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AVALIANDO O APRENDIZADO - PROCESSO CIVIL I 1 - COMO REGRA, OS ATOS PROCESSUAIS SÃO PÚBLICOS, TODAVIA TRAMITAM EM SEGREDO DE JUSTIÇA OS PROCESSOS, EXCETO: a) Que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes. b) Que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. c) Que versem sobre interesses difusos e coletivos.**** d) Em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade. e) Em que o exija o interesse público ou social. 2 - SALVO DISPOSIÇÃO EM SENTIDO DIVERSO, CONSIDERA-SE DIA DO COMEÇO DO PRAZO, EXCETO A OPÇÃO: a) A data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio. b) A data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico. c) A data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça. d) O dia útil seguinte a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico.****** e) A data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria. 3 - NÃO PODE SER CONSIDERADA CAUSA DE SUSPENSÃO DO PROCESSO: a) a arguição pelo réu de inépcia da petição inicial.***** b) morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador. c) a arguição de impedimento ou de suspeição. d) a admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas. e) a convenção das partes. 4 - A INCOMPETÊNCIA RELATIVA PODE SER ALEGADA: a) Somente pelo réu através de exceção de incompetência. b) Pelo autor, pelo réu ou por terceiro interessado. c) Pelo réu em preliminar de contestação.******* d) Somente pelo réu em qualquer fase do processo. e) Somente pelo autor oralmente na audiência de instrução e julgamento, sob pena de preclusão. 5 - A LIMITAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO: a) é possível apenas tratando-se de litisconsórcio facultativo.******* b) é impossível em qualquer hipótese, pois é garantia constitucional o acesso à justiça. c) é tema indiferente ao processo civil brasileiro, na medida que desconhece tal modalidade de litisconsórcio. d) é somente possível nas ações fundadas em direito pessoal ou direito real sobre bens móveis e imóveis. e) É sinônimo de litisconsórcio unitário. 6 - SOBRE AS TUTELAS DE URGÊNCIA ANALISE AS SEGUINTES AFIRMATIVAS: I. A tutela de urgência cautelar tem como objetivo assegurar o resultado útil do processo principal. II. A tutela de urgência cautelar tem natureza instrumental, pois a rigor, visa a tutelar o processo, e não a satisfazer o direito material. III. A tutela de urgência antecipada visa assegurar de forma efetiva, imediata e concreta o bem jurídico pretendido. Marque a resposta correta. a) I, II e III estão corretas.***** b) Apenas a III está correta. c) II e III estão corretas. d) I e III estão corretas. e) Apenas a II está correta. 7 - PERANTE O NCPC SÃO ADMISSÍVEIS OS SEGUINTES NEGÓCIOS PROCESSUAIS BILATERAIS, EXCETO: a) acordo de ampliação de prazos das partes. b) acordo para não promover a execução provisória. c) dispensa consensual de assistente técnico. d) acordo para a modificação da competência absoluta.***** e) acordo de rateio de despesas processuais. 5 - A PETIÇÃO INICIAL SERÁ CONSIDERADA INEPTA EM TODAS AS OPÇÕES ABAIXO, EXCETO: a) Quando lhe faltar pedido ou causa de pedir. b) Quando da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão. c) Quando a fundamentação jurídica não apresentar dispositivo legal.***** d) Quando o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico. e) Quando contiver pedidos incompatíveis entre si. 6 - PERANTE O TEXTO EXPRESSO NO NCPC SÃO REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL: a) o Tribunal a qual será dirigida. b) o fato e os fundamentos jurídicos do pedido.****** c) o valor da causa expresso por extenso. d) o número da carteira de identidade do autor e do réu. e) a nacionalidade do autor e do réu. 7 - QUAL DAS OPÇÕES, ABAIXO, É CONSIDERADA UMA INTERVENÇÃO ASSISTENCIAL EM PROCESSOS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE POR PARTE DE ENTIDADES QUE TENHAM REPRESENTATIVIDADE ADEQUADA PARA SE MANIFESTAR NOS AUTOS SOBRE QUESTÃO DE DIREITO PERTINENTE À CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL. NÃO SÃO PARTES DOS PROCESSOS; ATUAM APENAS COMO INTERESSADOS NA CAUSA. a) Chamamento ao processo. b) Denunciação da lide. c) Assistência. d) Nomeação à autoria. e) Amicus Curiae.******* 8 - OS ATOS PROCESSUAIS QUE DEVAM SER CUMPRIDOS NO EXTERIOR, EM OUTRA COMARCA OU POR JUIZ SUBORDINADO A TRIBUNAL, SERÃO REQUISITADOS, RESPECTIVAMENTE, ATRAVÉS DE CARTA. a) rogatória, carta precatória e carta de ordem.****** b) precatória, carta rogatória e carta de ordem. c) de ordem, carta rogatória e carta precatória. d) de ordem, carta precatória e carta rogatória. 9 - O MAGISTRADO AO LER OS AUTOS PARA PROFERIR SENTENÇA QUE SERÁ FAVORÁVEL AO AUTOR, VERIFICA UMA NULIDADE QUE BENEFICIA O REFERIDO AUTOR. DIANTE DOS FATOS ELE DEVERÁ: a) Dar vista dos autos ao Ministério Público que sempre se pronuncia sobre nulidade processual. b) Não reconhecer a nulidade, pois a sentença será favorável a quem a nulidade aproveita.**** c) Suspender o feito para que as partes se manifestem sobre a nulidade, garantindo o princípio constitucional do contraditório d) Reconhecer a nulidade, e, depois das partes se manifestarem sobre a mesma proferir a sentença e) Tentar sanar a nulidade se a mesma for relativa 10 - XIV DE ORDEM UNIFICADO A RESPEITO DA PARTICIPAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NO PROCESSO CIVIL, ASSINALE A OPÇÃO CORRETA. a) O Ministério Público, intervindo como fiscal da lei, não pode requerer diligências com intuito de comprovar a verdade de fatos relevantes para a causa b) O Ministério Público, quando for parte, não gozará de prazos diferenciados para interposição de recursos c) O Ministério Público tem a faculdade de intervir nas causas em que há interesses de incapazes d) O Ministério Público, intervindo como fiscal da lei, terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo. *********** 11 - ASSINALE A FRASE CORRETA: 1. Capacidade para estar em juízo e capacidade de ser parte são sinônimos 2. A competência diz respeito ao Juiz que vai julgar a causa. 3. A incompetência pode ser absoluta ou relativa, sendo que o vício na incompetência relativa é sanável.* 4. A prorrogação de competência diz respeito à incompetência absoluta, tornando competente o órgão que a princípio era incompetente. 5. A prevenção pressupõe sempre um juízo relativamente incompetente. 12 - MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA, DE ACORDO COM AS PREVISÕES DO NOVO CPC: a) As regras de competência territorial previstas no Novo CPC são sempre relativas. b) A incompetência absoluta e a relativa devem ser arguidas pelo réu antes do mérito, quando argüida na contestação, como preliminar.************** c) A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro do seu domicílio e quando o incapaz for autor, será competente o foro do domicílio do réu. d) A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens imóveis será proposta no foro do domicílio do réu. e) A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público em todas as causas, ainda que não atue. 13 - A COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL TERÁ POR OBJETO, EXCETO: a) citação, intimação enotificação judicial e extrajudicial. b) assistência jurídica internacional. c) homologação de toda e qualquer sentença estrangeira pela Justiça Federal.******** d) colheita de provas e obtenção de informações. e) concessão de medida judicial de urgência. 14 - SOBRE A CAPACIDADE PROCESSUAL, ANALISE AS SEGUINTES AFIRMATIVAS: I. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo. II. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. III. O juiz nomeará curador especial ao revel quando citado por edital. Marque a opção correta: a) I e II estão corretas. b) II e III estão corretas. c) Apenas a II está correta. d) I, II e III estão corretas.****** e) Apenas a III está correta. 15 - A COMPETÊNCIA RELATIVA PODE SER MODIFICADA: a) Não pode ser modificada. b) Pela conexão e pela continência.********** c) Somente pela continência. d) Apenas pela conexão. e) De oficio pelo juiz. 16 - SOBRE A CAPACIDADE PROCESSUAL É CORRETO AFIRMAR: a) Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.********** b) O juiz nomeará curador especial ao capaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a capacidade. c) O Estado será representado em juízo pelo governador. d) O absolutamente incapaz será assistido por seus pais, na forma da lei. e) Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é dispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. 17 - HÁ IMPEDIMENTO DO JUIZ QUANDO: a) For amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados. b) Nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive.************ c) Qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive. d) Interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. e) Receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio. 18 - COM RELAÇÃO AOS PODERES, DEVERES E RESPONSABILIDADES DAS PARTES, DOS PROCURADORES E DOS JUÍZES, ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA. A) O Juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer, em qualquer hipótese, questões conhecíveis de oficio. B) Os motivos de impedimento e suspeição são aplicáveis aos juízes, não cabendo o mesmo contra os serventuários de justiça ou órgão do Ministério Público, quando não for parte. C) O Juiz deve declarar-se suspeito de parcialidade, mas deverá demonstrar claramente sua motivação] não se admitindo mera arguição de motivo íntimo. D) O Juiz, caso as partes e seus advogados empreguem expressões injuriosas nos escritos apresentados no processo, poderá mandar riscá-Ias, podendo assim agir, inclusive, de ofício.************ 19 - ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR: O JUIZ DIRIGIRÁ O PROCESSO, INCUMBINDO-LHE: I . Assegurar às partes igualdade de tratamento. II. Velar pela duração razoável do processo. III. Exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais. Estão corretos os itens: a) II e III estão corretos. b) I e II estão corretos. c) Apenas o II está correto. d) Apenas o III está correto. e) I, II e III estão corretos.********* 20 - SOBRE OS PRAZOS PROCESSUAIS É CORRETO AFIRMAR: a) Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão os dias úteis, finais de semana e feriados. b) Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 10 de dezembro e 10 de janeiro. c) A contagem do prazo processual é sempre ininterrupta. d) Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados incluindo o dia do começo e excluindo o dia do vencimento. e) Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.**** 21 - SOBRE A TUTELA PROVISÓRIA ANALISE AS SEGUINTES AFIRMATIVAS: I. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas. II. A tutela provisória pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. III. Como regra, a tutela provisória não conservará a sua eficácia durante o período de suspensão do processo. Marque a opção correta. a) I e II estão corretas.**** b) II e III estão corretas. c) Apenas a III está correta. d) Apenas a I está correta. e) Apenas a II está correta. 22 - Chamamos de julgamento (isto é, a faculdade graças à qual dizemos que uma pessoa julga compreensivamente) a percepção acertada do que é equitativo. Uma prova disto é o fato de dizermos que uma pessoa equitativa é, mais que todas as outras, um juiz compreensivo, e identificamos a equidade com o julgamento compreensivo acerca de certos fatos. E julgamento compreensivo é o julgamento em que está presente a percepção do que é equitativo, e de maneira acertada; e julgar acertadamente é julgar segundo a verdade. ARISTÓTELES. Ética a Nicômacos. Trad.: Mário da Gama Kury. 4 ed. Brasília: EDUnB, 2001, p. 121-123. Na direção do que aponta o texto de Aristóteles, verifica-se que o ser humano, de modo constante, exerce a arte de julgar. Assim o faz em situações determinadas do cotidiano, decidindo acerca de suas condutas e das dos outros, analisando medidas e fatos e avaliando situações. Com o operador do direito não é diferente, mormente com magistrados, agentes responsáveis pela tomada de decisões nas relações processuais. Com base nesse entendimento e no texto acima apresentado, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. A RELAÇÃO PROCESSUAL PRESSUPÕE O JULGAMENTO, O QUAL REPRESENTA, PARA O MAGISTRADO, UM AGIR COM DELIBERAÇÕES, UMA VEZ QUE, AO DECIDIR, ESSE OPERADOR JURÍDICO SE BASEIA NA ANTECEDENTE ANÁLISE DOS FATOS E, DE MODO REFLEXIVO, ATINGE O SEU CONVENCIMENTO DIANTE DAS PROVAS APRESENTADAS PELAS PARTES NO ÂMBITO DO PROCESSO. II. AO ANALISAR OS FATOS APRESENTADOS NA RELAÇÃO PROCESSUAL, O MAGISTRADO DEVE SER EQUÂNIME E APROXIMAR-SE DAS PARTES ENVOLVIDAS, PARA FORMAR O SEU CONVENCIMENTO COM BASE NAS OPINIÕES POR ELAS EMITIDAS, O QUE LHE PERMITE DELIBERAR DE MODO MAIS SENSATO, JUSTO E COMPREENSIVO COM TODOS. A RESPEITO DESSAS ASSERÇÕES, ASSINALE A OPÇÃO CORRETA. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.***** D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas 23 - SOBRE A CITAÇÃO, DIANTE DAS REGRAS EXPRESSAS CONTIDAS NO NCPC, QUAIS AS AFIRMATIVAS, ESTÃO CORRETAS: I. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual. II. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. III. Citação é o ato do juiz que convoca o réu, o executado ou o interessado ao processo para oferecer resposta.a) Estão corretas a I e a II.***** b) Apenas a III está correta. c) Estão corretas a I e III. d) Todas estão corretas. e) Estão corretas a II e III. 24 - QUANTO AO CONFLITO DE COMPETÊNCIA ANALISE AS SEGUINTES AFIRMATIVAS: I. Há conflito de competência quando 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes. II. Há conflito de competência quando 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência. III. Há conflito de competência quando entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. a) I e III estão corretas. b) Apenas a III está correta. c) II e III estão corretas. d) Apenas a II está correta. e) I, II e III estão corretas.***** 25 - EM RELAÇÃO À COMPETÊNCIA, É CORRETO AFIRMAR-SE: a) todas as alternativas estão corretas. b) as causas cíveis serão processadas e julgadas pelo juiz no limite de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral na forma da lei. ******* c) a competência territorial deve ser conhecida de oficio pelo juiz. d) a ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens imóveis será proposta no domicílio do réu. e) os órgão revisores não tem competência para rever a decisão de juízo monocrático a ele vinculado, em razão da coisa julgada ter amparo constitucional. 26 - SOBRE A INCOMPETÊNCIA RELATIVA ASSINALE A FRASE CORRETA: a) Deve ser arguida como prejudicial em contestação. b) Deve ser arguida através do incidente processual denominado exceção de incompetência. c) Sempre torna nulos todos os atos decisórios praticados no órgão incompetente. d) Pode ser arguida a qualquer tempo pela parte. e) Deve ser arguida como preliminar na contestação. ***** 27 - OS CRITÉRIOS RELATIVOS DE FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA PODEM SER ALTERADOS PELA OCORRÊNCIA DE ALGUNS FENÔMENOS PROCESSUAIS. UMA DAS SITUAÇÕES QUE PODE LEVAR À MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA, QUANDO FIXADA COM BASE EM CRITÉRIOS RELATIVOS, É A OCORRÊNCIA DA CHAMADA CONTINÊNCIA. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE DESCREVE, CORRETAMENTE, CONTINÊNCIA. A) Fenômeno que ocorre entre duas ou mais ações, quando lhes for comum o objeto ou a causa de pedir. B) Fenômeno que ocorre entre duas ou mais ações quando há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras. ***** C) Fenômeno que ocorre entre duas ou mais ações quando há entre elas identidade de partes, de causa de pedir e de pedido e todas tramitam em diferentes juízos simultaneamente. D) Fenômeno que ocorre entre duas ou mais ações quando possuem pedidos que, somados, não ultrapassam o valor de sessenta salários mínimos. 28 - SOBRE A CONEXÃO ANALISE AS AFIRMATIVAS: I. Consideram-se conexas duas ou mais ações quando lhe for comum o pedido ou a causa de pedir. II. São conexas à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico. III. Os processos de ações conexas devem ser reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. Estão corretos os itens: a) II e III estão corretos. b) I, II e III estão corretos. ***** c) Apenas o II está correto. d) Apenas o III está correto. e) I e III estão corretos. 29 - EM CONSONÂNCIA COM OS DISPOSITIVOS DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, É CORRETO AFIRMAR QUE: a) A cooperação jurídica internacional terá por objeto o cumprimento de qualquer ato judicial ou extrajudicial. b) A eleição de foro pode ser feita tacitamente pelas partes, desde que confirmada em juízo. c) Não serão reunidas para julgamento conjunto as ações que não possuam conexão ou continência. d) Juiz prevento é aquele do juízo em que foi feita a distribuição ou registro da petição inicialmente.** e) A competência territorial geral é determinada pela situação da coisa ou em razão dos fatos. 30 - APONTE OS CRITÉRIOS DE COMPETÊNCIA QUE, SE NÃO RESPEITADOS, GERAM A INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA: a) Hierarquia e territorial. b) Valor da causa e territorial. c) Razão da matéria e funcional. ***** d) Territorial e funcional. e) Razão da matéria e foro de eleição. 31 - RESTANDO COMPROVADO QUE O MAGISTRADO É AMIGO ÍNTIMO DE UMA DAS PARTES, A OUTRA PARTE, ENQUANTO INTERESSADA DEVERÁ: a) Arguir, por exceção, a suspeição do juiz. b) Arguir a incompetência do juiz. c) Arguir, concomitantemente, na peça de bloqueio o impedimento e a suspeição do juiz. d) Arguir, através de petição, a suspeição do juiz. ***** e) Arguir, na contestação, o impedimento do juiz. 32 - (NCPC)A RESPEITO DO FENÔMENO PROCESSUAL DO LITISCONSÓRCIO, QUE CONSISTE NA PLURALIDADE DE SUJEITOS OCUPANDO UM OU AMBOS OS POLOS DA RELAÇÃO JURÍDICA PARA LITIGAR EM CONJUNTO NO MESMO PROCESSO, ANALISE AS ASSERTIVAS ABAIXO E ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA A) Não constitui fundamento para a formação de litisconsórcio a ocorrência de afinidade de questões por um ponto em comum de fato ou de direito. B) O juiz poderá limitar o litisconsórcio necessário quanto ao número de litigantes quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. C) Na sistemática dos Juizados Especiais Cíveis não se admitirá a formação de litisconsórcio como forma de prestigiar uma prestação jurisdicional mais célere e simplificada. D) Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, e de escritórios diferentes, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. **** 33 - SOBRE O CHAMAMENTO AO PROCESSO, ANALISE AS SEGUINTES AFIRMATIVAS: I. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu do afiançado, na ação em que o fiador for réu. II. É admissível o chamamento ao processo, requerido apenas pelo autor, dos devedores solidários, quando aquele exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum. III. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu, dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles. Marque a opção correta: a) Apenas a II está correta. b) I e II estão corretas. c) I, II e III estão corretas. d) I e III estão corretas.************************* e) Apenas a III está correta. 34 - SOBRE OS PRAZOS PROCESSUAIS É CORRETO AFIRMAR: a) Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 10 de dezembro e 10 de janeiro. b) Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.** c) Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão os dias úteis, finais de semana e feriados. d) Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados incluindo o dia do começo e excluindo o dia do vencimento. e) A contagem do prazo processual é sempre ininterrupta. 35 - DE ACORDO COM O NCPC SÃO EXEMPLOS DE MODALIDADES DE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS: a) Oposição e denunciação da lide. b) Denunciação da lide e chamamento ao processo.************** c) Oposição e litisconsórcio. d) Litisconsórcio e nomeação a autoria. e) Nomeação a autoria e oposição. 36 - MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA, DE ACORDO COM O NOVO CPC: a) A jurisdição brasileira pode ser competente para julgar as ações de alimentos ainda que o réu não tenha domicílio no Brasil. ********** b) É competente o foro do domicílio da União ou do Estado para as ações em que esses forem autores. c) É competente o foro do domicílio do idoso para todas as ações em que o mesmo for parte. A competência em razão da pessoa não foi recepcionada pelo novo CPC. d) Em matéria de sucessão hereditária, confirmação de testamento particular e inventário, entre outros, acompetência da jurisdição brasileira é concorrente. 37 - MARIA, DESEMPREGADA, PROPÔS AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER EM FACE DA EMPRESA COMPRA TUDO. DIANTE DA SUA FALTA DE CONDIÇÕES FINANCEIRA PARA ARCAR COM AS DESPESAS DO PROCESSO, REQUEREU AO JUÍZO A GRATUIDADE DE JUSTIÇA, QUE FOI CONCEDIDA. O DEFERIMENTO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA COMPREENDE OS SEGUINTES ENCARGOS, EXCETO: a) as taxas ou as custas judiciais. b) os custos com transporte, estadia e alimentação do advogado da parte quando praticar atos fora da comarca onde se encontra a demanda. ************* c) os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de versão em português de documento redigido em língua estrangeira. d) as despesas com a realização de exame de código genético - DNA e de outros exames considerados essenciais. e) as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios. 38 - A PETIÇÃO INICIAL SERÁ CONSIDERADA INEPTA EM TODAS AS OPÇÕES ABAIXO, EXCETO: a) Quando da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão. b) Quando lhe faltar pedido ou causa de pedir. c) Quando a fundamentação jurídica não apresentar dispositivo legal. ******** d) Quando o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico. e) Quando contiver pedidos incompatíveis entre si. 39 - O MAGISTRADO AO LER OS AUTOS PARA PROFERIR SENTENÇA QUE SERÁ FAVORÁVEL AO AUTOR, VERIFICA UMA NULIDADE QUE BENEFICIA O REFERIDO AUTOR. DIANTE DOS FATOS ELE DEVERÁ: a) Tentar sanar a nulidade se a mesma for relativa b) Dar vista dos autos ao Ministério Público que sempre se pronuncia sobre nulidade processual. c) Suspender o feito para que as partes se manifestem sobre a nulidade, garantindo o princípio constitucional do contraditório d) Não reconhecer a nulidade, pois a sentença será favorável a quem a nulidade aproveita. **** e) Reconhecer a nulidade, e, depois das partes se manifestarem sobre a mesma proferir a sentença. 40 - SOBRE A COMPETÊNCIA TERRITORIAL É CORRETO AFIRMAR, EXCETO: a) É competente o foro do lugar do ato ou fato para a ação em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios. b) É competente o foro do domicílio da mulher para a ação de anulação de casamento. ******** c) É competente o foro do lugar do ato ou fato para a ação de reparação de dano. d) É competente o foro do lugar onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica. e) É competente o foro do lugar onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica. 41- LINDALVA FALECEU EM MINAS GERAIS, EM UM ACIDENTE DURANTE A PRÁTICA DE MONTANHISMO. NÃO TINHA FEITO TESTAMENTO, MAS DEIXOU DOIS FILHOS MAIORES QUE RESIDEM EM DOIS ESTADOS DA FEDERAÇÃO. APESAR DE NÃO TER DOMICÍLIO CERTO, DEIXOU BENS IMÓVEIS SITUADOS NOS ESTADOS DA BAHIA E DE MATO GROSSO. A RESPEITO DA AÇÃO DE INVENTÁRIO, DE ACORDO COM O QUE DISPÕE O CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA. A) A ação de inventário deve ser ajuizada no foro do domicílio dos filhos de Lindalva, pois são eles os inventariantes. B) O foro competente para o inventário é o da situação dos bens, de forma que o inventário deverá ser aberto na Bahia, local onde a maioria dos bens está localizada. C) A ação de inventário deverá ser ajuizada no foro da situação de qualquer dos bens, uma vez que o autor da herança possuía bens imóveis em lugares diferentes. ************** D) O inventário deverá ser aberto pelos herdeiros no estado de Minas Gerais, uma vez que Lindalva não tinha domicílio certo e seus bens estavam em lugares diferentes. 42 - MARIA DISTRIBUIU DEMANDA EM FACE DO BANCO QUERO O SEU DINHEIRO. ACREDITANDO QUE O MAGISTRADO FOI OMISSO NA SENTENÇA, A AUTORA DESEJA INTERPOR O RECURSO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO QUE POSSUI PRAZO DE 05 DIAS. CERTO QUE A DECISÃO FOI PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL NA SEGUNDA- FEIRA,DIA 03 DE MARÇO, QUAL SERÁ O ÚLTIMO DIA DO PRAZO PARA MARIA INTERPOR O RECURSO: a) Domingo, dia 09.03. b) Sábado, dia 08.03. c) Sexta-feira, dia 07.03. d) Terça-feira, dia 11.03. e) Segunda-feira, dia 10.03.************* 43 - SEGUNDO O REGRA EXPRESSA CONTIDA NO NCPC, SOBRE OS ATOS PROCESSUAIS É CORRETO AFIRMAR: a) Os atos processuais dependem de forma determinada, contudo, são considerados válidos os que, realizados de outro modo, preencha a sua finalidade essencial. b) Os atos processuais dependem de forma determinada, contudo, os reputados urgentes, são considerados válidos se realizado de modo diverso. c) Os atos processuais terão sempre forma prescrita em lei. d) Os atos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.************* 44 - TODA PESSOA QUE SE ACHA NO EXERCÍCIO DOS SEUS DIREITOS TEM CAPACIDADE PARA ESTAR EM JUÍZO, ESTABELECE O CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, E OS INCAPAZES SERÃO ASSISTIDOS OU REPRESENTADOS POR SEUS PAIS, TUTORES OU CURADORES. A RESPEITO DO TEMA ESTÃO CORRETAS AS AFIRMATIVAS A SEGUIR, À EXCEÇÃO DE UMA. ASSINALE-A. A) O curador especial, nomeado em caso de executado citado com hora certa revel, tem legitimidade para opor embargos à execução. B) Ao curador especial não se aplica o ônus da impugnação especificada dos fatos articulados pelo autor. C) O juiz dará curador especial ao réu revel citado por edital, mas não àquele citado com hora certa.** D) O juiz dará curador especial ao incapaz, ainda que tenha representante legal, quando houver colisão de interesses entre este e o representado. 45 - A AÇÃO REGRESSIVA EXERCIDA COMO MODALIDADE DE INTERVENÇÃO DE TERCEIRO CONFIGURA O(A): a) Assistência litisconsorcial. b) Nomeação à autoria. c) da lide.******* d) Chamamento ao processo. e) Amicus Curiae. 46 - PERANTE O NCPC SÃO ADMISSÍVEIS OS SEGUINTES NEGÓCIOS PROCESSUAIS BILATERAIS, EXCETO: a) acordo para não promover a execução provisória. b) dispensa consensual de assistente técnico. c) acordo de ampliação de prazos das partes. d) acordo de rateio de despesas processuais. e) acordo para a modificação da competência absoluta.******** 47 - O OFICIAL DE JUSTIÇA AO VERIFICAR QUE O CITANDO SE OCULTA PARA EVITAR A CITAÇÃO DEVERÁ: a) Se comparecer por duas vezes consecutivas e a ocultação persistir, proceder à citação por hora certa******* b) Proceder à citação editalícia c) Informar ao Juízo para as providências que o Magistrado entender pertinentes d) Solicitar ao Magistrado que se proceda a citação pelo correio e) Solicitar ao Magistrado permissão para ingressar na residência do citando. 48 - CONFORME DISPOSIÇÃO LEGAL, A CITAÇÃO PODERÁ SER FEITA DAS SEGUINTES FORMAS, EXCETO: a) por qualquer funcionário cartorário, se o citado comparecer em cartório.***** b) por meio eletrônico, conforme regulado em lei. c) pelo correio. d) pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório. e) por oficial de justiça. 49 - SOBRE A INCOMPETÊNCIA RELATIVA ASSINALE A FRASE CORRETA: a) Sempre torna nulos todos os atos decisórios praticados no órgão incompetente. b) Deve ser arguida como prejudicial em contestação. c) Pode ser arguida a qualquer tempo pela parte. d) Deve ser arguida como preliminar na contestação.***** e) Deve ser arguida através do incidente processual denominado exceção de incompetência. 50 - EXTINGUE-SE O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO: a) pela litispendência. b) pela ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular doprocesso. c) pela perempção. d) pela transação.***** e) pela desistência. 51 - (NCPC) EM DETERMINADA AÇÃO JUDICIAL APÓS A CITAÇÃO DO RÉU, ESTE VEIO A JUÍZO E RECONHECEU JURIDICAMENTE O PEDIDO REALIZADO PELA PARTE AUTORA EM SUA EXORDIAL. DIANTE DE TAL FATO TEM-SE QUE O JUIZ PROFERIU: A)sentença definitiva sem julgamento de mérito; B) sentença imprópria não podendo a parte, propor novamente a mesma ação;****** C) sentença terminativa pois não houve resolução do mérito do conflito; D) sentença própria não podendo mais ser proposta a mesma ação. E) nda Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual. ■ A citação e sua relevância Um dos atos processuais mais relevantes é o ato de comunicação ao réu (ou, como disposto no art. 238 ora estudado, ao executado e ao interessado) de que lhe foi proposta ação judicial. Esta é finalidade do ato citatório: dar ciência a alguém de que houve pedido formulado perante o Judiciário (no caso do réu ou do executado) ou relativo a interesses seus (no caso dos interessados). Trata-se de expressão, no âmbito do NCPC, das garantias constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa preconizadas no art. 5º, inciso LIV e LV, da CF. A citação, por assim dizer, torna concreta, no âmbito do direito processual civil positivado, a cláusula do devido processo legal, segundo a qual é vedada a perda de bens sem a anterior atividade jurisdicional, com plena participação do réu em seu processamento. Algumas anotações são necessárias para a correta intelecção do texto do dispositivo legal sob análise. Por primeiro, a locução “para integrar a relação processual” constante da parte final do art. 238 do NCPC merece alguns esclarecimentos. Há, com efeito, correção da expressão hoje constante do art. 213 do CPC/73 “a fim de se defender”, como se a resistência, conquanto seja a mais comum, fosse a única possibilidade de atuação do integrante do polo passivo de determinada ação judicial. Além da defesa propriamente dita, o sujeito passivo de determinada relação processual tem à sua disposição outros comportamentos legalmente previstos, tais quais o reconhecimento jurídico do pedido e a própria inércia (revelia). Na seara do processo executivo de título extrajudicial, v.g., a postura primordialmente esperada do réu (o executado) é o pagamento, e não exclusivamente a apresentação de resistência (embargos do devedor). Nas chamadas ações de jurisdição voluntária, também, a citação não tem por fito propriamente a comunicação para apresentação de defesa, senão que se destina, isso sim, à ciência acerca do aforamento de determinada ação judicial de interesse do citando. Destarte, andou bem o NCPC ao substituir a reducionista expressão “a fim de se defender” por “para integrar a relação processual”. Registre-se, adicionalmente, que a higidez do ato citatório (leia-se, sua realização em estrita atenção aos ditames legais) mostra-se fundamental para a constituição e o desenvolvimento válidos do processo, na medida em que a citação é pressuposto de existência e a citação válida é pressuposto de validade da relação processual. (Este tema é objeto de mais aprofundadas considerações nos comentários aos arts. 485 e 938). A expressão “interessado”, constante do texto do artigo sob comentário, justifica-se em virtude de, como dito acima, a citação não ocorrer exclusivamente em processos de jurisdição contenciosa, nos quais há a figura do réu (i. e., alguém a quem se imputa a resistência a determinada pretensão do autor, no plano do direito material), mas também em ações nas quais não há litígio propriamente dito, mostrando-se adequada a referência aos demais sujeitos processuais como interessados, e não réus. É o que se dá, por exemplo, no âmbito dos inventários, em que os demais herdeiros são citados para integrar o processo de atribuição de bens aos herdeiros e sucessores do falecido. Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. § 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução. § 2º Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de: I - conhecimento, o réu será considerado revel; II - execução, o feito terá seguimento. ■ Pressuposto processual de validade É do caput do art. 239 do NCPC que se colhe a mais explícita vinculação entre a citação hígida, isto é, corretamente realizada, e a validade do processamento de uma ação cível. A citação corretamente realizada traduz, em termos processuais, prestígio ao ditame constitucional do devido processo legal, legitimando a atividade jurisdicional e concedendo ao réu a oportunidade de participar de uma ação, no mais das vezes defendendo-se do que lhe é imputado pela contraparte. É a citação, por excelência, que consuma o respeito à garantia constitucional essencial de que ninguém será privado de seus bens sem a observância do devido processo legal. Além do quanto sobredito, a figura da citação significa fomento à informação que deve permear todo o caminho processual, seja porque a informação acerca da pendência de uma ação permite o exercício do direito de resistir, seja porque informar acarreta permitir a confluência, ao processo e por iniciativa do réu, de elementos fáticos e jurídicos contributivos para o bom desempenho da atividade judicante. Citar é, a um só tempo, ensejar o sagrado direito de resistir e fomentar o utilíssimo mecanismo de condução de subsídios (informações e arrazoados formulados pelo réu) ao trâmite processual. Diante de seu pungente conteúdo, como acima se aduziu, o ato citatório, a teor do que dispõe o art. 239 do NCPC, vincula-se à validade da relação processual. Não obstante, acerca desta informação colhida da literalidade do texto legal, permitimo-nos tocar em ponto do qual deflui certa polêmica: qual a distinção, se é que há, entre a citação inválida e a citação inexistente? De modo que seja analisada adequadamente a questão sugerida no parágrafo acima, impende seja expendida breve revisitação dos chamados pressupostos processuais de existência e de validade, de que já tratamos nos comentários ao art. 485 do NCPC. São pressupostos de existência da relação processual a citação, a jurisdição e a petição inicial, apresentando-se como pressupostos de validade a citação válida, a jurisdição aderida de competência a imparcialidade, a petição inicial apta e a capacidade para estar em juízo. A citação tida por inexistente é, por assim dizer, definida como a não realização do próprio ato citatório, ou seja, não se consuma o ato de comunicação, ao réu ou ao interessado, acerca da pendência de propositura de determinada ação judicial; d’outro turno, a citação inválida pode ser definida como sendo o ato processual citatório empreendido desrespeitando preceitos legais pertinentes. Em suma, e em exercício de simplificação, a citação inexistente se confunde com a omissão (não realização do ato citatório), ao passo que a citação inválida envolve ato comissivo (realização do ato citatório contrariando a lei que lhe diz respeito). A ausência de citação, todavia, entendida como não realização do ato, tem exatamente os mesmos efeitos práticos da citação empreendida em lesão às regras processuais respectivas, se houver revelia. Assim, efetivamente, em termos de consequências práticas, a mais relevante delas ao assumir-se a convicção de que citação nula acaba por equivaler à citação inexistente consiste na via de impugnação da decisão judicial final respectiva:ao invés de cogitar-se de ação rescisória (sujeita ao prazo bienal decadencial) para fins de impugnação de sentença transitada em julgado em ação judicial em que houve citação nula, caberia ação declaratória de inexistência, dotada de imprescritibilidade. Cumpre-nos informar, todavia, que a doutrina majoritaríssima é no sentido de que citação inexistente é inconfundível com citação nula. E não deixam de ter razão. Citação nula e citação inexistente são fenômenos diferentes. No entanto, se a citação nula, se somar à revelia, a situação será equivalente à ausência de citação. Assim, e por isso, a partir da perspectiva do processo FINDO, ou à citação nula se terá somado a revelia (e então se tratará de situação equivalente à da sentença inexistente) ou não terá havido revelia: e o vício se terá SANADO. As únicas hipóteses previstas no caput do art. 239 do NCPC em que a ausência de citação inicial não consistirá em vício processual são as de indeferimento da petição inicial e de julgamento improcedência liminar do pedido: ambos compõem pronunciamentos judiciais favoráveis ao réu, e sua não citação inicial para os termos da ação não lhe acarretará prejuízo. Maiores esclarecimentos são tecidos a respeito nos comentários que fazemos ao art. 241 do NCPC. ■ Comparecimento espontâneo do réu ou do executado A disposição constante do parágrafo 1º do art. 239 do NCPC cuida de outra maneira de cientificação inequívoca do réu ou do interessado ou do executado acerca da propositura de uma ação judicial: o comparecimento espontâneo aos autos. Com efeito, a despeito de não ser efetivamente citado acerca dos termos de determinada ação judicial, o réu poderá, por iniciativa própria e antes mesmo do ato citatório, vir aos autos manifestar sua ciência relativamente à propositura de demanda contra si, e esta conduta é designada pelo dispositivo legal sob análise por “comparecimento espontâneo do réu ou do executado”. Sendo certo que, em regra, a parte apenas atua mediante representação de advogado devidamente constituído, em atenção ao pressuposto processual da capacidade postulatória, é de se destacar uma questão que suscita certa polêmica jurisprudencial: para que se consuma o comparecimento espontâneo do réu, que no mais das vezes se dá mediante apresentação, nos autos do processo, de procuração outorgada ao seu advogado, é necessário que dito instrumento de mandato contenha poderes específicos para receber citação (rectius, para tomar ciência da propositura de determinada demanda)? Por primeiro, cumpre-nos analisar a questão sob o ângulo legislativo. Nesse sentido, a teor do que dispõe o art. 105 do NCPC, “A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica”. A redação do art. 105 do NCPC, em leitura desprovida de maiores preocupações interpretativas, não permitiria hesitações: para o legislador processual civil, apenas estará consumado o comparecimento espontâneo do réu na hipótese de a procuração apresentada nos autos conter poderes específicos para citação. Tradicionalmente, a jurisprudência do STJ, de seu turno, até recentemente não destoava do quanto disposto no art. 105 do NCPC, que reproduz, com algumas poucas modificações, o conteúdo do art. 38 do CPC/73.4. Não obstante, mais recentemente proferiu-se no STJ, decisão representativa de mudança de orientação a respeito da necessidade de poderes específicos em procuração outorgada a advogado para que se considere consumada a citação. No julgado em apreço, entendeu-se que, ainda que não contenha poderes específicos para o recebimento de citação, a apresentação de procuração ad judicia pelo réu nos autos significa a consumação do ato citatório mediante comparecimento espontâneo. A premissa adotada no julgado antes referido nos parece correta e consentânea com as atuais expectativas nutridas a respeito do direito processual civil (menos formalidade, mais efetividade): se o próprio réu comparece aos autos apresentando procuração ad judicia, é evidente que se consumou a ciência acerca da propositura de ação pelo autor em face deste réu, caso contrário sequer existira a constituição de advogado pelo sujeito passivo da demanda. A não constância de poderes específicos para o recebimento de citação na procuração ad judicia, nesse contexto, não é hábil a obstar o fato de que houve conhecimento, pelo réu, acerca da ação ajuizada pelo demandante. A regra do art. 105 do NCPC, portanto, teria sua abrangência reduzida, e parece-nos que a melhor interpretação do texto de dito artigo de lei é a seguinte: (i) exigem-se poderes específicos para que o advogado receba citação nas hipóteses de cumprimento do respectivo mandado (por carta, por oficial de justiça) na pessoa deste advogado, sem que se dê o comparecimento espontâneo (vale dizer, sem que o réu se apresente sponte própria ao processo, sendo citado pelas vias normais na pessoa de seu causídico); (ii) ocorrendo o comparecimento espontâneo do réu ao feito mediante aviamento de procuração aos autos, afigura-se óbvio que a ciência do réu acerca da demanda é inequívoca, a despeito da constância de poderes específicos para recebimento de citação no instrumento de mandato. Ocorrendo o comparecimento espontâneo do réu ou do executado, é desta data que fluirá o prazo para apresentação de resposta do réu ou de embargos à execução. O NCPC quis simplificar esta fase inicial do processo, suprimindo o incidente em que o juiz aprecia, à luz do CPC de 73 (art. 214, § 1ª), a alegação de nulidade ou de inexistência de citação, para, a partir da decisão deste incidente, começa correr o prazo para a resposta. De acordo com o NCPC, haverá comparecimento – (a) ou para apresentar a contestação, cuja tempestividade será avaliada como resultado do juízo de valor sobre a preliminar de nulidade de citação – portanto, com efeito retroativo; (b) ou para, pura e simplesmente, demonstrar ciência, com a mera afirmação sobre o vício de citação, ficando a alegação do vício postergada para o momento da contestação, cujo prazo será contado a partir deste comparecimento. Este comparecimento não gera uma decisão específica sobre a nulidade, como ocorre no regime em vigor (v. art. 337). Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). § 1º A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação. § 2º Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o disposto no § 1º. § 3º A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário. § 4º O efeito retroativo a que se refere o § 1º aplica-se à decadência e aos demais prazos extintivos previstos em lei. ■ Efeitos da citação O art. 240 do NCPC cuida dos efeitos gerados pela citação válida. Os efeitos do ato citatório válido são de ordem processual (por exemplo, litispendência) e de ordem substancial (constituição do devedor em mora, interrupção da prescrição da decadência e de todos os demais prazos extintos previstos em lei). Uma primeira observação que merece ser expendida diz respeito à correta exclusão, dentre os efeitos da citação válida, da prevenção, como constava do caput do art. 219do CPC/73. A prevenção, no regime do NCPC, art. 59, decorrerá do registro (em comarcas de vara única) ou da distribuição (em comarcas ou localidades com mais de uma vara ou mais de um órgão jurisdicional com a mesma competência) da petição inicial. Além dos efeitos indicados no caput do artigo sob análise, pode-se indicar, também, como efeito da citação válida a chamada “estabilização da demanda”: realizada a citação, não é dado ao autor alterar o pedido ou a causa de pedir sem que o réu concorde (art. 329 do NCPC) (perpetuatio libelli). Passemos à avaliação individualizada dos efeitos da citação válida previstos no dispositivo legal em análise. A litispendência, para os fins do art. 240 do NCPC, pode ser definida como a pendência de determinada ação em juízo. Uma ação é considerada pendente quando se verifica a aglutinação de algumas circunstâncias, quais sejam, a propositura (considera-se proposta ação quando protocolada a petição inicial, a teor do disposto no art. 312 do NCPC), a prolação da decisão determinante da citação e a ocorrência da citação válida. Verificando-se a litispendência, sua consequência mais importante consiste na impossibilidade de repetição de ações idênticas, evitando-se, destarte, o bis in idem, a saber, a existência de ações judiciais com a mesma finalidade, gerando-se desperdício de esforços processuais e possíveis decisões antagônicas. Dispõe o art. 337, § 3º, do NCPC que “há litispendência quando se repete ação que está em curso”. Por “repetição de ação” deve-se entender a propositura de ação que tenha os mesmos elementos (partes, causa de pedir e pedido) de outra ação que já esteja pendente. Ao lado desse conceito “puro” de litispendência, tem-se admitido, também, o reconhecimento de litispendência mesmo que não haja plena identidade entre demandas, o que se tem denominado de litispendência parcial, que ocorre, por exemplo, com a continência. Há litispendência também quando o autor deve optar entre duas ações concorrentes e propõe ambas: pedidos não são iguais, mas são juridicamente equivalentes. No tocante à constituição em mora, primeiramente há que se abordar, como bem aconselha Pedro da Silva Dinamarco, a distinção verificada entre a mora ex re e a mora ex persona. Assevera o autor que “a primeira decorre de lei, sendo constituída pelo simples descumprimento da obrigação, independentemente de provocação do credor, ante a aplicação da regra dies interpellat pro homine (o tempo interpela em lugar do credor). É justamente isso que está disposto no art. 397 do Código Civil de 2002: ‘o inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor’ (…) Por outro lado, a mora ex persona resta configurada se não houver sido estipulado prazo certo para o cumprimento da obrigação, sendo imprescindível, então, que o devedor seja constituído em mora pelo credor por meio de interpelação judicial ou extrajudicial (CC, 2002, art. 397, parágrafo único: 'não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial’)”. Ante o exposto, a citação válida acarreta a constituição em mora do réu na hipótese de mora ex persona, vale dizer, em situação na qual não tenha sido estipulado prazo determinado para o cumprimento obrigacional. No que se relaciona à litigiosidade da coisa como efeito da citação válida, insta ressaltar, de início, que por “coisa litigiosa” deve-se entender o objeto da prestação jurisdicional. É o bem jurídico objeto do processo, como preceitua João Batista Lopes, para quem, “com a citação do réu, a coisa se torna litigiosa, isto é, fica sujeita ao poder jurisdicional e não poderá ser modificada pelas partes, sob pena de atentado. Por exemplo, se A propõe ação de reintegração de posse alegando que B invadiu sua fazenda cometendo esbulho, o bem jurídico objeto do processo (a fazenda) não poderá sofrer alterações (como construção de cerca, demolição de casas, etc.)” Sobre a coisa litigiosa, gerada pela citação válida, registre-se que caso seja transferida a terceiros por ato entre vivos durante a tramitação do feito, isto não provoca alteração na legitimidade das partes, a teor do art. 109 do NCPC. O adquirente da coisa litigiosa apenas tomará parte do feito caso consinta a parte contrária (NCPC, art. 109, § 1º); na hipótese de não existir aquiescência relativamente ao ingresso no feito do adquirente da coisa litigiosa, este último poderá atuar na ação como assistente litisconsorcial do alienante ou do cedente (NCPC, art. 109, § 2º). Em ambos os casos será atingido pela coisa julgada. Tendo adquirido a coisa em litígio, o adquirente ou cessionária poderá se tornar ou parte do feito, em substituição do cedente ou alienante (nos termos do NCPC, art. 109, § 1º), ou assistente litisconsorcial desses últimos (NCPC, art. 109, § 2º), e não lhe caberá a oposição de embargos de terceiro justamente por não restar caracterizada sua condição de terceiro alheio ao feito, como vem decidindo o STJ. A interrupção da prescrição se dá por intermédio do despacho que ordena a citação O NCPC solucionou impasse que se verifica entre o CPC/73 e o CC relativamente ao evento interruptivo da prescrição. Para o CPC/73, art. 219, a interrupção da prescrição se dá com a citação válida, ao passo que o CC, em seu art. 202, determina que a interrupção da fluência do prazo prescricional se dá com o despacho inicial. Parece-nos, nesse pormenor, é prevalecente a norma contida no CC, e acreditamos em tal conclusão arrimados em dois argumentos básicos: (i) pelo princípio da especialidade, e tratando-se a prescrição de tema de direito material, o CC prevalece sobre o CPC/73, dado tratar-se o primeiro de diploma legislativo de direito material; (ii) em termos cronológicos, é o CC de 2002 norma posterior ao CPC/73, e pode-se dizer que a norma posterior revoga normas anteriores que com aquela sejam conflitantes, conforme dispõe a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, em seu art. 2º, § 1º. Portanto, andou bem o NCPC, art. 240, § 1º, ao estabelecer que a interrupção da prescrição se dá com a ordenação da citação, e não com a citação válida. Alinha-se o NCPC, assim, ao CC (art. 202), corrigindo imprecisão do CPC/73 em seu art. 219. Registre-se, por derradeiro, que a interrupção da prescrição e a constituição em mora decorrerão da citação, mesmo que esta seja determinada por juiz incompetente. ■ A interrupção da prescrição retroagiráà data da propositura da ação Interrompida a prescrição, esta se considera ocorrida na data em que proposta a ação judicial, ou seja, para se saber se a ação foi proposta ou não dentro do prazo prescricional, é fundamental apurar-se a data de propositura da ação, o que se dá com o protocolo da petição inicial, a teor do disposto no art. 312 do NCPC. ■ Incumbe à parte promover as providências necessárias para viabilizar a citação no prazo de dez dias 10 (dez) dias, não ficando prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário O § 2º do art. 240 do NCPC impõe ao autor da ação prazo de 10 (dez) dias para que promova as providências necessárias à citação e, assim, obtenha a interrupção do prazo prescricional. O dispositivo legal em apreço, evidentemente, tem de ser lido cum grano salis: trata-se de um prazo imposto à parte autora para que esta municie o órgão jurisdicional com os elementos necessários ao empreendimento do ato citatório, vale dizer, custas relacionadas à diligência do oficial de justiça, endereço atualizado no réu em caso de mudança, cópia da petição inicial e respectivos aditamentos (se existirem), etc. Bem se vê, diante das informações ora apresentadas, que não se trata exatamente de incumbir ao autor “promover” a citação, dado que esta é ato exclusivo do Judiciário (leia-se, é o Poder Judiciário, por meio do oficial de justiça ou do serviçopostal, quem realmente promove a citação), porém de ensejar meios para tanto. No cotidiano forense, o prazo de 10 (dez) dias para que o autor “promova” a citação (observando-se os esclarecimentos tecidos no parágrafo acima) não tem sido observado com rigidez, vale dizer, não tem sido considerado peremptório, admitindo-se dilações. É de curial relevância o disposto no § 3ª do art. 240 do NCPC: não são imputáveis à parte autora quaisquer delongas que decorram da própria morosidade forense, tais quais carência de pessoal, inépcia do oficial de justiça e congêneres. A demora decorrente de problemas atribuíveis exclusivamente ao Poder Judiciário (problemas de ordem estrutural ou a própria inoperância do magistrado, por exemplo) não pode ser utilizada em detrimento do autor da ação, mormente de modo a, caso seja demasiada a demora na efetivação da citação, não se considerar interrompida a prescrição. Caso a citação não seja promovida por desídia do autor, poderá dar-se a não interrupção da prescrição. Art. 241. Transitada em julgado a sentença de mérito proferida em favor do réu antes da citação, incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria comunicar-lhe o resultado do julgamento. É possível que se profira sentença de mérito favorável ao réu antes de sua citação. Como não haverá prejuízo ao requerido no âmbito do direito material, nada há de problemático no fato de existir julgamento de mérito sem que o réu tenha integrado a relação processual. É o que se dá, por exemplo, nas hipóteses em que o órgão jurisdicional reconhece a ocorrência de prescrição ou de decadência ao analisar, de plano, a petição inicial, caso em que poderá resolver o mérito da causa, propriamente dito, decidindo pela improcedência. Pode existir, também, o julgamento de improcedência liminar do pedido independentemente de citação do réu, conforme previsto no art. 332 do NCPC. Ocorrendo o trânsito em julgado da decisão, deverá o réu ser comunicado do resultado do julgamento, dado que a sentença em questão perfaz decisão que produz necessariamente efeitos na esfera jurídica do integrante do polo passivo da relação processual. Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado. § 1º Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu mandatário, administrador, preposto ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados. § 2º O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis, que será considerado habilitado para representar o locador em juízo. ■ Citação do réu pessoalmente, na pessoa de seu representante legal ou de seu procurador Em virtude da essencialidade do ato citatório, o NCPC, no artigo sob comento, dispõe que, como regra, a citação do réu, do executado ou do interessado em determinada ação deve ser feita pessoalmente, vale dizer, deve dar-se mediante comunicação judicial diretamente entregue ao sujeito passivo da demanda. Esta é a preferencial forma de citação, que pode ocorrer por mandado ou por correio (carta citatória com aviso de recebimento), justamente as chamadas citações pessoais. Na segunda parte do caput do art. 242 do NCPC (“representante legal”), consta a hipótese de citação de pessoas jurídicas que tem representantes legais e das pessoas físicas que também contam com tais representantes (curadores, tutores, etc.). Um ponto merece atenção relativamente aos representantes das pessoas jurídicas, as quais têm de ser representadas por pessoa física imbuída de poderes de representação (os chamados representantes legais). Em geral, os próprios atos constitutivos da pessoa jurídica designam quem atua como seu representante legal. Acerca desta realidade, há que se registrar a existência de um cenário jurisprudencial bastante polêmico, que poderia ser resumido à seguinte interrogação: é válida a citação da pessoa jurídica quando o ato citatório é recebido por alguém que não necessariamente detenha poderes de representação formalizados nos atos constitutivos? Na vigência do CPC/73, em face da consagração da teoria da aparência para fins de consumação do ato de citação, tem-se entendido de forma majoritaríssima que é válida a citação da pessoa jurídica mesmo que o mandado de citação (ou a carta, se postal o ato citatório) seja recebido por quem não conste nos atos constitutivos como representante legal da empresa. Essa orientação jurisprudencial, que nos parece correta, se justifica pela enorme dificuldade que incidiria sobre os atos citatórios de pessoas jurídicas caso se exigisse, de maneira inflexível, que apenas aquela pessoa natural designada pelos estatutos ou atos constitutivos pudesse firmar o recebimento da citação: em geral, as pessoas que detêm poderes de representação legal da pessoa jurídica para a prática de atos em nome desta são dirigentes e, como tais, frequentemente é árdua tarefa para o oficial de justiça localizá-las, mormente para a consumação de um ato no qual se comunica que foi proposta ação judicial em face da empresa. E mais: levando-se a ferro e fogo o entendimento de que o representante legal da empresa é a única pessoa que deve receber citação em seu nome, como se efetivaria esta comunicação caso a pessoa jurídica ré fosse uma grande corporação (uma multinacional, por exemplo), em que a figura do dirigente (em regra, o representante legal) é de dificílimo acesso? Forte nestas premissas, e tendo por objetivo a simplificação do ato citatório, a jurisprudência orientou-se no sentido de que a citação de pessoas jurídicas considera-se consumada desde que seja entregue a alguém que integre os quadros funcionais da empresa e que, por conseguinte, possa conduzir a comunicação judicial a quem de direito. O recebimento de uma carta citatória no setor de recepção de determinada empresa, por exemplo, é obviamente suficiente para que se considere consumado o ato de citação, dado que a pessoa jurídica deve ter o mínimo de organização relativamente aos comunicados (todos, judiciais ou não) que lhe são dirigidos. ■ Citação na ausência do réu, do executado ou do interessado A ausência preconizada no § 1º do art. 242 do NCPC deve ser entendida como não localização do réu ou do interessado para citação por força de deslocamento deste da localidade em que tramita a ação, e não como ausência proveniente de prévia declaração judicial (a chamada “declaração de ausência”). Não estando o réu disponível para citação por ter deixado a comarca ou a localidade (viagem, por exemplo), sua citação para a ação judicial será consumada em uma das quatro figuras indicadas no § 1º ora sob exame. Não obstante, destaque-se que o artigo de lei em análise exige a satisfação de um importante requisito: o mandatário, o administrador, o preposto ou o gerente, para serem citados em nome do réu, têm de estar relacionados com os fatos que justificaram a propositura da ação (“quando a ação se originar de atos por eles praticados”). Para fins de citação nos moldes descritos no § 1º do art. 242, não há que confundir ausência com tentativa de ocultação: ocorrendo esta última, em que se verifica a intenção do citando de não ser localizado pelo oficial de justiça para fins de recebimento de citação, caberá a aplicação da citação por hora certa, que será objeto de comentários próprios neste trabalho. Citação do locador que deixar o Brasil sem cientificar o locatário O § 2º do art. 242 do NCPC contempla uma hipótese bastante específica, qual seja, a do locador de imóvel que se ausentar do Brasil sem deixar procurador com poderes para receber citação. Caso seja necessária a propositurade ação por parte do locatário (consignação de aluguéis, renovatória de locação, etc.) e se mostre impossível a citação pessoal do locador (justamente porque deixou o Brasil), o ato citatório poderá ser consumado na pessoa do administrador do imóvel objeto da locação e que tenha o encargo de receber aluguéis, que, assim, detém poderes ex lege para receber a comunicação de propositura de ação judicial por parte do inquilino. Trata-se de uma presunção legal de que o administrador da locação, em virtude de sua relação jurídica com o locador (o administrador é encarregado de receber aluguéis em nome do locador), fará chegar a este último a ciência acerca da propositura de uma ação judicial por parte do locatário. Art. 243. A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o interessado Parágrafo único. O militar em serviço ativo será citado na unidade em que estiver servindo, se não for conhecida sua residência ou nela não for encontrado. Local de realização da citação: onde se encontre o réu, executado ou o interessado O art. 243 do NCPC estabelece que a citação poderá ser efetuada em qualquer localidade em que se encontre citando. Trata-se de dispositivo legal que tem interessantes e positivas consequências. Por primeiro, ainda que na petição inicial tenha sido indicado um endereço do requerido, a citação poderá ocorrer em outro endereço em que o réu possa ser localizado. Obviamente, caso a citação se dê por oficial de justiça, este poderá citar o réu em endereço diverso daquele constante da exordial desde que se cogite da mesma competência territorial, pois, caso contrário (se encontrando o réu em endereço localizado em outra comarca), será necessária a expedição de carta precatória. Se, de outro lado, o réu estiver localizado em outro lugar que não o indicado na petição inicial, e caso a citação seja por carta, esta poderá, em regra, ser enviada a qualquer lugar do Brasil. Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito: I - de quem estiver participando de ato de culto religioso; II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento; IV - de doente, enquanto grave o seu estado. ■ Hipóteses de vedação momentânea da citação O art. 244 do NCPC estabelece algumas hipóteses de vedação à prática do ato citatório. Em suma, são situações em que se pretende preservar, mais do que tudo, a dignidade da pessoa humana em diversas de suas acepções (motivos religiosos e de enfermidade, por exemplo) e a amplitude do exercício do direito de defesa (alguém citado em sua lua de mel, por exemplo, terá certos óbices ao exercício da plena defesa, pois seguramente não estará preparado para estruturar seus atos de resistência à pretensão do autor, tais quais contratação de advogado, reunião de documentos, etc.). As situações indicadas nos incisos do art. 244, todas representativas de proibições à realização do ato citatório, podem ser excepcionadas para fins de preservação de direitos (“evitar o perecimento o direito”, nos termos legais), a saber, em hipóteses de iminência de prescrição e de decadência. Por derradeiro, destaque-se que a vedação à citação nas hipóteses colacionadas nos incisos do art. 244 do NCPC não impede que o ato citatório se consume nestas circunstâncias especiais: caso se dê, por lapso, a comunicação ao réu acerca da propositura de uma ação em algumas das circunstâncias indicadas nos incisos do art. 244 do NCPC, e este réu compareça espontaneamente aos autos e apresente manifestação defensiva, está superada a nulidade que poderia ser arguida em virtude da não observância do dispositivo legal sob comento. ■ A quem estiver participando de culto religioso Não poderá ser empreendida a citação do réu ou do interessado caso estes estejam assistindo a culto religioso. Há, nesse sentido, estrita observância da liberdade religiosa prevista na CF, em seu art. 5º, inciso VI. Obviamente, a interpretação dada ao dispositivo legal em apreço tem de ser razoável, vale dizer, tem de ser o inciso I do art. 244 do NCPC lido e entendido com cautela: obviamente, não poderá o citando refugiar-se em local de culto religioso com o único desiderato de escapar à citação; para que valha o dispositivo legal sob comento, há que se considerar temporariamente imune à citação o réu que já esteja participando de culto religioso, sem que lá se tenha especificamente albergado para fins apenas de elidir o ato citatório. ■ Ao cônjuge, companheiro ou a qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes O inciso II em análise preserva o sagrado recolhimento que os parentes mais próximos do falecido (além de seu cônjuge ou de seu companheiro) necessitam para velá-lo e recobrar a integridade emocional afetada pelo óbito. Nesse passo, qualquer dos parentes em linha reta, consanguíneos ou por afinidade (pais, filhos, avós, netos, etc.), ou na linha colateral até o segundo grau não poderão ser citados nos sete dias após o falecimento, que terá de ser, obviamente, comprovado mediante apresentação de certidão de óbito. ■ Aos noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento Nos três primeiros dias seguintes ao casamento (bodas, no texto do CPC/73) é vedada a citação dos noivos, em respeito ao especialíssimo período que experimentam logo após a contração das núpcias. Busca-se preservar a fruição do presumidamente feliz lapso de tempo que se segue às bodas, e é absolutamente correto o espírito da lei. Uma questão interessante diz respeito à extensão desta proteção legal também à hipótese de celebração de união estável: se o texto legal (casamento) é claramente vinculado à instituição do matrimônio, pensamos que, hodiernamente, deva-se aplicar o dispositivo legal em análise também a outras formas de união, como, por exemplo, a união estável. De fato, caso os conviventes tenham formalizado união estável e pretendam, ato contínuo, usufruir momentos de comunhão física e sentimental em algo assemelhado à lua de mel, pensamos que deve aplicar-se ao caso, também, a vedação à citação instituída no inciso III do art. 244 do NCPC. ■ Aos doentes, enquanto grave o seu estado A doença grave impeditiva da citação é aquela que acarreta óbvias restrições ao exercício da ampla defesa e que, também, pode ser agravada, ou ter seu processo de cura prejudicado, caso o enfermo venha a ser citado. É de bom alvitre que se cerque o juiz de direito de mínimos elementos de convicção acerca do estado do doente a ponto de não ser possível sua citação. Pensamos, nesse sentido, que o órgão jurisdicional pode valer-se de atestados médicos para que admita o impedimento da citação do doente grave; a cautela é de todo recomendável, sob pena de banalizar-se o instituto. Art. 245. Não se fará citação quando se verificar que o citando é mentalmente incapaz ou está impossibilitado de recebê-la. § 1º O oficial de justiça descreverá e certificará minuciosamente a ocorrência. § 2º Para examinar o citando, o juiz nomeará médico, que apresentará laudo no prazo de 5 (cinco) dias. § 3º Dispensa-se a nomeação de que trata o § 2º se pessoa da família apresentar declaração do médico do citando que ateste a incapacidade deste. § 4º Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida em lei e restringindo a nomeação à causa. § 5º A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa dos interesses do citando. ■ Réu mentalmente incapaz ou impossibilitadode receber citação O art. 245 do NCPC e seus respectivos incisos comportam comentário conjunto. Trata-se da vedação à citação daquele a quem a lei chama de “mentalmente incapaz” e daquele que está impossibilitado de recebê-la por conta de algum problema de saúde. Primeiramente, cumpre-nos abordar o que se entende por “mentalmente incapaz” ou “impossibilitado de receber a itação”. A expressão “mentalmente incapaz”, evidentemente, refere-se àquele que não tenha discernimento suficiente, em virtude de qualquer deficiência mental perene (síndrome de Down, por exemplo) ou passageira (crise de abstinência de um toxicômano, v. g.) que lhe restrinja ou anule a compreensão das coisas. Já o “impossibilitado de receber citação” é aquele que, a despeito de não ter abalos em sua integridade mental, vê-se acometido por circunstância de saúde que seja impeditiva de recebimento da citação e de adoção de atos práticos relacionados à sua defesa (contratação de advogado, por exemplo). É o que ocorre com alguém que se veja internado em uma clínica de recuperação de alcoólatras, exempli gratia, dentre outras situações que, em que pese não traduzam necessariamente demência, sejam denotativas de impossibilidade de citação. O art. 245 e respectivos incisos do NCPC estabelecem um iter procedimental adequado ao reconhecimento da impossibilidade de recebimento de citação em virtude de demência ou outra circunstância impeditiva do ato citatório. Por primeiro, deverá o oficial de justiça certificar a ocorrência de alguma das hipóteses previstas no caput do art. 245 do NCPC. Sendo certo que o oficial de justiça não reúne conhecimentos suficientes para apurar a real existência da incapacidade mental ou da impossibilidade de recebimento de citação por outro motivo de saúde, ato contínuo à apresentação da certidão em apreço deverá o juiz nomear médico que apurará pericialmente a ocorrência, lavrando o laudo respectivo em cinco dias. A nomeação de médico para apurar a incapacidade mental ou a impossibilidade de o réu receber citação será dispensada se “pessoa da família apresentar declaração do médico do citando que ateste a incapacidade deste” (NCPC, art. 245, § 3º). Sendo reconhecida, pelo órgão jurisdicional, a impossibilidade de recebimento da citação, deverá necessariamente ser nomeado curador para o citando, e dita nomeação deverá dar-se em observância, em regra, ao disposto no art. 1728 e ss. do CC (pais, cônjuges ou qualquer parente, Ministério Público), e servirá apenas para a causa (ou seja, não se cuida da hipótese de interdição geral para os atos da vida civil prevista nos arts. 1.767 e ss. do CC). Nomeado o curador, far-se-á na pessoa deste a citação, que terá a incumbência de defender os interesses do citando. Art. 246. A citação será feita: I - pelo correio; II - por oficial de justiça; III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório; IV - por edital; V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei. § 1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio. § 2º O disposto no § 1º aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades da administração indireta. § 3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada. ■ Citação pelo correio O art. 246 do NCPC cuida das formas pelas quais pode dar-se o ato citatório, quais sejam, a citação postal, por oficial de justiça, pelo escrivão ou chefe de secretaria quando o citando comparecer em cartório, a citação editalícia e a citação por meio eletrônico. De se registrar, inicialmente, que as citações postais, por oficial de justiça, por meio eletrônico e realizadas pelo escrivão ou chefe de secretaria quando houver comparecimento espontâneo compõem as chamadas citações pessoais (rectius, o ato citatório é recebido pessoalmente pelo réu ou pelo interessado), ao passo que a citação editalícia consiste na chamada citação ficta, ou seja, não há a recepção pessoal (pelo réu ou pelo interessado) do ato citatório, que apenas presumidamente (não pessoalmente) chega ao conhecimento do citando. A citação por via postal disposta no inciso I do art. 246 sob comento é a forma normal de cumprimento do ato citatório, vale dizer, é a modalidade citatória que deve ser posta em prática como regra no cotidiano forense. A opção legislativa parece-nos acertada de todo, na medida em que a citação postal se apresenta claramente mais simples e menos onerosa comparativamente à citação por oficial de justiça. A citação empreendida por intermédio do oficial de justiça, a propósito, apenas é posta em prática caso exista expresso requerimento do demandante, ou se verificadas algumas das circunstâncias indicadas nos incisos do art. 247 do NCPC. Ainda a respeito do ato citatório postal, remetemos o leitor às observações lançadas por ocasião dos comentários ao art. 242 do NCPC, no sentido de que preponderam os entendimentos jurisprudenciais acerca da nulidade da citação postal de pessoa física que não tenha sido por esta recebida (salvo na hipótese de o citando residir em condomínio edilício ou em loteamento com controle de acesso), ao passo que, em se tratando de pessoa jurídica, tem-se aplicado a teoria da aparência, vale dizer, ainda que o ato citatório não tenha sido recebido (leia-se, o aviso de recebimento da correspondência citatória não tenha sido firmado) pela pessoa designada nos atos constitutivos da empresa como legalmente habilitado a tanto, considera-se válida a comunicação judicial desde que o recebedor tenha vínculo (recepcionista, atendente, etc.) com a pessoa jurídica citanda. ■ Citação por oficial de justiça A segunda modalidade citatória indicada no art. 246 do NCPC respeita à citação por oficial de justiça. Trata-se de ato citatório evidentemente revestido de maiores formalidades comparativamente à forma postal de citação, mormente porque existe o direto envolvimento de serventuário da justiça na desincumbência de tão relevante atividade. Na praxis forense, a citação por oficial de justiça tem sido reservada a hipóteses em que se apresenta de difícil consecução a citação postal do sujeito passivo da ação (em situações de ocultação, por exemplo), ou tem-se aplicado a determinadas ações judiciais nas quais o órgão jurisdicional, dada a presumida maior relevância do direito discutido na causa, necessita de maior segurança quanto à efetiva comunicação do réu acerca da propositura de ação contra si. Não por acaso, são situações exemplificativas desta última hipótese as ações relativas ao estado e à capacidade das pessoas indicadas no art. 247 do NCPC. ■ Citação pelo escrivão ou pelo chefe de secretaria, quando o citando comparecer em cartório Na hipótese de o citando comparecer em cartório para compulsar os autos ou conhecer do que se trata a ação proposta relativamente à qual tenha interesse (como réu, como executado, ou como interessado), poderá dar-se a citação pelo escrivão ou pelo chefe de secretaria. A norma em análise é interessante pois, no regime do CPC/73, em situações de comparecimento espontâneo do citando em cartório não se poderia ultimar sua citação da forma como prevê este novel inciso III do art. 246 do NCPC. Há a atribuição de poderes ao escrivão e ao chefe de secretaria para que seja ultimada a citação quando o citando estiver presente em cartório. Pensamos, aliás, que a citação realizada pelo escrivão ou pelo chefe de secretaria deve operar em duas situações: (i) tanto se o citando
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