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Aula 02 monitorização e gasometria

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	Curso: Bacharelado em Enfermagem
	Professora: Waldirene Santos Fonseca
	Disciplina: Ensino Clínico em Alta Complexidade
	Carga horária: 72 horas
Parâmetros Vitais em UTI: Monitorização Não Invasiva e Invasiva
Monitorização Hemodinâmica não Invasiva
A monitorização de funções vitais é uma das mais importantes e essenciais ferramentas no manuseio de pacientes críticos na UTI. Atualmente é possível detectar e analisar uma grande variedade de sinais fisiológicos por meio de diferentes técnicas invasivas e não invasivas.
 Os objetivos da monitorização hemodinâmica nos pacientes em estado grave, são o reconhecimento da má perfusão tecidual, a avaliação do quadro clínico e sua evolução, a quantificação da gravidade do processo e o acompanhamento terapêutico, constituindo-se uma boa diretriz para guiar o tratamento. 
Monitorizar
“visualização freqüente e repetida das variáveis fisiológicas”
 Logo:
• Prevenir,
• Avisar,
• Vigiar,
• Avaliar,
“Agir antecipadamente”
Monitorização hemodinâmica
• Função diagnóstica, terapêutica e prognóstica;
“Reconhecer e avaliar possíveis problemas em tempo hábil para se estabelecer terapêutica adequada e imediata”
“Capacidade de reduzir complicações”
• Menor risco de complicações;
• Fácil manuseio;
• Menor custo;
• Confirmações por exames complementares.
Monitor cardíaco multiparamétrico: tem como função monitorar os sinais vitais, a partir de eletrodos ligados ao tórax do paciente, através do eletrocardiograma(ECG), frequência cardíaca, pressão sanguínea não invasiva (pressões sanguíneas sistólica, diastólica e média), saturação de oxigênio arterial, frequência respiratória e temperatura. 
Os sinais vitais monitorados e avaliados na monitorização são:
frequência cardíaca (FC),
 frequência respiratória (FR),
 temperatura (T), 
ECG contínuo (eletrocardiograma), 
Sp02 (saturação parcial de oxigênio),
Pressão Arterial.
Freqüência Cardíaca e ECG
 “Monitorização direta do traçado de ECG e FC através de eletrodos afixados a pele”
Os pontos cardíacos monitorizados são 5(cinco), esses pontos mostram as derivações das bulhas cardíacas com melhor precisão para avaliação da frequencia cardíaca.
A Frequencia Cardíaca pode ser avaliada através da ausculta cardíaca nos pontos cardíacos, no tórax, para avaliação das alterações.
O Pulso também pode ser acompanhado através do oxímetro de pulso, seus valores também podem ser avaliados na palpação do pulso radial.
“Normal de 60 a 80bpm, ausência de arritmias”
 A frequência cardíaca pode se mostrar alterada por:
 - Infecções
 - febre
ansiedade 
Exercícios 
dor 
choques 
ECG:O ECG é um instrumento diagnóstico empregado na avaliação do sistema cardiovascular. É um registro gráfico da atividade elétrica do coração.
O ECG é obtido ao se posicionar eletrodos descartáveis nas posições padronizadas sobre a pele da parede torácica e membros. Os impulsos elétricos do coração são registrados como um traçado em um gráfico especial.
Freqüência Respiratória
“Monitorização numérica e gráfica dos movimentos respiratórios”
Avaliação da frequência respiratória no monitor, é dada a partir da monitorização cardíaca no tórax.
As alterações da respiração podem ser:
Taquipnéia
Bradpnéia
Dispnéia
Respiração de Cheyne-Stokes
Respiração de Kussmaul
 
Oximetria de Pulso
 O oxímetro de pulso utiliza um sensor que transmite a intensidade da luz através do leito tissular, sendo este sinal registrado. O sensor pode ser colocado no dedo indicador (mais comum), mas também na palma da mão ou do pé, dependendo do tipo de sensor ou de paciente (adulto ou pediátrico).
A oximetria de pulso avalia a saturação parcial de oxigênio circulante no sangue, a partir da perfusão periférica tissular. - SPO2
São considerados normais valores de SPO2 acima de 90%.
Valores menores que 90% demonstram dessaturação de oxigênio e provável insuficiência respiratória.
Temperatura
Aferição direta da temperatura corporal,
por meio de um sensor de temperatura.
Sensor de temperatura: serve para medir a temperatura corporal.
O sensor pode ser colocado na região axilar; inguinal e abdominal(Rn).
A temperatura deve ser acompanhada a cada 2 horas assim como, todos os sinais monitorizados na UTI.
 
Monitorização da Pressão Arterial 
PANI - Pressão Arterial Não Invasiva 
 É realizada através da utilização de esfigmomanômetro ( manguito) onde são feitas medidas intermitentes da PA.
 Locais mais utilizados para medição: Braços, antebraços, panturrilhas.
A aferição da PA sistólica e diastólica tem como parâmetro normal valores de 120/80 mmhg, sempre avaliando pacientes hipertensos.
 
MONITORIZAÇÃO INVASIVA PRESSÃO VENOSA CENTRAL – PVC
PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA – PAM
MONITORIZAÇÃO DA PRESSÃO VENOSA CENTRAL – PVC
PVC - Significa Pressão venosa central 
Pressão venosa central (PVC) é a medida da pressão existente nas grandes veias de retorno ao coração (veia cava superior). 
 A PVC fornece informações referentes ao volume sangüíneo que chega ao coração, ao tônus vascular e as condições do coração (capacidade de bombear o sangue).
 
Como é feito o procedimento? 
 Através da Introdução de um cateter no sistema venoso central da veia cava superior até próximo ao átrio direito.
 
 - punção de jugular interna ou externa; 
 - subclávia;
 - basílica (PICC).
 
MONITORIZAÇÃO DA PVC
 Qual o principal objetivo da mensuração da PVC?
 É estimar a pressão diastólica final do ventrículo direito(VD);
É uma indicação do estado da hidratação e da função cardíaca direita;
MONITORIZAÇÃO DA PVC
INDICAÇÕES
Avaliação da função cardíaca: Insuficiência cardíaca aguda ocasionada pelo infarto agudo do miocárdio(IAM); Insuficiência cardíaca congestiva; 
Choque ; 
Situações circulatórias complexas (ex.: reposição volêmica, no grande queimado); 
Emergências médicas, como: Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA), Sepse, intoxicação por drogas;insuficiência renal aguda; pancreatite necroemorrágica. 
Pacientes de alto risco intra e pós-operatório (cirurgias cardíacas e neurológicos)
Coleta de sangue;
Infusão de drogas;
Passagem de marcapasso;
Passagem de cateter de artéria pulmonar.
 Valor normal da PVC
 - Adultos valores normais variam entre 0 e 8 cm de H20 em média, valores menores que -0 ou maiores que +8 mostram alterações significativas na pressão venosa central, tendo como referência, a linha axilar média do paciente.
IMPORTANTE:
 Valores abaixo do normal podem sugerir hipovolemias e os valores mais altos podem sugerir sobrecarga volumétrica ou falência ventricular,mas devem sempre ser avaliados em associação a outros parâmetros hemodinâmicos.
Alterações nos valores da PVC:
 
Prática do procedimento de Mensuração da Pressão Venosa Central – PVC
Separe o material:
* Luva estéril:
 *Equipo de PVC; 
 *Régua de nível -determinação da linha básica de medida (linha axilar média) régua de 50 cm;
 *Suporte de soro -são conectados neste dispositivo os frascos das infusões, o equipo de PVC ;
 *Soro fisiológico a 0,9%,antes de cada verificação, a coluna d’água é preenchida com este soro;
 *Fita adesiva (ou similar). 
 
Encontrando o "zero" de referência da PVC
Normalmente são utilizados 03 pontos de referência para se medir pressões intravasculares.
>05 cm abaixo do ângulo esternal;
>o próprio angulo esternal;
>a linha axilar média.
Segundo ARAÚJO, o ponto que parece corresponder com mais exatidão à desembocadura das veias cavas no átrio direito é a linha axilar média, é o ponto de referência mais utilizado nas mensurações de PVC. Também ressalta que as equipes devem estabelecer uma rotina padronizada quando vão realizar as mensurações de pressão intravascular, para que sejam mais precisas e confiáveis as medidas da PVC.
Leitura da PVC
 
-Interrompa o gotejamento das infusões (sangue/soros);- Se estiver recebendo sangue ou derivados, lave o cateter com soro, para evitar a sua obstrução, ou semi obstrução;
-Encha a coluna d’água com o soro fisiológico (SF) instalado no equipo da PVC; 
 - Feche a via do soro e abra a via do paciente, observe a queda do líquido (SF) na coluna d’água;
-Observe as oscilações máxima e mínima e registre o resultado de sua observação.
 
Cuidados importantes 
- Verifique se existem outras soluções correndo no mesmo acesso venoso central. Caso ocorra, feche todas, deixando apenas a via do equipo da PVC. Ao término da aferição, retorne o gotejamento normal das outras infusões (caso existam). Outras infusões alteram o valor real da PVC.
 
- Fique atento aos valores da PVC. Valores muito baixos podem indicar baixa volemia, e valores muito altos, sobrecarga hídrica.
 
- Normalmente a coluna d'água ou as curvas em monitor oscilam de acordo com a respiração do paciente. Caso isso não ocorra, investigue a possibilidade do catéter estar dobrado ou não totalmente pérvio.
Cuidados de enfermagem na PVC 
· Previna a obstrução do cateter intravenoso e controle, rigorosamente, o gotejamento das infusões;
· Observe a presença de sangramento, infiltrações, enfisema subcutâneo ou dor, após a realização da flebotomia ou punção das veias para a instalação do cateter;
Faça a troca do curativo (local da punção ou flebotomia) e a troca dos equipos, segundo a rotina estabelecida pelo serviço;
Além de registrar os resultados obtidos na verificação da PVC, comunique verbalmente, ao médico, os valores abaixo ou acima dos padrões considerados normais;
Lembre-se de que a PVC é apenas um dos dados clínicos usados na avaliação do paciente. Por isto, faça também a mensuração, criteriosa, da pressão arterial da freqüência cardíaca e respiratória, do débito urinário e a observação da coloração da pele e mucosas;
Converse com o paciente durante o procedimento. Toque-o. Ouça a sua opinião ou queixas.
Erros mais freqüentes na Leitura da PVC
Obstrução parcial ou total do cateter em situações como:
Presença de coágulos que diminuem a luz do cateter ou provocam obstrução;
Acotovelamento do cateter que podem impedir a passagem da solução;
Aderência da extremidade interna do cateter a parede do vaso;
Localização incorreta da extremidade interna do cateter;
Posição incorreta do paciente.
MONITORIZAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA - PAM
O QUE É PAM ? 
 -PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA
 
 A PAM é o valor médio da pressão durante todo um ciclo do pulso de pressão. Determina a intensidade média com que o sangue vai fluir pelos vasos sistêmicos.
- Valores normais da PAM: de 6 a 8 mmHg sendo a média de 8mmHg.
Método de medida da Pressão Arterial Média – PAM
Consiste na introdução de um cateter em uma artéria através de uma punção ou dissecção, que é conectado a um sistema de transmissão de pressão, um transdutor de pressão que por sua vez é conectado ao monitor ou a um manômetro de mercúrio graduado.
 - Acessos em ordem de preferência: Radial, femural.  
         
ARTÉRIAS RADIAL E BRAQUIAL PUNCIONADA PARA MEDIÇÃO DA PAM
A medição da PAM não precisa necessariamente ter um cateter em radial ou femural e ligar á um sistema de monitorização,você pode usar a seguinte fórmula:
 
Fórmula para o cálculo da PAM
 PAM=PAS+(PADx2)
 ____________________
 3
 PAM = pressão arterial média
 PAS= pressão arterial sistólica
 PAD=pressão arterial diastolica
 
Transdutor eletrônico de PAM e PVC
 
Transdutores eletrônicos de pressão: o catéter intravascular é preenchido com líquido (solução salina fisiológica heparinizada) e conectado a um eletromanômetro (Strain- Gauge). A onda de pressão é captada pelo diafragma do transdutor, que transforma o impulso mecânico em elétrico, o qual, por sua vez, é amplificado por um monitor eletrônico, podendo ser registrado em tela ou papel. 
Manômetros de mercúrio: O catéter intravascular é preenchido com líquido (em geral solução salina fisiológica heparinizada) e conectado diretamente a uma coluna mercúrio graduada.
Indicações de Monitorização da PAM
Emergências hipertensivas
Infusão continua de drogas vasoativas (choque séptico)
Choque
Cirurgia grande porte
Hipertensão intracraniana
Pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca e neurológica
COMPLICAÇÕES
- Embolização arterial e sistêmica
- Insuficiência vascular
- Isquemia da região
- Trombose
- Alterações cutâneas : Hematomas,infiltrações.
- Infecção
- Hemorragia maciça por desconexão cateter
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA TÉCNICA DE INSERÇÃO DO CATETER
- Explicar ao cliente o procedimento a ser realizado;
- Organizar todo material próximo ao leito;
- Realizar preparo da pele com a solução degermante;
- Preparar o material e fornecê-lo à medida que é pedido pelo médico;
- Ajudar na imobilização do membro onde vai ser cateterizada a artéria;
 
 A Monitorização da PAM permite:
- Monitorização contínua direta da pressão arterial;
- Retirada frequente de sangue para exames e medição de gases sanguíneos arteriais, evitando-se desconforto e lesão arterial provocados pela punção frequente;
- Mensuração acurada, frequente e contínua da pressão arterial nos pacientes que utilizam drogas vasoativas potentes (dopamina, adrenalina etc.).
- Após a inserção do cateter o enfermeiro fornece a ponta do sistema para que o médico faça a conexão;
Montar corretamente o sistema de PAM utilizando técnica asséptica,  evitar a entrada de ar no sistema e zerar adequadamente;
- Observar e alertar para existência de complicações no local da punção: hemorragia por desconexão acidental. Identificar complicações como: cianose, parestesia e dor membro puncionado;
- Retirar bolhas de ar sistema;
- Sempre que for manipular o cateter ou sistema utilizar técnica asséptica;
- Renovar o curativo a cada 24 horas e observar o sítio de entrada do cateter para identificar alterações na pele e presença de secreções;
- Zerar o sistema a cada 4 horas ou a cada mudança de posição do paciente;
PROCEDIMENTO DE RETIRADA CATETER
-Lavar mãos
-Preparar material: luva estéril,máscara,óculos,solução anti-séptica, esparadrapo;
-Realizar anti-sepsia no local da inserção do cateter;
-Retirar o ponto fixação com técnica asséptica;
-Deslocar vagarosamente o cateter;
-Retirar cateter e comprimir o local de inserção continuamente com uma gaze dobrada em quatro partes,por 5 minutos
 ( punção radial );
-Aplicar curativo estéril no sítio de inserção;
-Após retirada verificar perfusão membro;
-Descartar materiais em local apropriado lavar mãos;
-Manter vigilância periódica do local de retirada do cateter por 2 horas;
-Registrar em folha paciente   DIA/DATA/HORA E INTERCORRÊNCIAS relacionadas com procedimento de retirada.
GASOMETRIA
Constitui a análise de gases sanguíneos, como oxigênio (O2) e gás carbônico (CO2) e do equilíbrio ácido-básico como bicarbonato (HCO3) e pH sanguíneo. O pH irá controlar a acidez ou alcalinidade dos líquidos orgânicos. 
 Gasometria arterial: quem pode realizar?
 De acordo com a Lei 7.498/86, que regulamenta o exercício profissional de enfermagem, todos os procedimentos que apresentem maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas são privativos do enfermeiro. A punção arterial, para fins de dosagem de gasometria arterial, é um procedimento que envolve riscos e que, por sua complexidade, exige o conhecimento e a prática de técnicas específicas, considerando as condições física e clínica do paciente.Apenas o enfermeiro, detentor do conhecimento dos princípios de anatomia e fisiologia é considerado técnica e legalmente apto a realizar a punção arterial para dosagem de gasometria. Outro aspecto que reforça a realização da punção exclusivamente pelo enfermeiro é a necessidade de se executar, antes do procedimento,a consulta de enfermagem, visando identificar possíveis agravos ou fatores de risco presentes, entre os quais, a resposta do paciente em relação ao TS (tempo de sangramento) e em relação ao TC (tempo de coagulação). Técnicos e auxiliares de enfermagem não estão habilitados tecnicamente e não têm suporte legal para a realização da gasometria arterial.
A gasometria consiste na leitura do pH e das pressões parciais de O2 e CO2 em uma amostra de sangue. A leitura é obtida pela comparação desses parâmetros na amostra com os padrões de valores normais do gasômetro.
 
pH = logaritmo negativo da atividade do íon hidrogênio 
A Avaliação do pH serve para determinar se está presente uma acidose ou uma alcalose. Um pH normal não indica necessariamente a ausência de um distúrbio ácido-básico, dependendo do grau de compensação.
pH: Mede a concentração de íons de hidrogênio no sangue demonstrando se ele está demasiadamente alcalino ou ácido. pH diminuído: acidose, pH elevado: alcalose.
 PaO2 pressão parcial de oxigênio
A PaO2 significa pressão parcial de oxigênio e exprime a eficácia das trocas de oxigênio entre os alvéolos e os capilares pulmonares, e depende diretamente da capacidade de difusão pulmonar desse gás, e da reação ventilação / perfusão pulmonar. Alterações desses fatores constituem causas de variações de PaO2.
PaO2: Avalia a capacidade de oxigenação do sangue.
PCO2 - pressão parcial de dióxido de carbono 
 
PaCO2 => Significa pressão parcial de CO2 do sangue arterial exprime a eficácia da ventilação alveolar. 
Seus valores normais oscilam entre 35 a 45mmHg. 
PaCO2: Reflete a adequação da ventilação pelos pulmões.
• cHCO3-- concentração de bicarbonato no plasma
 
HCO3- => Significa bicarbonato, as alterações na concentração de bicarbonato no plasma podem desencadear desequilíbrios ácido-básicos por distúrbios metabólicos. 
Bicarbonato (HCO3-): Mede a concentração do íon bicarbonato no sangue, sendo regulada pelos rins.
BE- desvio de base do sangue
O termo BE (em inglês, base excess) descreve a quantidade total de bases no fluido extracelular.
O sangue normal tem o BE (BD) entre - 2,5 e + 2,5 mEq/l
Seu aumento acima de 3,0mmol/L define que o organismo está retendo bases, provavelmente para neutralizar uma eventual acidose sanguínea ou porque o organismo está em alcalose.
Excesso de base (BE): Representa o excesso ou o déficit de bases, permitindo avaliar a gravidade do distúrbio metabólico. O excesso de bases é encontrado nas alcaloses e o déficit nas acidoses.
A gasometria é realizada diariamente ou sempre que necessário, e serve para avaliar as condições clínicas do paciente crítico ou com disfunção respiratória, avalia principalmente a função respiratória e o equilíbrio ácido/básico. Pois é através da gasometria que será avaliado os índices de CO2 e O2 no organismo.
Os valores normais na gasometria são:
- pH arterial = 7,35 a 7,45
- PCO2 menor 45mmhg
PO2 acima 60mmhg (80 a 100mmhg)
 FiO2 maior ou igual 40%
Frequência respiratória espontânea com valores normais
Saturação 90% a 100%
Indicações
Avaliação de:
Ventilação (PaCO2)
Oxigenação (PaO2)
Condição ácido-básica (pH,PaCO2,HCO3)
Resposta do paciente à terapia
Diagnóstico
Evolução clínica
O desequilíbrio ácido básico pode ser dividido em acidose e alcalose, tanto de origem respiratória como metabólica. As principais condições que alteram o PH sanguíneo são decorrentes de condições de insuficiência respiratória, hiperventilação, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Pneumonia grave, asma grave e outras.
Os distúrbios metabólicos também podem ser avaliados por esse exame, algumas condições podem causar tais distúrbios como: Cetoacidose�� HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Cetoacidose_diab%C3%A9tica" diabética, insuficiência renal crônica, choque, pancreatite e etc.
Complicações da Gasometria Arterial
Em geral as complicações, são pouco freqüentes quando a técnica de coleta é obedecida, as principais são:
·  Dor no local da punção;
·  Sangramento e formação de hematoma;
·  Lesão de nervos;
· Outras complicações como: trombose arterial, espasmos arteriais, embolização.
 ESCOLHA DA AMOSTRA 
 Essa amostra pode ser de sangue arterial ou venoso, porém é importante saber qual a natureza da amostra para uma interpretação correta dos resultados. Para avaliação da performance pulmonar, deve ser sempre obtido sangue arterial, pois esta amostra informará a respeito da hematose e permitirá o cálculo do conteúdo de oxigênio que está sendo oferecido aos tecidos. No entanto, se o objetivo for avaliar apenas a parte metabólica, isso pode ser feito através de uma gasometria venosa.
REVISÃO ANATOMICA
A artéria braquial é a comunicação da artéria axilar. O pulso desta pode ser avaliado com o braço em extensão, palpando medialmente o tendão do bíceps na fossa antecubital. A artéria radial aparenta ser uma comunicação da artéria braquial devido a direção que assume. Corre na borda lateral do antebraço até a região do carpo. Nesse ponto origina-se os ramos radiais para formação do arco palma profundo e arcopalmar�� HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Arco_palmar_superficial" superficial.
COLETA DA GASOMETRIA
 A gasometria é feita com sangue arterial retirado de uma artéria que pode ser: braquial, radial e femural. A partir da coleta o sangue arterial é colocado no gasômetro que é o aparelho que irá medir os gases(gasometria) e dar valores em um boletim informativo. 
A coleta de sangue é feita pelo enfermeiro, onde com uma seringa previamente heparinizada e agulha 13x4,5 ou 25x7, punciona a artéria  em angulo de 90° após sua palpação e localização , que pode ser as seguintes: radial, braquial e femoral. 
CUIDADOS COM A AMOSTRA
Após a coleta do sangue arterial, ainda há atividade metabólica nas células sanguíneas na atmosfera, acarretando no aumento da pressão parcial de gás carbônico. Além disso, pode ocorrer à difusão de oxigênio através das paredes da seringa. Tal fato acarreta na queda da pressão parcial de oxigênio.
Portanto deve-se evitar a formação de bolhas de ar no interior da seringa , quando presentes, deve-se retira-las colocando o recipiente em posição vertical, é importante agitar a seringa, periodicamente, para evitar coagulação instantânea do sangue. 
Em seguida ajusta o gasômetro com o nome e identificação do paciente, além de informar a fração inspirada de O2( FiO2) para que a máquina calcule os gases de acordo com os parâmetros do paciente.
Distúrbio Acido – Básico: desequilíbrio nos parâmetros dos gases e no metabolismo ácido-básico, esses desequilíbrios são chamados:
ACIDOSE RESPIRATÓRIA 
ALCALOSE RESPIRATÓRIA
 ACIDOSE METABÓLICA 
ALCALOSE METABÓLICA
 Distúrbios ácido base
- Acidose respiratória
- Alcalose respiratória
- Acidose metabólica
- Alcalose metabólica
ACIDOSE RESPIRATÓRIA
Qualquer diminuição súbita e severa de ventilação que origine acúmulo de CO2 no sangue produz acidose respiratória (hipoventilação alveolar).
Acidose Respiratória
Acidose: pH ↓ 7,35 
Respiratória: PaCO2 ↑ 45mmHg
Hipoventilação ↑ PaCO2 ↓pH = Acidose 
Compensação: após 12 a 48h ↓ eliminação renal de HCO3 
Acidose Respiratória
Causas:
↓ ventilatória (lesão SNC ou inibição por drogas)
Obstrução VAs
Doenças neuromusculares, SARA, edema pulmonar, atelectasia, fibrose
Ventilação mecânica inadequada
ACIDOSE RESPIRATÓRIA
Manifestação clínica
Esforço respiratório
Dispnéia
Desorientação
Coma
A medida que aumenta a concentração de CO2 ocorre a diminuição do pH deixando o meio ácido.
GASOMETRIA
pO2 = baixo (menor que 60mmhg)
pCO2= muita alto (acima de 50mmhg)
Ph= muito baixo (menor que 7.0)
HCO3(bicarbonato)= normal ou diminuído
ALCALOSE RESPIRATÓRIA
É causada por hiperventilação com falta de CO2 e aumento considerável de pO2. 
Alcalose:pH ↑ 7,45 
Respiratória: PaCO2 ↓ 35mmHg
Hiperventilação ↓PaCO2 ↑pH = Alcalose 
Compensação: ↑ eliminação renal de HCO3
ALCALOSE RESPIRATÓRIA
Causas:
Dor, ansiedade, febre, grandes altitudes
Lesão SNC
 Ventilação mecânica inadequada
Manifestação clínica: dor, estado de ansiedade, com aumento de nível de hidrogênio (H), tontura, sudorese, taquicardia.
GASOMETRIA 
ALCALOSE RESPIRATÓRIA
pO2 alto
 PCO2 baixo ou nenhum
pH alto
 HCO3 um pouco baixa
ALCALOSE METABÓLICA
Ocorre devido o aumento de íons hidrogênio (H) ph no sangue.
Alcalose: pH ↑7,45 
Metabólica: HCO3 ↑ 28 mEq/L
Causas:
Insuficiência respiratória crônica (DPOC)
Oferta excessiva de bicarbonato
Perda excessiva de conteúdo gástrico
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
-turgor de pele, hiperemia, cianose
-hipotensão
-Perda de peso 
GASOMETRIA
- pH alto
HCO3 aumentado
ACIDOSE METABÓLICA
Ocasionada devido a diminuição de bicarbonato (HCO3) e diminuição de hidrogênio (H).
 Acidose: pH ↓ 7,35 
Metabólica: HCO3 ↓ 22 mEq/L
Causas:
Insuficiência renal
Cetoacidose diabética
Febre, doenças infecciosas
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Sonolência
Hipotensão
Arritmia
GASOMETRIA
Pco2 – baixo
pH – baixo
HCO3 – baixo
 Para promover a compensação no organismo humano, das alterações identificadas durante a gasometria, é necessário corrigir os níveis dos gases O2 ou CO2, e manter o equilíbrio ácido-básico.
 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA REALIZAÇÃO DA GASOMETRIA ARTERIAL
MEDIDAS GERAIS
A realização de quaisquer exames seja laboratorial ou não, deve respeitar as indicações e as contraindicações para sua realização.
Após avaliação da necessidade do exame e o esclarecimento ao paciente, devem-se seguir etapas abaixo para realização de uma punção arterial:
·Escolher uma artéria para punção de acordo com as condições do paciente;
·Garantir posicionamento confortável para o profissional e para o paciente;
·O profissional deve manter as técnicas assépticas (Luvas, máscaras, etc);
 - Limpar o local da punção com anticéptico;
· Acoplar a agulha á seringa e aspirar heparina para seu interior, de modo que as paredes seja lavadas com heparina;
· Desprezar o excesso de heparina;
· Coletar três a cinco mililitros de sangue  e aplicar compressão local da punção;
Após análise, descartar todo material em recipiente adequado. 
Condutas e cuidados de enfermagem
Monitorar os sinais vitais;
Observar se há sinais de distúrbios circulatórios;
Anotar no pedido do exame as seguintes informações: ar ambiente ou quantidade de O2 e o método de administração (cateter nasal, máscara facial, TOT etc.);
Anotar o local da punção da coleta da amostra.
Na acidose respiratória aguda:
Instituir ventilação adequada com respirador artificial;
Corrigir uma possível acidose metabólica com NaHCO3.
Na acidose respiratória crônica:
Reduzir a PaCO2 e instaurar uma pressão alveolar adequada;
Aumentar a oferta de O2.
Técnica da Coleta
Em primeiro lugar oriente o paciente sobre o procedimento a ser realizado;
Separe todo o material a ser utilizado, para que no meio do procedimento não precise parar;
Lave as mãos e use luvas;
Aspire cerca de 1 mL de heparina sódica e movimente o líquido na seringa, apenas para “lavar” as paredes internas;
Pegue álcool e algodão, molhe o algodão no álcool e limpe o local a ser perfurado realizando a anti-sepsia;
Palpe  artéria com o dedo indicador e o médio, para localizar a artéria;
O ângulo para puncionar o paciente é de 30º a 45º para artérias superficiais e de 90º para mais profundas;
Perfure a pele e a artéria com apenas um movimento, ou seja, não fique procurando a artéria dentro do braço do paciente; 
Não puxe o êmbolo da seringa, o sangue arterial deve entrar automatiamente na seringa;
Depois de colher sua amostra, pressione o local com algodão durante uns 5 minutos;
Jamais deixe bolhas de ar na seringa, caso surjam, remôva-as injetando uma parte do sangue;
 Insira o protetor de borracha na agulha, isto impede que entre ar e vaze a amostra;
Tudo coletado, leve o sangue coletado imediatamente ao gasômetro;
Monitore os sinais vitais do paciente, observe sintomas como edema, descoloração, dores, formigamentos ou dormência.
 
REFERÊNCIAS:
SOUZA, VIRGINIA HELENA SOARES DE; MOZACHI, NELSON. O Hospital: Manual do Ambiente Hospitalar. 5. ed. Curitiba: Os autores, 2006.
SWEARINGEN, P. L; KEEN, J .H. Manual de enfermagem no cuidado crítico. Porto Alegre: Artmed, 4ª ed., 2005.
TERZI, Renato Giuseppe Giovanni; ARAÚJO, Sebastião. Monitorização hemodinâmica e suporte cardiocirculatório do paciente crítico. São Paulo: Atheneu, 1996

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