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Dimensão Humana e Contemporânea - UVB
Faculdade On-line UVB57
Aula 11
Estado e Sociedade Civil: 
O papel do Terceiro Setor
Objetivos da Aula
Os objetivos desta aula visam permitir a você analisar os diferentes 
atores sociais, seus conflitos, interesses, valores e posicionamentos 
ideológicos na sociedade contemporânea. 
Ao final desta aula, você deverá estar apto a comparar 
organizações e suas tipologias, do ponto de vista sociológico, 
mais especificamente: as instituições do Estado e da sociedade 
civil, as empresas e suas economias. Além disso, você deverá 
saber também como identificar e interpretar os novos modelos 
de gestão de organizações no mundo contemporâneo, com 
destaque ao Terceiro Setor.
O Terceiro Setor:
Quando salientamos a necessidade de atuações e parcerias entre 
ONGs – Organizações não Governamentais -, e governo, estamos nos 
referindo ao que hoje é chamado de Terceiro Setor.
O terceiro setor corresponde às instituições que executam práticas 
sociais sem fins lucrativos, mas que desenvolvem bens e serviços 
públicos e privados, tais como: ONGs, instituições religiosas, clubes 
de serviços, entidades beneficentes, centros sociais, organizações 
de voluntariado, entre outros. Estas instituições têm como objetivo 
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criar o desenvolvimento político, econômico e social no meio em que 
atuam.
O maior potencial do chamado terceiro setor está justamente em 
sua multiplicidade, recuperando o fundamental sentimento de 
estar junto participando ativamente da sociedade e comunidade. 
Podemos acrescentar ainda a capacidade de se aceitar mudanças, de 
se envolver, de compartilhar esforços, e acima de tudo de se formular 
críticas, potencializando esses movimentos, grupos e organizações.
“No campo da cultura em geral, as organizações civis dariam grande 
contribuição educando politicamente o povo, capacitando-o a exercitar 
plenamente a cidadania e a fortalecer o poder da sociedade.” (MARTINEZ, 
1997: 77)
Isto significa dizer que, o conjunto de atuações da sociedade civil está 
bem organizado. Mesmo que, não se possa comparar, em termos 
de abrangência numérica, com alguns programas governamentais, 
as ações desenvolvidas pelo terceiro setor acabam influenciando 
diretamente a formulação e implantação de políticas sociais, também 
conhecidas como políticas públicas. Enquanto o governo tem 
compromisso com a universalização, a conexão das organizações 
da sociedade civil está no fortalecimento da sociedade. Ao atuar de 
forma pequena, porém particular, o terceiro setor contribui para a 
construção da cidadania.
“Houve nos últimos anos uma grande expansão do terceiro setor no Brasil. 
Há no país mais de 250 mil entidades, que empregam mais ou menos 2 
milhões de pessoas, tendo movimentado em 1998 recursos em torno de 
1,2% do PIB, o que representa aproximadamente 12 bilhões de reais. Este 
setor favoreceu no mesmo ano mais de 9 milhões de pessoas, ou seja, 6% 
aproximadamente da população total. ” (http://integração.fgvsp.org.br) 
Esta pluralidade das organizações da sociedade civil traz a capacidade 
de procedimento dos diferentes grupos da sociedade contemporânea, 
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criando espaços para participação. Assim, a distinção produz um 
grande salto qualitativo.
Desta forma, o trabalho específico do terceiro setor também tem como 
conseqüência a continuidade, ou seja, o governo pode mudar, mas 
a organização continua, sendo capaz de construir a qualidade pelo 
desenvolvimento das políticas governamentais. A atuação é o ponto 
central da organização, pois isto permite que este espaço reflita sobre 
o Estado , e assim sendo se estenda para todo o território nacional.
Dados da Pesquisa Comparativa do Instituto John Hopkins/Iser, 1999.
Desta maneira, fica clara a necessidade de se estabelecer a formação 
de redes, consórcios e alianças entre as organizações da sociedade 
civil e o Estado, visando, nestas condições, adotar um modelo próprio 
na nossa sociedade, o qual tenta preservar a identidade de cada 
organização. A atuação do conjunto do terceiro setor contribui para a 
consolidação da democracia pautada numa ética social, o que acaba 
por beneficiar toda a sociedade.
Todavia, devemos ressaltar o papel de atuações da sociedade 
civil, pois as mobilizações sociais devem ser realizadas por ações 
articuladas que vinculem os vários espaços e setores sociais em torno 
do mesmo objetivo. Estamos nos referindo às parcerias que o Estado 
vem estabelecendo cada vez mais com a sociedade civil por meio, por 
exemplo, das ONGs – Organizações não Governamentais -, ou seja, 
uma co-responsabilização do Estado com a sociedade em nome de 
ações do mesmo interesse.
“Sob qualquer ângulo que se examine o conceito de sociedade civil – seja como 
sinônimo de Estado ou sociedade política, seja como parcela populacional 
contida no Estado e sustentadora dele, seja ainda como ficção dominante do 
aparato repressor -, ele não comporta a população total, nem mesmo com os 
nomes de estado civil, como queria Rousseau, o Estado de Direito, a sociedade 
política ou qualquer outro.” (MARTINEZ, 1997: p. 20)
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Estas atuações e parcerias entre governo e ONGs fortalecem as 
instituições e incentiva seus projetos, o papel das organizações 
na sociedade civil, ou seja, como elas se inserem ativamente em 
nossa sociedade, ao promover a mobilização de diversos setores da 
sociedade em prol do desenvolvimento social. Com a globalização e 
as novas tecnologias, o que está em pauta é uma redefinição do papel 
do Estado, e de um novo diálogo entre ele e a sociedade civil.
“O Estado emergiu como instituição política suprema tendo por base uma 
sociedade que já não era aquela do estado de natureza na qual os homens 
se relacionavam pela força, pelos instintos. Houve um processo racional de 
ordenamento, durante o qual se cristalizaram costumes e comportamentos, 
tais como: os cultos religiosos, a família, a propriedade privada, uma certa 
hierarquia social, ou seja, um conjunto de precondições sem as quais o 
Estado seria inviável como instituição política.” (Martinez, 1997: 18)
Neste novo contexto, o Estado deve ser mais ágil e flexível, contando 
com subsídios efetivos de amplos segmentos da sociedade, com o 
intuito de se estabelecer diálogos e estratégias para uma melhoria 
significativa em prol de todos os indivíduos.
Nesta aula, podemos verificar a atuação do Terceiro Setor como um 
importante instrumento de exercício da cidadania. Sobretudo, o 
terceiro setor vem conseguindo mais visibilidade na sociedade, que 
por sinal cobra mais do Estado políticas sociais eficientes. 
A atuação do terceiro setor não apenas aglutina pessoas, como 
também cria parcerias entre empresas e o próprio Estado.
Na próxima aula, veremos a questão da Globalização e Ética 
Empresarial: uma nova era do conhecimento e da gestão.
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Referências Bibliográficas
MARTINEZ, Paulo. Poder e Cidadania”. Campinas, Papirus, 1997.
Referências de Sites
www.ethos.org.br
www.integracao.fgvsp.br