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MpMagEst Empresarial Elisabete Vido Data: 28/06/2013 Aula 01 MpMagEst – 2013 Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1. Sociedade Anônima Lei 6.404/76 1. SOCIEDADE ANÔNIMA 1.1. Características: a) S/A tem seu capital dividido em ações; b) S/A pode ter capital aberto ou de capital fechado. Com ações comercializadas na bolsa de valores ou mercado de balcão ou sujeitas a oferta pública, será de capital aberto. Caso contrário terá capital fechado A SA de capital aberto poderá ser fiscalizada pela CVM – comissão de valores mobiliários, que trata-se de uma autarquia federal e subordinada ao Ministério da Fazenda (tem a mesma hierarquia do banco central) Funções da CVM: (i) Função regulamentar (mercado de capitais e todos que estão envolvido nesse mercado) ex.: bolsa de valores, S.A aberta, mercado de balcão; (ii) Função autorizante: ninguém entra no mercado de capitais sem autorização da CVM (iii) Função de punição: tanto a empresa aberta que exerce sua atividade de forma irregular, quanto a pessoa física administrador e diretor de S.A. 1.2. Ações: a) Reponsabilidade do acionista: responderá pela integralização (pago para a sociedade) do preço de emissão das ações (art. 1º e art. 11 a 13 da Lei. 6404/76) “Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.” b) Direitos comuns (art. 109) “Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembléia-geral poderão privar o acionista dos direitos de: I - participar dos lucros sociais; II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação; III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais; IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e 172; V - retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei. 2 de 4 § 1º As ações de cada classe conferirão iguais direitos aos seus titulares. § 2º Os meios, processos ou ações que a lei confere ao acionista para assegurar os seus direitos não podem ser elididos pelo estatuto ou pela assembléia-geral. § 3º O estatuto da sociedade pode estabelecer que as divergências entre os acionistas e a companhia, ou entre os acionistas controladores e os acionistas minoritários, poderão ser solucionadas mediante arbitragem, nos termos em que especificar.” c) Direito de retirada: após a verificação se as ações não têm liquidez (interesse) e dispersão (possibilidade de oferta pública), que dá a possibilidade de venda das ações; Acionista dissidente que não concorda com decisão que altere estatuto social. Que decisões são essas que podem alterar o estatuto social? Alteração de capital social; alteração de vantagens dos acionistas; Prazo para exercício do direito de retirada: 30 dias contados da publicação da decisão (decadencial); Para direito de retirada, surge o direito de reembolso – baseado no valor patrimonial (art. 137 e 45) d) Direito de voto: apenas determinadas ações conferem direito de voto; e) Direitos específicos: dependem do tipo de ação adquirida (art. 15) (i) Ações ordinárias: possui todos os direitos do art. 109 – mas podem ser suspensos no caso do acionista remisso (quem não integralizou o preço da ação); Titulares de ações ordinárias, têm o direito de voto. Na S.A é proibido o voto plural (art. 110, §2) é a possibilidade de atribuir a uma ação mais de um voto. (ii) Ações preferenciais: tem os direitos do art. 109 – mas tem a vantagem patrimonial (a S.A se compromete a distribuir lucro – fixos, ou seja, não importa em apuração de lucro ou prejuízo; fixo – pelo menos determinado valor; diferencial – a S.A se compromete a uma divisão diferente). Vantagem política: é a possibilidade de atribuir dois direitos: a) direito de voto; b) direito de veto (art. 17, §7º) denominado “Golden Share” – prevista para as companhias privatizadas: “§ 7o Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações da assembléia-geral nas matérias que especificar.” Interferências em determinados temas – interesse nacional, segurança etc. (iii) Ações de gozo ou fruição: é a ação usada quando a S.A. amortiza o que o acionista teria direito no caso de liquidação (art. 44, §5º) “§ 5º As ações integralmente amortizadas poderão ser substituídas por ações de fruição, com as restrições fixadas pelo 3 de 4 estatuto ou pela assembléia-geral que deliberar a amortização; em qualquer caso, ocorrendo liquidação da companhia, as ações amortizadas só concorrerão ao acervo líquido depois de assegurado às ações não a amortizadas valor igual ao da amortização, corrigido monetariamente.” As ações ordinárias podem ter várias classes ou espécies na S.A aberta, na fechada não. “Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição. § 1º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da companhia aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes. § 2º O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) do total das ações emitidas.” f) Controlador: pode ser tanto pessoa física ou jurídica que detém a maioria de votos ou ações para tomadas de decisões e eleição de administradores. Deve ser exercida em caráter permanente e o controlador usa efetivamente essa atribuição. O controlador só é responsabilizado se agir contra o estatuto social (fim social) ou contra a lei. 1.3. Órgãos da S.A. a) Assembleia geral (art. 121, 124, 125, 132 e 135): A função principal é a tomada de decisão – assuntos: (i) Alteração de estatuto social; (ii) Aprovar balanço; (iii) Eleição de administradores; (iv) Membros do conselho fiscal; (v) Avaliação as contas dos administradores; Obs.: Autorização do conselho de administração a pedirem a falência ou a recuperação da empresa; b) Conselho de administração (art. 138, 141, 146 e 153 a 159): são eleitos pela assembleia geral e no mínimo três pessoas físicas que não precisam ser acionistas. É órgão que toma as decisões não específicas da assembleia geral. É obrigatório: na S.A aberta, na sociedade de economia mista; na sociedade de capital autorizado (art. 168 – quando a S.A foi montada já há previsão de aumento de capital social, ou seja, se algum dia pretender aumentar o capital social naquele percentual, não será necessário alteração do estatuto e assembleia geral) O administrador tem dever de: diligência, lealdade, informação (se a decisão interferir no valor da ação deverá prestar informação na bolsa, no mercado de ação e aos acionistas), sigilo (é antes da tomada da decisão), dever de prestar contas. 4 de 4 c) Diretoria (art. 138, 143, 146 e 153 a 159): responsável pela ação ou omissão própria, mas será responsável solidariamente se sabendo da divergência deixar de constar em ata a divergência. Diretoria é composta de no mínimo duas pessoas físicas e domiciliada no Brasil – a diretoria é o órgão que representa e executa as decisões da S.A. São eleitos pelo conselho de administração ou pela assembleia geral. d) Conselho fiscal (art. 161): composto de 03 a 05 pessoas físicas, mesmo que existam auditores independentes.Tem existência obrigatória, mas seu funcionamento depende de convocação (por acionista com pelo menos 5% do capital social). 1.4. Valores mobiliários: é qualquer título emitido pela S.A. – são estranhos ao capital social. Obs.: outros valores mobiliários poderão ser criados pela C.V.M. a) Debêntures (art. 52 e 59): é um direito de crédito com vencimento não eventual, (não se trata de título de crédito) usado quando a S.A precisa levantar dinheiro para aumentar seu capital de giro (investimentos, pagamentos etc); Momentos das debêntures: (i) A decisão para emissão é do conselho de administração, salvo se as debêntures forem conversíveis em ações e precisarem de um aumento de capital social – que seria assembleia geral por alteração do estatuto; (ii) Registros – a debênture precisa ser registrada na junta comercial (registro público de empresas mercantis) Registro da CVM se for colocada em oferta pública; (iii) Lavratura: diretoria assina a emissão das debêntures. b) Partes beneficiárias (art. 46 e 47): confere a participação nos lucros da empresa. Atualmente parte beneficiária não pode ser emitida por companhia aberta. c) Bônus de subscrição (art. 75): confere o direito de preferência na aquisição de ações – quando a S.A colocar mais ações no mercado.
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