Buscar

FILos. DA EDUC BRAS. aulas e exercicios

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 111 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 111 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 111 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA AULA 1 – FILOSOFIA E FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Diferenciar o conhecimento filosófico dos demais tipos de conhecimento. 2. Compreender o papel da Filosofia da Educação na formação do pedagogo. 3. Analisar criticamente a relação entre Filosofia e Educação. Filosofia e filosofia da educação Para compreendermos os diferentes tipos de conhecimento produzidos historicamente pela humanidade, será necessário partirmos de uma compreensão da relação do homem com a natureza, ou seja, entendermos como a natureza humana é produzida. Segundo o materialismo histórico e materialismo dialético de Karl Marx, a relação homem-natureza é mediada pelo trabalho, como ato intencional do homem em produzir as condições materiais e não-materiais (a cultura, o saber, o conhecimento) da sua existência. Em outras palavras.. A natureza não oferece gratuitamente as condições necessárias para o homem sobreviver, por isso ele necessita retornar à natureza e retirar da mesma as condições necessárias que garantam a sua existência. Para tanto, o homem antecipa em seu pensamento a sua ação. Assim, retorna à natureza transformando-a segundo seus interesses e necessidades. Tal transformação provoca o fenômeno da humanização da natureza, ou seja, o espaço natural é transformado em espaço artificial, criando o mundo da cultura. Ao transformar intencionalmente a natureza o homem se transforma, ou seja, ocorre o fenômeno da naturalização do homem. Em outras palavras, a natureza, que era algo desconhecido, passa a ser conhecida de diferentes formas. Na próxima tela, vamos ver os diferentes tipos de conhecimento decorrentes dessa relação e produzidos historicamente pela humanidade. 1) O conhecimento mítico :É um conhecimento intuitivo da realidade que dispensa argumento e fundamentações.Decorre da tradição cultural de um povo, não é datado , não tem autoria, não se justifica, não se fundamenta e não se coloca ao questionamento .Portanto, pressupõe a adesão e a aceitação por parte do individuo. 2) O senso comum:è considerado como a primeira forma de compreensão do mundo resultante da herança cultural de um povo ou de uma civilização.Descreve as crenças e proposições de forma natural sem que haja uma investigação rigorosa para as mesmas. Em outras palavras, é um conhecimento espontâneo do cotidiano sem o crivo da analise critica. 3) O Conhecimento Cientifico: è um conhecimento sistemático, lógico, rigoroso e metódico.Para tanto, obedece a um conjunto de princípios , determinados pela razão , na sua forma e no seu conteúdo , a fim de orientar a pesquisa cientifica acerca de um determinado fenômeno. Em outras palavras, a ciência se esforça para descobrir como a realidade funciona. Assim, pretende oferecer as condições necessárias para o controle racional de um determinado fenômeno, seja ele, natural ou histórico. As verdades gerais ou operações de leis gerias , produzidas pelo conhecimento científico , são obtidas e verificadas pelo método cientifico utilizado. 4) O Conhecimento Artístico: è um conhecimento intuitivo da realidade ou do mundo tendo a imaginação como mediadora entre o percebido e o pensado, ou seja, possibilita outras formas de compreensão da realidade. 5) O Conhecimento Filosófico:É um conhecimento sistemático organizado por um conjunto de ideias internamente articuladas e relacionadas num todo coerente. Segundo Marilena Chauí:”O conhecimento filosófico é um trabalho intelectual .É sistemático porque não se contenta em saber respostas para as questões colocadas, mas exige que as próprias questões sejam validas e, em segundo lugar , que as respostas sejam verdadeiras, estejam relacionadas entre si, esclareçam uma ás outras, formem conjuntos coerentes de ideias e significações , sejam provadas e demonstradas racionalmente”. Características do conhecimento filosófico Atitude Critica: Caracteriza-se, num primeiro momento, como negativa e num momento como positiva.Negativa por dizer não aos pré- conceitos estabelecidos como naturais , ou seja , é duvida das crenças estabelecidas como verdade e que orientam a nossa forma de pensar , falar e agir. Reflexão Filosófica: Segundo Marilena Chauí, a reflexão filosófica “ é radical porque vai á raiz do pensamento, pois é um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo para pensar –se a si mesmo e, para conhecer como é possível o próprio pensamento ou o próprio conhecimento”. Origens da filosofia O pensamento filosófico-científico surgiu na Grécia Antiga por volta do século VI a.C. Os primeiros filósofos tinham por finalidade explicar racionalmente a natureza a partir dos fenômenos naturais. Ou seja, a explicação da natureza se encontra na própria natureza e não no sobrenatural, como é característico do pensamento mítico-religioso. O período do humanismo clássico na Filosofia é inaugurado por Sócrates por ter introduzido na filosofia questões referentes à natureza humana, tais como: a ética, a política e a problemática do conhecimento. Neste período destacam-se também os filósofos Platão e Aristóteles (séc. IV a.C.), como também, os sofistas. Áreas de investigação filosófica Nesta tela, vamos destacar algumas áreas importantes de investigação da filosofia. Vamos lá? Lógica Investiga as condições da validade dos argumentos e elabora as regras do pensamento correto. Metafísica (ou ontologia) Estuda o ‘ser enquanto ser’, isto é, o ser independentemente de suas determinações particulares; estudo do ser absoluto e dos principais princípios. Teoria do Conhecimento Estuda as relações entre sujeito do conhecimento e objeto do conhecimento no ato de conhecer. Epistemologia Analisa criticamente a forma e o conteúdo do conhecimento científico. Axiologia Desenvolve uma reflexão rigorosa sobre a natureza e as características dos valores éticos, estéticos, políticos, religiosos, pragmáticos e etc. Ética Analisa de forma sistemática e rigorosa as noções, os princípios e os fins que fundamentam a vida moral. Estética Reflete sobre os princípios, os meios, a produção e a recepção estética da obra da arte. Filosofia Política Se propõe a compreender criticamente sobre o poder entre os cidadãos, a sociedade e o estado, como também, avalia as formas dos regimes políticos e as finalidades da política. Filosofia da Linguagem Reflete sobre a natureza da linguagem, os sentidos dos signos e proposições lingüísticas. Busca compreender a linguagem como elemento estruturador que explica a relação do homem com a natureza. Filosofia da Educação Partindo do princípio da Filosofia da Educação como sendo a fundamentação teórica e crítica do conhecimento e da prática educativa, podemos afirmar que sua preocupação está em compreender, de forma crítica, a natureza e a especificidade de educação. Assim, teremos como estabelecer o que é, como é e para que é: ensinar, aprender, alfabetizar, avaliar e etc., ou seja, teremos como determinar pelo pensamento quais os princípios que alicerçam determinadas práticas educativas. Tal preocupação visa superar o espontaneísmo pedagógico e assim determinar pelo pensamento um conjunto organizado e coerente com fins a serem alcançados. Portanto, seu trabalho está em avaliar os currículos, as técnicas e os métodos de ensino-aprendizagem, para que seja possível julgar se são ou não adequados aos fins a que se propõem. A filosofia da Educação se preocupa em compreender, de forma crítica, a natureza e a especificidade da educação. Desta forma, é possível determinar pelo pensamento quais princípios alicerçam determinadas práticas educativas. 
 Educação e Pedagogia Compreendemos a educação como um fenômeno humano. Tal fenômeno decorre
da relação que o homem estabelece com a natureza mediada pelo trabalho. O Ser 
 humano ao produzir as condições materiais e não-materiais de sua existência, 
 sente a necessidade de transmitir para as futurasgerações suas experiências e 
 conhecimentos e, o fará, através da educação. 
 
 Segundo o educador brasileiro, José Carlos Libâneo, “educar (em latim, educare) é 
 conduzir de um estado a outro, é modificar numa certa direção o que é suscetível 
 de educação. O ato pedagógico pode, então, ser definido como uma atividade 
 sistemática de interação entre seres sociais, tanto no nível intrapessoal como no 
 nível da influência do meio, interação essa que se configura numa ação exercida 
 sobre sujeitos ou grupos de sujeitos visando provocar mudanças tão eficazes que 
 os tornem elementos ativos desta própria ação exercida” 
 
 
 
 Filosofia da 
 Educação 
 
 Analisa criticamente a natureza e a especificidade da educação, os 
 procedimentos utilizados no processo de ensino-aprendizagem, a estrutura 
 e o funcionamento de ensino de um determinado contexto histórico-social. 
 
 
 
 Sendo assim, não podemos compreender a educação como mera transmissão dos 
 conhecimentos historicamente produzidos e acumulados pela humanidade, mas 
 como um instrumento crítico da produção humana, ou seja, deve possibilitar a 
 reflexão crítica da cultura. Do exposto acima, podemos inferir que a Pedagogia é a 
 ciência que tem por finalidade a reflexão, a ordenação, a sistematização e a crítica 
 do processo educativo na sua forma e no seu conteúdo. Na cultura ocidental 
 podemos afirmar que foram quatro as perspectivas que se construíram desde a 
 antiguidade até a atualidade. Veja quais são na próxima tela: 
 
 a) Pedagogia essencialista - baseia-se em modelos universais do ser humano, 
 como por exemplo: “os homens são essencialmente iguais”; 
 
 b) Pedagogia existencialista - baseia-se no princípio universal de que “os homens 
 são essencialmente diferentes”, fazendo uma defesa em torno das diferenças 
 individuais; 
 
 c) Pedagogias cientificistas - visam garantir a cientificidade do pensamento e da 
 prática pedagógica com a finalidade de aumentar a produtividade no campo 
 educacional; 
 
 d) Pedagogias dialéticas - refletem criticamente sobre as contradições do 
 processo ensino-aprendizagem a partir dos contextos históricos e sociais em que 
 são produzidos a fim de possibilitar a superação das relações de poder e 
 dominação, como também, promover a emancipação do homem em seu 
 conjunto. 
 
 
 
 A formação do educador 
 
 A sociedade moderna, através de sua estrutura política- do estado Moderno_ 
 deferiu a educação como “direto de todos e dever do estado”. Tal defesa 
 apresenta dois elementos revolucionários na historia da educação no mundo 
 ocidental.São eles: 
 
 A) ao compreender a educação como “direito de todos” , alcançou-a ao plano 
 jurídico de caráter universalizante e; 
 
 B) Ao compreender a educação como “dever do estado “, institui a mesma como 
 política social, com finalidades especificas, dentre elas, a formação do cidadão do 
 novo modelo de sociedade, e que este atenda ás questões de ordem política, 
 econômica e social da estrutura vigente. 
 
 Os dois elementos , descritos anteriormente, exigem alguma consideração, tais 
 como: 
 
 A) O modelo do Estado Moderno-Estado-Nação ou Estado Liberal Burguês, 
 fundamentado no contrato social estabelece um conjunto de direitos e deveres 
 entre o Estado e a Sociedade Civil; 
 
 
 
 B) A formação do Estado Moderno( século XIX) não decorre de um processo 
 natural, mas de uma construção histórica, datada, a partir de determinadas 
 relações de poder entre grupos ou classes; 
 
 C) O pensamento liberal burguês em educação, por compreender a dimensão 
 política da educação na sociedade capitalista , apresenta um duplo caráter: de um 
 lado é revolucionário e, de outro, reacionário, evidenciando assim uma das 
 contradições desta estrutura de pensamento. 
 
 As contradições de estrutura de pensamento 
 
 1- O caráter revolucionário esta em romper com a compreensão de que a 
 educação é restrita e privilegio da nobreza e do clero; alem disso , a defesa de 
 uma educação laica, publica e para todos, com também , uma formação de 
 caráter cientifico; 
 
 2- O caráter reacionário foi defendido pelo maior teórico do pensamento liberal , 
 Adam Amith, que afirmava: “ educação sim, desde que em doses 
 homeopáticas”.Tal defesa é simples de ser verificada na realidade educacional 
 brasileira, pois o que se solidificou foram modelos de adequação diferenciados 
 em uma sociedade dividida em classes sociais.Tal situação se aplica também a 
 outros países, mesmo aqueles que são considerados desenvolvidos. 
 
 D) O novo modelo de Estado, por decorrer da ascensão do sistema capitalista de 
 produção e, pó este , ter incorporado a ciência como força produtiva, 
 desenvolverá políticas de conhecimento e de pesquisa que atendam as demandas 
 de investimento em capital morto e, por consequinte, garantam o aumento da 
 produtividade e do consumo em massa na aplicação de seus resultados.Alem 
 disso, desenvolverá políticas educacionais para formar os quadros necessários 
 para o desempenho de funções simples, intermediarias e complexas da estrutura 
 econômica vigente. 
 
 As considerações da tela anterior nos permitem apontar para a necessidade de 
 uma formação específica para o educador em nossa sociedade, pois o professor 
 assume um papel político e pedagógico. Primeiro por ter a função de formar o 
 cidadão da sociedade e segundo que seu trabalho deve ser sistematizado e não 
 desenvolvido de forma casual e espontânea. 
 Para tanto, devemos considerar para o exercício da docência três aspectos: 
 
 a) a necessidade de adquirir conhecimento científico e saberes pedagógicos para 
 o ensino de um conteúdo específico; 
 
 b) a superação do senso comum compreendendo a atividade educativa como 
 uma atividade sistemática visando à transformação de uma realidade social 
 concreta; 
 
 c) a formação ética como um dos pilares centrais da formação e da prática 
 educativa. 
 
 
 
 Para finalizar apontamos que um dos papeis do professor na sociedade em que 
 vivemos é a de um intelectual transformador. Segundo Aranha: 
 
 “Se um educador intelectual transformador é compreender que as escolas não 
 são espaços neutros de mera instrução, mas carregados de pressupostos que 
 representam as relações de poder vigentes e convicções pessoais nem sempre 
 explicitadas. Imaginar que a escola seja um lugar apolítico, em que são 
 transmitidos conhecimentos objetivos e apartados do mundo das injustiças 
 sociais, é manter uma manutenção dos status quo”.( 2006: 47). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AULA 2 – NATUREZA HUMANA, CULTURA E EDUCAÇÃO 
 
 Ao final desta aula, você será capaz de: 
 
 1. Entender o processo de formação da natureza humana; 
 
 
 2. Relacionar cultura e educação; 
 
 
 3. Compreender criticamente os diferentes conceitos e tipos de cultura; 
 
 
 4. Refletir sobre as implicações do multiculturalismo na formação do professor. 
 
 
 
 Natureza humana, cultura e educação 
 
 Nesta aula, teremos a preocupação de compreender o processo de formação da 
 
 natureza humana e evidenciar algumas contradições existentes em nosso 
 
 cotidiano acerca desta questão. Além disso, estabeleceremos a relação entre 
 
 cultura e educação, como também, buscaremos compreender as diferenças 
 
 conceituais e os tipos de cultura. Para tanto, algumas questões são fundamentais 
 
 para o nosso estudo, tais como: 
 
 A natureza humana é algo dado naturalmente ou é produzido historicamente 
 pelo ser humano? 
 
 O que entendemos por cultura e educação? 
 
 Qual a relação entre educação e cultura? 
 
 Natureza Humana: uma temática central para a prática educativa 
 
 Se pararmos para pensar e observar o comportamento humano em nosso 
 cotidiano, não teremos dificuldades para identificar um conjunto
de idéias, 
 normas,valores, princípios e etc., que expressam compreensões contraditórias 
 em nosso cotidiano no que se refere à natureza humana e que orientam a nossa 
 forma de pensar, falar e agir. Vejamos, abaixo, dois exemplos: 
 
 
 
 
 
 a) É comum afirmarmos que “Rosa é uma mulher desnaturada, por não 
 dedicar o seu tempo e carinho aos seus filhos”, ou então, que “As mulheres 
 são naturalmente frágeis por serem capazes de gerar outro ser”; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 b) é frequente a afirmativa que determinadas funções no mundo do 
 trabalho e da produção são específicas para os homens por serem fortes e 
 guerreiros, enquanto outras tarefas, são específicas para as mulheres por 
 serem frágeis, dóceis, amáveis e sensíveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tais exemplos expressam a ideia de que a natureza humana é algo dado 
 naturalmente ao ser humano, ou seja, que ela é necessária e universal. 
 Vejamos agora algumas contradições expressas nos exemplos citados 
 anteriormente: 
 a) no primeiro exemplo, a afirmativa que é da natureza da mulher cuidar 
 de sua cria não se sustenta. Pois em algumas culturas tal responsabilidade é 
 entregue à irmã do pai ou à irmã da mãe que tem como responsabilidade a 
 vida e a educação da criança. 
 
 b) no segundo exemplo, encontraremos culturas que compreendem a 
 mulher como um ser impuro e não deve ocupar-se com a lavoura e os 
 afazeres domésticos (tarefas reservadas ao homem), cabendo-lhes a tarefa 
 de guerrear e comandar a comunidade a que pertence. 
 
 Sendo assim, o caráter universal não pode ser aplicado, ou seja, a natureza 
 humana não é algo naturalmente dado ao ser humano, mas decorre de 
 como uma determinada cultura ou povo estabelece princípios para as 
 relações humanas e sociais. Segundo a filósofa Marilena Chauí: 
 
 “(...) a natureza teria feito o gênero humano universal e as espécies 
 humanas particulares, de modo que certos sentimentos, comportamentos, 
 idéias e valores seriam os mesmos para todo o gênero humano (seriam 
 naturais para todos os seres humanos) enquanto outros variariam para 
 cada espécie (ou sexo, ou raça, ou tipo, ou grupo, ou classe social)”. 
 
 
 
 Convite à Filosofia, 2003:42 
 
 
 
 Entendemos que a natureza humana não é algo dado, mas é um produto 
 histórico, social e cultural da humanidade. Portanto, a nossa condição de ser, 
 existir, pensar, falar, agir, valorar e etc., é obra de homens e mulheres produzindo 
 o que denominamos de cultura num sentido amplo. Feitos alguns apontamentos 
 sobre a natureza humana, podemos colocar algumas questões para refletirmos 
 sobre o exercício da nossa profissão na área da educação, tais como: 
 
 
 
 
 
 
 a) Como profissionais da área da educação, nós 
 compreenderemos o aluno como um indivíduo “em-si” ou 
 o veremos como um ser histórico-social e cultural? 
 b) Se optarmos pela dimensão histórico-social, pergunta-
 se: que saberes ou conhecimentos serão necessários para 
 dialogarmos com os nossos alunos diante da sua e da 
 
 nossa capacidade de se expressar e agir diante do mundo em que vivemos? 
 c) Em que sentido a Filosofia e, mais especificamente falando, a Filosofia da 
 Educação, poderá nos ajudar nessa relação de diálogo com o outro? 
 d) A questão da natureza humana deve ser considerada para pensarmos e 
 definirmos os conteúdos, as estratégias e a organização dos sistemas de ensino? 
 Justifique sua resposta. 
 
 Em busca de uma definição de cultura 
 
 
 Iniciemos a nossa compreensão pela etimologia da 
 palavra. Cultura vem do verbo “cólere” e exprime a idéia 
 de amanhar, cuidar e revolver a terra, com a finalidade de 
 fertilizá-la e semear a boa semente para que se produza 
 mais e melhor. Em sua origem refere-se à atividade 
 
 agrícola e compreende o cultivo ao solo e os vegetais no solo. Contudo, ao longo 
 da história da humanidade a palavra cultura foi ganhando outros significados. 
 
 
 
 Do ponto de vista sociológico, o conceito de cultura simboliza a totalidade do que 
 é aprendido e partilha entre os sujeitos de um determinado grupo oferecendo 
 uma identidade própria entre os mesmos. Do ponto de vista filosófico, cultura é o 
 conjunto de manifestações humanas que contrastam a natureza e o 
 comportamento natural, ou seja, é um conjunto de respostas para melhor 
 satisfazer as necessidades e os desejos humanos.Portanto, é uma série de 
 conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos demais 
 membros de um determinado grupo ao longo de sua historicidade. Do ponto de 
 vista antropológico, o complexo que inclui conhecimento, crenças , arte, moras, 
 leis, costumes e outras aptidões hábitos adquiridos pelo homem como membro 
 da sociedade. 
 
 Portanto, podemos inferir que o homem se torna homem porque vive no meio de 
 um grupo cultural. Em outras palavras, significa afirmar que aquilo que somos , 
 pensamos, desejamos, valoramos e etc. decorre da herança cultural que 
 recebemos, como também da nossa capacidade de pensar criticamente tal 
 herança e modificá-la. Através da cultura a qual per tecemos nos constituímos 
 como seres políticos, econômicos, sociais, éticos, religiosos, morais, filosóficos, 
 científicos, lúdicos e etc. Por fim, cabe-nos salientar que na sociedade moderna, 
 
 
 
 por tornar a vida mais complexa em todas as suas dimensões, foram definidos 
 tipos de cultura. 
 
 
 
 Cultura Erudita Também conhecida como alta cultura ou cultura de elite 
 por resultar da atividade intelectual de pesquisadores nas 
 mais diferentes áreas do conhecimento em nossa 
 sociedade. Sua produção resulta em mudanças ou rupturas 
 significativas na forma de pensar e agir de uma 
 determinada época se constituindo como obras clássicas. 
 
 Cultura Popular Consiste na produção anônima de um conjunto de 
 princípios, normas, valores e expressões de um 
 determinado grupo ou classe em um determinado tempo e 
 espaço. 
 
 Cultura de Massa Resultante dos meios de comunicação na sociedade 
 moderna, tais como: o cinema, o rádio, a televisão, o vídeo, 
 a imprensa, que alcançam um número expressivo de 
 pessoas pertencentes a classes sociais distintas e com 
 formação diferenciada. 
 
 Cultura popular 
 individualizada 
 
 Se opõe aos três tipos de cultura acima e expressa a 
 produção de escritores, compositores, artistas plásticos e 
 etc. que não habitam e produzem nos centros de pesquisa 
 ou nas universidades. 
 
 
 
 Etnocentrismo e Multiculturalismo 
 
 Para compreendermos o embate entre etnocentrismo e multiculturalismo é 
 importante enfatizarmos que o processo de desenvolvimento do capitalismo 
 comercial, com o desenvolvimento das grandes navegações a partir do século XV, 
 promoveu a dominação política, econômica e cultural do europeu sobre os 
 nativos na América e África, com a implantação dos sistemas coloniais 
 submetidos à metrópole. A dominação e expansão européia e, mais 
 especificamente, do capitalismo como sistema de dominação e exploração, que 
 resultaram em um enriquecimento significativo por parte dos dominantes sobre 
 os dominados, marca profundamente o neocolonialismo dos séculos XIX e XX na 
 Ásia, África e Austrália. 
 
 Esses processos históricos de dominação, acabam revelando a imposição 
 arbitrária de uma cultura sobre a outra, como sendo uma superior e a outra 
 inferior. Estamos nos referindo a doutrina do etnocentrismo, que expressou e 
 
 
 
 expressa a visão de mundo do branco dominante sobre os demais grupos étnicos 
 dominados. 
 
 
 
 Etnocentrismo e Multiculturalismo 
 
 Em oposição a essa visão etnocêntrica, vai se desenvolver no século XX a 
 doutrina do multiculturalismo ou pluralismo cultura. Multiculturalismo é um 
 termo que procura descrever a existência de muitas culturais em uma 
 determinada localidade, cidade ou país, sem que haja a dominação de uma sobre 
 a outra. A doutrina multiculturalista defende que as culturasminoritárias (negros, 
 índios, mulheres, homossexuais, entre outras) foram historicamente
discriminadas e vistas como movimentos particulares. Sendo assim, o multiculturalismo reivindica que tais culturas tenham reconhecimento tanto na sociedade civil quanto no aparelho do Estado com a proteção legal e a adoção de políticas multiculturais de reconhecimento da diversidade existente. Multiculturalismo é um termo que procura descrever a existência de muitas culturais em uma determinada localidade, cidade ou país, sem que haja a dominação de uma sobre a outra. A educação é um fenômeno humano decorrente da relação do homem com a natureza mediada pelo trabalho, portanto, ela é uma exigência do e para o processo do trabalho, como ela própria é um processo de trabalho. Dessa mediação resulta tanto a produção material quanto a não-material da existência humana, portanto, a educação se situa no plano não-material por ter como finalidade garantir a transmissão/assimilação do acervo cultural produzido historicamente pela humanidade. De acordo com Dermeval Saviani, a educação enquanto trabalho não-material, tem uma peculiaridade: o ato da produção educativa não se separa do ato do consumo, ou seja, ao mesmo tempo em que a aula é produzida pelo professor ela é consumida pelo aluno. Além disso, é importante entendermos que o ato educativo tem por finalidade produzir um habitus, ou seja, uma segunda natureza como sendo algo irreversível. Um bom exemplo disto é, que depois sermos alfabetizados, não seremos mais capazes de nos imaginarmos vivendo sem ler e escrever. Sendo a educação parte da cultura, ela é um dos mecanismos utilizados para a transmissão/assimilação e manutenção/transformação da mesma. Portanto, não é possível falarmos de uma, sem considerarmos a outra. Dos conceitos de cultura e tipos de cultura trabalhados nessa aula, reflita sobre as seguintes questões: a) a cultura do aluno é inferior à cultura do professor? b) qual concepção de cultura está implícita nos livros didáticos que escolhemos para trabalharmos com nossos alunos? c) qual a concepção de cultura que perpassa as políticas educacionais e os projetos político-pedagógicos das instituições de ensino? Multiculturalismo/Pluriculturalidade e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s) Tradicionalmente a história da educação brasileira demonstra que prevaleceu na política educacional, curricular e nos livros didáticos uma perspectiva eurocêntrica e etnocêntrica. Contudo, o desenvolvimento da cultura urbano-industrial em nosso país, a partir da década de 60/70, materializou relações mais complexas de organização social e política, abrindo espaço para uma série de debates que apontam para a necessidade da adoção de políticas multiculturais ou pluriculturais. A professora e pesquisadora Maria Elena Vieira Souza nos chama a atenção que um dos temas transversais presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais, editado pelo governo brasileiro, diz respeito ao pluralismo cultural e enfatiza que tal temática não pode ser desenvolvida sem que se considere a concepção de alteridade. Existe a necessidade de incorporar tal discussão nos cursos de formação dos professores que possibilite uma formação voltada para os aspectos pluriculturais, visto que o Brasil é um país que apresenta uma grade diversidade étnica, portanto, multi/pluricultural. Segundo Maria Helena Vieira Souza, os movimentos negros no Rio de Janeiro concordam que "a educação escolar tem um significativo papel na luta contra a discriminação w o preconceito racial, em relação à população negra e mestiça e apontam as deficiências no currículo escolar e no curso de formação de professores como as principais causas as dificuldades no entendimento das equações raciais dentro do espaço escolar. Os movimentos negros apontam para a necessidade de que a cultura afro e a historia da civilização africana devem ser abordadas nos currículos oficiais do ensino em nosso pais mediante a nossa diversidade étnica. Para a formação de um multicultural deve-se levar em conta as "diferentes memórias sociais, onde os estudantes negros e mestiços, entre outros, possam ser representados, expressados a si próprio na busca da aprendizagem e conhecimento. Isso vai exigir dos educadores uma nova postura, uma nova aprendizagem, um novo conceito de educação. Para Souza o grande desafio pode se expresso através de duas questões tas como: a) Como provocar no professor a vontade, a curiosidade por novos saberes? b) O que fazer para que o professor entenda que colocar a colocar a culpa do fracasso escolar e na sua família é adotar uma postura individualista e liberal de que ele mesmo é vitima? 
AULA 3 -Educação – Trabalho, Alienação e Ideologia Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Estabelecer a relação entre educação e trabalho. 2. Compreender o processo histórico da relação entre trabalho e educação. 3. Analisar a relação entre educação, alienação e ideologia e suas implicações para a prática pedagógica. Na aula anterior conceituamos o trabalho como sendo ato intencional do homem com a finalidade de produzir os bens materiais e não-materiais da existência humana. Portanto, estamos entendendo o trabalho num sentido amplo, ou seja, como atividade prática e teórica
. Para entendermos a problemática do trabalho, iremos apresentar brevemente a relação histórica entre trabalho e educação. Trabalho e Educação: um breve histórico Visite o site da Associação Nacional de Pós-Graduação em Educação: http://www.anped.org.br e veja os artigos de pesquisadores (as) brasileiros (as) sobre a temática no Grupo de Trabalho (GT): Trabalho e Educação. No modo de produção comunal, homens e mulheres produziam sua existência em comum e se educavam neste processo. Ao se relacionarem com a terra, com a natureza, estabeleciam relações entre si e se educavam. A partir do momento em que o homem se fixa na terra, estabelece novas relações de poder e de produção, ou seja, define a terra como propriedade privada e acaba promovendo a divisão social de classes: a dos proprietários e dos não-proprietários de terra. Esta divisão abriu a possibilidade de se estabelecer uma educação diferenciada, ou seja, uma educação formal para os que viviam do ócio – os proprietários de terra – e uma educação que se dava no próprio processo de trabalho manual, com o manuseio físico da matéria, dos objetos, da realidade e da natureza. Este tipo de educação é característico da Grécia e Roma na antiguidade. Na Idade Média, os homens viviam no campo e do campo e o trabalho característico desta época é o trabalho servil. Tendo uma sociedade estratificada em classes sociais composta pelos senhores feudais (clero e nobreza) e pelos trabalhadores (servos ou vassalos), estrutura um modelo de educação diferenciada. A classe dominante preocupava-se em ocupar o ócio com dignidade através de atividades consideradas nobres e não com atividades consideradas indignas (como é o caso do trabalho manual). A classe dominante ao se preocupar com as atividades de guerra centrava a educação na formação da cavalaria, envolvendo dois pontos fundamentais: o da arte militar e o da vida aristocrática. O trabalho como categoria fundante do ser social para compreendermos esta temática, evidenciaremos duas questões fundamentais: a) o que diferencia o ser social da natureza? b) qual o conteúdo que constitui a origem do mundo dos homens para além da natureza? Segundo Sergio Leher "os homens se distinguem da natureza por consubstanciarem uma terceira esfera ontológica cuja essência (...) é uma causalidade não mais apenas dada, como no mundo natural, mas posta por atos humanos - pode e deve ser dada pela ontologia." Citemos alguns exemplos característicos em nossa sociedade que expressão princípios determinados pela lógica do modo de produção capitalista. A educação é tratada como produto, ou seja, como uma mercadoria de consumo. Tanto que a ideologia vigente reduz a educação ao mercado de trabalho, ou seja, sua finalidade é apenas econômica e deve atender as demandas da produção capitalista. Alémdisso, vale ressaltar que estamos vivendo um processo de mercantilização das relações humanas em geral, como por exemplo: a mercantilização da fé, da política, do lazer (como é o caso da indústria de entretenimento), do corpo, da vida privada (veja o caso dos realit shows e da exposição de cada um através da internet) e etc. Atrelado a isto, vivenciamos uma lógica baseada na produtividade do ser humano como um ser produtivo, eficiente, flexível e condena-se todo e qualquer tipo de ociosidade. Se o ócio era motivo de status na Antigüidade e na Idade Média ele é condenado na sociedade moderna. Tanto que, aquele que não trabalha ou produz é visto como malandro, vagabundo, indolente, preguiçoso, marginal. ATENÇÃO! Aproveite para refletir sobre as seguintes frases: a) “O trabalho enobrece o homem”. b) “Desde que o mundo é mundo sempre houve ricos e pobres”. Para aprofundarmos nosso entendimento sobre estas questões e suas implicações no campo educacional, trataremos, agora, da problemática da alienação e da Ideologia na sociedade moderna. Alienação e Ideologia Conceitos importantes sobre alienação e ideologia... Alienação: É vista por Marx como o fato econômico principal de sua época, da seguinte forma: “O trabalhador torna-se tanto mais pobre quanto mais riqueza produz, quanto mais a sua produção aumenta em poder e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria tanto mais barata, quanto maior número de bens produz. Com a valorização do mundo das coisas, aumenta em proporção direta a desvalorização do mundo dos homens. O trabalho não produz apenas mercadoria; produz-se também a si mesmo e ao trabalhador como uma mercadoria, e justamente na mesma proporção com que produz bens” (Manuscritos Econômico-Filosóficos, p.111). Ideologia: Pesquise sobre a obra de Marx: A Ideologia Alemã – teses sobre Feuerbach. O texto aqui apresentado é inspirado no capítulo: Marx e a crítica da Ideologia do livro História da Filosofia – dos pré-socráticos à Wittgenstein de Danilo Marcondes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor; 1998: págs. 230-31 Alienação vem do latim alienus, que veio dar na palavra “alheio”, significando “o que pertence a um outro”. Tanto que no campo do direito é compreendido como ato de transferência de posse ou do direito de propriedade de alguma coisa para outrem, seja por doação ou por venda. Já na psiquiatria é sinônimo de doença mental grave, ou seja, a perda da noção quer da identidade pessoal quer da realidade a qual o indivíduo esteja inserido. Na filosofia o termo Alienação foi introduzido por Hegel e retomado posteriormente por Feuerbach e por Marx no século XIX. Tal temática no século XX foi abordada por pensadores como: Luckács, Marcuse e Sartre. No sentido que lhe é dado por Marx, a alienação é a ação pela qual um indivíduo, um grupo, uma instituição ou uma sociedade se tornam ou permanecem alheios aos resultados ou produtos de sua própria atividade e da natureza na qual vivem os seres humanos. Na sociedade urbano-industrial em que prevalecem as relações de dominação e exploração da força de trabalho, que introduziu o fenômeno da divisão social do trabalho, criando a especialização, o trabalhador se encontra alienado por perder o controle e o domínio daquilo que produz, ou seja, o produto do trabalho encontra-se separado, alienado de quem produziu. Passemos agora para a compreensão da ideologia. Este termo tem sua origem na obra “Lês élement de l´idéologie”, do francês Antoine Destutt de Tracy, que tinha como proposta formular uma ciência das idéias com a finalidade de examinar a origem e o processo de formação das idéias no homem. Marx é o primeiro pensador a tratar a problemática da ideologia do ponto de vista filosófico. De acordo com ele, a ideologia tem um sentido negativo, ou seja, de mascaramento ou falseamento da realidade, de uma realidade opressora, que faz com que seu caráter negativo seja ocultado -, tornando-se assim mais aceitável a ter uma justificativa aparente. Portanto, se constitui como mais uma forma de dominação e decorre de uma estrutura social desigual. Sendo assim, a ideologia é uma falsa consciência ou uma consciência ilusória cujo papel é o de criar uma visão aparente da realidade, objetificando as representações da classe dominante como correspondentes à realidade, ou seja, tornar os princípios dominantes como algo natural e impedir a compreensão histórica de tais princípios no plano da consciência. Em uma de suas teses Marx afirma: “As idéias da classe dominante são, em cada época, as idéias dominantes, isto é, a classe que é a força dominante da sociedade é, ao mesmo tempo, sua força espiritual dominante. A classe que tem à sua disposição os meios de produção material dispõe, ao mesmo tempo, dos meios de produção espiritual, o que faz com que a ela sejam submetidas (...) as idéias daqueles aos quais faltam os meios de produção espiritual. As idéias dominantes nada mais são do que a expressão ideal das relações materiais dominantes concebidas como idéias; portanto, a expressão das relações que tornam uma classe a classe dominante; portanto, as idéias de sua dominação”. Mediante a problemática da ideologia, Marx propõe uma filosofia crítica que tem por finalidade revelar o processo pelo qual a ideologia se produz, ou seja, serviria como desmascaramento da mesma. Por fim, podemos considerar que: em uma sociedade em que prevalece a divisão social de classes, a divisão do trabalho, as relações de dominação e exploração da força de trabalho, a alienação e a ideologia são fatores que também se fazem presentes em modelos educativos que visam reproduzir tais relações. É comum em nosso cotidiano afirmações tais como: * o espaço escolar é neutro e a educação é apolítica; * ser professor ou um profissional da área da educação é um dom, uma dádiva, uma vocação, ou seja, o professor é alguém provido de uma natureza pré-determinada por um Ser Superior; * o professor deve ser neutro e objetivo diante do processo de ensino- aprendizagem Essas compreensões não se sustentam tanto do ponto de vista histórico quando do ponto de vista filosófico. Do ponto de vista histórico, sinalizamos que a história da educação na cultura ocidental revelou que, os modelos de educação desenvolvidos da antiguidade até a modernidade se constituíram como privilégio de poucos, ou seja, das classes dominantes de sua época. Do ponto de vista filosófico, entendemos que o princípio da neutralidade e objetividade é uma crença estabelecida para camuflar as razões do trabalho científico e das práticas sociais modernas a partir de uma visão dominante e naturalizante. No que diz respeito ao professor, podemos salientar que tanto a sua formação acadêmica quanto a sua prática pedagógica está alicerçada em princípios que expressam determinadas compreensões do mundo, da natureza, do homem, do conhecimento e etc. Além disso, o pensar e o fazer pedagógico não é uma obra de um indivíduo isolado, mas sim resultado de um processo histórico, social e cultural em que somos formados, ou seja, o professor, como ser social, ao ser educado incorporou determinadas verdades construídas pelos seus antepassados ou por pessoas de sua própria época. Em outras palavras o pensar e o fazer pedagógico é algo intencional e decorre da conformação, manutenção, modificação ou transformação de uma realidade social concreta. Maria Lúcia Arruda Aranha aponta três aspectos sobre a prática educativa e a questão da ideologia: a primeira no que se refere à organização escolar; a segunda, no que diz respeito ao livro didático e; a terceira, a problemática do currículo. Veja a seguir cada uma delas: a) A organização escolar pode exercer um papel ideológico em que a hierarquia exige o exercício do autoritarismo e da disciplina estéril, que educam para a passividade e a obediência. A excessiva burocratização desenvolve o “ritual de domesticação”, que vai desde o controle da presença em sala de aula, as provas, até a obtenção do diploma. b) Entre os recursos utilizados na prática educativa, o livro didático não pode ser considerado um veículo neutro,objetivo, mero transmissor de informações. O risco de sua utilização ideológica ocorre, sobretudo, quando os textos mostram à criança uma realidade estereotipada, idealizada e deformadora. c) A abordagem das disciplinas do currículo adquire, muitas vezes, um caráter ideológico. O ensino de história, por exemplo, torna-se ideológico quando se restringe à seqüência cronológica dos fatos, sem a análise da ação das forças contraditórias que agem na sociedade. Por fim, reflita sobre as seguintes questões: 1 – Qual a concepção de mundo, homem e natureza que perpassam os conteúdos trabalhados nas disciplinas e nas mais diferenciadas práticas pedagógicas? 2 – Qual a finalidade da educação? Educar para autonomia ou para a subserviência? 3 – Como compreendemos o trabalho educativo diante de uma realidade social concreta em que prevalecem as relações de poder e dominação? AULA 4 – EDUCAÇÃO, CIDADANIA E DEMOCRACIA Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Estabelecer a relação entre educação, cidadania e democracia. 2. Entender a formação do Estado Moderno, seu projeto e seus limites enquanto estado de direitos e deveres. 3. Analisar as bases do socialismo utópico e do socialismo científico e suas críticas ao pensamento liberal burguês no campo político e econômico. Tratar da relação entre Educação, Cidadania e Democracia é, ao mesmo tempo, um desafio teórico e político. Teórico, por termos várias definições para cada uma delas, como também, da relação entre ambas. Portanto, nossa opção será a de oferecer uma compreensão crítica desta relação em sua materialidade e historicidade. Político, por compreendermos que estamos diante de um mundo em que cada vez mais se ampliam controles racionais sobre a vida social – em suas dimensões públicas e privadas - como um todo, regida pelo discurso da democracia restrita, que é a perspectiva teórico-ideológica expressa pelo pensamento liberal burguês. Nas aulas anteriores, tivemos o cuidado de conceituar a educação como sendo um fenômeno eminentemente humano e decorrente da relação que o homem estabelece, de forma intencional, através do trabalho com a natureza para produzir as condições materiais e não-materiais de nossa existência. Sendo assim, estaremos, nesta aula, nos dedicando mais a temática da Democracia e da Cidadania e, ao final, faremos considerações da relação dessas com a educação. Para cumprirmos tal trajetória estaremos recorrendo às Ciências Políticas buscando as conceituações necessárias para compreendermos melhor a dimensão política e social da educação. Conceitos Fundamentais a) Estado Em geral, a organização jurídica coercitiva de determinada comunidade. O uso da palavra Estado deve-se a Maquiavel em sua obra ‘O Príncipe’. Podem ser distinguidas três concepções fundamentais: Concepção organicista - segundo a qual o Estado é independente dos indivíduos e anterior a eles. Tal concepção funda-se na analogia entre Estado e um organismo vivo. O Estado é um homem em grandes dimensões, suas partes ou membros não ser separados da totalidade. A totalidade precede, portanto, as partes (os indivíduos, ou grupos de indivíduos) de que resulta; a unidade, a dignidade e o caráter que possui não podem derivar de nenhuma de suas partes nem do seu conjunto. Esta concepção foi elaborada pelos gregos. Concepção atomista ou contratualista - segundo a qual o Estado é uma criação dos indivíduos, ou seja, é obra humana: não tem dignidade e nem caracteres que não lhe tenham sido conferidos pelos indivíduos que o produziram. Foi essa a concepção dos estóicos, que consideravam o Estado como res populi. Concepção formalista: segundo a qual o Estado é uma criação jurídica. O Estado é considerado em primeiro lugar, como comunidade, como um grupo social residente em determinado território e tem três elementos ou propriedades características: soberania ou poder preponderante ou supremo, povo e território. b) Formação do Estado Moderno ou Estado-Nação A formação do Estado Moderno, Estado-Nação ou Estado Liberal Burguês aparece no vocabulário político em meados do século XIX (1830). De acordo com a periodização proposta pelo historiado inglês Eric Hobsbawm passou por três etapas, são elas: Princípio de nacionalidade (1830-1880): vincula nação e território e o discurso da nacionalidade provém da economia política liberal burguesa. Idéia Nacional (1880-1918): articulada à língua, à religião e à raça e seu discurso provém dos intelectuais pequeno-burgueses. Questão Nacional (1918-1950-60): enfatiza a consciência nacional, defendida por um conjunto de lealdades políticas e seu discurso provém dos partidos políticos e do Estado. Marilena Chauí diz que o estado moderno ou estado-nação precisa enfrentar dois problemas fundamentais: "de um lado, incluir todos os habitante do território na esfera da administração estatal; de outro, obter a lealdade dos habitantes ao sistema dirigente, uma vez que a luta de classes, a luta no interior de cada classe social, as tendências políticas antagônicas e as crenças religiosas disputavam essa lealdade. Em suma, como dar à divisão econômica, social e política a forma da unidade indivisa? Pouco a pouco, a idéia de nação surgirá como solução dos problemas". Decorre desses problemas a ideologia do nacionalismo, ou seja, a estratégia ideológica da burguesia foi desenvolver no cidadão do novo modelo de sociedade o sentimento de pertencimento à nação, ou seja, de uma religião cívica do patriotismo. Essa foi a tentativa de se criar uma unidade em uma sociedade dividida em classes sociais. Contudo, como observa o historiador Hbsbawm, "o liberalismo tem dificuldade para operar com a ideia de nação e de estado nacional porque para a ideologia liberal, a realidade se reduz a duas referencias econômicas: uma unidade mínimo, o individuo , é uma unidade máxima, a empresa, de sorte que não parece haver necessidade de construir uma unidade superior estas. No entanto, os economistas liberais não podiam operar sem o conceito de economia nacional, pois era fato inegável que havia o estado com o monopólio da moeda, com finanças públicas e atividades fiscais, além da função de garantir a segurança da propriedade privada e dos contratos econômicos, e do controle do aparato militar de repressão as classes populares. Os economistas liberais afirmavam por isso que a riqueza das nações dependia de estarem elas sob governos regulares e que a fragmentação nacional, ou os estados nacionais, era favorável à competitividade econômica e ao progresso. Feitas essas considerações sobre o estado moderno, passemos agora, a uma compreensão dos princípios do liberalismo. c) Teses do Liberalismo Político e Liberalismo Econômico. Tomemos por base a definição presente no Dicionário de Filosofia de Nicolas Abbagnano: “Liberalismo. Doutrina que tomou para si a defesa e a realização da liberdade no campo político. Nasceu e afirmou-se na Idade Moderna e pode ser dividida em duas fases: 1ª do século XVIII, caracterizada pelo individualismo; 2ª do séc. XIX, caracterizada pelo estatismo”. O pressuposto filosófico do liberalismo político centra-se na defesa de que os seres humanos têm, por natureza, direitos fundamentais e que cabe ao Estado respeitá-los. Em outras palavras, o liberalismo limita as funções do Estado e este teria os poderes públicos regulados por normas gerais subordinadas às leis. D) Democracia Vem do grego demo = povo e cracia = governo, ou seja, governo do povo. Portanto é um sistema em que os cidadãos de um país podem participar da vida política. Tal participação pode ocorrer através de eleições, plebiscitos e referendos. Além disso, é dado o direito a cada cidadão de ser expressarem livremente. Contudo, vale ressaltar que na Grécia Antiga a democracia era restrita por se constituir como privilégio de poucos, ou seja, era reservada apenas os que eram considerados cidadãos (os proprietários de terra que correspondiam a apenas 10% da população). Na sociedade moderna prevalece o modelo de democracia representativa em que os cidadãos elegem representantes, em intervalos regularesatravés das eleições, que votam os assuntos em seu favor. E) Cidadania O conceito de cidadania tem origem na Grécia Antiga, da noção de polis ou cidade-estado, sendo usado para designar os direitos relativos ao cidadão. Portanto, o indivíduo que vivia na cidade e ali participava ativamente das decisões políticas. Por este conceito estar vinculado à noção de direitos, principalmente de direitos políticos, permitem aos cidadãos participarem direta ou indiretamente na formação do governo e na sua administração através do voto ou do concurso público. Contudo, o cidadão além de terem direitos tem deveres, uma vez que em uma coletividade seus direitos são garantidos mediante deveres dos demais componentes de uma estrutura social. Os ideais socialistas Os processos revolucionários burgueses nos séculos XVII, XVIII e XIX tiveram participação efetiva dos trabalhadores (servos, vassalos e camponeses) nos frontes de guerra, principalmente na Revolução Francesa que tinha como lema: liberdade, igualdade e fraternidade. Embora os ideais burgueses criticam severamente os privilégios do clero e da nobreza e pregavam que os benefícios da sociedade capitalista deveriam ser estender a todos, eles acabaram restringindo tais privilégios somente à burguesia capitalista. Diante de tal fato, o proletariado começa a se organizar e a reivindicar seus direitos. É nesse contexto que vão se desenvolver na Europa do século 18 e 19 o pensamento socialista. Os primeiros teóricos desta vertente foram Proudhon, Fourier, Saint-Simon. O socialismo utópico fez criticas ao liberalismo econômico, principalmente a livre iniciativa e a livre concorrência e defendeu a formação de comunidades auto-suficientes, onde os homens, através da livre cooperação - cooperativas de trabalhadores - , teriam suas necessidades satisfeitas. De acordo com o marxismo, os dois níveis de realidades existentes, que decorrem da relação do homem com a natureza e com os demais seres humanas se explicam através dos conceitos de infra-estrutura econômica e superestrutura econômica. Infra-estrutura ou estrutura material da sociedade é a base econômica, isto é, as formas pelas quais são produzidas os bens materiais que atendam as necessidades do humanas. Superestrutura corresponde a estrutura jurídico-política (Estado, direito etc.) e à estrutura ideológica (formas de consciência social). De acordo com esta vertente, a educação se situa no campo da superestrutura econômica com a finalidade de garantir a objetificação das representações da burguesa no plano da consciência como correspondentes à realidade concreta. A perspectiva do materialismo histórico e do materialismo dialético de Karl Marx e Friederich Engels é a base para o desenvolvimento das teorias críticas e progressistas no campo da educação. AULA 5 – AS TEORIAS LIBERAIS EM EDUCAÇÃO Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Situar as Pedagogias Tradicional, Nova e Tecnicista como pertencentes ao pensamento liberal em educação. 2. Entender a aplicação de tais teorias na prática educativa. 3. Diferenciar os pressupostos teóricos, o papel da escola, o sistema de avaliação, os conteúdos e técnicas de ensino, a relação professor/aluno e os métodos das teorias liberais no campo educacional Nesta aula, teremos a preocupação de compreender as bases teórico- metodológicas, o papel da escola e o problema da marginalidade contida nas teorias liberais em educação: Pedagogia Tradicional, Pedagogia Nova e Pedagogia Tecnicista. Dermeval Saviani, em seu livro Escola e Democracia, considera as teorias liberais em educação como teorias não-críticas por entenderem “ser a educação um instrumento de equalização social, portanto, de superação da marginalidade”. De acordo com o autor, estas teorias "explicam a questão da marginalidade a partir de determinada maneira de entender as relações entre educação e sociedade", pois , a "sociedade é concebida como essencialmente harmoniosa, tendendo a integração de seus membros. A marginalidade é vista como um fenômeno acidental que afeta individualmente um numero maior ou menor de seus membros o que, no entanto, constitui um desvio, uma distorção que não só pode como deve ser corrigida. Partindo destas bases teóricas, as teorias liberais compreendem que "a educação emerge ai como instrumento de correção dessas distorções. Constitui, pois, uma força homogeneizadora que tem por função reforçar os laços sociais, promover a coesão e garantir a integração de todos os indivíduos no corpo social. Essas teorias são não criticas por não fazerem uma analise critica da sociedade da qual decorrem. Sendo assim, determinam que o papel da educação é a manutenção ou conservação das relações sociais vigentes, ou seja, das relações de dominação e exploração de uma estrutura social dividida em classe sociais. Iniciemos nossa compreensão pela Pedagogia Tradicional. Em seguida abordaremos a Pedagogia Nova e a Pedagogia Tecnicista. Por fim, abordaremos a problemática do neo-tecnicismo e faremos considerações acerca da ideologia das competências no campo da educação. Pedagogia Tradicional – Escola Tradicional As revoluções burguesas dos séculos 17, 18 e 19 levaram a formação do estado moderno baseado nos princípios do contrato social entre o estado e a sociedade civil. Tal modelo de estado institui um conjunto de direito e deveres e determina a educação como direito de todos e dever do estado. Decorrente deste caráter jurídico, o estado vai constituir os sistemas nacionais de ensino para cumprir o seu papel: o de garantir a todos o acesso à educação. Tal defesa decorre do novo modelo de sociedade, ou seja, da sociedade capitalista, agora em sua fase industrial. Segundo Savani, "para superar a situação de opressão, própria do antigo Regime, e ascender a um tipo de sociedade fundada no contrato social celebrado livremente entre os indivíduos, era necessário vencer a barreira da ignorância. Só assim será possível transformar os súditos em cidadão do novo modelo de sociedade, isto é, em indivíduos livres porque esclarecidos, ilustrados. Portanto, "a causa da marginalidade é identificada com a ignorancia. è marginalizado da nova sociedade quem não é esclarecido. A escola surge como um antidoto a ignorancia, logo, um instrumento para equacionar o problema da marginalidade. Seu papel é difundir a instrução, transmitir os conhecimento acumulados pela humanidade e sistematizados logicamente. Na analise de Savani, o marginal é o ignorante, o não esclarecido, o não ilustrado, ou seja, o que não detém o domínio do conhecimento sistematizado historicamente pela humanidade. Tendo por base a analise de José Carlos Libâneo sobre as tendências pedagógicas na pratica escolar, iremos agora destacar os principais elementos que caracterizam a "Tendência Liberal Tradicional" em educação. Tendência Liberal Tradicional – Perspectiva Tradicional ou Conservadora PRESSUPOSTOS TEÓRICOS Ensino humanístico de cultura geral, tradicional, verbalista, autoritário inibindo a participação do aluno. Do ponto de vista filosófico, parte de uma concepção essencialista baseada no princípio de que “os homens são essencialmente iguais”, ou seja, de um natureza essencialmente boa, como afirmara Rousseau. Os conteúdos trabalhados são enciclopédicos e descontextualizados. Valorização do conteúdo, da disciplina, do diretivismo. Perspectiva magistrocêntrica – centrada no professor. Ensinar é repassar os conteúdos cabendo à criança a assimilação dos mesmos. Os programas de ensino são organizados numa progressão lógica. PAPEL DA ESCOLA Formar o cidadão que domine a arte e a retórica. Transmitir os conhecimentos acumulados e sistematizados historicamente pela humanidade. Preparar intelectualmente e moralmente o indivíduo para assumir seu papel na sociedade. CONTEÚDOS DE ENSINO Conteúdos compreendidos como verdades absolutas e separados da experiência dos alunos e da realidade social concreta. Valorização do conteúdo científico, cumulativo e quantitativo. PROPOSTA DE Ênfase na memorização. Verificação dos resultados através de provas oraisAVALIAÇÃO e escritas, como também, de exercícios e trabalhos em casa. O aluno deve reproduzir o que foi ensinado pelo professor. Avaliação classificatória. RELAÇÃO PROFESSOR ALUNO O professor é o centro do processo ensino- aprendizagem. Professor autoritário que transmite o conhecimento. O aluno se encontra numa condição passiva de mero receptor do conhecimento e sujeito à castigos quanto não cumprir suas tarefas. MÉTODO DE ENSINO Formulado por Herbart que se baseou no método indutivo de Francis Bacon. Método expositivo organizado em cinco passos que constituem a ordem psicológica mais adequada para a assimilação de novas idéias e experiências. Exige raciocínio indutivo (observação dos fatos) TÉCNICAS DE ENSINO Aulas expositivas. Ênfase em exercícios, cópias, leituras, repetição e memorização de conceitos e fórmulas. Envolvem três etapas: introdução, desenvolvimento e conclusão. Estímulo ao individualismo e à competição. PRINCIPAIS TEÓRICO Johann Friederich Herbart (1776-1841) Pedagogia Nova Como os privilégios do novo modelo de sociedade(capitalista) não atingiram ao conjunto da população, mas se restringiram à burguesia capitalista levando ao proletariado e se organizar e reivindicar seus direitos. A burguesia assume uma postura reacionária e vê na educação um campo fértil para a recomposição da hegemonia na segunda metade do século 19. Para tanto, advoga um novo modelo de escola tecendo criticas a escola tradicional. Os teóricos da escola nova defendem as seguintes teses: A) a escola tradicional e portadora de todos os vícios e a escola nova e portadora de todas as virtudes; a escola tradicional é reacionária e a nova é revolucionária; o método de escola tradicional é anti-cientifico e o método da nova é cientifico; a escola tradicional é anti-democrática e a nova é democrática. Influenciada por estudos desenvolvido na biologia e na psicologia advoga que a anormalidade e um acidente natural que pode e deve ser corrigido, levando a concepção de biopsicologização do individuo, da sociedade e da educação. Com isso, cria-se o conceito de anormalidade psíquica. Uma das idéias centrais é a defesa das diferenças individuais fundada numa filosofia de caráter existencialista: " os homens são essencialmente diferentes". O papel da escola está na adaptação, integração u inclusão dos indivíduos à estrutura social desenvolvendo o sentimento de pertencimento ao grupo social. De acordo com essa concepção marginam é o desadaptado, desajustado, ou seja, o anormal. De acordo com José Carlos Libâneo, a Pedagogia Nova se materializou em duas tendências que veremos a seguir. Tendência Liberal DIRETIVA – ESCOLA NOVA PRESSUPOSTOS TEÓRICOS Crítica à Pedagogia Tradicional. Visão pedocêntrica. Aprender a aprender (auto-aprendizagem). Valorização do aspecto psicológico (testes de inteligência), do sentimento e da subjetividade. Biopsicologização da educação e do indivíduo. “Os homens são essencialmente diferentes”. Defesa em torno das diferenças individuais. Os problemas sociais pertencem à sociedade. PAPEL DA ESCOLA Escola Democrática, proclamada para todos. Valorizar o conhecimento do aluno. Estimular alunos que são diferentes e necessitam de estímulos diferentes. Adequar as necessidades individuais ao meio social. Ajustamento social por meio de experiências, em que a escola deve retratar a vida. CONTEÚDOS DE ENSINO Os conteúdos são selecionados a partir dos interesses e experiências vividas pelos alunos. A aquisição do saber é mais importante do que o próprio saber. Ênfase nos processos de desenvolvimento das relações sociais, da convivência em grupo e do saber fazer. PROPOSTA DE AVALIAÇÃO Valorização da atividade do aluno pela descoberta pessoal que passa a compor a estrutura cognitiva. Preocupação com a participação, interesse, socialização e conduta. Avaliação para o desenvolvimento pessoal do aluno. Ênfase na auto-avaliação, a partir de critérios internos do organismo. Valorização dos aspectos afetivos (atitudes). RELAÇÃO PROFESSOR ALUNO O professor é o facilitador do processo ensino- aprendizagem, que auxilia o desenvolvimento livre e espontâneo do aluno. O professor não deve ensinar, mas criar as devidas condições para que os alunos aprendam. O aluno é um ser ativo. MÉTODO DE ENSINO O ensino é uma espécie de projeto de pesquisa. Se estrutura em cinco passos: a) a pesquisa seria uma atividade; b) que suscita um problema; c) provocando o levantamento dos dados; d) levantamento de hipóteses; e) experimentação. TÉCNICAS DE ENSINO Centros de interesses; estudo dirigido. Fichas didáticas. As técnicas e os métodos são orientados por três princípios: individualização, liberdade e espontaneidade. Utilização de diversos recursos didáticos PRINCIPAIS TEÓRICOS John Dewey (1859-1952) Montessory (1870-1940) Claparéde (1873-1940 Piaget (1896-1980) Brasil: Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Fernando Azevedo. Tendência Liberal NÃO-DIRETIVA – ESCOLA NOVA PRESSUPOSTOS TEÓRICOS Biopsicologização da educação, da sociedade e do indivíduo. Educação centrada no estudante. Prática pedagógica anti-autoritária. Favorece o amadurecimento emocional, a autonomia e as possibilidades de auto-realização do aluno pelo desenvolvimento do seu “eu”. Aprender significa modificar as próprias percepções. As atividades decorrem de acordo com as experiências individuais. A motivação da aprendizagem é o desejo de adequação pessoal na busca de auto-realização. Prioriza os problemas psicológicos. Enfoque na formação individual. Aprender a fazer. PAPEL DA ESCOLA Preparar os indivíduos para desempenhar papéis sociais. Promover o auto-desenvolvimento e a realização pessoal. Privilegiar situações problemáticas que correspondam aos interesses dos alunos. CONTEÚDOS DE ENSINO São selecionados a partir das experiências dos alunos. Os conhecimentos são dispensáveis, são apenas meios para o auto-desenvolvimento. Consistem em experiências que o aluno reconstrói. PROPOSTA DE AVALIAÇÃO Auto-avaliação. Atividades avaliativas: debates, seminários com exposição individual ou em grupo. Relatórios de pesquisas experimentais e estudos do meio. Trabalho em grupos. RELAÇÃO PROFESSOR ALUNO Professor é um especialista em relações humanas. O relacionamento entre professor e aluno deve ser autêntico e pessoal. O professor tem que ter a capacidade de ser confiável, receptivo e intervir o mínimo possível na aprendizagem do aluno. MÉTODO DE ENSINO Não-diretivo – concepção terapêutica e aconselhamento com a finalidade de eliminação da inconsciência entre auto-conceito e experiência pessoal. TÉCNICAS DE ENSINO Trabalho em grupo. Entrevistas, pesquisas, jogos/criatividade, experiências dinâmicas de grupos. Principal Teórico Carl Rogers (1902-1987) Pedagogia Tecnicista – Escola Tecnicista Tendo em vista que a escola nova demonstrou-se ineficiente quanto ao problema da marginalidade social, vai se construir, a partir da década de 50 do século passado, um novo modelo de escola.De acordo com Demeval Savani, a pedagogia tecnicista estrutura-se teoricamente da seguinte forma: "A partir do pressuposto de neutralidade científica inspirada nos princípios de racionalidade, eficiência e produtividade, essa pedagogia advoga a reordenação do processo educativo de maneira a torná-lo objetivo e operacional. De modo semelhante que ocorreu no trabalho fabril, pretende-se a objetivação do trabalho pedagógico ... Buscou-se planejar a educação de modo a dotá-lo de uma organização racional capaz de minimizar as interferências subjetivas que pudessem por em risco sua eficiência. Para tanto, era mister operacionalizar os objetivos e, pelo menos em certos aspectos, mecanizar o processo. Decorrem dessa perspectiva o microensino, o telensino, a instrução programada, as máquinas de ensinar. Define que o papel da escola é formar indivíduos capazes de dar sua parcela de contribuição ao sistema de produção na sociedade capitalista. De acordo com esta teoria, marginal é o incompetente, o ineficiente, o improdutivo. A seguir, veremos como esta pedagogiase materializou na prática escolar. Tendência Liberal TECNICISTA – ESCOLA TECNICISTA PRESSUPOSTOS TEÓRICOS Decorre da teoria do capital humano a partir da década de 50. É introduzida efetivamente no Brasil na década de 60 (leis 5.540/68 e 5.692/71). Aprendizagem é modificação de desempenho. Processos de controles racionais do comportamento, com a finalidade de levar o indivíduo atingir objetivos previamente estabelecidos. Processo de condicionamento/reforço da resposta que se quer obter e acontece através da: operacionalização dos objetivos e mecanização do processo. Busca-se a eficiência, a qualidade, a racionalidade, a produtividade e a neutralidade na escola que deve funcionar como uma empresa. Behaviorismo, comportamentalismo, instrumentalismo, ambientalismo. PAPEL DA ESCOLA Aperfeiçoamento do sistema capitalista. Preparar para o mercado de trabalho. Modelar o comportamento humano CONTEÚDOS DE ENSINO Baseados nos princípios científicos, manuais e módulos de auto-instrução que visam objetivos e habilidades que levam à competência técnica. Informações, princípios e leis, organizados em uma seqüência lógica e psicológica, estabelecida e ordenada por especialistas. Material instrucional sistematizado nos manuais, livros didáticos, apostilas, etc. PROPOSTA DE AVALIAÇÃO Ênfase na produtividade do aluno com uso de testes objetivos. Realização de exercícios programados. Ocorre no final do processo com a finalidade de constatar se os alunos adquirem os comportamentos desejados. RELAÇÃO PROFESSOR Professor é um técnico responsável pela eficiência do ensino. ALUNO Aluno é um ser fragmentado, espectador que está sendo preparado para o mercado de trabalho, para aprender a fazer, ou seja, executar tarefas com eficiência. MÉTODO DE ENSINO Procedimentos e técnicas para a transmissão e recepção de informações. TÉCNICAS DE ENSINO Instrução programada. Pacotes de Ensino. Módulos instrucionais. Técnicas de microensino. PRINCIPAIS TEÓRICOS Skinner, Gagné, Bloom. No Brasil: Cossete Ramos. AULA 6 – CRITICA A ESCOLA MODERNA Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Saberá diferenciar as teorias crítico-reprodutivistas no campo da educação. 2. Explicar a proposta de desescolarização da sociedade. 3. Compreender as bases das teorias anarquistas e seus principais representantes no Brasil. PLANO POLITICO IDEOLOGICO : No plano político-ideológico, estes debates concentravam forças na tentativa de oferecer respostas efetivas às necessidades que começavam a se gestar a partir da nova composição de força e poder político, que se desenhou com o aprofundamento do binômio industrialismo e democracia, em nosso processo histórico. De um lado, verificou-se a rearticulação dos grupos conservadores e modernos do cenário político-econômico-social brasileiro na tentativa de consolidar um novo projeto educacional que viesse de encontro com as diretrizes do ideário neoliberal, principalmente as advindas do Banco Mundial. De outro, era crescente a organização e articulação de grupos progressistas que buscavam pautar suas propostas numa ótica da classe-que-vive-do- trabalho, como um dos fatores essenciais para se consolidar as vias de democratização das relações de poder em nosso país. PLANO ECONOMICO : No plano econômico, embora o Brasil enfrentasse uma séria crise econômica, trouxe à tona uma rearticulação dos setores modernos da economia na tentativa de redefinir o projeto de modernização da economia em tempos de globalização das finanças e do mercado. Em outras palavras, a elite brasileira buscava modernizar o seu parque produtivo e garantir a sua fatia no mercado, decorrente das novas relações de poder no atual estágio de desenvolvimento do capitalismo de corte monopolista. Um dos desafios cruciais para este setor era o de redefinir uma nova política de formação profissional e de requalificação da classe trabalhadora, visto que o novo paradigma da produção, em vias de ser implantado nos setores produtivos da economia brasileira, colocava a necessidade de uma adaptação psicofísica do operariado, para lidar com os novos códigos do conhecimento científico presentes no mundo do trabalho e da produção. 
		Resulta da tradição cultural de um povo, não é datado, não tem autoria, não se justifica, não se fundamenta e não se coloca ao questionamento. Portanto, este tipo de conhecimento pressupõe a adesão e a aceitação por parte do indivíduo por resulta de uma intuição da realidade e por dispensar argumentos e fundamentações. Essas características, referem-se ao:
		
	
	
	
	
	Conhecimento filosófico.
	
	
	Conhecimento artístico.
	
	 
	Conhecimento mítico.
	
	
	Conhecimento espontâneo.
	
	
	Conhecimento científico.
	
	
	
		2.
		Qual a contribuição da disciplina Filosofia da Educação para a formação do educador?
I. Dominar o conhecimento historicamente produzido pela humanidade visando a uma cultura erudita.
II. Reunir informações sobre a existência humana para orientar a forma de organizar sua vida privada.
III. Contribuir para as soluções práticas exigidas pelo cotidiano, auxiliando na elaboração do planejamento escolar.
IV. Ajudar o professor a identificar e interrogar os valores que estão subjacentes à ação e às concepções do humano.
		
	
	
	
	
	Somente os enunciados III e IV estão corretos
	
	 
	Somente o enunciado IV está correto
	
	
	Somente os enunciados I e III estão corretos
	
	
	Todos os enunciados estão corretos
	
	
	Somente os enunciados II e III estão corretos
	 Gabarito Comentado
	
	
		3.
		Leia com atenção o trecho abaixo: "o pensamento sistematizado e fundamentado que busca o verdadeiro significado das coisas, a verdade sobre a existência do homem e de todas as coisas do mundo." (LOPES, 2015, p. 08) Podemos dizer, portanto, que a definição apresentada por Viviana Lopes refere-se à:
		
	
	
	
	
	arte
	
	
	física
	
	 
	filosofia
	
	
	mitologia
	
	
	pedagogia.
	
	
	
		4.
		Na maioria dos manuais de Metodologia Científica o conhecimento surge da necessidade do homem em "interpretar a si e ao mundo em que vive, atribuindo-lhes significação, daí criar intelectualmente representações significativas da realidade, com as quais chama de conhecimento"(Köche). A explicação contida na aula 1 da disciplina de Filosofia da Educação Brasileira trabalha com outro tipo de interpretação, a saber, a relação entre o homem e a natureza mostrando como é possível compreender a produção da natureza humana, a partir de dois conceitos importantes formulados por Marx, são eles:
		
	
	
	
	 
	Materialismo histórico e dialético
	
	
	Intencionalidade e essências
	
	
	ordem e progresso
	
	
	liberalismo político e econômico
	
	
	Multiculturalismo e etnocentrismo
	
	
	
		5.
		O pensamento filosófico desenvolvido por Karl Marx no século XIX, que costumamos chamar de "Materialismo Histórico", propõe a existência de uma relação específica entre o homem e natureza.Entre as opções abaixo, assinale aquela que melhor define essa proposição.
		
	
	
	
	
	Tal como Rousseau, Marx define o homem como um ser naturalmente bom, o que implica que a sua relação com a natureza seja pautada no princípio da ingenuidade.
	
	 
	Para Marx, o homem manipula a natureza de acordo com as demandas concretas da sua existência, sendo, portanto, de complementação as relações entre a natureza e a cultura.
	
	
	Tal como Thomas Hobbes, Marx define o homem como um ser naturalmente ruim, o que implica que a sua relação com a natureza seja pautada no princípio da perversidade.
	
	
	Para Marx, o homem jamais saiu do seu estado natural, sendo a sociedade capitalista uma grande construção ideológica formulada pela burguesia.
	
	
	Para Marx, o homem é um ser naturalmente socializável, não tendo suas ações determinadaspela natureza.
	
	
	
		6.
		Segundo o Professor Demerval Saviani a reflexão propriamente filosófica é radical, rigorosa e de conjunto. Marque a alternativa que reflete a argumentação do referido autor.
		
	
	
	
	
	A filosofia é radical porque sua reflexão busca as raízes da questão; é rigorosa porque dispõe de um método claramente explicitado que garante a coerência e o exercício da crítica; é de conjunto porque só pode ser pensada por um grupo coletivo.
	
	
	A filosofia é radical porque sua reflexão busca as raízes da questão; é rigorosa porque só aceita uma única orientação metodológica; é de conjunto porque é democrática, examina os problemas na perspectiva do todo;
	
	
	A filosofia é radical porque não aceita os conhecimentos do senso comum; é rigorosa porque dispõe de um método claramente explicitado que garante a coerência e o exercício da crítica; é de conjunto porque é democrática, examina os problemas na perspectiva do todo.
	
	
	Nenhuma das alternativas acima.
	
	 
	A filosofia é radical porque sua reflexão busca as raízes da questão; é rigorosa porque dispõe de um método claramente explicitado que garante a coerência e o exercício da crítica; é de conjunto porque é democrática, examina os problemas na perspectiva do todo.
	
	
	
		7.
		Para Dermeval Saviani, a reflexão propriamente filosófica é radical, rigorosa e de conjunto. De acordo com esta concepção a única afirmativa em NÃO ATENDE a colocação do autor: 
		
	
	
	
	
	5. Estrutura seu pensamento de forma lógica, clara e coerente.
	
	
	2. Explicita os fundamentos do pensar e agir, investigando a raiz do saber.
	
	 
	4. Imposição de ideias e valores que garantem os interesses de classe.
	
	
	4. Examina os problemas na perspectiva do todo, relacionando os diversos aspectos, visando à totalidade.
	
	
	1. Justifica suas afirmações com argumentos, usa linguagem com rigor que garante coerência e o exercício da crítica.
	 Gabarito Comentado
	
	
		8.
		Ao entendermos a ciência da Pedagogia como práxis pedagógica, ou seja, como um saber intrinsecamente ligado ao compromisso de uma transformação de pessoas e de crítica da cultura, espera-se que o profissional da educação seja um intelectual transformador.
Nesta perspectiva, pergunta-se o que é "Ser um educador intelectual transformador"?
		
	
	
	
	
	Nenhuma das alternativas acima.
	
	 
	Um professor comprometido com a aprendizagem de todos os seus alunos e que entenda que a escola é um local apolítico.
	
	
	Entender que as suposições acerca da aprendizagem, da relação professor-aluno, não precisam ser avaliadas porque já estão definidas pelas diretrizes curriculares nacionais.
	
	 
	Compreender que as escolas não são espaços neutros de mera instrução, mas carregadas de pressupostos que representam as relações de poder vigentes e convicções pessoais nem sempre explicitadas.
	
	
	Um especialista em uma área de saber com bastante domínio sobre a sua especialização.
	
		"Se pararmos para pensar e observar o comportamento humano em nosso cotidiano, não teremos dificuldades para identificar um conjunto de ideias, normas, valores, princípios e etc., que expressam compreensões contraditórias em nosso cotidiano no que se refere à natureza humana" (aula 2).
Escolha a alternativa CORRETA para compreender a chamada natureza humana.
		
	
	
	
	
	A natureza humana dita corretamente os princípios do etnocentrismo
	
	 
	É um produto histórico, social e cultural da humanidade
	
	 
	É algo naturalmente dado ao ser humano
	
	
	Tem um caráter universal
	
	
	Como a classe animal, o homem é um feixe de instintos, predominando o patrimônio hereditário
	 Gabarito Comentado
	
	
		2.
		Marx afirma em sua obra que o diferencial entre os homens e os animais é a atividade chamada trabalho. Assinale o (s) item (ns) que Não pode (m) ser contemplado (s) pelo pensamento do autor:
I. ao expressar este entendimento, o autor está de acordo com o conceito antropológico de cultura.
II. demonstra um entendimento muito particular de cultura, posto que trabalho é coisa distinta e não entra no conceito de cultura.
III. trabalho e cultura são conceitos atrelados, pois é pelo trabalho que o homem cria os meios para sobreviver.
IV. o entendimento de trabalho em Marx aponta para a conceituação antropológica de cultura.
		
	
	
	
	
	Somente o item III não pode ser contemplado pelo pensamento do autor
	
	
	Somente o item I não pode ser contemplado pelo pensamento do autor
	
	 
	Somente o item II não pode ser contemplado pelo pensamento do autor
	
	
	Somente o item IV não pode ser contemplado pelo pensamento do autor
	
	
	Todos os itens não podem ser contemplados pelo pensamento do autor
	 Gabarito Comentado
	
	
		3.
		A cultura da Elite é também chamada...
		
	
	
	
	 
	Cultura Erudita.
	
	
	Cultura de Massa,
	
	
	Cultura do Estereótipo,
	
	
	Cultura Popular,
	
	
	Cultura Individualizada,
	 Gabarito Comentado
	
	
		4.
		A Pedagogia é a ciência que tem por finalidade a reflexão, a ordenação, a sistematização e a crítica do processo educativo na sua forma e no seu conteúdo. Na cultura ocidental foram quatro as perspectivas que se construíram desde a antiguidade até a atualidade. São elas: Pedagogia Essencialista, Pedagogia Existencialista, Pedagogia Cientificista e Pedagogia Dialética. Sendo assim, qual dos enunciados abaixo, corresponde a Pedagogia Essencialista?
		
	
	
	
	 
	Baseia-se em modelos universais do ser humanos, como por exemplo: os homens são essencialmente iguais.
	
	
	Trabalhar com os conteúdos de forma contextualizada e crítica.
	
	
	Reflete criticamente as contradições do processo de ensino-aprendizagem a partir dos contextos históricos e sociais em que são produzidos a fim de possibilitar a superação das relações de poder e dominação, como também, promover a emancipação do homem em seu conjunto.
	
	
	Baseia-se no princípio universal de que os homens são essencialmente diferentes, fazendo uma defesa em torno das diferenças individuais.
	
	
	Visa garantir a cientificidade do pensamento e da prática pedagógica com a finalidade de aumentar a produtividade no campo educacional.
	
	
	
		5.
		"No século XX vai se desenvolver o conceito de que existem muitas culturas em uma determinada localidade, cidade ou país, sem que haja a dominação de uma sobre a outra". Escolha a alternativa que NÃO está relacionada com a afirmação acima:
		
	
	
	
	
	Enfoque da diversiidade cultural
	
	
	Enfoque pluricultural
	
	 
	Enfoque etnocêntrico
	
	
	Enfoque multicultural
	
	
	Enfoque de valorização das minorias culturais
	
	
	
		6.
		É um conhecimento intuitivo da realidade ou do mundo tendo a imaginação como mediadora entre o percebido e pensado, ou seja, possibilita outras formas de compreensão da realidade. Estamos nos referindo ao:
		
	
	
	
	
	1. Conhecimento científico
	
	 
	2. Conhecimento artístico
	
	
	3. Conhecimento mítico
	
	
	4. Conhecimento filosófico
	
	
	5. Conhecimento espontâneo
	 Gabarito Comentado
	
	
		7.
		Através da cultura a qual pertencemos nos constituímos como seres políticos, econômicos, sociais, éticos e religiosos, morais, filosóficos, científicos, lúdicos e etc. Nas sociedades modernas, para tornar a vida mais complexa em todas as suas dimensões foram definidas tipos de cultura.
Marque a resposta correta dos tipos de cultura:
1. Cultura Erudita: Sua produção resulta em mudanças ou rupturas significativas na

Continue navegando