao longo dos caminhos.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
A Capela
Passo perto da Igreja do 
Rosário - Tiradentes
Com o aumento da população, a proximidade entre
esses núcleos originais vai gerar, através de um processo
urbano denominado conurbação, o surgimento de
aglomerados maiores, dando início a vilas e arraiais mais
estruturados. É assim que, com a união dos pequenos
arraiais de “Cabeças”, “Pilar”, “Padre Farias”, “Piedade”, entre
outros, vai surgir Vila Rica, atual Ouro Preto. Nesse caso, a
estrada passa a ser o eixo ou a via urbana principal.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Em Goiás, ao contrário, cada pequeno núcleo, se
prospera, dando origem, sozinho, a um aglomerado maior e,
futuramente, a uma vila.
Não existe aqui, como em Minas Gerais, uma
preocupação com a fixação mais estável.
 Em decorrência da rapidez com que o ouro se
esgota.
 Pela mobilidade da população se torna intensa por
todo o território,
 Descobertas de pontos diferentes, como Santa Rita e
Cachoeira, atribuídos a Antonio da Silva Cordovil, ou mesmo o
caso de Manoel Rodrigues Tomar que, após sair de Vila
Boa (Sant’Ana à época), vai ser o responsável pelos descobertos
e pelo povoamento de Meia Ponte, São José e Água Quente.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
A exploração do ouro proporcionou a Goiás uma
ocupação territorial concentrada na região centro-norte e
nordeste, com alguns pontos no sudeste, deixando
totalmente vazios o norte, o sul e o sudoeste, que
somente seriam ocupados no século seguinte, em decorrência
da agropecuária, tendo visto a total inexistência do metal
nessas regiões.
Temos, pois, que nos três primeiros anos de ocupação
do território goiano, representados pelos últimos da década
de 1720, foram fundados, além de Sant’Ana, os arraiais de
Barra, Ferreiro, Ouro Fino, Santa Rita, Anta e Santa Cruz.
Mais de quinze núcleos surgem na década seguinte, tendo
início aí o processo de diminuição dos descobertos, com
dez núcleos implantados na década de 1740, quatro na de
1750 e apenas um na de 1760. A década de 1770 encerra o
ciclo com cinco novos descobertos.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
A elevação do povoado à categoria de Vila, simbolizada
pelo pelourinho e representada pela Casa de Câmara e
Cadeia, significaria a institucionalização do território urbano na
medida em que os aforamentos eram sistematizados, sobre eles
incidindo impostos locais importantes para a receita do Senado
da Câmara.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Diante da fragilidade do poder central e de sua
impossibilidade de dar resposta rápida às necessidades dos
espaços da fronteira mineradora, foi a Igreja Católica, com seus
desdobramentos laicos nas Ordens Terceiras, a principal
responsável pela organização sócio-espacial urbana.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
CAPELA DE NOSSASENHORA DA CONCEIÇÃO
CAPELA DE NOSSA SENHORA DAS MERCÊS
CAPELA DE NOSSA 
SENHORA DOS PRAZERES
Capela da Cruz das Almas
De outro, o sentimento religioso multiplicando as
capelas e igrejas e assim organizando o espaço
(proto)urbano, desde os seus primórdios nos arraiais, até
sua maturidade em freguesias e paróquias organizadas.
De um lado, a dinâmica da produção, a competição
pelo subsolo, a concentração ao longo dos córregos,
determinando os espaços de produção segundo a ambição
da riqueza, do ouro.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Igreja N Senhora
do Rosário
Santuário de Nossa Senhora da 
Conceição
São Francisco de Assis
As Ordens Terceiras desempenharam
papel central na organização do espaço urbano
colonial mineiro.
Livres da tutela direta da Igreja oficial
suportada pela Coroa Portuguesa, transformaram-
se em instrumentos importantes da organização
comunitária, ganhando eventualmente nítido
caráter classista.
Incentivadas como alternativa
organizacional à centralização da Igreja oficial,
apresentavam vantagens também para a Coroa na
medida em que enfraqueciam o poder eclesiástico
na colônia, além de reduzir custos e transferir para
as próprias comunidades diversas tarefas e
obrigações funcionais e financeiras.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Igreja Nossa 
Senhora do 
Carmo, Mariana
Sylvio de Vasconcellos identifica
quatro fases ou etapas da edificação
religiosa nas minas que espelham a
organização social urbana ali
privilegiadamente manifesta.
No início, face à a pequena
diferenciação social gerada pelo garimpo
de aluvião foram construídas capelas
dedicadas à invocação de santos, de um
único altar em arquitetura de barro e
madeira, de caráter “romântico-barroco”.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Passo aberto na Rua Direita
Tiradentes
A segunda etapa, entre as décadas de 1710 e 1750,
caracterizou-se pela estabilização do povoado/vila, com a
definição das classes sociais sob a hegemonia da burguesia
comercial em formação, expressando uma união em torno
da construção das igrejas matrizes dedicadas à invocação do
Santíssimo Sacramento, muitas vezes mediada pelo culto da
Virgem Maria e abrigando santos nos altares laterais.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Igreja da Matriz - Vista 
Frontal -Tiradentes
Igreja da Matriz - Vista 
Lateral, Tiradentes
Interior da Igreja da Matriz
Tiradentes
A terceira etapa, de 1750 ao final do século, é
caracterizada pela fase rococó com predominância de
mestres, artesãos, e artistas nativos, e expressa a
maturidade do monumento religioso no centro urbano.
Iniciaram-se as construções de pedra, tendo como
marco a Matriz de Caeté, construída por Manuel Francisco
Lisboa, em 1755.
As classes e grupos sociais urbanos, já fortemente
diferenciadas e marcadas por conflitos e rivalidades,
optaram pela reconstrução e/ou construção de novas
capelas dedicadas aos santos representativos das ordens
terceiras e/ou ligadas a grupos étnicos, distinguindo assim
os segmentos sociais e deixando as matrizes em relativa
decadência e abandono.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Igreja N Senhora
do Rosário – Ouro Preto-MG
igreja dos doze profetas” localizada em 
Congonhas do Campo - MG.
A partir do século XIX, a decadência, a quarta fase
prolongada das minas provocou a paralisação das
construções e redução da diferenciação social, com a
retomada da cooperação da comunidade novamente reunida
na antiga matriz, com fraca tendência neoclássica.
Vasconcellos usa o exemplo expressivo de Ouro Preto
para enfatizar o paralelismo entre a organização urbana e a
organização social em torno das capelas e matrizes:
“O ciclo evolutivo social, tão bem traduzido pelo
interesse religioso que, das capelas, passa às matrizes para,
depois, voltar às igrejas filiais, corresponde perfeitamente
ao desenvolvimento material e econômico da Vila. Nasce a
povoação dos arraiais isolados que tendem a se agrupar,
depois, em um centro constituído por sua praça principal,
para, mais tarde, estende-se novamente à periferia.”
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Em Goiás, é útil observar que, sendo o trabalho de
mineração desenvolvido de forma bastante rudimentar, a
transformação das beiras de rios em verdadeiros lamaçais era
algo praticamente inevitável.
Assim, com o intuito de fugir da quantidade de
insetos nocivos que aí passavam a se desenvolver, esses
primeiros ranchos eram construídos a uma certa distância da
água e, não o suficiente para descaracterizar a propriedade.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Localizavam-se portanto no extremo oposto do
terreno em relação ao local de exploração, e foi dessa forma
que surgiram as primeiras ruas conformadoras do núcleo
urbano tendo, em um primeiro momento, a função de favorecer
o acesso individual às datas.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Seguindo ainda a forma tradicional mineradora, em um
local mais alto e plano, com a mesma rusticidade das habitações,
implantava-se uma capela, dedicada à invocação do santo do dia
da instalação do assentamento.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Catedral da cidade de Goiás, a Igreja de
Santana começou a ser construída em
1743 pelo Ouvidor Geral de Goiás, Manoel
Antunes da Fonseca, que resolveu demolir
a antiga capela que existia no mesmo
lugar para edificar outra compatível com
crescimento da cidade
A antiga igreja do Rósario dos 
pretos (Salvador) foi erguida 
em 1734 por Antônio Pereira 
Bahia. Em 1934 foi construída 
a atual igreja pelos 
dominicandos.
Uma das características fundamentais de nossas
cidades do período colonial é, sem sombra de dúvidas, a
irregularidade apresentada pela conformação urbana.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Também em Vila Boa, como aconteceu nas Gerais, a
conformação do terreno junto aos pontos de mineração, aliada
ao movimento da população mineradora demarcando os
caminhos, vai ser a grande responsável pela sua morfologia.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Sendo assim, o terreno acidentado, a necessidade
de estabelecimento junto às lavras e o surgimento de
pontos de convergência provocando uma diversidade de
núcleos dinâmicos, como os largos das igrejas, as ruas de
comércio, posteriormente a Casa de Fundição e também a
da Câmara, definem como um centro minerador, um núcleo
irregular, com uma certa linearidade e atividades
girando em torno desses pontos de concentração.
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
Largo da Igreja 
do rosário
Largo da Igreja 
matriz –
sant´ana, 
palácio conde 
dos arcos,
Coreto, igreja 
boa morte
Largo da 
Cadeia - Casa de 
câmara e cadeia 
e chafariz
Cruz do anhanguera 
e casa da Cora 
Coralina
Estrada para São Paulo 
Estrada para Cuiabá
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – ESPAÇO URBANO
ARQUITETURA DA MINERAÇÃO – REFERÊNCIAS
COELHO, Gustavo Neiva. O Espaço Urbano em
Vila Boa. Goiânia: UCG, 2001.
REIS FILHO, Nestor Goulart. Evolução Urbana do
Brasil 1500-1720. São Paulo: Pini, 2001.
MONTE-MOR, Roberto Luiz de Melo. A
fisionomia das cidades mineradoras. Belo
Horizonte:UFMG, 2001.

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