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RECURSO INOMINADO


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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DA ILHA DO GOVERNADOR
AUTOS Nº. 0002352-91.2017.8.19.0207
                                   CAROLINA RAMOS NOBRE PACHECO e IRANI RAMOS DA COSTA NOBRE, já qualificadas nos autos em referência da ação de execução de obrigação de fazer – não fazer; dano material/ indenização por dano material e moral, ajuizada em face de CRÉDITO UNIVERSITÁRIO PRAVALER – IDEAL INVEST e SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR ESTÁCIO DE SÁ, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seu advogado adiante assinado, inconformado com a respeitável sentença proferida às fls. , interpor RECURSO INOMINADO nos termos do artigo 42, da Lei 9.099/95, pelas razões anexas, as quais deverão ser recebidas e encaminhadas ao e. Turma Recursal de _______.
                                 
   Segue anexa guia do recolhimento das custas e do preparo.
  Nestes termos, 
 Pede e espera deferimento.
 Rio de Janeiro, 05 de julho de 2017
EGRÉGIA TURMA RECURSAL DE ??
RAZÕES DE RECURSO INOMINADO
 Nº DO PROCESSO 0002352-91.2017.8.19.0207
RECORRENTES: CAROLINA RAMOS NOBRE PACHECO e IRANI RAMOS DA COSTA NOBRE
RECORRIDOS:  CRÉDITO UNIVERSITÁRIO PRAVALER – IDEAL INVEST e SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR ESTÁCIO DE SÁ
 VARA DE ORIGEM: XX VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DA ILHA DO GOVERNADOR
ILUSTRES JULGAORES,
 1- DA TEMPESTIVIDADE
                                   O presente recurso é próprio, tempestivo, publicada a respeitável sentença em ??, encerrando-se em ??, portanto, tempestivo. As partes são legítimas e estão devidamente representadas, portanto, preenchido os pressupostos de admissibilidade.
 2- SÍNTESE DO PROCESSO
 Em setembro de 2016, as autoras contrataram os serviços da primeira empresa ré, de financiamento estudantil, onde a financiadora paga integralmente o semestre à faculdade e o aluno paga a metade durante o curso e a outra metade depois de formado.
			Ocorre que, por má orientação da Universidade, ora segunda ré, a primeira autora informou o maior valor da mensalidade, qual seja R$ 1907,55 (hum mil novecentos e sete reais e cinquenta e cinco centavos), considerando que estas vieram com diferentes valores (julho: R$727,22 (setecentos e vinte e sete reais e vinte e dois centavos); agosto – R$654,50 (seiscentos e cinquenta e quatro reais e cinquenta centavos); setembro: 1907,55 (hum mil novecentos e sete reais e cinquenta e cinco centavos) e outubro novembro e dezembro R$ 1057,27(hum mil cinquenta e sete reais e vinte e sete centavos).
		Após tentar por diversas vezes o cancelamento do contrato, protocolo estes anexados na peça inicial, as autoras não lograram êxito. A primeira ré alegando que, por mais que ciente do pedido de cancelamento feito em 04/01/2017, precisaria que a segunda ré devolvesse os valores já pagos para a real efetivação deste. A segunda ré, por sua vez, não forneceu real solução para tal problema.
		Mesmo tendo feito o pedido de cancelamento em janeiro de 2017, as autoras continuaram sendo constrangidas com ligações de cobrança e inclusive, com seus nomes inclusos no cadastro de restrição de crédito de forma indevida pela segunda ré.
                          Este é o resumo dos autos.
 3- RAZÕES PARA REFORMA
 Merece reforma a r. sentença proferida pelo M.M. Juízo “a quo”, no que diz respeito a improcedência dos pedidos de restituição por dano moral e indenização por dano material bem como da não exclusão dos nomes das autoras do cadastro de restrição de crédito.
 Vejamos que o Ilustre Magistrado não vislumbrou corretamente a responsabilidade objetiva das rés pelos vícios cometidos na prestação de seus serviços.
 Graças a isso, as apelantes passaram por enormes aborrecimentos, pois, tiveram seus respectivos nomes inscritos nos órgãos de proteção de crédito indevidamente, conforme ficou bem demostrado nos documentos acostados aos autos.
 O Juízo, mesmo as apeladas infringindo os princípios basiliares e norteadores da relação de consumo, indeferiu os pedidos de restituição por danos matérias e indenização por danos morais bem como a exclusão do nome dos órgãos de proteção de credito. 
“Posto isso, JULGO PROCEDENTE EM PARTE o pedido para determinar a rescisão do contrato de financiamento celebrado entre a autora e a primeira ré, bem como a cancelar o débito dele decorrente, sob pena de multa equivalente ao dobro do que for cobrado, por cobrança indevida emitida após a prolação da sentença e enviada à residência das autoras. JULGO EXTINTO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, em razão da ilegitimidade ativa, o pedido para condenar a primeira ré a realizar o repasse dos valores pagos à segunda ré, na forma do artigo 485, VI, do CPC. JULGO IMPROCEDENTES os demais pedidos, na forma do artigo 487, I, do CPC. Sem custas, nem honorários, de acordo com o artigo 55, da Lei 9.099/95. Submeto o projeto de sentença à apreciação do MM. Juiz de Direito.”
 Desta forma, não restou as apelantes outra alternativa senão interpor o presente recurso inominado contra a sentença proferida, na parte supra transcrita, pelas razões que passa a aduzir.
 4- DA NULIDADE DA SENTENÇA 
	 A priori, o Juízo ao proferir a resp. Sentença ora guerreada, equivocou-se no momento em que julgou improcedente o pedido da retirada do nome das autoras no cadastro de proteção de crédito. Vejamos E. Julgador será correto continuar com os nomes das respectivas autoras no cadastro restritivo, mesmo cancelando os débitos do contrato que originaram a inclusão?
	 Ou seja, até a análise superficial na resp. Sentença ora atacada, percebe-se que a citada é totalmente confusa. 
	 Diante de tudo acima arguido, deverá esta Egrégia Câmara reconhecer a nulidade da resp. Sentença ora combatida, pois, a sua aplicação no fato explanado da presente ação é imperativa.
5-  DA APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 89 DE 12/01/2009 DO E. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
	 A priori, requer as apelantes em sua peça exordial a aplicação da Súmula nº 89 de 12/01/2009 do E. Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que prevê pagamento de danos morais no valor de 40 salários mínimos, nos casos de inclusão indevida nos órgãos de proteção ao crédito.
 As apelantes vêm ressaltar ao Eminente Julgador que o dano moral deveria ser arbitrado pelo Juiz “a quo” considerando os seguintes aspectos:
A necessidade de ajuizar a presente ação;
A aplicação da Súmula nº89 do TJRJ;
As idas e vindas as apelantes para tentar solucionar o ocorrido;
A inclusão indevida nos órgãos de proteção de crédito
O vício na prestação dos serviços prestados pelas rés
Abalo emocional das apelantes
Os constrangimentos sofridos pela parte apelante quando ligam para uma idosa de 72 anos, diversas vezes ao dia, fazendo cobranças já comprovadamente indevidas de um contrato cancelado.
 Ainda assim, o Juízo deveria ter deferido o pedido de danos morais considerando, também, as condições econômicas das empresas apeladas de forma que o indeferimento do valor causa a mesma o desestímulo à incidência de tais atos ilícitos, impulsionando as apeladas a intensificar os investimentos que garantam a eficácia de seus instrumentos de controle e na qualificação e conscientização de seus empregados, de modo a produzir uma real redução de casos como esse, que vem sendo, frequentemente, objeto de demandasjudiciais. 
 	Esses riscos a que o cidadão é exposto muitas vezes se consumam em danos morais. Isto também não é novidade. A inscrição em cadastro restritivo por dívida já paga, a cobrança vexatória, rotineiramente levado ao judiciário. Já não mais se discute que o dano moral deve ser reparado, indenizado, ainda mais que contemplado expressamente na constituição Federal no artigo 5º, incisos V e X. É oportuno citar as palavras de um dos maiores constitucionalistas brasileiros:
“A vida humana não é apenas um conjunto de elementos materiais. Integram-na, outrossim, valores imateriais, como morais. A constituição empresta muita importância à moral, como valor ético-social da pessoa e da família, que se impõe ao respeito dos meios de comunicação social (art. 221, IV). Ela, mais que as outras, realçou o valor da moral individual, tornando-a mesmo indenizável (art. 5º, V e X). A moral individual sintetiza a honra da pessoa, o bom nome, a boa forma, a reputação que integram a vida humana como dimensão imaterial. (José Afonso da Silva, Curso e Direito Constitucional Positivo, 10ª edição, Editora Malheiros)”.
 Tal indenização não traz um enriquecimento, mas uma simples reparação. O professor Pires Lima traz oportuno comentário:
“Portanto, reconhecemos que todas as ofertas contra a vida e integridade pessoal, contra o bom nome e reputação, contra a liberalidade no exercício das faculdades físicas e intelectuais, podem causar um forte dano moral à pessoa ofendida e aos parentes, por isto mesmo estes têm o direito de exigir uma indenização pecuniária, que terá função satisfatória (Revista Forence, v. 83).”
 		Yussef Said esclarece um pouco mais:
“A sanção do dano moral não se resolve numa indenização propriamente, já que indenização significa eliminação do prejuízo e das suas consequências, o que não é possível quando se trata de dano extrapatrimonial; a sua reparação se faz através de uma compensação, e não de um ressarcimento; impondo ao ofensor a obrigação de pagamento de uma certa quantia em dinheiro em favor do ofendido, ao mesmo tempo que se agrava o patrimônio daquele, proporciona a este uma reparação satisfatória. Trata-se, aqui, de reparação do dano moral. (Dano Moral, 2º edição, Editora Revista dos Tribunais, página 42).”
 Sobre tal entendimento, vejamos as seguintes jurisprudências: 
(...)
 
 6- DA RESTITUIÇÃO DOS DANOS MATERIAIS
 A primeira ré é estudante e ainda mora na casa de sua genitora. Considerando que as despesas com o estudo ainda são arcadas por sua mãe, LUCIANA RAMOS DA COSTA NOBRE, conhecida ao processo nos documentos juntados (identidade), diferentemente do que decidiu o Juízo “a quo”, é notório reconhecer os comprovantes de pagamento acostados aos autos, confirmando os danos materiais sofridos. 
 Com a rescisão do contrato com a primeira ré, deferido pelo Exa., os valores já pagos deverão ser devolvidos, de forma simples, totalizando o montante de R$ 3.888,28 (três mil oitocentos e oitenta e oito reais e vinte e oito centavos).
 Sobre tal entendimento, vejamos a seguinte jurisprudência:
“REPARAÇÃO CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. RESPONSABILIDADE DO RÉU APURADA NOS AUTOS. INEXISTÊNCIA DE PROVAS DESCONSTITUTIVAS DO DIREITO ALEGADO NA INICIAL. DEVER DE REPARAR. DANOS MATERIAIS. REDUÇÃO DO VALOR DEVIDO. DANOS MORAIS. CONFIGURAÇÃO. QUANTUM INDENIZATÓRIO EM PATAMAR ADEQUADO. INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA DESDE A DATA DA SENTENÇA, O QUE SE DETERMINA EX OFFICIO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE. (...) Dos danos materiais: Embora tenham sido juntados aos autos recibos em nome da genitora do recorrido, Maria Elcy Cardoso Nogueira, que não integra a presente lide, tem-se que todas as despesas arcadas por esta foram realizadas em prol da recuperação da saúde do autor, pelo que deve ser mantido o decisum de primeiro grau que reconheceu o direito deste ao ressarcimento de tais valores, até mesmo por se ter como certo que, em razão das graves lesões físicas sofridas, o recorrido não tinha condições de se locomover e suprir as suas necessidades sem a ajuda de terceiros. Entretanto, não sendo possível identificar as assinaturas constantes nos recibos de fls. 40, 41, 42 (R$ 150,00), 45 e 54/55, tem-se como indevida a devolução dos valores nele informados, que perfaz R$ 4.025,00 (quatro mil e vinte e cinco reais), montante que deverá ser abatido do valor total fixado pelo juízo sentenciante.”
7-  CONCLUSÃO
                                   Diante dessas considerações, as Recorrentes requerem que sejam conhecido o presente recurso e, quando de seu julgamento, lhe seja dado integral provimento para reforma da sentença recorrida para acolher o pedido inicial. Fazendo isto, essa colenda Turma estará renovando seus propósitos de distribuir a tão almejada Justiça.
                                 
     Nestes termos,
 pede e espera deferimento.
 Rio de Janeiro, 06 de julho de 2017