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resumo socioantropologia

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A lógica científica é resultado de um longo processo de transformação do pensamento humano. Baseada em metodologias específicas (científicas), e orientada por diretrizes racionais e com pretensões à universalização dos achados, a ciência objetiva superar outras formas de compreensão da realidade, investigando e construindo teorias e leis que explicam o funcionamento do mundo.
Diferentemente de outras espécies animais, os seres humanos não nascem prontos; dizemos que os seres humanos nascem prematuramente, em termos de habilidades e disposição para a sobrevivência . Para sobreviver nos ambientes físicos e sociais, os indivíduos da espécie humana precisam aprender a ser humanos.
O homem projeta, ordena, prevê e interpreta, vive em grupo e estabelece com o mundo relações dotadas de significado e avaliação. O conhecimento advindo desta relação (organizado, comunicado e compartilhado) transforma-se em cultura.
As formas culturais diversas não são frutos de uma estrutura genética da espécie, mas da experiência particular de um grupo de homens.
“Todas as culturas apresentam padrões igualmente abstratos e significativos” (COSTA, 1977, p. 4): as culturas humanas estão diretamente relacionadas à especificidade das condições de vida de cada grupo; assim, as diferenças entre as culturas não são de qualidade nem de nível, mas estão relacionadas às condições particulares que a geraram.
"E as sociedades ágrafas , elas têm cultura? Sim! Todas as sociedades humanas produzem cultura. “A capacidade simbólica e os padrões de todas as culturas humanas são igualmente abstratos e significativos e dão respostas úteis aos problemas de compreensão do mundo” (COSTA, 1977, p. 5).
A preocupação das ciências sociais é explicar a estrutura e o funcionamento das sociedades.
As ciências sociais estabelecem relações importantes com outras ciências humanas e naturais.
	
Aula 2:
O que caracteriza uma sociedade?
Um conjunto de indivíduos organizados. A característica de organização é fundamental para que se defina o grupo como social;
- A sociedade humana é um conjunto ou rede de instituições sociais. (Definição, exclusivamente humana)
OBS: individuo não é sinônimo de pessoa e sim qualquer representante de uma espécie viva.
Sociedade não é uma característica só humana.
Instituição social é um conjunto de regras e valores padronizados, reconhecidos e adotados por uma sociedade.
Instituição social é ideia, lei, regra. É através das organizações sociais que as instituições sociais se expressam.
Grupo social:
“conjunto de indivíduos que agem de maneira coordenada, autorreferida ou recíproca,
Os grupos sociais são classificados em:
Primários (família, vizinhança), onde há forte vínculo emocional;
Secundários (trabalho, exército etc.), mais formais e menos íntimos;
De referência, que servem de modelo para ações individuais.
Socialização:
Processo pelo qual o indivíduo assimila os valores, as normas e as experiências sociais de um grupo ou de uma sociedade”
Divide-se em socialização primária, onde a transmissão dos valores e da cultura é feita pela família; e em socialização secundária, onde a transmissão é assumida por outros grupos, como a escola e os grupos de referência.
Endoculturação:
Por este conceito, entende-se que o comportamento dos indivíduos depende de um processo de aprendizagem.
Normas sociais:
“São mecanismos que asseguram a regularidade da vida social e a existência de suas instituições...” (COSTA, 2005, p. 402). As normas sociais são aprendidas (introjetadas) pelos indivíduos ao longo de seu processo de socialização. Não é possível a existência de uma sociedade sem normas sociais. A ausência de normas e regras sociais, ou o não reconhecimento delas, chama-se anomia.
Coerção social
Força da coletividade e da sociedade sobre a vontade individual.
Papel social:
"Conjunto de normas, direitos, deveres e expectativas que envolvem uma pessoa no desempenho de uma função junto a um grupo ou dentro de uma instituição”
O conceito de cultura dá conta deste “conjunto de significados partilhados por um grupo” (COSTA, 2005, p. 391).
Inicialmente concebida de forma mais concreta, cultura relaciona-se a hábitos, costumes e formas de vida que diferenciam um grupo de outro.
Hoje, pensa-se que a cultura como “um conjunto de interpretações da realidade”
De tudo isto, devemos ter claro que a cultura é fruto do pensamento humano e que todos os grupos humanos são produtores de cultura, nenhuma sendo melhor ou superior a outra.
O etnógrafo Edward Tylor (1832-1917) define cultura como “(...) todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade” (apud LARAIA, 2003, p. 25).
Etnocentrismo pode ser definido como uma “visão de mundo na qual o centro de tudo é o próprio grupo a que o indivíduo pertence; tomando-o por base, são escalonados e avaliados todos os outros grupos”
Relativismo cultural:
Procura compreender os eventos socioculturais presentes nos diversos grupos e sociedades a partir do próprio grupo.
Dito de outra maneira, um olhar relativista permite que se compreenda a realidade social de um grupo “como se fosse” alguém do próprio grupo. Ao nos colocarmos no lugar do outro, buscamos ver o mundo como o grupo vê.
Que saúde e doença não estão apenas referidas a uma dimensão orgânica ou fisiológica. Mais do que isso, estão intimamente relacionadas com a forma como os grupos humanos e a sociedade significam suas vivências.
	
Aula 3:
Se saúde e doença são conceitos “sujeitos a constante avaliação e mudança”, significa que não são absolutos, isto é, que são passíveis de alterações.
E o que possibilita tais alterações?
São as transformações nas condições sócio-históricas, tecnológicas, políticas, econômicas etc. que permitirão lançar novos olhares sobre questões que envolvem os processos de saúde e doença:
“... A presença ou ausência de doença é um problema pessoal e social. É pessoal, porque a capacidade individual para trabalhar, ser produtivo, amar e divertir-se está relacionada com a saúde física e mental da pessoa. É social, pois a doença de uma pessoa pode afetar outras pessoas significativas (ex.: família, amigos e colegas)”
Para Albuquerque e Oliveira (2002), existem duas concepções fundamentais sobre a doença e, consequentemente, a saúde: a concepção fisiológica e a ontológica.
Concepção fisiológica
Iniciada por Hipócrates, a concepção fisiológica sustenta que as doenças têm origem em um desequilíbrio entre as forças da natureza. Estas forças estão dentro e fora do indivíduo.
Concepção ontológica
Diferente da concepção fisiológica, a concepção ontológica “defende que as doenças são ‘entidades’ exteriores ao organismo, que o invadem para se localizar em várias das suas partes”.
Os significados destas “entidades” não são sempre os mesmos: poderão ser consideradas processos mágico-religiosos ou castigos divinos, ou ainda vírus.
A concepção ontológica busca um diagnóstico preciso, relacionando órgãos corporais e agentes perturbadores.
Aula 4:
Ampliar o sentido dos processos de saúde e doença é passar a considerá-los algo mais complexo e diretamente relacionado a fatores sociais, políticos, econômicos, ideológicos e de representação social.
Ao fazer isso, a saúde deixa de ser compreendida a partir de uma perspectiva médica curativa, e passa a ser concebida como um processo que envolve promoção e prevenção.
Assim, entende-se que “processo saúde-doença é um processo social caracterizado pelas relações dos homens com a natureza e com outros homens num determinado espaço geográfico e num determinado tempo histórico” (SAÚDE E CIDADANIA, 2011).
A OMS promove uma série de encontros e discussões que têm como objetivo discutir e propor acordos e ações na área da saúde em âmbito mundial.
Em 1978, como resultado da Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada em Alma-Ata, no Cazaquistão, a Declaração de Alma-Ata expressa as necessidadesdos governos e das organizações que trabalham no campo da saúde que centrem seus esforços no sentido de promoção da saúde para todos os povos do mundo.
Outro importante documento relacionado à ampliação do conceito de saúde é a Carta de Ottawa.
Resultado da I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em novembro de 1986, em Ottawa, Canadá, baseia-se nos progressos das discussões de Alma-Ata.
É uma carta de intenções que tem por objetivo contribuir com as políticas de saúde desenvolvidas pelos países envolvidos na Conferência.
Na Carta de Ottawa, o ponto central é a ideia de promoção da saúde. Aqui também vemos o sentido ampliado do conceito de saúde.
São condições e recursos para a saúde: paz, habitação, educação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade (OPAS, 1986).
Brasil teve, ao longo de sua história, oito Constituições, sendo a primeira em 1824 e a última, em 1988. Cada um desses documentos expressa transformações e avanços na estrutura da sociedade brasileira e na consolidação da cidadania.
		
	
Embora na virada do século já houvesse alguma discussão sobre a necessidade de uma concepção mais ampliada de saúde – por exemplo, a adoção de políticas sanitárias –, a ênfase ainda recaía nas ações curativas e individualistas.
O modelo predominante de atenção à saúde é o modelo hospitalocêntrico, no qual o hospital figura como personagem principal. Este modelo, que ainda não foi totalmente superado, privilegia as ações curativas e reabilitadoras em detrimento da atenção básica, da prevenção e da promoção da saúde.
	
Em 1986, em Brasília (DF), foi realizada a 8ª Conferência Nacional de Saúde. Esta Conferência foi um marco na história das conferências de saúde no Brasil, à medida que, pela primeira vez, houve participação da população. Este importante evento é o resultado de movimentos populares e de profissionais da saúde, que exigiam mudanças estruturais na concepção e gerenciamento das ações e serviços de saúde no Brasil.
O relatório final da 8ª Conferência reafirma que “em seu sentido mais abrangente, a saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis da vida”
Também chamada de “Constituição Cidadã”, foi promulgada em 5 de outubro de 1988. Esta Carta representa um avanço importante em direção à democracia, e contou com a participação da sociedade, que contribuiu para sua elaboração por meio de propostas, formuladas por cidadãos organizados em sindicatos e associações.
O espírito das discussões da 8ª Conferência Nacional de Saúde é incorporado ao texto da nova Constituição. Os artigos 196 a 200 encerram as principais diretrizes sobre a saúde.
No Título VII, Capítulo II, Seção II - DA SAÚDE, Artigo 196, lemos: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” (BRASIL, 1988). Os demais artigos, até o 200, detalham a estruturação das ações e serviços de saúde a serem implementados pelo Estado.

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