Buscar

Resumo Constitucional 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Introdução - O Direito Constitucional é o ramo do Direito Público, didaticamente autônomo, que estuda a organização e o funcionamento do Estado e a defesa dos direitos e garantias fundamentais. Também pode ser chamado de Direito Público fundamental, pois se ocupa da lei fundamental e principal do Estado, ou seja, a Constituição. 
O Direito Constitucional aborda os princípios fundamentais por meio dos quais o governo organiza as relações estatais, sem deixar de lado o indivíduo. Estes princípios concedem competências e obrigações específicas para o governo, como tributação e distribuição de recursos em prol do bem-estar social, e limitação do seu poder. 
Objeto de estudo é a constituição e as normas constitucionais, diante da sistemática do ordenamento jurídico dos Estados e de discussões sobre os valores estatais, a eficácia das normas constitucionais, técnicas e interpretação do texto constitucional (Hermenêutica Constitucional), costumes e defesa de direitos fundamentais. 
Os principais conteúdos tratados são os direitos e garantias fundamentais; estrutura e organização do Estado e de seus órgãos; o modo de aquisição e a forma de exercício do poder; a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas e os objetivos socioeconômicos do Estado. 
O Constitucionalismo é o movimento social, jurídico e político que tem como principal característica a limitação do exercício do poder do Estado por meio do texto constitucional, com o objetivo de preservar os direitos fundamentais do povo. 
Na Antiguidade observa-se a existência do Constitucionalismo. No Estado Teocrático Hebreu, onde existia a fiscalização dos atos do poder público pelos profetas, e na Grécia Antiga, onde o cidadão podia ajuizar ações para controlar os atos do poder público. 
Na Idade Média, o grande marco foi a Magna Carta de 1215, assinada pelo rei João I. Foi apenas formal, tendo
pouca aplicação prática. 
Somente no século XVII que os direitos previstos na Magna Carta começaram a ser respeitados, na Inglaterra. 
No século XVIII, dois documentos mudaram a história: A Constituição Norte Americana de 1787 e a Constituição Francesa de 1791. Por influência dessas duas constituições e dos ideais da Revolução Francesa, o Constitucionalismo se espalhou por toda a Europa, sendo elaborada várias Constituições (Espanha, Portugal).
Nascimento do Estado Constitucional: Século XVIII – Revolução Francesa. 
Aparecimento das constituições escritas. Defesa do Estado Mínimo. Liberdade Pública. Limite do poder estatal. 
1787 – Constituição dos EUA: Primeira constituição escrita. Criação da República e do Federalismo. O Federalismo Estadunidense é produto do movimento de aglutinação das duas confederações. 
1971 – Constituição da França: Inspirada na revolução Liberal-Burguesa. Consolida a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1787). Estabelece a existência de três poderes (Montesquieu). Concede ao Parlamente o poder de “dizer a constitucional”. 
 
Constitucionalismos que precedem o Neoconstitucionalismo: 
Constitucionalismo Social é o movimento que passou a prever na constituição os direitos sociais. Surge na Constituição do México de 1917 e se populariza na Constituição de Weimar (alemã) de 1919. 
O Transconstitucionalismo trata do relacionamento entre o direito interno e o Direito Internacional. Segundo Marcelo Neves, nem sempre as constituições conseguem prever a todos os fatos, recorrendo aos dispositivos internacionais que podem a vir complementar a defesa dos direitos fundamentais. 
Constitucionalismo do Futuro, ou do por vir afirma que as constituições no futuro serão baseadas nos valores da solidariedade, que busca promover a cooperação recíproca, e da veracidade, que estabelece que as constituições do futuro não podem fazer promessas vazias e de difícil realização, uma vez que estas devem ser efetivas. 
O Constitucionalismo Transnacional defende a possibilidade de se elaborar uma única constituição para mais de um Estado. Na União Europeia, depois de tentativas, foi feito o Tratado de Lisboa, que é baseado no Transnacional, mas não substitui as Constituições.
O Constitucionalismo na contemporaneidade recebe o nome de Neoconstitucionalismo. 
O principal objetivo é buscar uma maior eficácia da constituição, em especial dos direitos fundamentais. Ele objetiva também uma maior eficácia dos direitos fundamentais, limitando o poder do Estado e exigindo dele o cumprimento integral do que está contido no texto constitucional. 
Importante consequência desse movimento é uma maior eficácia dos princípios constitucionais, que também são vistos como obrigatórios nessa ideologia. Ex. STF e a união homoafetiva. 
Outra consequência foi o surgimento de novas ações constitucionais defensoras do Direito Constitucional e dos direitos fundamentais, como, por exemplo, a criação da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). 
Histórico das Constituições do Brasil 
1824: Império do Brasil. Monarquia como forma de governo. Quatro poderes. Forma de Estado: Unitário. Religião oficial do Império. Constituição contrária ao movimento liberal, que era a atual forma de 
Art.78 da CF – O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil. 
Função do Presidente: Cumprir a CF e observar as leis. 
Art. 85 da CF – São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: [...] VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais. 
OBS. União do art.1º tem um significado diferente da união do art.2.
1891: República Federativa dos Estados Unidos do Brasil. Mudança na forma de governos (República). Mudança na forma de Estado (Federal). Tripartição dos poderes. Separação entre Estado e Igreja (Estado Laico). Garantia das liberdades. Instituído a Habeas Corpus. 
Exemplos de Constituições que influenciaram o mundo: 
1917 – Mexicana.
1918 – Soviética/Russa. 
1919 – Carta de Weimar – Estado Liberal -Social 
1934: R. F. E. do Brasil. Inspirada na ‘Carta de Weimar’. Instituídos os direitos sociais. 2º Geração de Direitos. Criados o Mandato de Segurança e Ação Popular. 
1937: Estado Novo. Constituição “apoaca”, pois tem inspiração da constituição da Polônia Fascista. Governo Intervencionista. Afasta as autonomias políticas das unidas de federação. Desconstitucionalização do Mandato de segurança e Ação Popular. 
OBS. O ADCT (Atos das Disposições Constitucionais Transitórias) consta na Constituição que tem por objetivo ser a parte transitória da Velha República para a Nova. 
Art. 17 do ADCT da CF – Os vencimentos, a remuneração, as vantagens e os adicionais, bem como os proventos de aposentadoria que estejam sendo percebidos em desacordo com a Constituição serão imediatamente reduzidos aos limites dela decorrentes, não se admitindo, neste caso, invocação de direito adquirido ou percepção de excesso a qualquer título. 
Esse trecho indica que a nova Constituição não tem compromisso com a anterior, não podendo alegar direito adquirido. Ex. Pensão (Mãe do Silvera). 
1946: Promulgada. Vista como uma constituição progressista, cita pela primeira vez a ONU. Retoma os institutos do Mandato de Segurança e da Ação Popular. Também trata de sustentabilidade em seu texto.
 
1967: Outorgada. Regime Militar. Primeira constituição do novo regime civil-militar. Ato Institucional 1 (AI=1): Antes de 67, suspende os direitos de 46. O congresso “vota” só por justificativa. Restrição de liberdade, embora mantinha os institutos anteriores.
EC1/1969: Outorgada. “Emenda Constitucional de 69” que, na realidade, era uma nova CF, pois revogava a anterior e serve como preparação para o Ato Institucional 5, o AI-5. Aumenta os poderes do Poder Executivo. 
Atenção: O Brasil elaborou 8 ConstituiçõesFederais no sentido material da palavra. Entretanto, podemos afirmar que, formalmente, o Brasil elaborou 7 constituições. A EC1/69 foi elaborada formalmente como uma EC, mas é materialmente uma constituição. 
1988: Promulgada. Aumenta as garantias fundamentais. Novos remédios: Habeas Data, Mandato de Injunção e Mandato de Segurança Coletivo. 
Art. 5, inciso IV da CF – É livra a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. 
O conceito de Constituição, segundo Niklas Luhmann, é um acoplamento estrutural entre o direito e a política. Segundo o conceito clássico, a constituição é a lei suprema, e fundamental da sociedade, estrutura o Estado, estabelece os seus poderes e os direitos fundamentais das pessoas. 
Porém, existem outras perspectivas que devem ser faladas: 
Constituição em Sentido Sociológico, Ferdinand Lassale. A constituição é a soma dos fatores reais de poder que emanam do povo, não é somente uma folha de papel. Assim, todo agrupamento humano tem uma constituição. No pensamento de Lassale percebe-se a existência de duas constituições: uma constituição real, que corresponde à soma dos fatores de poder que regem o Estado, e uma constituição escrita, que, quando não cumprida, apresenta-se apenas uma folha de papel. 
Constituição no Sentido Político, Carl Schmitt. Entende a constituição como um reflexo das escolhas, decisões, tomadas para a gestão do Estado. São normas constitucionais apenas as normas matérias e todo o restante, ainda que inserto na Constituição Federal deve ser interpretada como “lei constitucional”. Enquanto a “Constituição” trata somente de normas que são essenciais, no âmbito constitucional, para a proteção das decisões políticas do Estado. As “leis constitucionais” são as demais normas presentes no texto, mas poderiam estar previstas em matérias infraconstitucionais. A validade de uma constituição não se apoa nos valores da justiça e na defesa dos direitos fundamentais, mas na decisão política que a origina. 
Constituição no Sentido Jurídico, Hans Kelsen. Nessa concepção a constituição é a lei mais importante de todo ordenamento jurídico, concluindo que o ordenamento jurídico é um sistema hierárquico de normas, no qual o principal é a CF. Kelsen aponta que existem dois planos: o lógico-jurídico refere-se ao ideal da norma hipotética fundamental ou seja, trata do fundamento lógico, valorativo, no qual o legislador constituinte irá se basear para a elaboração da norma constitucional positiva e o jurídico-positivo trata da constituição como norma suprema positivada.
Concepção Culturalista afirma que toda constituição possui um forte elemento cultural, por ser fruto da cultura ou das culturas presentes em um Estado. 
Constituição Simbólica, Marcelo Neves. É a visão crítica em relação a importância simbólica e de dominação ideológica que a constituição possui no Estado. A título de exemplo é apontado a o clamor pela mudança da menoridade penal para 16 anos, como solução para a segurança pública, sabendo que isso não irá resolver o problema, apenas para satisfazer determinada classe ideológica. 
Estrutura Didática - A Constituição Brasileira se divide em três partes: o preâmbulo, a sua parte permanente e os atos de disposições constitucionais transitórias. 
Preâmbulo é a parte preparatória do texto constitucional. Não tem força normativa, por isso Deus pode ser citado livremente. 
Corpo – mais de 250 artigos em virtude das líneas. 
Atos das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) estão presentes após a parte permanente e é norma constitucional, sendo objeto de emenda constitucional. A principal diferença entre o ADCT para a parte permanente é o fato de não ter um caráter permanente, sendo aplicado de forma transitória e com o objetivo de regulamentar o período de transição que se dá do regime jurídico estabelecido pela antiga CF. 
A doutrina encontra cinco elementos que fazem parte das constituições. 
O primeiro é o elemento orgânico, que organiza a estrutura do Estado. Ex. art. 20, 18, 92 da CF.
O segundo elemento é conhecido como elemento limitativo, que objetiva restringir o exercício do poder do Estado, ao determinar a obrigação do Estado de respeitar os direitos fundamentais dos indivíduos. Ex.: Art.50 da CF 
Também tem os elementos sócio-ideológicos, que tratam das diferentes ideologias previstas no texto constitucional de um Estado. Ex.: Art.30 e 170. 
Em quarto, a CF possui os elementos de estabilização constitucional, que estabelecem formas de se estabilizar a segurança constitucional em casos de tumulto institucional do Estado. Ex.: Art. 34. 
Por fim, os elementos formais de aplicabilidade estabelecem regras e orientam na própria aplicação do texto constitucional. 
Elementos da Constituição - A classificação das constituições pode se dar de diversas formas distintas, depende dos critérios utilizados para distinguir as constituições. 
Quanto à origem 
A constituição é chamada de promulgada, democrática ou popular quando é elaborada com a participação do povo que irá ordenar por meio da democracia direita ou representativa. 
As constituições nomeadas como outorgadas ou impostas são aquelas elaboradas sem a participação popular, impostas pelos governantes ao povo. 
Ainda há, na classificação de José Afonso da silva, as constituições nomeadas como cesaristas são aquelas que são frutos de uma elaboração autoritária pelo Estado, mas passam por aprovação popular posterior por meio de plebiscito. Ex. Constituição do Chile, elaborada por Pinochet. 
Quanto à forma
As constituições escritas são aquelas materializadas em um documento escrito. 
Já as não escritas não se materializam de forma específica como constituição, se baseando nos costumes, como no caso inglês. 
Quanto ao modo de elaboração 
A constituição nomeada como dogmática é aquela elaborada em um único período, de uma só vez, sofrendo influência da época e do momento em que foi elaborada. 
A constituição histórica é elaborada “aos poucos”, pois surge com o passar do tempo e com a evolução da sociedade. 
Quanto à extensão 
As mais extensas são classificadas como prolixas ou analíticas e são aquelas que contém mais do que conteúdos básicos, optando por abordar outros assuntos no texto. 
As constituições concisas ou sintéticas possuem um conteúdo restrito ao que é estritamente necessário de ser tratado pela constituição. 
Quanto à finalidade 
É nomeada como constituição garantia aquela que pretende garantir os direitos fundamentais frente ao Estado, determinando limites para a atuação do Estado. 
A dirigente ou programática é quando os seus artigos definirem objetivos para o futuro e para a atuação estatal. 
Quanto à estabilidade 
O nível de estabilidade de uma constituição leva em conta o grau de facilidade que se encontra para modificar o texto da constituição do Estado. 
Imutável é aquela que não admite qualquer tipo de modificação. 
Rígida admite a modificação de seus textos, mas somente após um processo legislativo mais difícil. 
Semirrígida estabelece um processo mais difícil só para parte específica do seu texto. 
Flexível permite a modificação do seu texto da mesma forma como uma lei infraconstitucional. 
Quanto ao conteúdo 
Material é a constituição que possui apenas conteúdos essencialmente constitucionais. 
A Formal possui em seu texto, além dos conteúdos materiais, assuntos que poderiam ser tratados em leis infraconstitucionais. 
Quanto à sistemática 
Codificada é a constituição que está contida em apenas um código, um só texto. 
Variada é aquela composta por mais de um texto normativo, como tratados internacionais, por exemplo. 
A Constituição do Brasil é:
Escrita 
Formal 
Promulgada
Dogmática
Prolixa 
Eclética 
Dirigente 
Rígida (gênero), Super-rígida (espécie)
Teoria da Recepção – A recepção é o produto da compatibilidade material entre a norma jurídica pretérita e a norma constitucional atual. 
Quando não há compatibilidade material, aplica-se a Teoria da Revogação. 
Toda vez queocorre uma nova emenda ou nova constitucional, as leis para continuarem valendo devem estar de acordo para que sejam recepcionadas. 
Se forem consideradas válidas, serão constitucionais. Se consideradas inválidas, serão inconstitucionais. 
A compatibilidade formal não é necessária. Por exemplo, formalmente o Decreto-lei não foi recepcionado, porém ele foi recepcionado materialmente, com o nome de Medida Provisória. 
No que se refere a Teoria da Revogação, diz-se que houve quando a nova constituição não recepciona determinado instituto da anterior, inexistindo a compatibilidade material. Vale lembrar que Teoria da Revogação é diferente da Revogação simplesmente. 
Poder Constituinte - Poder Constituinte é o poder responsável pela criação, reforma, revisão e mutação das constituições. Com a mudança do teocentrismo para o antropocentrismo, ocorreu a criação da “Teoria do Poder Constituinte” de Sieyés, que questiona o papel do povo na sociedade e afirma que há uma origem popular do poder. 
Poder Constituinte Originário/de 1º Grau/Inaugural/Genuíno – é o poder constituinte que tem capacidade de criar uma constituição. A organização da sociedade, realizada pelo poder constituinte originário, não deriva de uma norma jurídica, mas sim de um fato social que exige a elaboração de uma nova constituição. 
Características: 
Inicial – Inaugura a existência do ordenamento jurídico e o Estado do ponto de vista jurídico-formal.
Absoluto – Sem limite ou cláusula pétrea, soberano, autônomo e incondicionado. 
Ilimitado – Pode tratar dos temas que desejar.
Existe o poder constituinte originário histórico/fundamental, que se trata da primeira constituição do Estado (Constituição Imperial de 1824) e o poder constituinte originário revolucionário, que é o poder que cria uma nova constituição.
Poder Constituinte Derivado/de 2º Grau/Secundário/Remanescente – tem esse nome porque tecnicamente não é um poder constituinte, mas um poder constituído, uma vez que no momento da elaboração da constituição o legislador constituinte irá determinar juridicamente como o poder constituinte derivado será exercido. 
Se subdivide em: Decorrente, Reformador e Revisor. 
Características Gerais: 
Relativo/Presumido – Juris Tantum. Pode ser alegado inconstitucional. 
Superveniente – Não previsto, pode se editar uma E.C. a qualquer momento. 
Limitado – Sujeitado, limitado e condicionado à uma ordem existente.
Poder Constituinte Derivado Revisional – A revisão é ampla e genérica, sendo uma exceção. Se dá por meio de emendas constitucionais amplas, chamadas de revisionais (ECR), que possuem o intuito de analisar a adaptação do novo texto constitucional à sua aplicação prática, fazendo ajustes. Prevista na nossa CF para acontecer 5 anos depois da edição da constituição.
Poder Constituinte Derivado Reformador – Estabelece a vida ordinária de alteração da constituição. A reforma se faz por meio de emendas constitucionais (EC), porém existem limitações tais como: 
Limites circunstanciais são aqueles que impedem, diante de situações sociais excepcionais, a alteração do texto constitucional. O objetivo desses limites é preservar a integralidade do Estado Democrático de Direito quando esteja passando por instabilidade social, que possam impedir a livre manifestação poder constituinte derivado. Exemplos de situações: Estado de Defesa, Estado de Sítio e Intervenção Federal. 
Limites materiais referem-se a temas que a constituição protege e as coloca como impossíveis de serem restritas ou abolidas pela reforma constitucional. São as chamadas Cláusulas Pétreas. Existem as Cláusulas Pétreas explícitas, que são aquelas expressas no Art.60, §4º da CF 
“I – a forma federativa do Estado; II – o voto direto, secreto, universal e periódico; III – a separação dos Poderes; IV – os direitos e garantias individuais”. 
E as implícitas, que decorrem do raciocínio lógico, como por exemplo, o próprio artigo 60, já que se ele fosse alterado por uma emenda constitucional, as cláusulas explícitas poderiam ser desrespeitadas. Ainda são consideradas cláusulas pétreas implícitas todos os artigos estruturantes e fundamentais do Estado brasileiro, art;1°, art.3°, etc. 
Limites Formais se subdividem em: 
Limitações formais subjetivas que tratam de quem pode propor um Projeto de Emenda Constitucional (PEC), sendo ou um terço dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; o Presidente da República; mais da metade das Assembleias Legislativas dos estados por maioria relativa. 
Limitações formais objetivas tratam de outras condições que a constituição impõe para permitir a mudança de seu texto, por meio de emendas constitucionais. Para ser proposta tem que haver a assinatura de 1/3 dos deputados ou senadores. Para ser aprovada tem que passar por: dois turnos de votação na Câmara dos Deputados, tendo que ser aprovada com 3/5. Depois, passa para mais dois turnos no Senado, também precisando ser aprovada por 3/5. 
Poder Constituinte Derivado Decorrente - é poder outorgado aos entes estaduais da federação de editarem suas próprias constituições. 
Considerações Especiais – O município não exerce o Poder Constituinte. As Emendas Constitucionais não se submetem ao controle político do Presidente da República, não havendo sanção ou veto.
Aplicabilidade das normas - As normas constitucionais, apesar de serem dotadas de obrigatoriedade, podem possuir diferentes graus de eficácia. Assim, as normas constitucionais, quanto ao grau de eficácia, são classificadas em: 
Normas Constitucionais de eficácia plena – tem a possibilidade de produzir efeitos desde o momento em que são editadas e entram em vigor, pois não depende de outras normas para serem efetivadas. Ex.: Art. 5, III.
Normas Constitucionais de eficácia contida – tiveram sua abrangência restrita após sua entrada em vigor, pois eram de eficácia plena e foram restritas em sua aplicabilidade. As normas de eficácia contida poderão ser restritas: 
a) pelo legislador infraconstitucional. (Ex.: art. 5º, VIII; art.5º, XIII; art. 37, I da CF); 
b) por outras normas constitucionais. (Ex.: arts. 136 a 141 da CF). 
c) por conceitos jurídicos consagrados na doutrina e na jurisprudência. (Ex.: conceito de ordem pública na aplicação do art.5º, XXV da CF). 
Normas Constitucionais de eficácia limitada – são o oposto das de eficácia plena, pois, no momento de entrada em vigor do texto constitucional, não possuem a possibilidade de serem aplicadas, por dependerem de regulamentação específica do legislador ordinário para serem regulamentadas.
Existem dois tipos: 
a) normas de princípio institutivo (organizacionais), nas quais o legislador constituinte indica que é necessária a estrutura posterior do órgão estatal, previsto na constituição, por atuação do legislador ordinário. Podem ser impositivas ou facultativas. Ex.: art. 33 da CF “a lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios”.
 
b) Normas de princípio programático, tratam de programas institucionais a serem cumpridos pelo governo em prol do interesse social. Ex.: art. 60 (direito à alimentação), art.196 (direito à saúde).
Direito de Greve dos servidores = eficácia limitada, ainda sem lei. Direito de greve dos trabalhadores = eficácia contida, 7783. 
Hermenêutica Constitucional - A palavra hermenêutica trata de uma tentativa de explicar, traduzir, a norma jurídica para que seja compreendida e aplicada na sociedade. A Hermenêutica Jurídica possui uma subespécie conhecida como Hermenêutica Constitucional, consagrada pelo ideal do Neoconstitucionalismo. 
Princípios norteadores da Hermenêutica Constitucional
Princípio da Unidade – Estabelece que quando houver conflito entre normas constitucionais elas devem se compatibilizar, ou seja, esse conflito não deve ser solucionado como critério de medição de qual seria a norma mais importante. A CF é um todo harmônico e deve-se levar isso em consideração. 
Princípio da Máxima Efetividade (ou eficiência) – Determina que o intérprete deveextrair das normas constitucionais a maior eficácia, eficiência, possível, mesmo que sejam normas progmáticas. 
Princípio da Força Normativa da Constituição – Estabelece que a constituição deve durar o máximo possível, evitado ao máximo as reformas constitucionais. 
Princípio da Concordância Prática – Trata do conflito de direitos fundamentais, afirmando que eles deve se harmonizar na sua aplicabilidade. 
Princípio da Justeza – Afirma que o intérprete não pode alterar as competências constitucionais.
Princípio da Integração – Nos casos de conflitos de normas constitucionais, o intérprete deve prestigiar a norma que busca uma maior integração política e social do Estado. 
Princípio de Presunção de Constitucionalidade das leis – As leis presumem-se constitucionais até que haja prova em contrário. 
Destacam-se os mais importantes: Princípio da Razoabilidade, que analisa se o ato do praticado pelo poder público é razoável, ou seja, se o ato não é razoável ele não será constitucional. Princípio da Proporcionalidade, trata da verificação da limitação dos direitos fundamentais por meio da legislação. 
Métodos de Interpretação Constitucional: 
Método Hermenêutico Jurídico Clássico (ou método de Savigny), no qual o intérprete utiliza-se dos métodos tradicionais de interpretação das leis, como o método gramatical ou literal. Também utilizado, o método de interpretação histórica, que verifica a genealogia da lei, que se preocupa com o momento histórico. O método teleológico, que analisa os objetivos pelos quais a lei foi criada, também está nesse contexto.
Método Tópico Problemático, que parte do problema para chegar na interpretação adequada na norma. Considera a Constituição um sistema aberto de regras e princípios. É a partir do problema que se deve perseguir a solução. 		Caso Concreto------------Norma.
Método Científico Espiritual, as constituições devem ser interpretadas com amplitude e flexibilidade, a fim de dser um elemento integrador da realidade estatal, considerando os valores políticos, sociais, econômicos e culturais de maneira globalizada, ou seja, o texto maior não pode ser interpretado de maneira isolada, fora da realidade do Estado. O Estado é um fenômeno espiritual em constante alteração. 
Método Normativo Estruturante, no qual o interprete deve buscar o real sentido da norma constitucional, que não se confunde com o texto constitucional. O que e busca é alcançar a realidade social atuando dentro do programa normativo – as normas deve ter resultado na realidade da sociedade.
Método Hermenêutico Concretizador, no qual o intérprete parte de uma pré-compreensão da norma para depois chegar a conclusão. Visa suprir deficiências normativas, preenchendo, se necessário, as lacunas constitucionais, considerando a pré-compreensão do interprete sobre a situação. 							Norma-----------Caso Concreto				
Método Comparativo, no qual o intérprete compara o texto da constituição do seu Estado com a constituição de outros estados. 
Direitos e Garantias Fundamentais – 
Os Direitos e Garantias Fundamentais (DGF) estão localizados, basicamente, entre os artigos 5º e 17, especificamente no Título II, porém isso não quer dizer que eles não estejam espalhados por toda a CF, configurando assim um Rol Exemplificativo (art.5º, §2º da CF), não um rol taxativo. 
Art. 5º, §2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
DGFs e a Classificação Constitucional (Didática) – 
Direitos e Deveres individuais e coletivos – art. 5º
Direitos Sociais – art. 6º/11
Direitos da Nacionalidade – art. 12/13
Direitos Políticos – art. 14/13
Direitos dos Partidos Políticos – art. 17
Classificação Histórica – Geração dos Direitos Fundamentais 
1ª geração de direitos – Estado Liberal: Século XVIII. São os direitos e garantias individuais e políticos, têm por escopo gerar para o indivíduo a capacidade de resistência, caracterizando, verdadeiros direitos de defesa, ou ainda, direitos negativos. São liberdades públicas. Ex.: Art. 5º IV, XIII, XXII. Direitos civis e políticos.
Sãos os Direitos de “Ser”. 
2ª geração de direitos – Estado Liberal-Social ou Social Welforista: Século XX/Início. São liberdades reais, gerando uma prestação do Estado a favor da concretização dos direitos de ser. Esses direitos são também denominados direitos positivos. Se apresentam como as liberdades sócias ou reais e visam a igualdade social. Ex.: art. 6º em sua grande maioria, porém estão espalhados por toda CF. Direitos sociais, econômicos e culturais. 
São os Direitos de “Ter”. “Eu só Sou se eu Tenho. Logo, se não Tenho também não Sou”. 
3ª geração de direitos – Solidariedade: Século XX/Metade. A segunda metade do século XX, aproximadamente, é marcada pela busca de uma nova necessidade de direitos que traspassem a individualidade e alcancem a coletividade em geral. Surge então, uma nova geração de direitos, os direitos da solidariedade.
4ª geração de direitos – Globalização: Século XX/Final. São os direitos produzidos pelo resultado da globalização das garantias fundamentais como direitos universais, visando a sua institucionalização, Tais direitos seriam o direito à democracia, à informação e ao pluralismo. 
Características dos D.G.F
Inalienabilidade – Não podem ser negociados. 
Relatividade – Em regra, não são absolutos.
Universalidade – Atinge a todos, sem limites. 
Historicidade – São históricos, pois são fruto da evolução da história humana.
Concorrentes – Pois são exercidos simultaneamente. 
Irrenunciáveis – Não se pode abrir mão. 
Imprescritíveis – Não possuem tempo de validade. 
Eficácia dos D.G.F 
Vertical – A eficácia dos direitos fundamentais é um dever do Estado, sendo ele o devedor e nós credores dos direitos. A relação entre os indivíduos e o Estado.
Horizontal – A eficácia dos direitos fundamentais também é um dever entre os particulares. Sendo um dever e uma obrigação recíprocos.
Destinatários dos DGFs – 
Considerações -
"Residentes no país": a Expressão não tem natureza de definitividade, ou seja, a simples presença no território nacional, ainda que transitória, assegura o gozo dos direitos fundamentais.
Situação Jurídica: A situação jurídica do indivíduo no território nacional não constitui requisitos para o exercício dos direitos fundamentais, ainda que o indivíduo esteja ilegal no pais, ele gozará dos DGFs.
3) Em certos casos, o estrangeiro não residente no Brasil também gozará de DGF. No caso de herança (art.5º XXX) e direitos autorais (art. 5º XXVII). 
Remédios Constitucionais – 
Os remédios constitucionais são garantias previstas no texto constitucional, ou seja, elementos normativos que têm como objetivo assegurar o exercício regular dos direitos fundamentais. 
1) Remédios Administrativos 
Direito de petição e direito de certidão - O direito de petição e obtenção de certidões perante os órgãos públicos é assegurado a todos, independentemente do pagamento de taxas. 
 Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
....
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
A obtenção de certidão em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal; 
O direito de petição nada mais é do que o direito do indivíduo de apresentar pedidos em defesa de seus direitos. A obtenção de certidões em repartições públicas é um direito, independentemente do pagamento de taxas. A intenção será a busca de defesa de direitos ou esclarecimento de informações de interesse pessoal. A repartição pública tem o deverconstitucional de emitir a certidão.
2) Remédios Judiciais
Habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, mandado de injunção e ação popular.
Habeas Corpus – 
Art. 5° LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
O habeas corpus é uma garantia constitucional específica que se destina à proteção do direito de ir e vir, ou seja, tutela à liberdade de locomoção. Todas as vezes que a liberdade de locomoção for restringida de forma ilegal ou abusiva o remédio cabível é o habeas corpus.
A natureza jurídica do habeas corpus é de ação constitucional que possui menos formalidades que as demais ações, pois não há necessidade de advogado para ingressar com o habeas corpus, pagamento de custas ou formalidade de ordem técnica para o seu ingresso. Ele nada é mais que um pedido direcionado à autoridade judiciária para a proteção contra a prisão indevida, por ilegalidade ou abuso de poder. 
Há, portanto, duas hipóteses de utilização do habeas corpus, como previsto na constituição, de forma preventiva ou repressiva. Quando se utiliza do habeas corpus pela ameaça à liberdade, tem-se o habeas corpus preventivo. É um salvo conduto que impossibilita a prisão. 
Caso a prisão já tenha ocorrido, cabe o habeas corpus repressivo. 
Habeas Data – 
Art. 5° LXXII – conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. 
O habeas data tem como objetivo resguardar a liberdade de dados. Os indivíduos têm direito de acesso a informações, e caso as informações pessoais dos indivíduos não forme obtidas de forma livre, cabe o remédio constitucional do habeas data. Portanto, o indivíduo tem direito constitucional de obter seus dados personalíssimos, e caso seja impedido de acessá-los poderá impetrar o habeas data. 
O habeas data é possível em duas hipóteses, a primeira é para garantir o acesso a informações relativas à pessoa do impetrante, que estejam em bancos públicos de dados ou de natureza pública. Esse habeas data tem natureza personalíssima, ou seja, somente a pessoa do impetrante pode entrar com habeas data para saber seus dados pessoais, ninguém pode pedir informações de terceiros. As informações devem estar previstas em bancos de dados públicos ou de caráter público, para uma informação pessoal em registro privado não caberia o HD. 
A segunda possiblidade de utilização é para retificação de dados, quando a pessoa não prefere fazer de outra forma e não deseja o sigilo administrativo ou processual. 
 
Mandado de Injunção 
Art. 5° LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentador torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
O mandado de injunção tem o objetivo de possibilitar o exercício de um direito que não pode ser exercício, pois não foi regulamentado pelo poder público. Tratam-se, portanto, de normas de eficácia limitada, que dependem de norma infraconstitucional para serem exercidas. Quando não há regulamentação do direito e, por esse motivo, não se pode exercê-lo, é cabível o mandado de injunção. 
O que se pretende defender é o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e as prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania.
É uma ação com formalidades, exigindo-se a presença de advogado. Além disso, a jurisprudência vem admitindo o mandado de injunção coletivo.
Mandado de Segurança –
Art. 5°, LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício das atribuições do Poder Público. 
O mandado de segurança é o remédio constitucional utilizado quando não cabe nem habeas corpus nem habeas data e objetiva-se defender direito líquido e certo, ou seja, o direito que pode ser provado de plano e não depende de dilação probatória no processo, pois se tem todos os elementos necessários para pleitear o direito. 
Ou seja, ela será cabível, portanto, para proteger qualquer direito constitucional, desde que não seja liberdade (habeas corpus) ou dados pessoais (habeas data). 
Para se impetrar um mandado de segurança é necessária a presença de advogado habilitado. 
Existe também o mandado de segurança coletivo. A grande diferença está no polo ativo da ação, pois o direito não será defendido pelo detentor individual, mas por uma coletividade que irá defender direito alheio por meio desse remédio. 
Ação Popular – 
Art. 5° LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m=má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. 
Ação popular também é um remédio constitucional, mas é diferente dos outros dispositivos, pois qualquer cidadão pode propor uma ação popular. A legitimidade ativa exige então que o autor esteja no exercício de seus direitos políticos. O objetivo dessa ação será anular atos que lesem o patrimônio público ou questões de ordem pública. 
Nos termos da constituição objetiva-se defender o patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural, A ação popular é isenta de custas, salvo comprovada a má-fé do autor. 
Direito de Propriedade – 
Art. 5° XXII – é garantido o direito de propriedade; 
XXIII – a propriedade atenderá à sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta constituição;
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento. 
Garante-se, no inciso XXII, o direito de ter bens no território nacional. Esse direito também não é absoluto e é limitado, em especial, pelo inciso XXIII que estabelece que a propriedade deve cumprir sua função social. 
O inciso XXIV trata da desapropriação ordinária, instituto estudado no Direito Administrativo. 
Regra Geral – XXIV Indenização justa e prévia em dinheiro. 
Títulos da Dívida Pública (TDP) com penalidade (até 10 anos)
Títulos da Dívida Agrária (até 20 anos)
Art. 243 – confisco expropriatório sem indenização. 
O inciso XXV trata do instituo da requisição que permite a possiblidade do Estado de requisitar a propriedade privada para seu uso, caso seja necessário, para atendimento de iminente perigo público. Ex.: uso de escada no caso de inundação.
Por fim, o inciso XXVI prevê a proteção da pequena propriedade rural e o tamanho é estabelecido por legislação infraconstitucional. Além disso, exige-se que essa propriedade tenha atividade produtiva familiar e a proteção é apenas relativa aos débitos decorrentes de sua atividade produtiva, a fim de se financiar o desenvolvimento rural familiar.
Direitos Sociais – 
Os direitos sociais são os conhecidos direitos de segunda dimensão, pois demandam uma prestação positiva do Estado para sua efetivação, em prol da dignidade da pessoa humana no convívio social. Os direitos sociaisbásicos estão previstos no art. 6° do CF.
Art. 6° - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e á infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
O rol do caput do art. 6° da constituição não é taxativo, sendo que a própria constituição estabelece a defesa de outros direitos sociais como o direitos à cultura, ao desporto, da família, das crianças e adolescentes, dos idosos e dos povos indígenas. Há direitos sociais que decorrem dos direitos previstos na constituição e é possível, ainda, a criação de outros direitos sociais por meio de legislação infraconstitucional. 
Os direitos sociais são caracterizados pela irrenunciabilidade, pois não podem ser anulados pela vontade dos interessados como, por exemplo, na relações de trabalho não se pode diminuir os direitos do trabalhador por meio de um contrato de trabalho. 
O art. 7° da constituição trata dos direitos dos trabalhadores de forma individual e os artigos 8° ao 11º tratam da defesa dos trabalhadores de forma coletiva. O art. 7° fala dos trabalhadores urbanos e rurais e quais seriam os seus direitos básicos para a manutenção da dignidade no ambiente de trabalho. 
Os direitos sociais coletivos dos trabalhadores são o direito de associação profissional ou sindical, direito de greve, direito de substituição processual, direito de participação e direito de representação classista. 
A greve é um direito assegurado aos trabalhadores, que têm a liberdade de escolher quando irão exercê-lo. A limitação constitucional existe em relação à prestação de serviços ou atividades essenciais, que deverão ser mantidas parcialmente, para se atender às necessidades de urgência da sociedade. 
Direitos Constitucionais dos Trabalhadores – slide 117 
Art. 7° ao 11. 
Base Jurídica: 
							CF 7° e 11.
CLT, Leis, Convenções e Acordos Trabalhistas 
Destinatários: 
Empregado Urbano – Todos os direitos do art. 7° 
Empregado Rural – Todos os direitos do art. 7° 
Empregado Avulso – Todos os direitos do art. 7°
Empregado Doméstico – alguns direitos do 7° ver parágrafo único. 
Prescrição dos créditos trabalhistas – Existe um prazo de cinco anos, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.
Espécies dos Direitos Constitucionais Trabalhista
Individual – art. 7° (ex. férias, seguro desemprego, hora extra)
Coletivo – art. 8° e 11. (ex. sindicato, greve.)
Direitos de Nacionalidade – 
A nacionalidade é o vínculo jurídico e político que o indivíduo tem com o Estado. Não deve se confundir com naturalidade, que designa o local físico, cidade de nascimento da pessoa. 
A nacionalidade pode ser originária (primária ou de origem), estabelecida no momento do nascimento do indivíduo ou adquirida (secundária), oriunda da manifestação da vontade do indivíduo que deseja se vincular ao Estado. 
Na originária tem-se dois critérios que vinculam o indivíduo: 
A territorialidade (ius solis)
A consanguinidade (ius sanguinis)
No critério do solo atribui-se a nacionalidade a quem nasceu no território do Estado, e no critério de sangue estabelece-se que são nacionais os descendentes de nacionais, os que têm vínculo de sangue com os nacionais, e cada estabelece seus critérios.
Os Estados Americanos adotam os dois critérios, enquanto os Estado Europeus adotam o critério de consanguinidade.
A partir do critério da nacionalidade originária tem-se aqueles que são nato do Estado, pois decorre do nascimento. No caso de nacionalidade adquirida, decorrente da manifestação da vontade do indivíduo de se tornar nacional, tem-se a chamada naturalização.
Art. 12 – São brasileiros: 
I – natos:
Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; 
Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil.
Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham residir na república Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade pela nacionalidade brasileira; 
Em um primeiro momento entende-se que todos que nascem no Brasil são brasileiros natos, exceto os filhos de diplomatas estrangeiros que estejam a serviço de seu Estado de origem. A exceção se estabelece porque se entende que os filhos de diplomatas que estão no Brasil, porque seus pais estão servindo o seu país aqui, não possuem vinculação com o território brasileiro e, por isso, não gozariam da possiblidade de serem brasileiros natos. 
O segundo critério seria o oposto, pois diz que são brasileiros natos os filhos de diplomatas brasileiros, que tenham nascido no estrangeiro, pelo motivo de seus pais estarem servindo o estado Brasileiro no exterior. Observa-se que basta que um dos pais seja diplomata e não os dois, ou seja, pai ou mãe. 
Os filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira poderão ser brasileiros natos, mesmo que seus pais não sejam diplomatas. A constituição prevê duas hipóteses para a conferir-lhe a nacionalidade originária: 
Os pais poderão registrar seus filhos em repartição brasileira competente
Caso não tenha sido registrado por seus pais, o filho de brasileiro poderá, a qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, optar pela nacionalidade brasileira, caso venha residir no Brasil. 
A nacionalidade decorrente da vontade chama-se de naturalização e os critérios constitucionais estão estabelecidos na CF. Caso o indivíduo não seja brasileiro nato e nem naturalizado, será um estrangeiro, pois não tem vínculo com o estado por estar vinculado a outro Estado. 
II – naturalizados: 
Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
A constituição primeiro afirma que podem se naturalizar todos aqueles que cumpram os requisitos estabelecidos na lei, ou seja, o Estatuto do Estrangeiro. 
Entretanto, a constituição confere uma facilidade para os originários de qualquer país de língua portuguesa, com os únicos requisitos de residência por um ano ininterrupto no Brasil e idoneidade moral. É a chamada naturalização ordinária, onde o Brasil pode ou não conceder mesmo com todos os requisitos preenchidos. 
No segundo inciso tem a previsão para a naturalização extraordinária, sendo que se qualificam para esse critério todos os estrangeiros residentes do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal que requeiram a nacionalidade brasileira. Nesse caso, o ato é vinculado, ou seja, os requisitos são objetivos e não há margem de escolha para o estado, sendo obrigatória a concessão da nacionalidade. 
§1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
Esse é o caráter de ‘quase nacionalidade’ citado pela doutrina que confere somente aos portugueses com residência permanente no Brasil os mesmos direitos inerentes ao brasileiro, salvo quando exige-se a nacionalidade para exercer um direito como, por exemplo, o direito de votar e ser votado. 
§2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. 
Questão ligada ao parágrafo 3º e à extradição, instituo que permite a entrega de indivíduo a outro país, que tenha expedido ordem de prisão contra ele. Segundo o art. 5°, LI “nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização,ou de comprovado envolvimento em tráfico de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei”. 
Assim, o brasileiro nato não pode nunca ser extraditado e o naturalizado só poderá ser extraditado se for condenado por crime cometido antes da naturalização ou, a qualquer tempo, se for condenado por tráfico ilícito de entorpecentes ou drogas afins. 
O Brasil não extradita estrangeiro condenado ou acusado por crime político e de opinião, uma vez que concedemos asilo político, segundo o art. 5°, LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião. 
§3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos deputados; 
III – de Presidente do Senado Federal; 
IV – de Ministro do supremo Tribunal Federal; 
V – da carreira diplomática; 
VI – de oficial das Forças Armadas; 
VII – de Ministro de estado da Defesa. 
A constituição estabelece, ainda, cargos que somente poderão ser ocupados por brasileiros natos. 
Nota: brasileiros naturalizados podem ser deputados e senadores, mas eles não podem ser presidentes da Câmara ou Senado. 
Também é exclusivo de brasileiro nato a participação no Conselho da República, segundo art. 89. 
§4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; 
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
De reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeiro;
De imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. 
A naturalização pode ser cancelada por sentença judicial, fundamentada por realização de atividade nociva ao interesse nacional.
A segunda hipótese trata da possiblidade do nacional adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos de reconhecimento de nacionalidade originária estrangeira ou imposição da naturalização para que o indivíduo permaneça no território estrangeiro ou para o exercício de direitos civis. 
 
Expulsão – é a pena acessória aplicada ao estrangeiro pelo cometimento de crime no brasil. 
Deportação – é o ato administrativo que retira do território nacional o alienígena clandestino. 
Direitos Políticos – Os direitos políticos referem-se a um conjunto de regras que disciplinam o exercício da soberania popular, viabilizando a participação concreta dos indivíduos na gestão do estado. É importante distinguir nacionalidade da cidadania. A nacionalidade refere-se ao vínculo jurídico e político do indivíduo com o estado, que se estabelece pelo nascimento ou pela manifestação da vontade. A cidadania é a qualidade que o cidadão adquire, formalmente, após os alistamento eleitoral, para votar e ser votado.
O direito de escolha (sufrágio) existe de forma ativa, que trata do direito de votar, e de forma passiva, com o direito de ser votado. O voto é o ato político que materializa o direito de sufrágio. A eleição será um processo pelo meio do qual se escolha alguém para exercer uma função.
Tem-se duas possiblidades de exercício de direitos políticos, por meio do voto com a escolha de representantes para que exerçam o poder em nome do povo (ativo) e os casos de se candidatar para ocupar esses cargos públicos (passivo).
As privações atingem todos os direitos políticos positivos, ao passo em que a inelegibilidade atinge apenas o passivo.

Continue navegando