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Culturalismo norte americano para Franz Boas

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Culturalismo norte americano
Baseado na teoria social de Franz Boas, o Culturalismo constitui os ensinamentos da Antropologia Norte-Americana a partir das décadas de 20/30 e que está associado ao chamado particularismo histórico, tendo como argumento a caracterização das culturas humanas através de processos e elementos históricos específicos, baseado nas condições ambientais, que podem criar ou modificar elementos culturais diferenciados, no esclarecimento dos fatores psicológicos que atuaram na configuração da cultura, assim como busca mostrar os efeitos que as conexões históricas tiveram sobre o desenvolvimento da cultura de cada comunidade, aldeia ou povo estudado, rejeitando sobremaneira o método comparativo em antropologia social, criticado como generalista e de limitação científica.
A noção de cultura para Franz Boas, era muito ampla e estava relacionada com aquilo que é aprendido, diferenciando-se do que é geneticamente herdado. Esse conceito serviu para consolidar a disciplina nos Estados Unidos e suas origens devem ser situadas no contexto alemão em que Boas teve sua formação. Para os intelectuais alemães, cultura representava o autêntico do povo e a nobreza parasitária que tinha civilização 
O Culturalismo de Boas marcou o desenvolvimento de uma investigação histórica precisa, com o estudo criterioso, lento e cuidadoso de fenômenos locais e que pretendia através do detalhamento histórico proceder, em cada área estudada, a busca de evidências culturais com o intuito, entre outros, de reconstruir a história do desenvolvimento das idéias de cada cultura, estabelecendo, desse modo, a conexão histórica e de singularidades entre as populações humanas a fim de constituir o estabelecimento de leis gerais tendo como indicador a história real como base de suas deduções.
O método de abordagem do Culturalismo está baseado no estudo das mudanças dinâmicas na sociedade observada no tempo presente e na habilidade para dar conta dos processos que levam ao desenvolvimento de certos costumes em áreas geográficas pequenas como também no interesse de esclarecer as complexas relações de cada cultura individual. Boas analisou a psicanálise freudiana como um aspecto importante da compreensão emocional da vida social, porém reforçou a tese de que as impressões da infância, do comportamento social do homem em seus primeiros hábitos nem sempre estão conectados por atitudes que se estabeleceram antes da memória começar a operar e o fenômeno da linguagem é um exemplo que diferencia a idéia de Freud, porque os conceitos gerais sobre ela ainda são desconhecidos em sua totalidade e que não remetem necessariamente ao estágio de consciência até que se comece o estudo sistemático da gramática e dos processos lingüísticos, porém acredita que a teoria da psicanálise ajudou na compreensão de fenômenos simbólicos em interpretações subjetivas das culturas humanas em suas particularidades.
Nesse contexto, a classificação do Culturalismo como um ramo da Antropologia é importante no sentido de desenvolver estudos que caracterizam “processos” pelos quais estágios culturais ocorreram, não apenas analisando os costumes, crenças, rituais e lendas em si mesmos, mas procurando dar conta sobre as razões pelas quais os fenômenos culturais existem, para, finalmente, descobrir a história de seus desenvolvimentos e de suas variações, esforçando-se também para encontrar as causas psicológicas comuns subjacentes a todos esses processos socioculturais, que são eminentemente históricos. 
O Culturalismo oferece uma dura crítica ao Método Comparativo, que conceitua como um estudo falho, baseado na “evolução uniforme” da cultura humana e que, na ótica de Boas, indica certo desprezo às singularidades históricas e de suas respectivas particularidades. O autor relata que a história humana não deve ser generalizada, pois acredita ser improvável que a mente humana obedeça às mesmas leis em todos os lugares e que idéias universais se constituem em um problema de método, citando, entre outros, que a Arte Primitiva constituem-se por fenômenos similares e étnicos que provavelmente se desenvolveram a partir de diferentes fontes.
Os estudos que deram base ao Culturalismo tem relevância em suas análises históricas por apresentarem em suas abordagens diversas fontes de conhecimento, caracterizando o pensamento antropológico do início do Século XX.
Principais Conceitos na obra de Franz Boas
Evolucionismo/Novo método: Apesar de não ser um conceito criado por Boas, entender o que é evolucionismo é fundamental na compreensão de uma parte de sua obra. Em seu texto “As limitações do método comparativo da Antropologia”, Boas critica o método até então usada pelos evolucionistas.
O Evolucionismo, que foi impulsionado pela teoria de Darwin, buscava descobrir as leis uniformes da evolução humana. Segundo os evolucionistas, a mente humana possuiria um funcionamento uniforme, desta forma todas as sociedades humanas teriam que passar obrigatoriamente pelos mesmos estágios obrigatórios e sucessivos. Através da comparação entre os diferentes costumes dos povos, buscavam esclarecer este caminho percorrido pela evolução humana. A crítica de Boas residia na metodologia usada pelos evolucionistas. Para Boas não era possível apresentar provas de que o mesmo fenômeno cultural necessariamente se desenvolveria em todos os lugares da mesma forma. Era uma pretensão muito grande tentar analisar a evolução em todas as sociedades humanas.
Difusionismo: Também não é um conceito criado por Boas, mas semelhante ao conceito de evolucionismo, faz-se necessário entendê-lo, pois é outra teoria que dialoga com os estudos boasianos. A teoria difusionista é semelhante a teoria evolucionista, contudo seu peso explicativo reside na ideia de difusão cultural.
Diferente dos evolucionistas que acreditavam que os fenômenos culturais semelhantes haviam se desenvolvido em regiões geográficas distantes devido ao único caminho evolutivo da raça humana, os difusionistas acreditavam na existência de uma difusão de elementos culturais entre esses mesmos lugares seja através do comércio, guerras ou viagens. Certos autores difusionistas acreditavam que o Egito antigo foi o grande centro de difusão cultural, que a partir dele a civilização humana teria se irradiado por todo o globo.
Particularismo Histórico: Esta era a teoria dada por Boas como alternativa para o evolucionismo. Seu fundamento estava na ideia de que para se obter uma compreensão mais geral das culturas era necessário iniciar o estudo pelo particular. Vemos então que este método pode ser descrito como sendo empirista e diacrônico.
Para Boas, a história da civilização humana não poderia ser entendida exclusivamente através de uma necessidade psicológica que levaria a uma evolução única da mente humana. Era necessário entender primeiramente a história cultural de cada grupo, perceber suas influências internas e externas pela qual passaram para então entendê-los. Seria impossível entender a história de um povo somente se baseando em um único sistema evolucionário.
Cultura: Para Boas a cultura era o elemento explicativo da diversidade humana. No sentido norte americano, cultura se torna um conceito mais abrangente do que o conceito de sociedade. A cultura no caso seria tudo que os seres humanos criaram inclusive a sociedade. É importante frisarmos que Boas usa o termo culturas devido a sua teoria do relativismo cultural, pois segundo ele cada povo possuiria uma singularidade cultural. Diferentemente vemos o termo cultura (aqui no singular), usado pelos evolucionistas, pois segundos estes teóricos, a cultura humana seria única devido ao seu desenvolvimento unilinear. De maneira resumida, Boas entendia a cultura como a lente pela qual cada um de nós enxerga a sociedade e pela qual estaríamos presos à ela através dos grilhões da tradição.
Raça: Para Boas, o conceito de raça na verdade seria uma classificação não científica dos traços físicos superficiais que possuímos. Vemos em seus textos que Boas não faz usodo termo raça, mas do termo formas corporais. A ideia de raça na verdade era uma construção de tipos ideais locais baseados em características físicas semelhantes, sendo estes retirados de localidades comuns. Porém Boas ressalta que por mais fisicamente semelhantes um grupo de pessoas seja, haverá inúmeros indivíduos na qual esta descrição não poderia caber.
Boas contemplava o papel dos arqueólogos na busca por informações de povos dos períodos e lugares mais remotos do planeta. Afinal ,segundo Boas, os etnólogos-arqueólogos eram responsáveis por determinar a ordem cronológica dos fatos históricos ,algo extremamente relevante para uma boa análise histórico-cultural.
Boas acreditava que com o avanço científico e tecnológico,a Antropologia perderia espaço no estudo das culturas humanas, ela limitaria-se ao estudo de costumes e crenças de povos menos civilizados. Ele constatava que a lingüística em parceria com a biologia e com a etnologia-arqueológica teriam maior poder para desenvolver o estudo das mais diversas culturas existentes. Para ele, todo antropólogo teria de estar familiarizado com os princípios destes três métodos, para não ficar a quem dos avanços que ocorriam nas mais variadas ciências.
Em suma, seu legado permanece vivo, não com a mesma intensidade do passado,porém com relevância em várias segmentos antropológicos. Afinal de contas, a Globalização se consolidou, e com ela todos os traços culturais existentes se interrelacionaram, produzindo um novo contexto cultural sem igual.

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