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O PROFESSOR E SUA PRÁTICA

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O PROFESSOR E SUA PRÁTICA: DO PLANEJAMENTO ÀS ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS NA EJA
Maria das Mercês Barbosa Barra
Maria Diana Coelho Braga
Raimundo Silva dos Reis
Profª: Elisangela Barbosa Marques
Centro Universitário Leonardo da Vinci-UNIASSELVI
Curso de Licenciatura em Plena Pedagogia- PED (1054) Seminário VI
10/12/16 
RESUMO
O presente texto apresenta uma reflexão teórica acerca do planejamento escolar e da sua relação com as estratégias pedagógicas utilizadas pelo professor no seu desempenho em sala de aula na Educação de Jovens e Adultos referentes a metodologia, relações sociais e dificuldades implícitas nesse processo. O estudo aborda as estratégias pedagógicas para além de seu entendimento como recurso instrumental, tendo como ponto de partida a utilização do diálogo, considerado como recurso relacional capaz de auxiliar o professor no desenvolvimento de atividades a partir das necessidades dos alunos. Nessa modalidade as docentes cujas as práticas observamos, necessitam compreender melhor as especificidades desse público, não infantilizando o aprendizado do estudante que nele está inserido, mas ajudando-o a construir o processo de conscientização crítica.
Palavra- chave: Planejamento, Perspectiva teórica, Educação Jovens e Adultos
INTRODUÇÃO
O presente artigo se destina a apresentar nosso objeto de estudo a prática pedagógica docente na EJA e os elementos que constituem essa modalidade de ensino. É importante compreendermos como se dá as relações de ensino e aprendizagem na EJA, identificando suas características, quanto a metodologia, dificuldades e relações sociais implícitas nesse processo, vendo-a como uma política pública, para responder a demanda de jovens e adultos que por motivos diversos não concluíram ou não tiveram acesso a educação institucionalizada.
A escola é um ambiente muito diversificado, onde as práticas variam de acordo com os professores que as realizam. No trabalho docente, o professor faz muitas opções para que no decorrer da sua atividade o aluno consiga apreender aquilo que está sendo trabalhado. Conteúdos, objetivos, avaliação entre outros, são alguns aspectos com os quais o professor deve estar atento ao planejar suas aulas. É na sala de aula, porém, que o professor coloca em prática as ações que planejou.
 Nesse contexto, os métodos utilizados pelos professores tornam-se mais visíveis podendo caracterizar a sua atuação enquanto docente. Assim, é possível distinguir algumas situações que envolvem o planejamento na escola. Dentre essas situações, algumas se destacam como os professores que planejam e seguem estes planejamentos rigorosamente, utilizando o planejamento de forma determinística da ação docente; os professores que planejam e utilizam este planejamento como orientador da sua ação e os professores que não planejam e em decorrência disto acabam por improvisar sua ação.
Portanto, faz-se necessário estudar as estratégias de ensino como componentes do planejamento, se considerarmos que o método utilizado pelo professor auxilia na sua caracterização enquanto docente e que sua concepção de método ou estratégia se reflete no seu comportamento docente na sala de aula, Como afirma Rays, “a questão primordial que hoje se coloca para a metodologia do ensino é a da superação do apriorismo e do dogmatismo metódico reinante na prática educativa” (1991, p.88).
2 PRATICA OU ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS 
A Prática Pedagógica não se constitui apenas de elementos presentes na escola, mas interage com os fenômenos políticos, sociais, culturais e educativos do qual os educandos fazem parte. Nesse aspecto, pode-se apontar o seu caráter multicultural e o desafio proposto ao docente enquanto mediador do conhecimento, de ressignificar sua prática, respeitando os diferentes sujeito presentes em sua sala de aula, oportunizando uma formação crítica/reflexiva, da qual possa agir sobre ela, buscando desenvolvimento sustentável para a sua comunidade, seu país e dele próprio.
A práxis... é reflexão e ação dos humanos sobre o mundo para transformá-lo. Sem ela, é impossível a superação da contradição opressor oprimido. Desta forma, esta superação exige a inserção crítica dos oprimidos na sociedade opressora, com que objetivando-a, simultaneamente, atuam sobre ela (SOUZA apud, FREIRE,1974, p. 40).
Para que se tenha um significado mais abrangente do significado de planejamento, é necessário que se apresente algumas definições. Damis (1996) apresenta o planejamento em uma tendência tecnicista, como um processo de organização racional referindo-se à definição dos objetivos, recursos e metas a serem alcançados e avaliados através de meios eficientes e eficazes em prazos definidos. Já Dalmás (1994), apresenta a definição de planejamento segundo vários autores, entre eles, a de Gandin, para quem planejar é transformar uma determinada realidade, é organizar as ações, é agir racionalmente, é agir com clareza e objetividade e, por fim, é realizar várias ações objetivando uma realidade ideal.
Pode-se dizer, assim, que planejar é um processo pelo qual se pensa a realidade e meios para transformá-la, traçando objetivos e ações para atingir a realidade que se espera. A escola como um segmento importante dentro da sociedade, também é um espaço em que o planejamento das atividades acontece constantemente. Sobre a função da escola na sociedade.
Um planejamento voltado para uma ação pedagógica crítica e transformadora possibilitaria segurança para o professor lidar com a relação educativa presente na sala de aula e na escola como um todo. “Neste sentido, o ‘planejamento adequado’, bem como o seu resultado – ‘o bom plano de ensino’ – se traduzirá pela ação pedagógica direcionada de forma a se integrar dialeticamente ao concreto do educando, buscando transformá- lo.” (LOPES,1991, p.43). Nessa concepção, o planejamento não pode ser entendido de maneira mecânica, desvinculado do contexto em que está inserido. Ou seja, os conteúdos a serem trabalhados devem estar relacionados com a experiência de vida dos alunos.
Esse entendimento mostra uma visão de planejamento mais compatível com uma visão crítica e transformadora da sociedade em que se encontra, em contraponto com a tendência tecnicista. No entanto, falar em “transmissão de conteúdo” em uma abordagem reflexiva é de certa maneira contraditório porque, quando tratamos de uma prática crítica, reflexiva não é possível falar em “transmissão”, uma vez que isso não possibilita qualquer reflexão. Falar de transmissão de conteúdos, ao mesmo tempo em que se fala de uma abordagem crítica e reflexiva, mostra um resquício do tecnicismo ainda presente nas tórias educacionais.
Libâneo faz referência a três modalidades de planejamento interligadas: o plano da escola, o plano de ensino e o plano de aulas. O plano da escola é um documento maior, com orientações gerais ligadas ao sistema de ensino e ao projeto pedagógico da escola. O plano de ensino está relacionado à previsão de objetivos para um ano ou semestre, onde o professor define os objetivos, conteúdos e metodologia. O plano de aula, por sua vez, é mais específico, relacionado ao desenvolvimento de conteúdos para uma aula ou conjunto de aulas.
O planejamento é realizado para um tipo de aluno que irá realizar as atividades no tempo determinado pelo professor, e qualquer aluno que saia do padrão estabelecido pelo professor é excluído, por não se encaixar nas especificações do planejamento desenvolvido pelo professor. Neste contexto, qualquer produção que não esteja de acordo com as representações pensadas pelo professor não são consideradas, fato que não favorece a participação dos sujeitos, centrando-se apenas nos conteúdos.
3 OBJETOS DE APRENDIZAGEM E PERSPECTIVAS TEÓRICAS
Os objetos de aprendizagem podem ser utilizados tanto para apoiar o processo de ensino-aprendizagem presencial ou à distância. O mais importante é saber onde encontrar e selecionar os objetos de aprendizagem, buscando aqueles que sejam adequados à proposta pedagógica do professor e que contribua para a aprendizagemdos alunos com os quais se está desenvolvendo o trabalho pedagógico.
 	Os objetos de aprendizagem são construídos a partir de uma perspectiva teórica e podem ser desde animações simples para apresentação/demonstração de um determinado conhecimento até um objeto mais complexo centrado na interação entre os alunos e professor, como o caso do objeto de aprendizagem “Nós no mundo”. 
Entre as concepções teóricas, apresentamos aqui três perspectivas pedagógicas dominantes: associacionista, cognitiva e situada. (LITO e FORMIGA, 2009)
Entende-se objetos de aprendizagem como qualquer material ou recurso digital com fins educacionais, ou seja, recursos que podem ser utilizados no contexto educacional de maneiras variadas e por diferentes sujeitos. Essa definição, mais específica, baseia-se em Sosteric e Hesemeier (2001), que consideram como objetos de aprendizagem desde imagens e gráficos, vídeos, sons, ferramentas até qualquer outro recurso educacional digital a ser utilizado para fins educacionais e que contenham sugestões sobre o contexto de sua utilização.
Enquanto no primeiro enfoque a aprendizagem é vista como a construção ativa e integração de conceitos o segundo vê como o desenvolvimento conceitual por meio de atividades colaborativas.
Nesta teoria (LITO e FORMIGA, 2009, p. 99) afirmam que 
[...] as pessoas aprendem ao participar de comunidades de prática, progredindo da posição de novatos até a de especialistas através da observação, reflexão, mentoria e “legítima participação periférica”. Da mesma maneira que o socioconstrutivismo, a abordagem situada enfatiza o contexto social da aprendizagem, mas este contexto deve ser muito mais próximo – ou idêntico – à situação na qual o aluno eventualmente aplicará a aprendizagem adquirida.
A perspectiva teórica é quem dá pistas principalmente de como será o conteúdo e as interações de um objeto de aprendizagem. Desta forma é tão importante antes de projetar um recurso educacional pensar a partir de que concepção será produzido.
3 OS MÉTODOS DE ENSINO PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)
Partindo dessa afirmação, entendemos a EJA, como uma política pública de direito social, que favorece o sujeito que por circunstâncias diversas, não teve acesso e permanência a educação. Inicialmente voltada para a alfabetização dos segmentos da sociedade que não iniciou ou concluiu a escolarização, a EJA caminhou numa perspectiva compensatória, que não levava em conta as especificidades dos sujeitos nela inseridos. (OLIVEIRA e PAIVA, 2004). Achamos relevante pontuarmos alguns fatos históricos sobre a EJA e sua implementação enquanto modalidade de ensino. 
Com base nesse entendimento de prática pedagógica docente, evidencia-se que na EJA, o docente ao exerce-la, que o faça com clareza, reconhecendo-se como agente mediador do conhecimento, mobilizando saberes necessários ao aprendizado seu e do estudante, estabelecendo uma relação com a realidade dando significado a esse aprendizado.
Segundo Vasconcelos a metodologia não se restringe a um conjunto de métodos técnicas ou estratégias pedagógicas fazendo dela uma ferramenta e o que poderia ser contestado seria a forma de sua utilização. 
É a prática docente que irá validar a ação pedagógica crítica/reflexiva, ou a reprodutora da ideologia dominante. Sendo uma das dimensões da prática pedagógica, está diretamente ligada a construção de uma melhoria qualitativa e quantitativa, sobretudo na EJA.
O método do trabalho independente que minimiza a participação do professor dando um pouco mais de autonomia ao estudante tendo como instrumentos importantes o estudo dirigido e as fichas didáticas. Já o método de elaboração conjunta, também abordado por Libâneo, destaca-se pela interação entre alunos e professores onde o desenvolvimento do conhecimento seria resultado dessa parceria. O último método abordado pelo autor é o de trabalho em grupo, talvez seja este o mais complexo, que visa à cooperação entre os membros e deve procurar trabalhar a coletividade e a capacidade de expressão dos indivíduos.
“as técnicas de ensino eram concebidas como que pinçadas de um compartimento teórico para serem utilizadas em sala de aula. Acreditava-se que uma vez justificado o uso de determinadas técnicas ou de determinados recursos, obter-se-ia sucesso no ensino e, de modo voluntarista, acreditava-se na aprendizagem significativa do aluno”. (ARAÚJO in VEIGA,1991, p.19)
O método é utilizado de forma acrítica, pois o professor acredita que daquela forma o aluno sempre vai aprender mais e melhor. A eficiência desses procedimentos didáticos lhes conferem, na perspectiva tecnicista, um valor absoluto.
A EJA se constitui como desafio para os educadores, que compreendem seu papel de mediador do conhecimento, utilizando sua prática pedagógica docente, para uma ação educacional crítica/reflexiva, que estabeleça sentido para o educando, levando-o a superação da alienação, sendo capaz de ser ver como agente transformador da sua realidade.
A EJA ainda ocorre de maneira mecânica, fragmentada, sem reflexão, ao contrário do que diz seu maior defensor, que entende a educação de jovens e adultos como um ato muito além do apenas ler e escrever.
A problemática em torno da EJA é grande, apesar de ter avançado muito com conquistas importantes com as políticas públicas a ela destinada, porém ainda continua relegada ao segundo plano nas agendas dos governantes e da própria sociedade. É importante respeitar as especificidades desse público, que não terminou ou nem sequer iniciou o ensino regular. 
O grande desafio da escola hoje é estabelecer uma relação entre o conhecimento socialmente construído e as práticas sociais em que seu educando está inserido, fazendo uma interação com a realidade que vive. Concluímos mediante as palavras do grande educador Paulo Freire defensor incansável da educação popular.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao propormos o estudo das estratégias pedagógicas enquanto recursos relacionais, tem-se uma nova perspectiva acerca desse tema. Com isso, esse novo modo de ver a questão, para além de um recurso externo ou uma técnica que o professor utiliza para facilitar a aprendizagem de seus alunos, passa a ser visto como criador de espaços dialógicos no ambiente educativo. Com a abertura para o diálogo junto aos alunos o professor utiliza-se de uma estratégia pedagógica que pode auxiliá-lo na compreensão da forma de pensar do aluno que pode vir a auxiliar na sua intervenção e no seu planejamento.
Com isso, as estratégias pedagógicas seriam vistas como “aqueles procedimentos que implicam uma relação pedagógica cujo objetivo não é manter o aluno ativo apenas, mas captar sua motivação, suas emoções, para, a partir daí, colocar o seu pensamento na conjunção de novas aprendizagens”.Por isso, o diálogo apresenta-se, nesse contexto, como um recurso relacional decorrente de uma estratégia pedagógica com características da perspectiva histórico-cultural. Isso pode ser afirmado ao confrontarmos os princípios de outras teorias de aprendizagem em que professor e aluno exercem papéis onde o diálogo se mostra praticamente inexistente.
REFERENCIAS
DALMÁS A. Planejamento Participativo na escola: elaboração, acompanhamento e avaliação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
LITTO, Fredric Michael; FORMIGA, Marcos. Educação a Distância: Estado da Arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.

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