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CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 1 Aula 8: Acessibilidade como garantia legal ................................................................................... 2 ............................................................................................................................. 2 Introdução ................................................................................................................................ 3 Conteúdo Definição de acessibilidade.............................................................................................. 3 Acessibilidade à escola ..................................................................................................... 4 Normas legais ..................................................................................................................... 5 Programa Incluir ................................................................................................................ 6 Outras normas legais ........................................................................................................ 6 Papel das instituições de ensino superior ..................................................................... 7 Prática pedagógica: pessoa com deficiência auditiva ................................................ 8 Prática pedagógica: pessoa que não se utiliza da fala ............................................... 9 Prática pedagógica: pessoa com paralisia cerebral .................................................... 9 Prática pedagógica: pessoa com deficiência mental ............................................... 10 Atividade proposta .......................................................................................................... 11 ....................................................................................................................... 11 Aprenda Mais ........................................................................................................................... 12 Referências ......................................................................................................... 12 Exercícios de fixação Notas ........................................................................................................................................... 18 Chaves de resposta ..................................................................................................................... 18 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 2 Introdução Nesta aula tomaremos ciência das normas legais que regularizam a acessibilidade das pessoas com necessidades especiais. Discutiremos sobre o que significa acessibilidade e refletiremos sobre a real situação do cumprimento destas normas. Veremos ainda que tipos de acessibilidade existem relacionadas às deficiências e como estão sendo usadas nas redes de ensino. Bons estudos! Objetivo: 1. Refletir sobre as normas legais para a acessibilidade do estudante com deficiência no ensino superior; 2. Compreender o papel das instituições de ensino superior na inclusão de pessoas com necessidades especiais. CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 3 Conteúdo Definição de acessibilidade Iniciaremos nossa aula com a definição do termo acessibilidade, o que nos fará compreender o que o senso comum entende como acessibilidade, como ela é vista nas leis e como é consolidada na prática, no cotidiano das pessoas com necessidades especiais. O que é acessibilidade? Etimologicamente acessibilidade é a qualidade do que é acessível, ou seja, é aquilo que é atingível, que tem acesso fácil. É a remoção de barreiras, sejam elas físicas ou não. Segundo a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência: “Acessibilidade é um atributo essencial do ambiente que garante a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Deve estar presente nos espaços, no meio físico, no transporte, na informação e comunicação, inclusive nos sistemas e tecnologias da informação e comunicação, bem como em outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso público, tanto na cidade como no campo”. Entretanto, alguns autores (Fernandes & Orrico, 2008) estende um pouco mais a definição para o termo: “como palavra que pode expressar possibilidades, alcance de objetivos, cumprimento de metas e justiça social”. Assim, proporcionar acessibilidade a uma pessoa, seja ela portadora de necessidades especiais ou não, é possibilitar que ela viva de forma CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 4 independente, que possa participar de todos os aspectos da vida, é assegurar- lhe igualdade de oportunidades. O Decreto Federal nº 5.296, de 2004, também conhecido como o Decreto da acessibilidade, define acessibilidade, como: “ausência de barreiras arquitetônicas, de comunicação e de atitudes, (...) barreiras que impeçam a utilização com autonomia e segurança de bens e serviços, por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.” Agora que você compreendeu o que é acessibilidade, avance para analisá-la no contexto escolar. Acessibilidade à escola No que se refere à acessibilidade à escola podemos classificar as barreiras ou limitações sob três aspectos: Restrições físicas ou arquitetônicas Obstáculos ou limitações físicas, que impedem a circulação e mobilidade. Restrições à mobilidade, motricidade e comunicação Limitações que comprometem a participação do aluno em atividades que envolvam os processos de locomoção, operações que envolvam a manipulação ou manuseio de objetos ou ainda a interação por meio da linguagem. Restrições atitudinais Limitações ou impedimento em situações, oportunidades ou ações, por razões próprias ou preconceituosas, que causem prejuízos na efetivação de seus direitos, em qualquer instância. Assim, uma forma de evitar essas limitações, facilitando a acessibilidade, é a opção da utilização de técnicas que potencializem as suas condições de acesso, CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 5 como a tecnologia assistiva, que é um arsenal de recursos e serviços que vêm para contribuir na ampliação de habilidades funcionais, promovendo a inclusão. Contudo, a adoção das tecnologias assistidas exige a participação conjuntamente de vários profissionais: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos etc. Atenção A acessibilidade na educação tem vários aspectos, é multifacetada, vai desde o planejamento do ambiente, até a preocupação com a pessoa, individualmente ou com seu relacionamento com o grupo. É importante ressaltar que proporcionar a acessibilidade é, principalmente, dar condições para o indivíduo realizar qualquer atividade dentro das suas capacidades. Normas legais A partir do Decreto Federal nº 5.296/2004, outras leis e normas foram criadas, cada uma com suas especificações, a maioria regulamentada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. A primeira norma data de 1985, que tinha como objetivo suprir a carência de referenciais técnicos. Como o nosso foco é a educação, nos deteremos a refletir sobre esse aspecto, ou seja, sobre as orientações para a institucionalização da Política de Acessibilidade nas Instituições Federais de Ensino Superior - IFES feitas pelo Ministério da Educação - MEC. Este documento garante o direito da pessoa com deficiência à educação superior, fundamentado nos princípios e diretrizes contidos na Convenção sobre CONCEPÇÕES DEEDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 6 os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU 2006) e nos Decretos n°s 186/2008, 6.949/2009, 5.296/2004, 5.626/2005 e 7.611/2011. Programa Incluir O Programa Incluir criado pelo MEC fundou e consolidou, nas universidades federais, núcleos de acessibilidade que organizam as ações institucionais que garantem a inclusão de pessoas com deficiência nas universidades, eliminando barreiras pedagógicas, arquitetônicas e na comunicação e informação, promovendo o cumprimento dos requisitos legais de acessibilidade. Contudo, só a partir de 2012, as ações se estenderam a todas as IFES, ampliando, assim, a política de acessibilidade ampla e articulada. Outras normas legais Há ainda outras normas legais que devem ser respeitadas no intuito de assegurar a acessibilidade dos alunos especiais à educação superior: 2003 • Portaria n° 3.284/2003 dispõe sobre os requisitos de acessibilidade às pessoas com deficiência para instruir processo de autorização e reconhecimento de cursos e de credenciamento de instituições. 2005/2006 • Decreto nº 5.626/2005, que regulamenta a Lei n° 10.436/2002, que dispõe sobre o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Garante a obrigatoriedade do ensino de LIBRAS nos cursos de formação de professores e de fonoaudiólogos e, optativamente, nos demais cursos de educação superior. • Decreto n° 5.773/2006, que dispõe sobre regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores no sistema federal de ensino. CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 7 2009/2010 • Decreto n° 6.949/2009, ratifica, como Emenda Constitucional, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006), que assegura o acesso a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis. • Decreto n° 7.234/2010 dispõe sobre o programa nacional de assistência estudantil – PNAES. 2011 • Decreto n° 7.611/2011 dispõe sobre o atendimento educacional especializado, que prevê, no §2° do Artigo 5º: “VII - estruturação de núcleos de acessibilidade nas instituições federais de educação superior. § 5a Os núcleos de acessibilidade nas instituições federais de educação superior visam eliminar barreiras físicas, de comunicação e de informação que restringem a participação e o desenvolvimento acadêmico e social de estudantes com deficiência;”. Papel das instituições de ensino superior Apesar das normas legais existentes, muito ainda se tem a concretizar. Cabe às instituições superiores a consolidação das ações, compete a essas o planejamento e a implementação das metas de acessibilidade preconizadas pela legislação vigente. Os recursos para as adaptações possíveis são advindos da União, porém, as instituições devem monitorar as matrículas dos estudantes com deficiência, para que possa ser feito o provimento das condições de pleno acesso e permanência destes. CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 8 Atenção Diante de tudo que vimos nesta aula e nas anteriores, podemos concluir que apesar das políticas públicas existentes, é de responsabilidade das universidades proporcionar uma educação de qualidade e que garanta a permanência dos estudantes nas instituições. É notório, também, que existe uma grande lacuna entre a legislação e a efetiva implantação destas na prática cotidiana, principalmente na educação superior. Avance a tela e acompanhe algumas sugestões para facilitar a prática pedagógica com alunos com necessidades especiais. Prática pedagógica: pessoa com deficiência auditiva As pessoas com deficiência (PCD) auditivas apresentam dificuldade de comunicação por lhes faltar a compreensão dos sons. Para comunicar-se dependem de gestos, movimentos corporais, expressões faciais e muita tranquilidade. • Se você quiser falar com uma pessoa surda, para chamar a sua atenção se faz necessário o toque no seu braço ou ombro. Fale de maneira clara e distinta, na velocidade normal, mantendo o seu tom de voz. • Ao falar posicione-se de frente para a pessoa surda. Permita que sua boca fique bem visível, pois muitos fazem a leitura labial do que você está falando. Caso utilize bigode, fale pausadamente pois ele atrapalha a leitura labial. • Quando falar, tente ficar de frente para a luz. • Não grite, pois ela não o ouvirá e sua expressão parecerá agressiva. Fale normalmente, a não ser que ela peça para você falar mais devagar. • A pessoa surda não reconhece as mudanças de tom da sua voz, indicando sátira ou seriedade, por exemplo. É preciso que você mostre isso para ela através de sua expressão facial ou gestos. CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 9 • Se ela estiver acompanhada de um intérprete, fale olhando para ela e não para o intérprete. • Se souber a linguagem dos sinais, use-a. • Se não estiver ocorrendo a compreensão na comunicação, ela o avisará. • Fale com expressão. • Se não entender o que ela falar, não faça de conta que entendeu e peça que repita. • Se ainda assim não entender, use bilhetes (somente em último caso). • Se você vir duas pessoas surdas conversando por sinais, não passe no meio delas. Prática pedagógica: pessoa que não se utiliza da fala As pessoas que não utilizam a fala, em alguns casos, se isolam pela dificuldade de comunicação. Alguns podem demonstrar traços de ansiedade e angústia pela privação da fala. Outras preferem a comunicação escrita. • Caso a deficiência seja somente da fala, converse normalmente e fique atento; • Procure entender a linguagem de sinais; • Encarregue-se de grande parte da conversa; • Tente perguntas cujas respostas seja sim ou não; • Auxilie a pessoa a encontrar a palavra certa para que ela não precise de tanto esforço para passar sua mensagem; • Não demonstre ansiedade, pois pode atrapalhar a conversa. Prática pedagógica: pessoa com paralisia cerebral A pessoa com paralisia cerebral pode apresentar várias limitações, pois pode ter comprometimento motor, da fala e do equilíbrio. Ela pode ter grande dificuldade de locomoção e comunicação. Seu ritmo é muito lento, necessitando de tempo suficiente para desenvolver suas ações. CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 10 COMO AGIR? Considere o seguinte: • Respeite o seu ritmo, porque ela é mais vagarosa para andar, falar e pegar as coisas; • Ouça-a com atenção, pois ela pode apresentar dificuldade na fala; • Lembre-se de que ela não possui deficiência mental, na maioria das vezes; • Não a trate como criança se ela for adolescente ou adulta; • Ela não é um doente; • A desordem muscular pode ser muito grande, com movimentos repetidos e rápidos. Prática pedagógica: pessoa com deficiência mental A pessoa com deficiência mental nem sempre apresenta limitações físicas, o que pode facilitar a sua locomoção. Quando estimulada e treinada, pode realizar suas atividades cotidianas normalmente. Muitas vezes, ela passa por um condicionamento que facilita a sua ação e o controle emocional. Seu raciocínio é um pouco mais lento e possui limitações cognitivas, o que pode dificultar a leitura e a assimilação dos símbolos. É importante permitir que ela seja o agente de suas ações para que busque a integração consigo mesma e com o meio social. É indispensável o auxílio de um monitor para que ela possa se sentir segura no início de suas atividades. COMO AGIR? Considere o seguinte: • Seja natural. Quando for criança, trate-o como criança.Quando for adolescente ou adulto, trate-o como tal; • Cumprimente a pessoa com deficiência de maneira respeitosa, não se esquecendo de fazer o mesmo ao se despedir; CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 11 • Dê-lhe atenção. Qualquer pessoa gosta de ouvir frases como “que bom que você veio”; • Evite a superproteção. A pessoa com deficiência mental deve fazer sozinha tudo o que souber. Ajude-a quando realmente for necessário; • A linguagem deve ser objetiva para facilitar a sua compreensão; • Respeite seu ritmo, para que ela possa sentir-se tranquila para realizar sua locomoção e não se sinta pressionada; • Caso ela demonstre ansiedade e perda do controle sobre suas emoções por não estar conseguindo realizar alguma tarefa, procure tranquilizá-la. Atividade proposta Antes de finalizarmos esta aula, vamos realizar uma atividade! Discuta a importância da inclusão de LIBRAS nos cursos de formação de professores e de fonoaudiólogos, como forma de promover a acessibilidade de estudantes deficientes no nível superior. Chave de resposta: Deve ser ressaltado o Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que implanta a inserção de LIBRAS nos cursos de formação de professores e a importância e as vantagens na prática pedagógica cotidiana do ensino superior, no que diz respeito à acessibilidade de alunos surdos nessa modalidade de ensino. Devem ser citados os Capítulos II e III do referido Decreto. Aprenda Mais Material complementar Para saber mais sobre o Programa Incluir, leia o Documento Orientador do Programa Incluir, Disponível em nossa biblioteca virtual. CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 12 Material complementar Para saber mais sobre as ações do Programa Incluir, leia o artigo de Santana (2010): Propostas de acessibilidade para a inclusão de pessoas com deficiências no ensino superior, Disponível em nossa biblioteca virtual. Referências FERNANDES, Edicléa Mascarenhas; ORRICO, Hélio Ferreira. Acessibilidade e inclusão social. Rio de Janeiro: Deescubra, 2008. Exercícios de fixação Questão 1 A Constituição Federal do Brasil/1988 em seu Artigo 208 afirma que ”o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente, na rede regular de ensino” e a LDB 9.394/96 em seu Artigo 58 afirma que “entende-se por educação especial, para os efeitos desta lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades educacionais especiais”. Segundo esses marcos legais é correto afirmar que: a) A educação de pessoas com deficiência será efetivada mediante a garantia de matrícula, preferencialmente, nos níveis da educação escolar e em casos excepcionais poderá ser substituída pelo atendimento educacional especializado. b) A educação de pessoas com deficiência será efetivada mediante a garantia de matrícula escolar nos níveis de ensino e modalidades da educação básica e atendimento educacional especializado ofertado preferencialmente na rede regular de ensino. CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 13 c) A matrícula de alunos com deficiência será efetivada preferencialmente na escola regular de ensino com a complementação do atendimento educacional especializado, podendo em casos excepcionais substituir o processo de escolarização para os alunos com níveis de comprometimento acentuado. d) O atendimento educacional especializado perpassa todos os níveis e modalidades da educação, podendo substituir o ensino escolar quando a escola não se sente em condições de atender as necessidades educacionais desses alunos. e) O atendimento educacional especializado deve ser efetivado ao aluno com deficiência, preferencialmente, na escola regular de ensino para complementar o ensino comum e quando efetivado na escola especial dispensa a frequência do aluno na escola regular. Questão 2 Dentre as adequações mais comumente necessárias, para modificações na sala de aula, estão: I. Suportes para livros; descanso para os pés. ajudas técnicas conforme a necessidade dos alunos. II. Tapetes antiderrapantes, nas áreas escorregadias. rampas ou degraus inclinados III. Colocação de corrimãos próximos a bebedouros, assentos dos banheiros e à lousa. Está correto o contido em: a) I, apenas b) I e II, apenas c) I e III, apenas d) II e III, apenas e) I, II e III CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 14 Questão 3 A escola contemporânea democrática está sempre em defesa do humanizar, assegurando a aprendizagem. Nessa perspectiva de atender aos desafios, a escola se organiza internamente reconhecendo e respeitando as(os): a) Qualidades, analfabetismos, fisiologias b) Diversidades, fisiologias, articulações c) Convênios, participações, articulações d) Fisiologias, humanizações, indagações e) Diversidades, diferenças sociais, potencialidades Questão 4 Em 1999, foi reafirmado, no Documento Convenção da Guatemala, “que as pessoas portadoras de deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que outras pessoas e estes direitos, inclusive o direito de não serem submetidas à discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade e da igualdade que são inerentes a todo ser humano”. Essa Declaração tem por objetivo: a) Separar, dos demais alunos, pessoas portadoras de deficiência nas escolas. b) Prevenir e eliminar todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência e propiciar a sua plena integração à sociedade. c) Estruturar, organizar e criar instituições públicas exclusivas para pessoas portadoras de deficiência. d) Segregar pessoas portadoras de deficiência em grupos de estudos, a fim de transformar a educação. e) Impedir que pessoas portadoras de deficiência se relacionem na sociedade. Questão 5 Atualmente, a Legislação Brasileira, ao se referir ao deficiente, utiliza-se da terminologia: a) Pessoa deficiente b) Pessoa com deficiência c) Pessoa com necessidades especiais CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 15 d) Pessoa portadora de deficiência e) Pessoa portadora de deficiência e incapacidade Questão 6 A partir da política de universalização da Educação Básica, ganhou força no plano internacional a proposta de inclusão escolar. Uma consigna, então, surgiu no início da década de noventa: educação inclusiva. Assinale a alternativa que melhor define a educação inclusiva. a) Educação inclusiva significa proporcionar uma escola em que é possível o acesso e a permanência de todos os alunos, inclusive aqueles com alguma necessidade educacional especial. É uma proposta que deve garantir a presença e a participação dos alunos na escola, mas, sobretudo, garantir que os mesmos construam conhecimentos, aspecto importante para a vida do aluno em sociedade. b) Educação inclusiva significa que todos os alunos, independentemente de suas condições sociais, culturais e físicas, frequentem a escola, exclusivamente como espaço de socialização. c) Educação inclusiva requer que a escola reveja o seu papel social para garantir o processo de ensino-aprendizagem aos alunos com necessidades educacionais especiais das classes populares. d) A proposta de educação inclusiva, por si só, enseja mudanças na vida da pessoa com necessidades educacionais especiais e garante a sua posterior inclusão social e no mercado detrabalho. e) A educação inclusiva deve contribuir somente para que pessoas com necessidades educacionais especiais façam amizades e melhorem suas habilidades de socialização. Questão 7 Mantoan (2006, p. 27) aponta que “o atendimento especializado deve estar disponível em todas os níveis de ensino, de preferência na rede regular de ensino, desde a educação infantil até a universidade”. Tomando como base CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 16 essa colocação, é possível dizer que a Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva pode ser definida como: a) Modalidade de ensino que substitui o ensino de crianças com necessidades educacionais especiais matriculadas em escolas públicas. b) Modalidade de ensino que perpassa, como complemento ou suplemento, todas as etapas e os níveis de ensino, desde a educação infantil até o ensino superior. c) Modalidade de ensino que promove a escolarização de crianças com necessidades educacionais especiais, incapazes de frequentar a escola comum. d) Modalidade de ensino que atua exclusivamente no atendimento de crianças com necessidades educacionais especiais matriculadas em classes especiais. e) Modalidade de ensino que integra exclusivamente outras modalidades de ensino, como a educação de jovens e adultos e a educação profissional. Questão 8 Fazer inclusão não é: I. Promover a interação e o desenvolvimento a partir da diversidade. II. Ignorar as necessidades individuais do estudante mediante decisões baseadas em seus tipos de deficiência. III. Limitar oportunidades integradas para alunos com deficiência a atividades “especiais” (como aula de artes e música), quaisquer que sejam suas necessidades individuais. Assinale a alternativa correta de acordo com o que não é inclusão. a) Apenas a afirmativa I é verdadeira b) Apenas a afirmativa II é verdadeira c) As afirmativas II e III são verdadeiras d) Apenas a afirmativa III é verdadeira e) Todas as afirmativas são verdadeiras Questão 9 O direito à educação é um dos maiores princípios filosóficos da educação inclusiva. Assinale as alternativas corretas sobre outros princípios filosóficos e CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 17 valores que devem ser cultuados pelos sistemas educacionais inclusivos para torná-las efetivas para todos. I. Nos sistemas educacionais inclusivos as escolas precisam ser responsivas e de boa qualidade. II. Nos sistemas educacionais inclusivos todos devem ter o direito a participação e aprendizagem. III. Nos sistemas educacionais inclusivos as escolas devem oferecer práticas iguais para todos, assim garantem o direito à igualdade. Assinale a alternativa correta: a) Apenas a afirmativa I é verdadeira b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras d) Somente a afirmativa III é verdadeira e) Todas as afirmativas são verdadeiras Questão 10 Pode-se afirmar que, no Brasil, a política de educação inclusiva contribuiu para: I. Garantir a escolarização de todas as pessoas historicamente excluídas do acesso à escola, como, por exemplo, os indígenas. II. Questionar a escola que, historicamente, habituou-se a trabalhar com o aluno “ideal”, segundo um padrão predominantemente racional, baseado em um modelo único de ensino-aprendizagem, sem considerar a diversidade humana e as possibilidades de escolarização. III. Ampliar o acesso de pessoas com deficiência em escolas regulares e, consequentemente, a sua inserção no mercado de trabalho, com salários maiores àqueles recebidos por pessoas sem deficiência. a) Apenas a afirmativa III é verdadeira b) As afirmativas II e III são falsas c) Nenhuma das afirmativas é verdadeira d) Apenas a afirmativa II é verdadeira e) As afirmativas I e II são verdadeiras CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 18 Tecnologia Assistiva: É uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam mover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (ATA VII - Comitê de Ajudas Técnicas - CAT). Aula 8 Exercícios de fixação Questão 1 - B Justificativa: Segundo o documento legal, o ensino especializado não substitui o ensino regular, sendo um suplemento, ou seja, o que deve ser prioridade é o ensino regular, seja na Educação Básica e/ou na Educação Superior. Veja: LDBEN - Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996 Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Artigo 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. § 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. § 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. E na Constituição Federal, Artigo 208, inciso III, ressalta: CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 19 III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. Questão 2 - E Justificativa: Todas as opções estão corretas e se enquadram na categoria de acessibilidade. Dessa forma, as adequações feitas devem sempre proporcionar maior acessibilidade aos alunos, facilitando a aprendizagem e uma melhor adequação ao ambiente educacional. Questão 3 - E Justificativa: É um direito de todos a educação de qualidade, portanto, deve ser respeitada toda e qualquer diversidade, para que todos possam ter as mesmas oportunidades e condições de aprendizagem, sem preconceitos e estereótipos. Questão 4 - B Justificativa: Esta convenção tem por objetivo, declarado em seu Artigo II: “(...) prevenir e eliminar todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência e propiciar a sua plena integração à sociedade”. Questão 5 - D Justificativa: Terminologia presente na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da Organização das Nações Unidas (ONU), que o Brasil ratificou com valor de emenda constitucional em 2008. Não diga pessoa portadora de deficiência ou portador de deficiência. A pessoa não porta, não carrega sua deficiência, ela tem deficiência e, antes de ter a deficiência, ela é uma pessoa como qualquer outra. Questão 6 - A Justificativa: O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 20 discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusãodentro e fora da escola. Questão 7 - B Justificativa: A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem como objetivo o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para promover respostas às necessidades educacionais especiais. Questão 8 - C Justificativa: Fazer inclusão é a capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Questão 9 - C Justificativa: Os conceitos de igualdade e equidade são diferentes em sua proposta. Veja: Igualdade - Igualdade é a falta de diferenças entre duas coisas, que possuem o mesmo valor ou são interpretadas a partir do mesmo ponto de vista, em comparação a outra coisa ou pessoa. A palavra igualdade está relacionada com o conceito de uniformidade, de continuidade, ou seja, quando há um padrão entre todos os sujeitos ou objetos envolvidos. Disponível em: < href="http://www.significados.com.br/igualdade/" http://www.significados.com.br/igualdade/>. CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR 21 Dessa forma, se aplicado à Educação Inclusiva, o conceito de igualdade não responde justamente o princípio fundamental da inclusão, o de proporcionar a garantia do exercício dos direitos de todos os cidadãos, de acordo com suas condições para exercê-lo. Equidade - Equidade é o substantivo feminino com origem no latim aequitas, que significa igualdade, simetria,retidão, imparcialidade, conformidade. Esse conceito também revela o uso da imparcialidade para reconhecer o direito de cada um, usando a equivalência para se tornarem iguais. A equidade adapta a regra para um determinado caso específico, a fim de deixá-la mais justa. Disponível em: < href="http://www.significados.com.br/equidade/" http://www.significados.com.br/equidade/>. Perceba como a ideia de adaptação se faz presente no conceito de equidade, o que, no caso da acessibilidade, é fundamental para garantir a todos o exercício dos seus direitos, bem como de seus deveres. Questão 10 - E Justificativa: As afirmativas I e II são verdadeiras, pois trazem princípios basilares da educação inclusiva. Porém a afirmativa II é falsa no que tange à questão dos salários.
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