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Necessidades Nutricionais de Macronutrientes em Atletas e Praticantes de atividade física Prof. Susan Tribess (colaboração de material prof. Camila Almeida, Camila Bona, Renata Bertin, Cristina Martins) 1 CARBOIDRATO Desde o século passado, tem sido reconhecida a relevância dos carboidratos como fonte de energia durante o exercício físico; Esse nutriente tem papel fundamental para o desempenho esportivo, uma vez que tanto o glicogênio muscular quanto a glicose sanguínea representam substratos fundamentais para a ressíntese de ATP (adenosine thiphosphate) na fibra muscular durante o exercício; Importância mais crítica quanto maior a intensidade do exercício; Carboidratos são, portanto, componentes extremamente importantes da dieta de atletas, e várias estratégias nutricionais têm sido elaboradas nos últimos 30 anos. Introdução Mais relevante fonte de energia alimentar; Além de energia para o metabolismo oxidativo, esses alimentos são veículos de micronutrientes e fitoquímicos importantes. Atuam na homeostase glicêmica do organismo, colaborando para integridade e funcionalidade da mucosa gastrointestinal, possibilitando o acúmulo de glicogênio e formando componentes de membranas. Introdução Classes (GP) Subgrupos Componentes Açúcares (1-2) Monossacarídios Glicose,frutose, galactose Dissacarídios Sacarrose, lactose, maltose,tetralose Polióis Sorbitol, manitol Oligossacarídios(3-9) Malto-oligossacarídios Maltodextrinas Outrosoligossacarídios Rafinose,estaquiose, fruto-oligossacarídios Polissacarídios(>9) Amido Amilose,amilopectina, amido resistente Polissacarídiosnão amido Celulose,hemicelulose, pectinas,hidrocoloides Fonte adaptadaFAO/WHO Carboidratos Alguns carboidratos são parcialmente digeridos no intestino delgado e fermentados no intestino grosso a ácidos graxos de cadeia curta, dentre esses incluem-se oligossacarídios não digeríveis, amido resistente e polissacarídios não amido. Esses carboidratos fornecem menos energia ao organismo. Fibras apresentam-se em duas formas: solúveis (amilopectina, pectinas e amidos complexos – farelo de aveia, cevada, frutas frescas, feijão, repolho abobrinha, etc) e insolúveis (celulose – alface, cenoura, broto de feijão, aipim, arroz integral, pão integral e casca de frutas). Carboidratos parcialmente digeríveis e fibras Função Principal do Cho Carboidratos Glicose Glicogênio ATP ENERGIA RESERVAS (fígado e músculo) Combustível para o SNC Evitar a hipoglicemia Ativador metabólico Participa do metabolismo da gordura (ausência –formação de corpos cetônicos) Os carboidratos são em geral ingeridos nas forma de polissacarídios (amidos), dissacarídios (sacarose e lactose) e nomossacarídios (glicose e frutose). Para que o organismo possa aproveitar esses, carboidratos eles precisam ser digeridos, absorvidos e transportados para células apropriadas a fim de serem metabolizados. Sofre ação enzimática desde a boca até o intestino delgado. São absorvidos por difusão passiva, como a água, mas outras precisam de energia fornecida pelas células dos vilos para serem absorvidas, processo conhecido como difusão passiva. METABOLISMO E FUNÇÃO Para tanto o funcionamento ideal do trato GI após a ingestão de carboidratos é essencial, caso contrário pode prejudicar o desempenho atlético. Por isso tratamento de disbiose é fundamental, além de outros cuidados na escolha do carboidrato; Algumas práticas alimentares podem predispor o indivíduo a distúrbios GI, o que comprometerá o desempenho. Altas concentrações de açúcar simples, sobretudo frutose, podem exercer um efeito osmótico reverso nos intestinos, drenando água do sistema circulatório para o lúmen intestinal (síndrome do esvaziamento rápido – fraqueza, suor e diarréia); A lactose também pode causar efeitos e sintomas GI, principalmente se houver disbiose. METABOLISMO E FUNÇÃO Após serem absorvidos: Dos três monossacarídios, a glicose é o mais importante para a fisiologia humana. A maior parte dos carboidratos é decomposta em glicose para que possa ser assimiliada, enquanto frutose e galactose são convertidas em glicose pelo fígado; Uma refeição com alto teor de carboidratos levará a um aumento rápido da concentração de glicose, que ocorre em média em uma hora, para mensurar essa questão temos algumas medidas como índice glicêmico e carga glicêmica, ponto muito importante para que hipoglicemias sejam evitadas. METABOLISMO E FUNÇÃO Reações bioquímicas nas células provocam a oxidação de glicose, que resulta em água, dióxido de carbono e energia. Os carboidratos são usados para produzir energia tanto aeróbia como anaerobiamente. No último (sistema de ácido láctico), a ATP é produzida rapidamente por meio da glicólise anaeróbia, para que esse sistema continue funcionando, o produto final da glicólise, ácido pirúvico (piruvato), deve ser convertido em ácido láctico. No sistema aeróbio, predomina o uso de aeróbio da glicose e o ácido pirúvico é convertido em acetil CoA, que entra no ciclo de Krebs e no sistema de transporte de elétrons para oxidação completa e produção de uma quantidade relativamente grande de ATP. Outra função – monossacarídios – trioses e pentoses – glicolipídios ou glicoproteínas – membranas das celulas/receptores METABOLISMO E FUNÇÃO Armazenamento O corpo possui três fontes de energia de CH: Glicose sanguínea Glicogênio hepático Glicose no sangue aumenta após refeição Hepatócitos unem a glicose excedente e realizam reações de CONDENSAÇÃO formando glicogênio Glicose no sangue diminue – reações de HIDRÓLISE do glicogênio para formação de glicose – corrente sanguínea Ocorre do jejum Glicogênio muscular - Utilizado para obteção de glicose nos exercícios - Maior armazenamento 375 a 475 g Glicogênio muscular 325 g Glicogênio hepático 90 - 120 g Glicose sanguínea 5 a 10g Armazenamento Utilização de Glicose Glicose no sangue secreção de insulina Insulina introduz as moléculas de glicose nas células através do receptor específico (GLUT) Glicose na célula mitocôndria ATP Glicose baixa no sangue secreção de glucagon Glucagon sinaliza células hepáticas para quebra do glicogênio Hormônios envolvidos Insulina Glucagon Adrenalina ou Epinefrina Em situações de estresse onde o organismo necessita de energia rápida, a adrenalina sinaliza as células hepáticas para liberação de glicose (obtida através do glicogênio) “Luta e Fuga” Proteína Conversão de glicose pela proteína Gliconeogênese no fígado (aminoácidos gliconeogênicos – ciclo alanina-glicose) Gordura Gordura se decompõem em ácidos graxos e glicerol – glicerol convertido em glicose pelo fígado. Combinação de gorduras formando os Corpos cetônicos Corpos cetônicos acumulam cetose (toxicidade neural) Glicose por outros nutrientes Resposta Glicêmica Índice Glicêmico (IG) Calculado a partir da glicemia do sangue (até 2h após a ingestão de um carboidrato). Potencial de aumentar a glicose no sangue. Carga Glicêmica (CG) Relaciona a qualidade do carboidrato do alimento e a quantidade consumida. A CG tem aplicação mais prática, podendo ser utilizada em prescrição de dietas e seleção dos diversos alimentos, pois pode indicar a resposta glicêmica que um determinado alimento ou dieta pode provocar. Índice Glicêmico Classifica os alimentos de acordo com o aumento da glicose sanguínea em relação a um controle (Pão branco ou glicose) Alimentos de alto índice glicêmico (> 85) Alimentos de moderado índice glicêmico (60-85) Alimentos de baixo índice glicêmico (< 60) Índice Glicêmico Fatores que afetam no IG Quantidade de Cho Natureza dos monossacarídeos (glicose, frutose, galactose) Cozimento e processamento Natureza do amido (amilose, amilopectina, amido resistente) Componentes associados ptn, fibras, lip Tabela IG: http://www.diabetes.org.br/nutricao/indiceglicemico.php Carboidratos x IG Antes: ↑IG 1h ou menos antes do exercício (cuidar com hipoglicemia de rebote) ↓ IG 3h á 1h30 antes do exercício Durante: Evitar frutose precisa de digestão, taxa de absorção lenta desconforto gástrico (Evitar lactose) Após: ↑ a moderado IG aumenta a síntese de glicogênio 30min á 6h Baixo índice glicêmico nas primeira 24h Energia, manter glicemia e estoque adequado No Exercício Intenso Exercício anaeróbico ( intensidade e curta duração) Exercício aeróbico ( intensidade e longa duração) Início Anaeróbico Fosfocreatina Glicogênio muscular Principal fonte de energia Após os primeiros minutos Aeróbico Glicose sanguínea 30 % de energia Glicogênio muscular 70 % de energia 1 hora = ⇓ 55% do glicogênio hepático 2 horas (extenuante) = depleta o glicogênio hepático e dos músculos exercitados Utilização de Carboidrato Glicogênio muscular Frequentemente, as diretrizes relacionadas à alimentação de atletas e indivíduos fisicamente ativos são expressas em porcentual (como acima), isso pode remeter a erros e representar um fator de confusão (50% para uma dieta e 6000kcal é muito e 50% para 2000kcal pouco). Desse modo, as recomendações recentes expressam a recomendação diária em (g)/massa corporal(kg)/dia. Recomendações no exercício Atletas 60 a 70 % do VET 5 a 8 g/Kg de peso/dia Ativos 55 a 60% do VET (SBME, 2009) Recomendações usuais: Atletas: 60 a 70 % do VCT – 5 a 8 g/Kg de peso/dia ativ. longa duração e intensos – 10 g/Kg/dia Ativos: 55 a 60% 26 Como orientação geral, recomenda-se a ingestão de: Tirapegui J. Nutrição: fundamentos e aspectos atuais. 2 ed. São Paulo: Editora Atheneu:2006 (342p) Recomendações no exercício De 5 a 7g de carboidrato/kg/dia durante o treinamento de intensidade moderada; De 7 a 10g de carboidrato/kg/dia durante o treinamento intenso a prolongado; Atletas de endurance engajados em programas de treinamento exaustivos devem aumentar a ingestão de carboidratos para 10 a 13g de carboidrato/kg/dia. I Importância no desempenho: Recuperação do glicogênio hepático: manutenção da glicose sanguínea; Recuperação do glicogênio muscular: energia para os músculos (24 horas); Redução da utilização de proteína (aas) como fonte de energia; Repleção dos estoques de glicogênio (ocorre em 24h e indivíduos com dietas ricas em carboidratos) (8 a 10 dias em dietas pobres em carboidratos). OBJETIVOS Resumindo: Antes do treino/competição uma refeição ou lanche deveria providenciar: Quantidades suficientes de líquidos - manter a hidratação; Ser relativamente baixo em gorduras e fibras - facilitar o esvaziamento gástrico; Minimizar o estresse gastrointestinal; Ser relativamente alto em carboidratos - maximizar a manutenção da glicose sanguínea; Moderado em proteínas e composto por alimentos que o atleta esteja familiarizado - reduzir os riscos de intolerância. ANTES DO EXERCÍCIO Os estudos defendem dois horários de consumo para carboidrato: Consumo de 3-4 horas antes do exercício. Consumo de 30-60 minutos antes do exercício. Essa conduta é indicada particularmente: - Para treinos e competições de longa duração; Quando preparação nutricional prévia a competição não foi adequada; O indivíduo passou por um período de jejum (8-12 horas); O consumo durante o exercício será restrito. CARBOIDRATOS ANTES DO EXERCÍCIO Refeição rica em carboidrato (contendo de 200g a 300g) - antes do exercício - aumenta os níveis de glicogênio muscular e a performance. Cuidado!! Após o consumo de carboidratos ocorrem alterações glicêmicas e insulinêmicas que poderiam atrapalhar o desempenho (velocidade de digestão). A aparente vantagem da ingestão de carboidratos no período de 3 a 4 horas antes é permitir que a concentração de glicose e insulina retornem aos seus níveis de repouso até o momento de iniciar o exercício; INGESTÃO DE 3-4H ANTES Sugere-se 100g a 300g de carboidrato de 3-4 horas antes (Tais valores podem ser modificados de acordo com o nível de treinamento do indivíduo e composição física): Exemplos de opções (com 150g de carboidrato): 1) 200g de batata doce (OU aipim) + 2 porção de fruta + 100g de açaí + 45g de aveia + 5g de mel; 2) 400g de arroz integral + 2 porções de fruta + 80g de aveia + 10g de mel; Pode-se acrescentar uma porção pequena de proteína a essa refeição (como peixe, frango e ovos); INGESTÃO DE 3-4H ANTES Neste intervalo, as preocupações quanto aos riscos do aumento da glicemia/insulinemia durante o exercício são mais marcantes (Avaliar indivíduos com predisposição a hipoglicemia de rebote); A quantidade indicada é em torno de 30g a 60g de carboidrato; Por este motivo sugere-se: Ingestão de carboidratos de baixo índice glicêmico (batata doce), porem na forma de líquidos tem melhor digestão. Exemplos: Maltodextrina (30g a 60g); Palatinose (30g a 60g); Amido de milho Ceroso (Waxy maize) (30g a 60g); Batata doce, aipim (150g a 300g). INGESTÃO DE 30-60 MINUTOS ANTES Dieta de Supercompensação de Carboidrato Maior ingestão de Carboidrato, antes e durante o exercício aeróbio de alta intensidade, incluindo períodos de treino beneficia o desempenho, aumenta reserva de glicogênio e melhora estado psicológico Cada 100g de músculo = 1,7g de glicogênio Sobrecarga de Carboidrato 100g = 4 a 5g de glicogênio Procedimento Clássico indicado para exercícios aeróbios e com duração superior a 60minutos Dieta de Supercompensação de Carboidrato Dia 1 Exercício exaustivo para depletar glicogênio muscular (↑ produção da enzima glicogênio sintetase) que quebra o glicogênio armazenado) Dia 2, 3, 4: Baixa Ingestão de Carboidratos Dieta de Supercompensação de Carboidrato Fase 1 Fase 2 Dia 5,6,7:Alta ingestão de CHO Dia Competição: refeição pré-competição rica em carboidrato Dieta de Supercompensação de Carboidrato DESVANTAGENS: Os três primeiros dias são muito sacrificantes para o atleta; Grandes quantidades de glicogênio fazem com que o músculo inche, pois para cada 1g de glicogênio armazenado, 2,7g de água serão armazenados juntamente ; Pode levar ao aumento dos níveis sanguíneos de colesterol e de uréia; Redução glicogênio diminui a capacidade de treino; Pode depletar proteína, pois a proteína muscular torna-se substrato energético. Dieta de Supercompensação de Carboidrato O consumo de carboidrato durante o exercício aumenta a performance e o tempo total do exercício. Os tipos de carboidratos corretos são a glicose, sacarose, maltodextrina OU mistura de glicose, frutose e sacarose (Gel de carboidrato). A frutose e galactose não são bem aceitas durante o exercício. O uso isolado de frutose pode causar distúrbios gastrintestinais. Sugere-se aproximadamente 30 a 60g de carboidrato por hora. Esse tipo de estratégia é especialmente importante para atividades superiores a uma hora, ou quando o atleta não consome líquidos e nutrientes adequados antes do treino, ou em ambientes hostis (calor, frio, ou altitude). Em termos práticos, 600ml a 1200ml de bebidas esportivas por hora de exercício prolongado é a quantidade suficiente para aumentar a performance. Carboidratos durante o exercício Carboidratos pós-exercício A reposição do glicogênio utilizado após o exercício é um aspecto fundamental na recuperação; Se um atleta está com o glicogênio depletado após o treino ou a competição, a quantidade de carboidrato ingerido seria em torno de 1 a 1,85g/kg/h são consumidas imediatamente após o exercício, em intervalos de 15 a 60 min, e por até 5h pós exercício; Alimentos ricos em carboidratos como batatas, massas e bebidas esportivas com índice glicêmico moderado e alto são boas fontes de carboidratos para a síntese de glicogênio muscular e devem ser a primeira escolha de carboidratos nas refeições de recuperação. PROTEÍNA São os principais componente estruturais e funcionais de todas as células – construir e restaurar os tecidos; Outras funções: formação das enzimas, carreadores de membrana, moléculas de transporte sanguíneo, matriz extracelular, muitos hormônios, queratina, colágeno, etc; 50% do conteúdo proteico total do ser humano – 4 proteínas (miosina, actina, colágeno e hemoglobina); 21 aminoácidos diferentes – grupo construtor de todas as células do organismo. Proteínas Proteínas AA não essenciais Sintetizados no organismo (receber grupo amino) AA essenciais Não sintatizados no organismo Provenientes dos alimentos AA condicionalmente essenciais De acordo com situação específica do corpo Ex: tirosina converter fenilalanina É uma complexa estrutura – combinação de 4 elementos (carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio) em estruturas diferentes – formando 21 aa diferentes. Cada um possui um grupo amina (NH2) e um grupo ácido (COOH). Esses 21 aa formam as proteínas necessárias à estrutura e às funções do corpo humano. Proteínas A maioria das proteína são polipeptídeos, combinando mais de 300 aa. As células também podem usar parte do nitrogênio proveniente dos aa para formar os compostos de nitrogênio não-proteícos, como a creatina. Proteínas Qualidade das Proteínas Depende da composição de aminoácidos - satisfazer as necessidades e digestibilidade. Alto valor biológico fornece todos os aa essenciais, e em boa quantidade. Fontes protéicas animais Baixo valor biológico não fornece todos os aa essenciais ou em pequena quantidade. Fontes protéicas vegetais Complementares Arroz (metionina e cistina) Feijão (lisina) Funções das proteínas Estruturais Pele, tendões, membrans, múculos, órgãos e ossos Crescimento e reparo dos tecidos Contração muscular actina e miosina Enzimáticas Facilitadores de reações químicas Enzimas digestivas Hormonais Regulam processos hormonais Reguladoras Equilíbrio ácido – base (sistema tampão) e de volumes e composição corporais Transportadoras Transportam lipídeos, vitaminas, minerais e oxigênio Ex. Hemoglobina – carraga oxigênio Energéticas Fornecem energia através da gliconeogênese e proteogênese Imunológicas Inativam antígenos ao corpo agindo como anticorpos Metabolismo e função Proteína dos alimentos Quantidade de aa no sangue e fluidos corporais Tecidos corporais Hormônios Enzimas Anticorpos Nitrogênio Uréia (excreção) Resíduo de carbono Carboidratos Gorduras Síntese Degradação As proteínas são sintetizadas constantemente a partir de aminoácidos e degradadas novamente no organismo, numa reciclagem contínua. Os aminoácidos não utilizados imediatamente após a síntese protéica são perdidos, já que não ocorre estocagem de proteínas. Síntese proteíca Síntese protéica: É aumentada em resposta à insulina, hormônio do crescimento, à leucina e outros aminoácidos. É diminuída pelo exercício físico, reduzida ingestão de carboidratos e proteína da dieta e diminuição do estado energético intracelular. Síntese proteica pós exercício: a taxa de síntese proteica fica elevada pós exercício se comparada com o estado pré ou em repouso. Regulação da síntese e degradação protéica durante o exercício Dentre os mecanismos destaca-se o aumento da taxa de catabolismo de aminoácidos quando a ingestão proteica excede a necessidade do organismo – qualquer dose acima é oxidado e o nitrogênio é excretado; Catabolismo seletivo “mais vitais” (metade da massa magra corporal), “menos vitais” (SNC). Regulação do catabolismo proteico Aproximadamente 11g a 15g de nitrogênio são excretados diariamente na urina de um indivíduo adulto saudável que consome 70g a 100g de proteína/dia; Ureia principal forma de excreção de nitrogênio (também amônia, ácido úrico, creatinina e alguns aa livres); A remoção do nitrogênio se dá por duas fases: transaminação e desaminação. Catabolismo de aminoácidos Catabolismo de aminoácidos Fator importante no catabolismo de aminoácidos, é o status de consumo de carboidratos. Já que a proteína contribui para o fornecimento de energia, piruvato (a partir da alanina) e cetoglutarato (glutamato) são intermediários da via glicólise/ciclo de krebs na oxidação de glicose. Catabolismo de aminoácidos BCAA Fonte de energia muscular Precursores na síntese de glutamina, alanina e aspartato Isoleucina e valina relacionados com a produção de energia durante o excercício Leucina ativação no crescimento muscular ( estimula síntese e liberação de insulina – síntese protéica) A redução na funcionalidade do SI, propicia ocorrência de infecções do Trato respiratório superior. Tipos de Aminoácidos Glutamina Aminoácido mais abundante no organismo 60% aa livres no músculo Não essencial condicionalmente essencial na atividade física Serve de energia para enterócitos sistema imune Hidrólise de glutamina gera glutamato e amônia ressíntese pela enzima glutamina sintetase Consumida por células de replicação rápida justifica as necessidades aumentadas no catabolismo Exercício prolongado depleta glutamina Hipóteses da Função das Proteínas ( Aminoácidos) Exercício Considerações Sobre o Papel da Proteína Para o Exercício Resistido 1. Quantidade de proteínas por dia; 2. Distribuição das proteínas ao longo do dia; 3. Fontes de obtenção das proteínas; 4. Timing da ingestão proteica. Quantidade de proteínas por dia A taxa de síntese proteica muscular aumenta de maneira dose-dependente de acordo com a ingestão de aminoácidos essenciais, sendo que aproximadamente 10 gramas destes são capazes de promover síntese proteica máxima. Neste caso, 20 a 25 gramas de uma proteína de alto valor biológico são suficientes para se obter essa quantidade de aminoácidos, em indivíduos de aproximadamente 80 kg, que se traduz na razão de 0,25 a 0,31 g/kg. Distribuição das proteínas ao longo do dia Colégio Americano de Medicina do Esporte (2009) preconiza 1,2 a 1,7 g/kg/dia Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e Esporte (2009) sugere de 1,6 a 1,8 g/kg/dia Para os indivíduos que realizam exercício de força e almejam hipertrofia muscular Fontes de obtenção das proteínas Além da qualidade, fatores como velocidade de digestão da proteína e da absorção dos aminoácidos são capazes de influenciar a retenção proteica muscular, com as proteínas de rápida absorção proporcionando maior resposta de síntese em comparação àquelas de lenta . A estimulação da síntese proteica mediada pela Whey Protein chega a ser cerca de 100% maior em comparação a Caseína, proteína do leite de lenta digestão, isso acontecendo tanto no repouso quanto no período pós-treino. Timing da ingestão proteica Proteína ingerida antes do exercício físico, não são encontradas diferenças na síntese proteica ao longo do período pós-treino, ampliando a possibilidades de incorporação do nutriente na dieta. As necessidades proteicas de atletas têm recebido atenção especial dos investigadores nas últimas décadas por fazerem parte essencial no reparo de microlesões musculares decorrentes da prática esportiva. Essas necessidades aumentam com o tipo de exercício praticado, sua intensidade, duração e frequência e não há uma definição em relação a diferenças quanto ao sexo. Recomendações no exercício Exercícios de força Exigem maior consumo de proteínas X trabalhos de resistência 1,6 a 1,7g/kg/dia Exercícios de resistência Auxiliam no fornecimento de energia para a atividade 1,2 a 1,6g/kg/dia (SBME, 2009) Proteína no Exercício de Força Para treinamento com objetivo de aumento de massa muscular: Consumo de CHO, é de 6 a 10g/Kg/dia e a de PTN 1,6 a 1,7g/Kg/dia. Os atletas devem ser conscientizados de que o aumento do consumo proteico na dieta além dos níveis recomendados não leva aumento adicional da massa magra. Há um limite para o acúmulo de proteínas nos diversos tecidos. O consumo excessivo de proteínas pode aumentar: o depósito de ácido úrico nas articulações, Sobrecarga renal e hepática, afetar absorção de cálcio, pode ter efeito aterogênico e pode aumentar % de gordura. Recomendações no exercício LIPÍDEOS constitui o combustível celular no exercício de baixa a moderada intensidade e em repouso representa 80 a 90% da demanda energética 70 Os triacilgliceróis são os lipídios mais abundantes da dieta e constituem a forma de armazenamento de todo o excesso de nutrientes. Maior reserva energética (100 vezes superior à de glicogênio hepático) (rende 2,25 vezes mais energia por g sem água). Contém os mesmos elementos estruturais que o carboidrato (carbono, hidrogênio e oxigênio – maior relação hidrogênio/oxigênio). Lipídeos Lipídeos Gordura neutra combinada a outras substâncias químicas LIPÍDIOS SIMPLES Triglicerídeos Ácidos graxos LIPÍDIOS COMPOSTOS LIPÍDIOS DERIVADOS Fosfolipídios Lipoproteínas Glicolipídeos Esteróis (colesterol, sais biliares) Ácidos graxos Susbt derivadas de lipídios simples e compostos Tipos de Lipídeos Tamanho da cadeia de Carbonos Ácidos graxos de cadeia longa (AGCL) – 14 ou mais C Ácidos graxos de cadeia média (AGCM) – 6 a 12 C Ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) – < 6 C Nível de saturação Saturada Insaturada Forma Cis Trans (hidrogenação) Animal Carne, gema, gorduras láteas da manteiga e queijo Vegetal Óleo de coco, manteiga vegetal e margarina hidrogenada Monoinsaturado azeite de oliva ácido oléico (ômega -9), óleo de canola Poliinsaturado óleo de milho, soja e algodão, girassol, nozes e sementes, óleo de linhaça. Ômega 6 ácido linoléico Ômega 3 linolênico (eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA)) Função Principal do Lipídeo Gorduras Ácidos graxo Carreador de vitaminas Reserva ENERGIA Vitaminas A, D, E, K) Proteção e isolamento Proteção de órgãos e isolante térmico Produção de hormônios esteróides Estrogênio, progesterona, testosterona, estradiol Tecido adiposo Adipócito (50.000 até 100.000 kcal) Músculo esquelético triglicerídeos intramusculares (fibras de contração lenta) – fornecimento de energia no exercício (2.000 a 3.000kcal) Plasma ácidos graxos circulantes Armazenamento Os triglicerídeos são transportados no sangue e armazenados nos adipócitos (célula de gordura), como reserva de energia 98% dos lipídios nos alimentos encontram-se na forma de triglicerídeos Utilização do lipídeo no exercício LIPÓLISE Quebra do Triglicerídeo ( na presença de 3H2O) através da enzima Lipase resultando na obtenção de uma molécula de Glicerol + 3 moléculas Ácidos graxos Aumento de desempenho físico com consumo de gordura pois o aumento da oxidação de ácido graxos diminui e preserva as taxas de utilização do glicogênio muscular, evitando a fadiga e melhorando a performance. No Exercício No Exercício Depois dos 20 min iniciais: Aumenta a energia proveniente das gorduras (70%) Pequena participação de glicogênio muscular Glicose sanguínea: muito utilizada (após 90 min, pode cair a níveis hipoglicêmicos) EXERCÍCIO BAIXO (25-30% do VO₂máx) e MODERADO (50-60% do VO₂máx) Primeiros 20 minutos: Glicogênio hepático e muscular: 40- 50% da energia Gorduras 50-60% da energia Importante lembrar... Metabolismo dos nutrientes no exercício de alta intensidade com pouca reserva de glicogênio Glicose sanguínea cai rapidamente ⇑ o nível de gordura circulante energia ⇑ a participação das proteínas energia A deficiência de carboidratos dificulta a metabolização da gordura, formando os corpos cetônicos (tóxico para o organismo) Para ocorrer o catabolismo das gorduras tem que ter OXALOACETATO disponível (proveniente da quebra dos CHOs). Se não tem carboidratos, a utilização das proteínas como fonte energética se torna significativa. Lipídios no exercício físico (Coyle, 2004; Cogan et al, 2000) (Coyle, 2004; Cogan et al, 2000) Lipídios no exercício físico Em geral: atletas consomem mais carboidratos e menos Lipídios que pessoas sedentárias Dieta muito reduzida em lipídios<15%lipídios Não proporciona maior benefício à saúde e a performance do que dieta moderada. Endurance Atletas com consumo adequado de lipídios: Melhoram desempenho utilização de Gordura como substrato energético e Polpa glicogênio Retardo da fadiga 83 Redução drástica: Pode comprometer performance e mais difícil manter ingestão adequada de Cho e Ptn para manter peso e massa muscular ômega 6 e ômega 3 devem totalizar em torno de 3% valor energético total da dieta Qdo dieta Lip: priorizar fontes vindas do Omega 3 Em atletas: lesão cutanea, intertilidade e sustibilidade á infecções RECOMENDAÇÕES no exercício físico Um adulto necessita diariamente cerca de 1g de gordura por kg/peso corporal, o que equivale a 30% do valor calórico total (VCT) da dieta 20 - 30% do VET 10% de gorduras saturadas (carnes, leite e derivados, ovos) 10% de poliinsaturados (nozes e sementes, óleo de peixe e frutos do mar, óleo de linhaça) 10% de monoinsaturados (azeite de oliva, abacate) (SBME, 2009) São antiinflamatórias, antibacteriadas, antifungicas, ajudam na eliminação de gordura e dão saciedade (hormônios, depressão). Caprichar no Omega 3 (Sardinha, castanhas) Colina, Luteína, zeaxantina Ácido laurico - molaurina
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