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MANUTENÇÃO MECÂNICA E MONTAGEM DE MAQUINAS MANUTENÇÃO INDUSTRIAL Professor: Elton Fabro – Março/09 CONTEÚDO: 1. MÁQUINAS ROTATIVAS 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS 3. BALANCEAMENTO 1. MÁQUINAS ROTATIVAS Definição: São um dos principais componentes dos sistemas eletro- mecânicos. As maquinas rotativas consistem de um elemento que gira em torno de seu centro e com posição relativa a um outro elemento fixo. Na maioria dos casos tem como objetivo transformar ou transferir energia de forma a gerar movimento e/ou força (torque). Existem diferentes tipos de máquinas rotativas, mas a grande maioria pode ser classificada dentro de três grupos básicos: - Máquinas motoras; - Sistemas de transmissão; - Máquinas movidas; Máquinas motoras: Este grupo inclui todas máquinas que são construídas com a proposta de mover outras máquinas. Exemplos: - Motores elétricos; - Turbinas a vapor; - Motores a combustão a diesel; - Motores a combustão a gasolina/etanol; A característica comum destas maquinas é que elas convertem uma energia de entrada de diversos tipos em energia mecânica na saída, em forma de um eixo em rotação. 1. MÁQUINAS ROTATIVAS Sistemas de Transmissão: Estes são sistemas que tem como proposta transmitir energia mecânica de uma máquina motora para uma máquina movida. Exemplos: - Caixas de engrenagens (redutores de velocidade); - Variadores de velocidades; - Diferenciais; - Acoplamentos; - Correias. Além da energia mecânica transmitida, normalmente realiza uma transformação de velocidade e força e pode também atuar como uma embreagem. 1. MÁQUINAS ROTATIVAS Máquinas Movidas: Estas máquinas não podem operar por conta própria e precisam estar acopladas a uma máquina motora, para gerar movimento e força. Exemplos: - Bombas; - Compressores; - Ventiladores; - Geradores; - Misturadores; - Máquinas ferramentas; Este grupo é o mais numeroso, e possuí uma infinidade de tipos de máquinas. A característica comum é que a energia de entrada é normalmente em forma de rotação através de um eixo, enquanto a saída pode ser uma variedade de formas incluindo energia cinética ou pressão de um fluido, energia elétrica, energia cinética ou potencial de materiais sólidos, etc. 1. MÁQUINAS ROTATIVAS MOTORAMOVIDA TRANSMISSÃO 1. MÁQUINAS ROTATIVAS Ponto de vista de manutenção: É importante que a função e os elementos de uma máquina, sejam claramente entendidos. Problemas e falhas na correção dependem da habilidade de detectar desvios da operação normal, e a avaliação das condições de operação demandam um conhecimento da função de maquina tão bem como os princípios de operação. É recomendado que as maquinas que os técnicos façam certo da primeira vez e estejam completamente familiarizados com a função de uma máquina específica que está sob sua responsabilidade. 1. MÁQUINAS ROTATIVAS Princípios de Operação : Um pré-requisito de um boa prática de manutenção é o entendimento crítico dos princípios sobre a qual a operação satisfatória das máquinas rotativas é baseado. Este entendimento fornece os fundamentos da habilidade dos técnicos de manutenção para diagnóstico e correção de falhas. Embora cada máquina seja diferente de alguma forma, e cada situação de engenharia tem requisitos particulares, existe alguns fatores que são críticos para a operação de todas máquinas. São elas: - Performance; - Downtime (tempo de parada); - Ciclo de vida; - Eficiência; - Impacto ambiental; - Custo de manutenção; 1. MÁQUINAS ROTATIVAS Se uma máquina tem performance satisfatória de acordo com os critérios citados acima, então as seguintes condições devem estar satisfatórias: - Montagem; - Mecanismos; - Balanceamento; - Lubrificação; - Rolamentos; - Transmissão; - Alinhamento; - Vedações; - Proteções. 1. MÁQUINAS ROTATIVAS 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS Objetivos da montagem: • A montagem tem por objetivo maior a construção de um todo, constituído por uma série de elementos que são fabricados separadamente. • Esses elementos devem ser colocados em uma seqüência correta, isto é, montados segundo normas preestabelecidas, para que o todo seja alcançado e venha a funcionar adequadamente. • Em manutenção mecânica, esse todo é representado pelos conjuntos mecânicos que darão origem às máquinas e equipamentos. Recomendações para montagem: • 1. Verificar se todos os elementos a serem montados encontram-se perfeitamente limpos, bem como o ferramental. • 2. Examinar os conjuntos a serem montados para se ter uma idéia exata a respeito das operações a serem executadas. • 3. Consultar planos, manuais ou normas de montagem, caso existam. • 4. Examinar em primeiro lugar a ordem de colocação das diferentes peças antes de começar a montagem, desde que não haja planos e normas relativas à montagem. 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS • 5. Verificar se nos diferentes elementos mecânicos há pontos de referência. Se houver, efetuar a montagem segundo as referências existentes. • 6. Realizar o nivelamento do equipamento e fixação sobre sua fundação, usar preferencialmente um sistema de isolamento de vibrações. • 7. Evitar a penetração de impurezas nos conjuntos montados, protegendo-os adequadamente. • 8. Fazer testes de funcionamento dos elementos, conforme a montagem for sendo realizada, para comprovar o funcionamento perfeito das partes. E realizar regulagens e ajustes se necessário. Por exemplo, verificar se as engrenagens estão se acoplando sem dificuldade. Por meio de testes de funcionamento dos elementos, é possível verificar se há folgas e se os elementos estão com o dimensional adequados e colocados nas posições corretas. • 9. Lubrificar as peças que se movimentam para evitar desgastes precoces causados pelo atrito dos elementos mecânicos. 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS Nivelamento: Calços: 1.Cunha 2.Plano (melhor) 1) 2) 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS Nivelamento: Instrumento de nível 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS Acoplamento e alinhamento: 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS Isolamento de Vibrações: Por que usar amortecedores (isoladores)???? 1.Toda máquina rotativa produz vibração; 2. Melhor assentamento do equipamento; Reduz a tensão gerada pela mudança de temperatura 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS Isolamento de Vibrações: Por que usar amortecedores (isoladores)???? 3. Dinamicamente a máquina sofre menos: 4. Não interferência entre equipamentos: 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS Isolamento de Vibrações: Por que usar amortecedores (isoladores)???? 5. Diminuição da fadiga humana: 6. Economia: 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS Isoladores de Vibração: Exemplo do automóvel: Coxins de borracha – isolação ativa; Suspensão – isolação passiva; 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS RecuperaRecuperaçção de elementos mecânicos:ão de elementos mecânicos: � Compare a robustez e o dimensionamento de uma máquina antiga com uma moderna. 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS RecuperaRecuperaçção de elementos mecânicos:ão de elementos mecânicos: � A recuperação de um determinado equipamento ou conjunto mecânico tem como fase preliminar, a decisão de desmontá-lo. Nesse momento, alguns fatores vão direcionar o mecânico de manutenção nas tarefas de recuperar, efetivamente, o equipamento. Os principais direcionadores são os seguintes: ◦ análise do conjunto; ◦ análise de cada um dos componentes em termos de desgaste; ◦ qual a gravidade da avaria; ◦ quais elementos podem ser aproveitados. 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS RecuperaRecuperaçção de subconjuntos com movimentos:ão de subconjuntos com movimentos: � Na recuperação de subconjuntos que possuem movimentos, devem-se levar em consideração dois aspectos: a resistênciaestática e as condições dinâmicas do conjunto. � Em termos de solicitações dinâmicas, as seguintes características devem ser consideradas: ◦ resistência às vibrações, choques, rupturas etc.; ◦ desbalanceamento ◦ desgastes provocados pelo atrito, de acordo com as condições operacionais de trabalho. � Além dessas características, passam a ser importantes, além da escolha do material que as atendam os tratamentos térmicos, a geometria das peças, o acabamento superficial e a exatidão dimensional nas regiões onde se verifica o movimento relativo entre os componentes do conjunto. 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS � Em geral, uma máquina ou equipamento industrial instalado corretamente, funcionando nas condições especificadas pelo fabricante e recebendo cuidados periódicos do serviço de manutenção preventiva é capaz de trabalhar, sem problemas, por muitos anos. � Entretanto, quando algum dos componentes falha, seja por descuido na operação, seja por deficiência na manutenção, é necessário identificar o defeito e eliminar suas causas. Desmontagem:Desmontagem: 2. MONTAGEM DE MÁQUINAS SeqSeqüüência de procedimentos a serem ência de procedimentos a serem observados:observados: � fotografar todo o sistema em detalhes; � desligar os circuitos elétricos; � remover as peças externas, feitas de plástico, borracha ou couro; � limpar a máquina; � drenar os fluidos; � remover os circuitos elétricos; � remover alavancas, mangueiras, tubulações, cabos; � calçar os componentes pesados. 3. BALANCEAMENTO Se o centro de gravidade de um elemento de máquina giratório não coincidir com seu centro de rotação, então é dito que a máquina está desequilibrada ou desbalanceada. Ou simplesmente “distribuição desigual de massas em um determinado corpo”. 3. BALANCEAMENTO Com uma máquina com elementos de rotação, forças centrífugas associadas com a massa fora de centro desenvolvem e impõem uma flutuação da carga. O tamanho desta força não só depende a massa de elemento de rotação, mas também em até que ponto a massa é fora de centro e a sua velocidade de rotação. 3. BALANCEAMENTO Equilibrar ou balancear é o termo recorrido ao processo de melhorar a distribuição de massa de um elemento de máquina giratório, de forma que isto gira em seus mancais sem dar origem a forças centrífugas desequilibradas. Existem dois tipos de balanceamento: - Estático - Dinâmico 3. BALANCEAMENTO BALANCEAMENTO ESTÁTICO: O método mais simples e mais fácil de balanceamento é o de usar condições estáticas para determinar a posição relativa do centro de gravidade e o centro de rotação. Este método é relativamente direto, mas é limitado estritamente aos elementos de máquinas com somente um plano de atuação tais como lâminas circulares e outros rotores simples. 3. BALANCEAMENTO BALANCEAMENTO DINÂMICO: Sabemos que o Centro de Gravidade (CG) de um Rotor é o ponto onde, em torno do qual, toda massa se distribui igualmente, ou seja, onde estaria concentrada toda massa do Rotor. Porém quando um rotor esta sujeito a mais de um plano de atuação, tem sua massa distribuída ao longo de uma distância axial, tornando mais complicado determinar a correta posição para compensação desta massa. 3. BALANCEAMENTO BALANCEAMENTO DINÂMICO: Vamos supor que cortássemos o Rotor em várias fatias finas, tendo desta forma cada uma de suas fatias seu próprio Centro de Gravidade localizado em pontos diferentes. Traçando uma linha pelos diferentes Centros de Gravidade, formamos o Eixo Principal de Inércia (EPI) do Rotor. Obs.: O Centro de Gravidade do Rotor está sempre sobre o Eixo Principal de Inércia. 3. BALANCEAMENTO BALANCEAMENTO DINÂMICO: Podemos dizer que o Eixo Principal de Inércia (EPI) é o eixo em torno do qual o Rotor tende a girar. Desta maneira podemos estabelecer várias condições de desbalanceamento, comparando-se o EPI com o eixo de rotação: 1 – Quando o EPI cruza com o eixo de rotação no CG, teremos o que se chama “Desbalanceamento Dinâmico”. 3. BALANCEAMENTO BALANCEAMENTO DINÂMICO: 2 – Quando o EPI for paralelo ao eixo de rotação, acontece o “Desbalanceamento Estático”. 3 – Quando o EPI não for paralelo e não cruzar com o eixo de rotação no Centro de Gravidade, teremos “Desbalanceamento Estático e Dinâmico”. Obs.: O Desbalanceamento Dinâmico não pode ser detectado colocando- se o Rotor sobre suportes. A detecção do mesmo se fará através das análises de vibrações realizadas com Coletores de Dados. 3. BALANCEAMENTO BALANCEAMENTO DINÂMICO: Vejamos as seguintes situações: a) Dois discos finos, montados em eixo, afastados um do outro: Neste caso teremos um desbalanceamento dinâmico, o qual deve ser corrigido através do Balanceamento em Dois Planos. 3. BALANCEAMENTO BALANCEAMENTO DINÂMICO: Vejamos as seguintes situações: b) Dois discos finos, montados em um eixo, próximos um do outro: Neste caso os valores de m1 e m2 forem iguais, os desbalanceamentos se cancelam. Porém, se forem diferentes, teremos um desbalanceamento estático, o qual pode ser corrigido em um único plano. 3. BALANCEAMENTO BALANCEAMENTO DINÂMICO: Vejamos as seguintes situações: c) Dois discos finos, montados em um eixo, afastados um do outro: Neste caso, deduzimos que se trata de um desbalanceamento estático, pois m1 e m2 estão do mesmo lado, tendo o EPI paralelo ao Eixo de Rotação (ER). Este desbalanceamento pode ser corrigido em dois planos, ou em um único plano dividindo as massas de correção para os dois discos (caso os ângulos de fase nos dois planos sejam iguais). 3. BALANCEAMENTO BALANCEAMENTO DINÂMICO: Vejamos as seguintes situações: d) Dois discos finos, montados em um eixo, afastados um do outro: Neste caso, teremos um desbalanceamento estático e dinâmico simultaneamente, pois o EPI não cruza o ER no Centro de Gravidade. Neste caso somente podemos corrigir através do balanceamento em dois planos. 3. BALANCEAMENTO CAUSAS COMUNS DE DESBALANCEAMENTO: Existem diversos fatos que causam uma distribuição irregular de massas de um Rotor em torno de seu eixo de rotação. Ex: Uma polia mal usinada. Causas mais comuns, vistas no dia-a-dia: - Corrosão / Abrasão; - Incrustração; - Reparos; - Deformações Térmicas. 3. BALANCEAMENTO O desbalanceamento é um problema sério para máquinas rotativas, podendo causar graves consequências as mesmas, quando seus índices chegam a níveis intoleráveis. Como exemplos podemos citar: entortar eixo, quebra de rolamentos, danos a estrutura metálica e acidentes por desprendimento de peças. 3. BALANCEAMENTO Sendo assim, torna-se necessário detectá-lo e corrigi-lo. Principais forma de realizar o balanceamento: 1.Balanceamento On-Site (no Local); Consiste na utilização de equipamento próprio (analisador de vibrações) e no processo de colocação e retirada de pesos no rotor, a fim de corrigir o CG do mesmo. Vantagens: - Rápido retorno da máquina a produção; - Evita riscos envolvidos com transporte do rotor; - Maior eficiência na correção, pois a máquina estará sujeita a todas as influências das condições de operação; 3. BALANCEAMENTO 2. Balanceamento Estático: Solução mais simples e prática, com margem de acerto de até 60%, na redução da Vibração Global. Procedimento simples, sem auxílio de instrumentos de qualquer natureza, bastando um pedaço de giz, massa de calafetar e um pouco de “bom senso”. Consiste em: - Desacoplar a transmissão de força (acoplamento ou correias); - Desapertar a parte superior do mancal próximo do rotor, somente para aliviar a carga estática radial do rolamento; - Dar leves impulsos ao rotor, com a mão, no sentido de giro, para localizar a parte “pesada” do rotor. - Adicionarmassa de calafetar no “lado leve” aos poucos até que o rotor esteja equilibrado – ao girar o rotor, o mesmo deve parar em posições aleatórias. - Substituir a massa de calafetar por um peso equivalente, o qual deve ser soldado na posição de equilibrio da mesma. OBS: Este processo trata-se de um paleativo, colocando a maquina em funcioanamento até que possa ser dado a solução defintiva e de maior precisão. 3. BALANCEAMENTO 3 – Balanceamento Sem Medição de Ângulo de Fase; 4 – Balanceamento com Medição de ângulo de Fase; 5 – Balanceamento com Medição de ângulo de Fase, em Um Plano; 6 - Balanceamento com Medição de ângulo de Fase, em Dois Planos; Nestes métodos de balanceamento é necessário maior conhecimento técnico e experiência dos executores. Se faz necessário o uso de um equipamento de análise de vibrações, lâmpada estroboscópica e alguns acessórios. Em todos eles o princípio é o mesmo, localizar o ponto exato de colocação da massa para equilibrar o rotor e reduzir a vibração. Outros métodos: 3. BALANCEAMENTO Normas para Balanceamento: ISO – 2372; ISO – 2373; ISO – 3945; ISO – 1940; VDI – 2056; VDI – 2060; DIN – 45665; NBR – 8007 – Terminologia de balanceamento; NBR – 8008 – Procedimento – Qualidade de balanceamento. 3. BALANCEAMENTO 3. BALANCEAMENTO
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