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Ondas curtas

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Diatermia por Ondas Curtas
Universidade Federal da Paraíba
Centro de Ciências da Saúde
Departamento de Fisioterapia
Termo e Fototerapia
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Diatermia por Ondas Curtas
A diatermia por ondas curtas é um recurso largamente utilizado na fisioterapia há mais de 50 anos. 
Os efeitos térmicos profundos alcançados pela terapia tratam varias afecções dos tecidos moles profundos, não alcançados por outras formas de transferências de calor como a irradiação (infravermelho) ou por condução (compressas quentes). 
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Breve Histórico
O uso clínico de correntes de alta freqüência pôde ser encontrado pela primeira vez em 1890. 
Em Paris, d’Ansorval fez um experimento onde uma corrente de 1A numa elevada frequência foi passada através dele próprio e de um assistente chamado Cornu. 
Embora se soubesse que intensidades similares de eletricidade a baixas freqüências fossem potencialmente fatais, d’Ansorval descreveu apenas uma sensação de calor. (Guy, Chou e Neuhaus, 1984).
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Depois deste experimento, trabalhos subsequentes levaram ao desenvolvimentos de métodos indutivos e capacitivos de aplicação de alta freqüência ao corpo, gerando um calor profundo. 
Estes métodos passaram a ser conhecidos como diatermia(“aquecimento através de”).
As correntes de alta freqüência se tornaram terapias populares na Europa a partir da década de 1920. Durante esse período, vinha também se desenvolvendo o interesse pelas propriedades não-térmicas dos campos eletromagnéticos e por volta de 1950, foi desenvolvido um método de ligar e desligar rapidamente o campo produzindo diatermia por ondas curtas pulsadas (OCP).
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A OCP permite que sejam emitidos disparos de energia eletromagnética a intervalos pré-programados de tempo minimizando o efeito térmico para controle da dor, do edema e acelerar a cicatrização.
Atualmente, as OCP são ainda uma modalidade muito popular. Um levantamento feito entre fisioterapeutas trabalhando na Inglaterra, em 1995, indicou que 75% da amostragem usava OCP, com aproximadamente 50% usando a modalidade duas a três vezes ao dia. As OC eram uma modalidade menos popular, com cerca de 8% usando-a duas a três vezes ao dia (Pope, Mockett e Wright, 1995). 
Apesar dessa popularidade óbvia, ainda restam muitas questões relativas à aplicação de OCP e OC; por exemplo, ainda não é possível responder conclusivamente em quais circunstâncias se deve usar OCP ou OC ou quais devem ser as doses do tratamento.
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A frequência de oscilação das ondas curtas, pode interferir com as altas frequências empregadas nas comunicações, portanto uma convenção internacional (Atlantic city, 1942), determinou três faixas de alta frequência para uso clínico.
 27,12 MHz com comprimento de onda de 11 metros.
 13,56 MHz com comprimento de onda de 22 metros.
 40,68 MHz com comprimento de onda de 7,5 metros. 
Sendo a mais utilizada a frequência de 27,12 MHz.
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Conceito
Diatermia
É a aplicação de energia elétrica de alta freqüência com finalidades terapêuticas a fim de aumentar a temperatura nos tecidos corporais em até 40 a 45°C.
Ondas Curtas
São as radiações eletromagnéticas cujo valor no espectro eletromagnético variam, quanto à freqüência, de 10 a 100 MHZ; conhecidas como ondas de radiofreqüência, a faixa de ondas mais curtas é utilizada na diatermia terapêutica.
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Produção de Calor
A diatermia por ondas curtas pode ser aplicada por modo contínuo ou por modo pulsado.
Embora o modo contínuo quase sempre resulte na produção de calor pelos tecidos, isto pode não ocorrer se a aplicação for por meio do modo pulsado.
O nível de calor gerado dependerá da condutividade dos tecidos, portanto os tecidos com maior teor de água e íons são aquecidos com mais rapidez. 
Podemos considerar que os tecidos vivos têm três características moleculares na condutividade da energia eletromagnética: moléculas carregadas, moléculas dipolares e moléculas apolares. 
Tecidos diferentes tem proporções variáveis destas moléculas.
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Experiência de Schiliephack
Comprovou-se que eletrodos muito próximos à superfície da pele promoviam um aquecimento nos tecidos superficiais, enquanto que se afastarmos os eletrodos da superfície alinharemos as linhas de força e será produzido um calor profundo.
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Efeitos Fisiológicos
O principal efeito na aplicação das ondas curtas é o aquecimento dos tecidos.
A resposta dos tecidos ao aquecimento é similar, não importando a modalidade utilizada na geração de calor, a única diferença entre ondas curtas e outros agentes de aquecimento por condução de calor é a profundidade onde irá ocorrer o efeito térmico.
 
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Alguns resultados terapêuticos produzidos pelas ondas curtas são:
Aumento do fluxo sanguíneo
Ajuda na resolução da inflamação
Aumento da extensibilidade do tecido colagenoso profundo
Diminuição da rigidez articular
Alívio das dores e espasmos musculares (Kloth e Ziskin, 1990).
Uma temperatura eficaz é normalmente mantida por um curto período de tempo, e a velocidade de aumento da temperatura nos tecidos muitas vezes é lenta. 
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O aquecimento moderado é normalmente usado em processos de doenças crônicas, já um aquecimento mais brando pode ser usado em processos mais agudos.
No caso de aquecimento mais moderado, nota-se o aumento gradual da vascularização que pode ajudar na resolução de um processo patológico ou atuar inclusive, com eficácia da terapêutica antibiótica.
Existem estudos que contra-indicam o uso do aquecimento mais acentuado em processos inflamatórios agudos, onde pode apresentar outra reação inflamatória, que em última análise conduzirá a efeitos indesejáveis, como necrose tecidual.
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Efeitos fisiológicos sobre os vasos sanguíneos e linfáticos:
Por meio da vasodilatação favorece a circulação, em particular a arterial (arteríolas e capilares).
Através de experimentos, observou-se também uma eliminação em quantidade de linfa que aumenta a capacidade de reabsorção do tecido.
Na investigação realizada por um grupo de pesquisadores, foi demonstrado que uma intensidade baixa, durante até dez minutos, favorece o fluxo sanguíneo acentuadamente e que, pelo contrário, uma intensidade por mais que dez minutos produz efeitos opostos com vasoconstrição do fluxo sanguíneo (às vezes até o ponto de estase). 
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Efeitos Fisiológicos sobre o Sangue
Troca dos níveis de glicemia;
Aumento do aporte de leucócitos nos tecidos adjacentes;
Tempo de coagulação diminuída e diminuição da viscosidade do sangue;
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Efeitos sobre o sistema nervoso
Ao nível do sistema nervoso central, notamos que as aplicações locais (na hipófise) podem influenciar a atividade desta glândula.
Já no sistema nervoso periférico, nota-se que as fibras nervosas periféricas tem a sua velocidade e condução aumentadas em consequência do calor. 
Alguns pesquisadores concordam que a dor alivia diante do aumento da circulação, o que se subentende que os produtos metabólicos que causam dor podem ser eliminados com maior rapidez onde se diminui a pressão tecidual, causada pelo acúmulo de fluidos, aumentando a capacidade de absorção do tecido.
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Efeitos Fisiológicos do Tecido Muscular
Relaxa a musculatura;
Facilita a transmissão nervosa ;
Através da vasodilataçâo promove a captação da toxina no trabalho muscular.
 
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Destruição Tecidual
Este efeito só será ativado no caso de calor excessivo, que irá irritar o tecido, promovendo uma coagulação por desnaturação da proteínas (queimadura).
 
Analgesia
Inibição nas terminações nervosas sensitivas;
 
Relaxamento muscular em decorrência do aumento do fluxo sanguíneo local, que favorece o aumento de metabolismo e drenagem de catabólitos.
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Diminuição da Pressão Arterial
Cansaço e necessidade de dormir;
Efeitos acumulados, como, depressão, ansiedade, cansaço cefaléia e insônia.
Diminuição da Pressão Arterial
Em situações normais, quando o calor incide sobre um corpo, primeiro ocorre vasodilatação, seguida de diminuição da viscosidade do sangue, diminuindo por consequência, a pressão
arterial.
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Efeitos sobre o Metabolismo
Existe um aumento como um todo do metabolismo e uma aceleração dos processos químicos. 
No caso da aplicação do aquecimento provocado pelas ondas curtas, ocorrerá, entre outras coisas, uma vasodilatação, aumentando o consumo de nutrição e oxigênio e acelerando a eliminação de produtos metabólicos
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Eletrodos
Eletrodo flexível de borracha:
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Eletrodo de Schliephake:
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Modo de Aplicação
Modo capacitivo: um par de placas é conectado ao equipamento e a região do paciente a ser tratada é posicionada entre as placas.
Modo indutivo: o aplicador indutivo é conectado ao paciente sobre a região a ser tratada.
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Técnicas para Posicionamento do Eletrodo
Transversal ou Contraplanar:
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Coplanar
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Contraplanar desalinhada
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Longitudinal
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Cuidados para a Seleção e Posicionamento dos Eletrodos
Os eletrodos devem ter o mesmo tamanho;
Os eletrodos devem ser ligeiramente maiores que a parte do corpo a ser tratada;
Os eletrodos devem ser equidistantes e em ângulo reto com a superfície da pele (eletrodo de Schliiephack). 
Na técnica coplanar, a distância entre um eletrodo e outro, deve ser de no mínimo igual a medida da sua área.
Distância entre o eletrodo e a pele;
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Dosimetria
A dosimetria engloba parâmetros a serem configurados no aparelho como: frequência, potência, tempo de aplicação e método de aplicação. Isto utilizando a diatermia por ondas curtas contínua. 
Se for a diatermia pulsada, outros parâmetros devem ser acrescentados como: potência de pico, potência média, intensidade de pulso, e período de repouso ou números de pulsos por segundo.
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A grande maioria dos profissionais utilizam um método padronizado de dosimetria, que consiste em pedir ao paciente que relate suas sensações térmicas (qualitativo).
Existe uma escala para graduar a “dose”, de acordo com a sensação do paciente:
I – Calor muito débil => calor imperceptível, abaixo do limiar de sensibilidade de aquecimento.
II – Calor débil => imediatamente perceptível, é o início da sensação de aquecimento.
III – Calor médio => sensação mais clara do calor, é um calor agradável.
IV – Calor forte => No limite da tolerância, é um calor desconfortável.
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Tempo
Fases agudas: 5 a 10 minutos.
Fase crônica: 15 a 20 minutos.
A sensação de calor vai depender do tamanho dos eletrodos, da distancia eletrodo/pele, da posição dos eletrodos e da região a ser tratada.
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Sintonia
No tratamento com OC, a sintonia do aparelho é de fundamental importância, pois a eficácia terapêutica está diretamente ligada a ela. Portanto para se obter tal sintonia, é necessário:
Colocar os eletrodos na distancia pré-estabelecida;
Eleger uma potência segundo a escala de dosimetria;
Gira-se o botão da sintonia levemente para a direita ou para a esquerda, de modo que o ponteiro vá se movimentando do sentido horário;
Quando o ponteiro atingir ao Máximo da deflexão, ele retornará levemente no sentido contrario;
Neste momento, girar o botão para o lado oposto do inicial que o ponteiro voltara à posição de máxima deflexão para a potencia utilizada.
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Tecnica de Aplicação
Despir a área a ser tratada;
Paciente em posição cômoda e relaxada;
Mesa, cadeira ou maca deverão ser de madeira ou possuir material isolante;
Examinar a área a ser tratada;
Testar a sensibilidade térmica e dolorosa;
Secar a região;
Retirar materiais metálicos do paciente, como relógio, anel, pulseira, correntes e audiofones;
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Examinar se o paciente possui pinos, placas, parafusos, outros implantes metálicos ou marca-passo;
Explicar ao paciente as sensações de calor desejadas;
Ligar o aparelho à rede urbana;
Colocar adequadamente e fixar os eletrodos;
Colocar a dose (potência);
Ligar o aparelho no circuito de alta frequência;
Sintonizar o aparelho (durante o tratamento também);
Marcar o tempo;
Questionar o paciente durante o tratamento (calor);
Findando o tempo, desligar o aparelho e retirar os eletrodos;
Examinar a área e desligar o aparelho da rede urbana.
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Indicações
Osteoartrite;
Poliartrite crônica das articulações do quadril e ombro;
Tendinite / tendinose;
Dores tibiais;
Bursite;
Torções, luxações, entorses, contusões e fraturas;
Epicondilite;
Contraturas;
Lombalgia
Mialgia
Neralgia/Neurites
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Capsulite adesiva;
Periostite;
Fibromialgia/fibrosites;
Espondilose/Osteocondrose;
Síndrome do túnel do carpo;
Tendovaginites/ Tenosinovites;
Síndromes cervicais;
Síndrome do piriforme;
Neuroma de Morton;
Fasceíte plantar;
Síndrome do manguito rotador;
Torcicolo;
Síndrome da plica sinovial;
Síndrome da dor patelofemoral.
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Contra-indicações
Marca-passos;
Metal nos tecidos ou fixadores externos;
Sensibilidade térmica comprometida;
Gestantes;
Áreas hemorrágicas;
Tecido isquêmico;
Tumores malignos;
Mal de Pott;
Trombose venosa;
Febre
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Estado infeccioso;
Áreas da pele afetadas por aplicações de radiograma;
Circulação comprometida;
Feridas abertas;
Lesão cardiovascular;
Lentes de contato;
Recém-nascidos até a idade de crescimento ósseo;
Comprometimentos neurológicos que impeçam a cooperação.
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Cuidados e Precauções - Paciente
Com a sensibilidade;
Com a sintonia;
Com os obesos;
Com crianças e idosos;
Com os testículos;
Com os cabos e eletrodos;
Com materiais metálicos;
Com o tempo e dose;
Com as pele úmidas (queimaduras);
Interromper o tratamento ao primeiro sinal de vertigem, cefaleia, hipotensão, salivação ou mal-estar.
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Cuidados e Precauções - Ambiente
Com a distância, inclinação e uniformidade dos eletrodos;
Com mesas, cadeiras metálicas (isolar);
Não cruzar os cabos;
Não aproximar demasiadamente os cabos (mínimo de 10 cm);
Não colocar os cabos diretamente sobre a pele do paciente;
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Conclusão
O ondas curtas é um recurso fisioterapêutico de alta eficácia, pois se trata de uma terapia através de correntes elétricas de alta frequência, o uso terapêutico das oscilações eletromagnéticas com frequência maior que 100.000Hz não causa despolarização da fibra nervosa, mas esta energia pode transformar-se em energia térmica no tecido corporal.
Grandes são os efeitos que ele pode proporcionar, basta cautela no seu uso, bem como técnica adequada, necessitando do profissional competente para tal uso, ou seja, o fisioterapeuta. 
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Referências
Manual do THERMOPULSE – Ibrhamed
KITCHEN, Sheila; BAZIN, Sarah. Eletroterapia de Clayton. 10ª ed. São Paulo: Manole,1999. 
Vagner Willian e Sá, Fisioterapia Geral. 2003.2 (apostila)
MOREIRA, Ana Paula da C. et al. Ondas Curtas. UNIVERSO / SG, 2003
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