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A caprinocultura e a produção de leite

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - UFMT
CÂMPUS SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS E SAÚDE
FERNANDA RODRIGUES SOUZA
TAMIRIS CRISTINA SILVA DOS SANTOS 
	
 A CAPRINOCULTURA E A PRODUÇÃO DE LEITE
SINOP
MATO GROSSO - BRASIL
2017
INTRODUÇÃO
Segundo GONÇALVES et al. (2008), no cenário agrícola mundial, é notória a evolução da caprinocultura leiteira. Em determinados países, os sistemas de criação, transformação e distribuição encontram-se em estágio avançado de desenvolvimento. Ao final da década de 80, houve um crescimento significativo da produção mundial de leite de cabra, que atingiu 12.581.522 toneladas em 2005. 
O sistema de produção utilizado em uma unidade produtora de leite, depende do objetivo, os sistema são classificados em extensivos ou intensivos; uso de mão de obra familiar ou contratada, de subsistência ou de mercado, manutenção do rebanho em pastagens ou estabulado e quanto a raça ou grau de sangue. Em geral a maioria dos autores utiliza a classificação dos sistemas extensivos (à campo) e intensivos (confinados, semiconfinados e a pasto cultivado) (EMBRAPA, 2016).
Devido a estas razões, a caprinocultura leiteira configura-se como uma alternativa para a promoção de emprego e geração de renda no campo (HOLANDA JUNIOR et al., 2008).
Ainda segundo o autor, a região Nordeste do Brasil concentra o maior rebanho caprino do País, representando mais de 90% do mesmo. Dentre os estados nordestinos, vale destacar os Estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Nestes Estados que são obtidas as maiores produções de leite de cabra, respectivamente, 18.000 e 10.000 litros de leite/dia.
Na Região Nordeste, a produção de leite de cabra é explorada de maneira semiintensiva, exceto nas propriedades rurais próximas aos grandes centros urbanos, geralmente localizadas na Zona da Mata, onde predomina o sistema de produção intensivo. No Sudeste, a produção é inteiramente intensiva, enquanto no Centro-Oeste e no Sul do país esse sistema é ainda incipiente (GONÇALVES et al., 2008).
O sistema extensivo ou semiextensivo é predominantemente utilizado no nordeste brasileiro, que consiste em manter os animais a campo em áreas de pasto nativo, com baixo grau de intervenção e manejo de rebanho, a alimentação suplementar é administrada a cocho e, geralmente limitada ao período seco. Geralmente esse sistema é caracterizado pela baixa produtividade, pela falta de controle sanitário e irregularidade na oferta de alimentos. O baixo potencial genético e a falta de manejo culminam com uma elevada taxa de mortalidade e baixa eficiência produtiva (EMBRAPA, 2016).
Já sistema intensivo é restrito a região sudeste, que é marcada por uma maior organização da cadeia produtiva em relação ao restante do país, com produtores integrando sistemas agroindustriais, que conta com a participação de indústrias de atuação regional e até mesmo nacional.O sistema produtivo é intensificado com a criação de animais confinados, sempre confinado O sistema produtivo é intensificado com a criação de animais confinados, semi-confinados,  ou a pasto cultivado, de alto potencial genético e com controle e manejo bem determinados (EMBRAPA, 2016). 
Não existe um modelo ideal de criação de caprinos leiteiros para o Brasil que garanta o sucesso do empreendimento, devido à grande diversidade de situações encontradas. Sendo assim, deve-se buscar o sistema de criação que melhor se adapta a determinada situação, uma vez que a pecuária leiteira altamente tecnificada e puramente extrativista convivem em todas as regiões, onde é possível encontrar exemplos de alta e baixa viabilidade econômica, tanto em sistema com menor , quanto em sistemas com maior intensificação da produção (EMBRAPA, 2016).
De acordo com CORDEIRO et al. (2009), o leite de cabra está conquistando crescente mercado no Brasil, tanto na forma de leite pasteurizado e pasteurizado congelado, como na forma de leite em pó e desde 1998, em embalagens tetrapak tipo longa vida UHT, esterilizado e aromatizado. A industrialização do leite e seus derivados requerem instalações e equipamentos apropriados e a constituição legal de uma firma e também o credenciamento junto aos serviços de inspeção sanitária, quando a cidade tiver legislação específica para produtos de origem animal.
Existem vários fatores, dentro e fora da propriedade, que limitam o aumento da produtividade e da oferta de leite ou de carne caprina no Brasil: o potencial genético dos rebanhos, a sazonalidade da produção, a qualidade das forrageiras tropicais, o clima, o manejo, o intervalo de partos, a idade ao primeiro parto, o controle das enfermidades, o gerenciamento dos rebanhos, a nutrição e a alimentação dos rebanhos, entre outros (GONÇALVES et al., 2008). Ainda segundo o autor, a construção da sustentabilidade na caprinocultura leiteira depende da análise dos principais desafios e das possibilidades, que pode ser obtida por meio de estudos dos segmentos da cadeia produtiva. Por isso, é necessária a participação dos fatores de produção na composição dos custos de produção de leite em sistemas intensivos de produção de caprinos.
SISTEMAS DE CRIAÇÃO
Segundo CORDEIRO et al.,(2009), a atividade de criação de cabras está ligada ao homem desde o início da civilização e foi importante para ajudar na fixação dos primeiros núcleos de assentamentos, fornecendo leite, carne e pele.
No sistema extensivo, são utilizados animais sem aptidão para a produção leiteira, mantidos em pastagens nativas, não tendo cuidados de manejo e escrituração zootécnica. A produtividade é proveniente da fertilidade natural da área ou solo e da sazonalidade da oferta e qualidade da forragem, devido o rendimento da atividade estar diretamente atrelado a essas variáveis (HOLANDA JUNIOR et al., 2008).
Ainda segundo o autor, no sistema intensivo são utilizados animais puros ou mestiços de raças leiteiras e realiza-se o manejo e escrituração zootécnica. A produtividade é consequência direta da ação gerencial e planejamento das ações, sendo que as condições edafoclimáticas da região desempenha papel secundário.
De acordo BORGES et al. (2003), um aspecto importante a ser salientado é que as exigências de conhecimento tecnológico para eficiência do sistema confinado também são maiores, devido aos animais serem levados próximos à extremidade biológica almejando o aumento da produtividade. O sistema requer mão-de-obra mais qualificada para atender às exigências de manejo nutricional, reprodutivo e sanitário de um rebanho especializado.
MANEJO NUTRICIONAL
O manejo nutricional está diretamente relacionado com sistema de criação empregado, extensivo (a campo) ou intensivo (confinado, semi-confinado e a pasto cultivado), nível tecnológico utilizado em recursos disponíveis (EMBRAPA, 2016).
O manejo nutricional de caprinos leiteiros da região Nordeste, onde a atividade é voltada principalmente para renda familiar,  com sistema de criação geralmente extensivo baseia-se em grande parte na utilização de pastagem nativa, caatinga, sendo a qualidade e quantidade desse recurso forrageiro, marcadamente influenciada pelas baixas e irregulares precipitações pluviométricas da região,impactando negativamente no sistemas produtivos, sendo necessário lançar mão de diferentes estratégias de produção e conservação de forragens para garantir a segurança alimentar do rebanhos e, consequentemente a sua produção.
Dentre as estratégias utilizadas pelos caprinocultores no nordeste, para superar a estacionalidade produtiva da pastagem nativa, estão o plantio e a utilização de palma e leguminosas, nativas ou exóticas, outra opção, porém mais restrita é a irrigação, onde um pequeno número de produtores irrigam pastagens e capineiras, sendo que a estratégia mais adotada é a utilização de concentrados, principalmente milho, soja e algodão (EMBRAPA, 2016).
Já na região Sudeste, o manejo nutricional é bem especializado levando em consideração o sistema produtivo que é intensificado por meio de animaisconfinados, semi-confinados, ou em alguns casos pastejando em áreas de pastagem cultivada , sendo assim, o manejo nutricional baseia-se, no uso de concentrados e forrageiras de qualidade, que são disponibilizados aos animais em dietas balanceadas em quantidade e qualidade para animais nas diferentes categorias, que tradicionalmente se divide as fêmeas na caprinocultura leiteira: cria, recria e cabras em produção, dessa forma o manejo nutricional é bem estabelecido levando em consideração o estágio fisiológico do animal (EMBRAPA, 2016).
O manejo nutricional na caprinocultura  leiteira é de extrema importância, pois, independentemente do sistema de criação utilizado, a produtividade do rebanho está diretamente relacionada com alimentação, visto que o produto final o leite, aumenta a exigência nutricional do animal, e este, por sua vez o consumo eficiente de alimentos (EMBRAPA, 2016).
METODOLOGIA
Foi realizada revisão bibliográfica sobre a caprinocultura e a produção leiteira, permitindo-se assim, obter maiores informações e também para a conclusão deste trabalho. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A caprinocultura leiteira no Brasil ainda é pouco expressiva em termos econômicos, por ser uma atividade voltada principalmente para renda familiar, mas que vêm conquistando crescente mercado.
O Brasil apresenta duas regiões com estímulos para produção e mercados distintos. O nordeste com a produção voltada para renda familiar, que recebe incentivo do governo federal e estadual através do programa de aquisição de alimentos (PAA) no qual, o governo compra o leite com objetivo de fortalecer os pequenos agricultores, e ao mesmo tempo busca  alimentar uma parte da população em risco alimentar. E o sudeste,  que tem uma produção mais intensificada e voltada para um mercado consumidor especial que buscava por produtos diferenciados de valor agregado, "gourmet", ou mesmo nutracêuticos.
CONCLUSÃO
À caprinocultura leiteira no Brasil tem resultados satisfatórios tanto voltada para a produção mercadológica que é o caso da região Sudeste , quanto a produção de subsistência que é o caso da região nordeste, pois é uma atividade que ajuda no sustento de muitas famílias, garantindo o trabalho e a cooperação de toda uma família.
E ainda assim,  possui grande capacidade de expansão, pois, vem conquistando um público crescente, que procura por produtos diferenciados e de qualidade, sem se preocupar quanto ao valor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORGES, C.H.; BRESSLAU, S. Produção de leite de cabra em confinamento. In: VI Simpósio de Pecuária do Nordeste - PECNORDESTE. III Semana da Caprinoovinocultura Brasileira. Fortaleza-CE, 4 a 7 de junho de 2002.
CORDEIRO, P.R.C.; CORDEIRO, A.G.P.C. A Produção de leite de Cabra no Brasil e seu mercado. Leite de Cabra no Brasil, seu mercado, comercialização e produção. In: X Encontro de Caprinocultores do Sul de Minas e Media Mogiana Espírito Santo do Pinhal. Maio 2009.
GONÇALVES, A.L. et al. Avaliação de sistemas de produção de caprinos leiteiros na região Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.37, n.2, p.366 - 376, 2008.
HOLANDA JUNIOR, E.V.; MEDEIROS, H.R.; DAL MONTE, H.L.B. et al. Custo de produção de leite de cabra na região Nordeste. In: ZOOTEC 2008. João Pessoa, PB: UFPB/ABZ, 2008.
SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE CAPRINOS LEITEIROS. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/btstream/itens/156284/CNPC-2016-sistemas-de-produção.pdf , acesso em 10/05 às 15h00.

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