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Sentenças e liquidação

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Aula 08
Direito Processual Civil p/ XX Exame de Ordem - OAB
Professores: Equipe Gabriel Borges, Gabriel Borges
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 Direito Processual Civil 
 Teoria e Exercícios comentados 
 Prof. Gabriel Borges ʹ Aula 08 
 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ OAB 
AULA 08: DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. DAS PROVAS; DA 
SENTENÇA E DA COISA JULGADA; DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA; DO 
CUMPRIMENTO DA SENTENÇA. 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Capítulo IX: Audiência de conciliação ou de mediação. Audiência de 
instrução e julgamento. Da audiência de instrução e julgamento. Das 
provas; da sentença e da coisa julgada; da liquidação de sentença; do 
cumprimento da sentença. 
02 
2. Resumo 62 
3. Questões comentadas 63 
4. Lista das questões apresentadas 87 
5. Gabarito 93 
 
CAPÍTULO IX: DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. DAS PROVAS; DA 
SENTENÇA E DA COISA JULGADA; DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA; DO 
CUMPRIMENTO DA SENTENÇA. 
 
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO 
As formas consensuais de solução de conflitos foram valorizadas no 
CPC/2015. Como consequência desta valorização, houve a extinção do 
procedimento sumário e a existência, agora, somente do procedimento ordinário. 
Na estrutura do CPC/2015, no procedimento ordinário, a resposta ocorre 
posteriormente à citação do réu. No artigo 334 criou-se uma audiência de 
conciliação ou de mediação (que pode ser realizada no por meio eletrônico) que 
ocorre antes do momento de apresentação da resposta do réu e após a citação 
deste. 
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Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não 
for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de 
conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, 
devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. [...] 
§ 4º A audiência não será realizada: 
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na 
composição consensual; 
II - quando não se admitir a autocomposição. [...] 
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência 
deve ser manifestado por todos os litisconsortes. 
Reparem que tanto no §4º e § 6º demonstram a importância de que a 
composição consensual tomou no CPC/2015. O autor, já na petição inicial, deve 
indicar seu desinteresse na realização da audiência. Já o réu tem o prazo de 10 dias 
antes da audiência para se manifestar. Se as duas partes se manifestarem no 
sentido da não realização da audiência, o prazo de resposta do réu terá início do 
protocolo do pedido de cancelamento da audiência, de acordo com inciso II do art. 
335 do CPC/2015. 
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 
15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: [...] 
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de 
conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do 
art. 334, § 4º, inciso I [as duas partes se manifestarem contrariamente à realização 
da audiência de conciliação ou mediação]. 
Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de 
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de 
mediação com antecedência mínima de 30 dias, devendo ser citado o réu com 
pelo menos 20 dias de antecedência. 
A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de 
modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 minutos entre o início de uma e o início 
da seguinte. É permitida a realização de mais de uma sessão destinada à 
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conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 meses da data de realização da 
primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. 
Ainda que o autor manifeste seu desinteresse na realização da audiência, o 
réu será citado (integrará o processo) e intimado da audiência já designada. A 
realização da audiência ficará na dependência da manifestação do réu quanto ao 
seu desinteresse de realização. 
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na 
autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) 
dias de antecedência, contados da data da audiência. 
Para compreender este parágrafo é preciso trabalhar duas situações 
distintas. Se o autor não indicar, na petição inicial, o seu desinteresse da audiência, 
deverá ser imediatamente intimado da audiência, na presença do seu advogado. Isto 
porque mesmo que o réu não pretenda sua realização, a audiência ocorrerá. Assim, 
ao determinar a citação e a intimação do réu, cabe ao juízo determinar a intimação 
do autor. De outro modo, se o autor manifestar seu desinteresse na petição inicial, 
não será intimado de imediato, pois poderá o réu com ele concordar (com a não 
realização) e, dessa forma, a audiência não será realizada. 
As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores 
públicos. O § 9º do art. 334 do CPC/2015 apesar de criar um dever não menciona a 
consequência do descumprimento. Doutrinadores têm-se manifestado no sentido de 
não se tratar de um dever, mas de uma faculdade da parte. Isto porque o ato de 
autocomposição ou mediação é ato da parte, independente de capacidade 
postulatória, não sendo, assim, a ausência do patrono da parte um empecilho à 
solução consensual e homologação desta pelo juiz. 
Permite-se a constituição de um representante, por meio de uma procuração 
com poderes para negociar e transigir, caso a parte não queira comparecer à 
audiência. Este representante poderá ser um terceiro ou o advogado, já que na 
audiência só haverá a tentativa de solução consensual, não existindo, portanto, real 
empecilho a que a parte outorgue poderes a terceiros. 
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Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 93O § 8º foi muito comentado ± e por muitos considerado lamentável ± prevê 
que a ausência injustificada do autor ou do réu será considerada ato 
atentatório à dignidade da justiça, passível de sanção processual. 
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência 
de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será 
sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica 
pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. 
 DAS PROVAS 
O direito à prova tem origem nos princípios do contraditório e de acesso à 
justiça. Por meio desse direito, busca-se garantir adequada participação do cidadão 
no processo. Produzida a prova, ela se desprende de quem a apresentou e é 
integrada aos autos. Torna-se irrelevante saber quem a produziu, inclusive, podendo 
ser utilizada contra quem a encaminhou ao processo. 
O juiz irá valorar e considerar as provas sem se preocupar com a sua 
origem, a menos que seja ilícita. Ademais, elas têm efeito extensivo aos 
litisconsortes. Assim, os fatos provados podem alcançar as partes e litisconsórcios, 
ainda que para prejudicar. 
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do 
sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu 
convencimento. 
Ora, obviamente um fato não pode ser entendido de uma forma para um 
sujeito e de outra para outro, senão não se estaria privilegiando a verdade dos fatos. 
O fato é verdadeiro ou falso para todos os sujeitos do processo. Não estamos, 
contudo, afirmando que uma prova surtirá os mesmos efeitos a todos os sujeitos. 
Isso nem sempre ocorrerá e dependerá de como o fato que está sendo provado, ou 
não, atinge, especificamente, cada pessoa. 
 
1. TEORIA GERAL DA PROVA 
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A prova é tema fundamental para o processo civil, ela é o meio utilizado para 
formar o convencimento do juiz a respeito da existência de fatos controvertidos que 
tenham relevância para o processo. A produção dessas provas não será necessária 
se a questão controvertida for apenas de Direito. 
Sob o aspecto objetivo, a prova é compreendida como um conjunto de 
instrumentos produtores da certeza jurídica ou o conjunto de instrumentos utilizados 
para demonstrar a existência de fatos relevantes para o processo. 
Não há consenso quanto à natureza jurídica das normas que tratam das 
provas. Embora a tendência mais moderna a considere de natureza processual, há 
algumas correntes que atribuem a elas natureza substancial. 
 
1.1. CLASSIFICAÇÃO 
A - Quanto ao fato 
a) Diretas: buscam demonstrar a veracidade da alegação de ocorrência 
de determinado fato. São aquelas provas que mantém relação imediata com o que 
se quer provar. Exemplo: recibo de quitação é prova direta do pagamento. 
b) Indiretas: destinam-se a comprovar a veracidade dos fatos 
secundários (indícios). Por meio dos indícios, o juiz poderá deduzir o fato principal, 
ou seja, referem-se a fato diferente do que se quer provar, mas permitem que por 
meio delas e de induções se prove o fato desejado. Exemplo: prova de danos nas 
plantações para demonstrar que houve prática de turbação no imóvel. 
 
B - Quanto ao Sujeito 
a) Pessoal: a verdade dos fatos será verificada com base em uma 
declaração ou afirmação de alguém sobre esses fatos ± produzida por uma 
declaração consciente de alguém. Exemplo: depoimento pessoal e prova 
testemunhal. 
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b) Real: constituída por meio de objetos (coisas) que revelam fatos. Não 
há, portanto, declaração da verdade. Nesse caso, a verdade dos fatos será 
verificada por meio do exame de coisa ou pessoa. Exemplo: perícia. 
 
C - Quanto à preparação 
a) Causal: formada dentro do próprio processo. Exemplo: perícia e 
depoimento processual. 
b) Pré-constituída: produzida fora do processo. Exemplo: prova 
documental. 
D - Quanto ao objeto 
Testemunhais: formadas de modo oral. Não é a prova testemunhal 
somente, mas também o depoimento pessoal, o depoimento do perito, o 
interrogatório etc. 
Documentais: consistem nas afirmações sobre o fato, na forma escrita ou 
gravada (ex.: fotografia). 
Materiais: são as demais provas, que não se classifiquem como 
documentais nem como testemunhais. 
 
1.2. OBJETO DA PROVA 
O objeto essencial da prova são os fatos. Esses deverão ser 
demonstrados no processo se mantiverem relevância para seu julgamento. Assim, 
nem tudo que se discute no processo precisa ser comprovado. 
O direito deve ser de conhecimento do juiz e por isso não precisa ser 
provado, o que poderá ser exigida é a prova de sua vigência, uma vez que o juiz não 
é obrigado a conhecer, todas as normas jurídicas de direito municipal, estadual, 
estrangeiro ou consuetudinário (CPC/2015, art. 376). Dessa forma, essa exigência 
constitui exceção ao jura novita cria (o juiz tem que conhecer a norma jurídica). 
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A prova da vigência da norma pode ser feita por meio de certidões ou, no 
caso de direito estrangeiro, por pareceres de juristas do outro país ou ainda por 
juristas locais que tenham notório conhecimento da legislação estrangeira. 
As partes têm o direito de empregar todos os meios legais e os moralmente 
legítimos, ainda que não especificados no CPC/2015, para provar a verdade dos 
fatos, em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do 
juiz (art. 369). 
O objeto de prova deverá ser pertinente à causa em discussão. Se a prova 
que se quer produzir nada irá acrescentar ao convencimento do juiz, por motivo de 
economia processual, deve ser evitada. É também impertinente a produção de prova 
sobre fato impossível. O CPC, em seu art.374, cita alguns fatos relevantes que não 
precisam ser comprovados: 
1 ± Notórios: aqueles de conhecimento geral. Para que assim sejam 
entendidos, não há necessidade que sejam de conhecimento do juiz; mas o sendo, 
não podem ser declarados de ofício. Assim, são notórios os de conhecimento geral 
na região onde tramita o processo. Não é preciso que eles sejam de conhecimento 
global para serem notórios. 
Exemplo: É do conhecimento detodos os paulistanos, os sérios problemas 
de violência urbana, a criminalidade e o trânsito lento na Grande São Paulo. Em 
uma cidade do interior, todos sabem que são frequentes as inundações nas casas 
de uma determinada região ribeirinha. 
2 ± Os afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária: não 
há porque provar o que não está sendo contestado. A confissão pode ser a expressa 
pela parte ou ser ficta, esta advém da revelia ou do descumprimento do ônus da 
impugnação especificada dos fatos (CPC, art. 341), quando eles produzirem efeitos. 
3 ± Os admitidos, no processo, como incontroversos: embora os fatos 
comprovados expressa ou fictamente sejam incontroversos, nem sempre será 
afastada a possibilidade de produção de prova. Esses fatos estão especificados nos 
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incisos dos art. 341 e 345, e, para eles, mesmo que não haja contestação ou 
impugnação especificada dos fatos, o juiz determinará a produção de provas. 
 
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as 
alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não 
impugnadas, salvo se: 
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei 
considerar da substância do ato; 
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. 
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se 
aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. 
 Observando-se que esta regra, quanto ao ônus da impugnação 
especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao 
órgão do Ministério Público (parágrafo único). 
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: 
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei 
considere indispensável à prova do ato; 
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou 
estiverem em contradição com prova constante dos autos. 
4 ± Cuja existência ou veracidade a lei já faça presumir: o legislador 
presume a veracidade de determinados fatos de maneira absoluta (juris et de juri, 
não admite prova em contrário) ou relativa (juris tantum, admite prova em contrário). 
A presunção, nesse caso, é resultado do fato confirmado que, a partir da aplicação 
da lei, se pode concluir. 
A presunção de veracidade em uma alegação exclui a necessidade de que 
ela seja provada. Quando essa presunção for relativa, o adversário é quem 
produzirá provas demonstrando a inveracidade (Exemplo: revelia). Já no caso da 
presunção absoluta a produção de provas em contrário será totalmente afastada. 
As presunções podem ser: 
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a) Legais: estabelecidas pelo próprio legislador. Exemplo: revelia ou 
culpa do patrão por ato do empregado. 
b) Simples ou hominis: decorrem da observação daquilo que 
normalmente acontece. Exemplo: acidente de trânsito no qual há colisão na traseira 
de um veículo que segue à frente. 
Obs.: Os indícios são sinais indicativos da existência ou veracidade de um fato, mas 
sozinhos não provam tal fato. Assim, eles não podem ser confundidos com as 
presunções. 
 
1.2.1. PROVA DE FATO NEGATIVO 
Os fatos negativos não precisam ser provados (negativa non sunt probanda), 
isso ocorre porque se demonstra a existência de um fato e não sua inexistência, ou 
seja, quem afirma a existência de um fato é quem deve prová-lo e não quem o nega. 
 
1.2.2. O JUIZ E A PRODUÇÃO DA PROVA 
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as 
provas necessárias ao julgamento do mérito. 
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências 
inúteis ou meramente protelatórias. 
 
O CPC/2015, art. 370, esclarece que o juiz não tem mais um papel passivo 
na condução do processo. Ele não age como espectador limitando-se a procurar a 
verdade formal dos fatos que as partes apresentam. Para encontrar a solução mais 
justa do processo, ele precisa interferir diretamente na produção da prova, 
procurando a verdade real para tomar sua decisão. Ainda que o processo trate 
somente de interesse exclusivo, sempre haverá um interesse indisponível ± a 
solução mais justa possível. 
O juiz, a princípio, não deve julgar com base no ônus da prova. Deverá 
buscar sempre a verdade real, determinando de ofício a produção de provas se 
houver inércia das partes, e somente quando esgotadas as possibilidades de 
produção de provas poderá recorrer a essa opção, devendo, contudo, manter a 
imparcialidade, já que o objetivo é encontrar a solução mais justa. 
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Nesse caso, a atividade probatória não caberá somente às partes, mas o juiz 
também deve interferir. Não pode se contentar com a verdade formal ao declarar o 
ônus da prova sem recorrer a tudo que for possível para encontrar a verdade real. 
A interferência do juiz também permite que se assegure a igualdade entre os 
sujeitos processuais ± princípio da igualdade, garantido tanto pela CF quanto pelo 
CPC. Essa exigência da lei processual é real e possibilita que o juiz solicite a 
produção de provas não requeridas pela parte mais fraca. 
Ora, caso se omitisse, não defendendo a parte mais fraca, o juiz estaria 
desrespeitando a imparcialidade, afrontando a própria Carta Magna. Assim, fica 
claro que o magistrado poderá de ofício solicitar a produção de provas para 
assegurar o princípio da igualdade e que se encontre a verdade. 
Em regra, o ônus da prova caberá ao autor quando se tratar de fato 
constitutivo de seu direito. Deve o autor, portanto, provar os fatos que alega na 
petição inicial ± as partes têm o ônus de produzir prova e não o dever. O réu não 
precisa provar a inverdade do que alegou o autor, se não o fizer, não ficará em 
situação de desvantagem. Ficará, sim, se o autor provar o que alegou. 
A exceção ocorre quando o réu alegar, em defesa de mérito indireta, fato 
novo, que possa extinguir, modificar ou impedir direito do autor. Nessecaso, há 
inversão do ônus. Exemplo: o réu alega compensação de dívida numa ação de 
cobrança (na compensação, duas pessoas são ao mesmo tempo credoras e autoras 
uma da outra). 
A regra do ônus da prova terá importância para o juiz quando, no momento 
da decisão, a prova for insuficiente ou inexistente. De modo que ele terá que dizer a 
quem recaía a prova dos fatos e julgar com desvantagem para aquela parte. A 
inversão do ônus da prova se dá de três modos: 
a) Convenção entre as partes: salvo quando recair sobre direito 
indisponível da parte ou tornar à parte excessivamente difícil o exercício do direito 
(art. 373, § 3º). 
b) Legal: Aquela prevista expressamente em lei. Temos esse exemplo no 
Código de Defesa do Consumidor, por exemplo, no § 3o do art. 14: o fornecedor de 
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serviços só não será responsabilizado quando provar: I ± que, tendo prestado o 
serviço, o defeito inexiste; II ± a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
c) Judicial. O juiz deverá analisar a viabilidade de seu cabimento 
mediante verificação dos requisitos legais. Ocorre também no CDC, inciso VII do art. 
6o: a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da 
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a 
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de 
experiências. 
O ônus de alegar antecede ao ônus de provar, ou seja, o objeto da prova 
será delimitado pelos fatos alegados. Na petição inicial o autor irá mencionar os 
fatos constitutivos do seu direito e o réu, na contestação, invocará fatos extintivos, 
modificativos ou impeditivos do direito do autor, e o juiz se aterá aos fatos 
apresentados pelas partes na hora de proferir seu julgamento, não podendo 
considerar fatos que essas partes não tenham apresentado. 
O ônus da prova poderá ser examinado sob dois aspectos: 
a) Subjetivo: as regras do ônus da prova são dirigidas às partes e cada 
uma delas deverá provar as alegações que formulou para convencer o juiz de sua 
veracidade. Nesse caso, há distribuição de encargos entre as partes e aquela que 
não cumprir sua parte sofrerá as consequências negativas desse descumprimento. 
b) Objetivo: as regras do ônus da prova são dirigidas ao magistrado para 
orientar o julgamento e ele não poderá proferir o non liquet �³QmR� HVWi� FODUR´��� 2X�
seja, sem determinar a produção das provas necessárias à apuração do ocorrido, o 
juiz não poderá alegar incerteza quanto aos fatos que fundamentam o pedido. 
Depois de cumprido todo o processo de instrução e não havendo mais 
provas que possam esclarecer os fatos, caso haja uma dúvida insanável, o juiz 
deverá dar a sentença com base no ônus da prova. Isso significa que ele se 
perguntará a quem cabia fazer a prova e se a resposta for ao autor, então a 
demanda será julgada improcedente, se for ao réu, será procedente. Cabe ressaltar 
que o juiz só se utilizará dessa premissa em casos extremos, onde a dúvida seja 
invencível. 
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1.3. DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA 
Está previsto no art. 373 do CPC e estabelece: o ônus da prova incumbe: 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do 
direito do autor. 
Assim, no aspecto subjetivo pode-se dizer que o ônus da prova cabe a 
quem faz a alegação. Essa regra vale não somente para autor e réu, mas também a 
qualquer outro que venha a intervir no processo. Ou seja, cada parte terá o ônus de 
provar aquilo que alegou e que é do seu interesse ver reconhecido. 
Numa defesa de mérito indireta, o réu irá reconhecer o direito, mas ao 
mesmo tempo oporá fato impeditivo, modificativo ou extintivo, desse modo, o réu 
estará assumindo o ônus de provar o que alegou. 
Pelo aspecto objetivo do ônus da prova não se leva em conta quem 
produziu a prova, mas, tão somente, se ela foi produzida. Ou seja, afasta-se a 
questão de a quem recaía provar segundo critérios relativos aos sujeitos do 
processo, importa se o que foi alegado está provado. As provas não pertencem a 
uma ou outra parte, integram o processo. 
Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa 
relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos 
ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o 
ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, 
caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que 
lhe foi atribuído. 
O ônus da prova de modo diverso determinado pelo juiz, não pode gerar 
situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou 
excessivamente difícil. 
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A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção 
das partes (pode ser celebrada antes ou durante o processo), salvo quando: 
I - recair sobre direito indisponível da parte; 
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
 
1.4. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
De maneira geral a parte que tem interesse na demonstração de um fato é 
quem tem o ônus de comprová-lo. A inversão do ônus da prova se dará quando 
houver alteração dessa regra natural de distribuição de ônus e poderá ter três 
origens distintas: legal, convencional ou judicial. 
 
1.4.1. INVERSÃO CONVENCIONAL 
É possível alterar a distribuição do ônus da prova entre as partes através de 
convenção. Isso está disposto no CPC/2015, art. 373, §3º, que prevê também duas 
exceções a essa possibilidade: a distribuição diversa do ônus da prova também 
pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: 
I - recair sobre direito indisponível da parte; 
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
Assim, no caso do inciso I a inversão não será possível, pois uma vez que o 
direito é indisponível não está sujeito à transação, nem à confissão, e a inversão 
seria uma burla indireta a essas proibições. 
Já no caso do inciso II, mesmo que o direito seja disponível e o interessado 
possa renunciar ou transigir sobre ele, o própriojuiz não pode conduzir um processo 
público no qual a parte assumiu, por convenção, o ônus de produzir a probatio 
diabolica, ou seja, uma prova muito difícil de ser alcançada. 
 
1.4.2. INVERSÃO JUDICIAL 
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O juiz autorizado pela lei, ao proferir o julgamento, altera as regras legais de 
distribuição do ônus da prova. Isso acontece no Código de Defesa do Consumidor, 
quando no art. 6º, VIII, prevê-se a permissão da inversão do ônus da prova em favor 
do consumidor sempre que o juiz acreditar ser verossímil a alegação ou quando for 
ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência. 
Pode ocorrer a inversão judicial de fato quando o juiz considerar que o 
consumidor é hipossuficiente não só economicamente, mas principalmente quanto à 
informação. Ou seja, sempre que a produção de prova se tornar difícil para o 
consumidor porque lhe falta esclarecimento técnico ou informações que estão em 
poder do fornecedor. 
 
1.5. HIERARQUIA DAS PROVAS 
O CPC/2015, art. 371, consagrou o princípio da persuasão racional ou livre 
convencimento motivado. Isso significa que, ao analisar a prova, o juiz pode atribuir 
valor a ela como melhor lhe aprouver. Assim, as provas, independentemente de seu 
tipo, poderão influenciar o juiz na tomada de decisão, uma não terá necessária 
prioridade ou preferência sobre outra. 
Esse princípio diverge do sistema da prova legal, ou tarifada, em que cada 
tipo de prova tem um valor fixo pré-estabelecido. Esse sistema deixa pouca margem 
à formação da convicção do juiz e é repudiado pela processualística moderna. 
Apesar desse repúdio, é possível citar exemplos da prova legal em nosso 
ordenamento, é o caso do art. 406 CPC/2015. 
Art. 406. Quando a lei exigir instrumento público como da substância do ato, 
nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta. 
O sistema de convicção íntima permite que o juiz decida de acordo com sua 
vontade sem nem mesmo se basear nas provas e sem fundamentar sua decisão. A 
adoção desse sistema abre espaço para arbitrariedades judiciais e por isso não é 
mais utilizado, a não ser no caso das decisões do Tribunal do Júri. 
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O princípio da persuasão racional ou livre convencimento motivado 
permite que o juiz tenha liberdade para dar o valor que julgar necessário às provas, 
mas também lhe atribui o dever de justificar sua decisão com base nas provas 
colhidas, demonstrando quais delas foram mais importantes para convencê-lo de 
sua decisão. Essa decisão não poderá basear-se em razões pessoais, motivações 
emocionais e nem num conhecimento próprio dos fatos. Quando o caso for de 
conhecimento próprio dos fatos, o juiz deverá ser substituído, mas poderá ser ouvido 
como testemunha. 
 
1.6. FONTES E MEIOS DE PROVA 
Fontes de prova são elementos específicos e externos ao processo por meio 
dos quais se podem extrair informações relevantes para a comprovação do que se 
alega. Poderá ser considerada fonte, a pessoa que tenha conhecimento dos fatos e 
possa dar seu depoimento, bem como coisa de cujo exame possam ser elucidadas 
questões de fato relevantes ao processo. Essas fontes deverão ser submetidas a 
análises e investigações necessárias para que se esclareça o que for necessário. 
Meios de prova são métodos gerais usados nos processos para a 
investigação do fato. São elementos genéricos e internos ao processo. Enquanto 
uma pessoa que contenha informação sobre os fatos é uma fonte de prova, a prova 
testemunhal, com todos os seus requisitos e formas de obtenção é um meio. 
Coisa cujo exame traga informações sobre o processo é uma fonte, e prova 
pericial ou inspeção judicial é o meio. Quanto a esses meios, estabelece o 
CPC/2015, art. 369: As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem 
como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para 
provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir 
eficazmente na convicção do juiz. 
A confissão não é propriamente um meio de prova e sim uma declaração em 
que a parte reconhece fato que lhe é desfavorável tornando desnecessária a 
produção de provas. 
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O artigo 369, citado, possibilita a apreciação de provas atípicas, não 
previstas no ordenamento jurídico. Segundo o artigo, o rol de provas mencionado na 
lei é numerus apertus (exemplificativo). São exemplos de provas atípicas ± prova 
emprestada, constatações feitas por oficial de justiça, comportamento 
extraprocessual das partes. 
 
1.7. ESPÉCIES DE PROVA 
O CPC/2015 prevê espécies típicas de provas ± testemunhal, pericial, 
documental, depoimento pessoal, confissão e inspeção judicial, mas não 
restringe a ocorrência de outras espécies: as atípicas, que devem cumprir a regra, já 
mencionada, do art. 369: a prova deve ser legal e moralmente legítima. 
 
1.7.1. DEPOIMENTO PESSOAL 
Quando a parte contrária requer testemunho das partes em juízo, origina-se 
o depoimento pessoal. É uma espécie de prova oral. Não se confunde com prova 
testemunhal, pois os sujeitos que prestam depoimento pessoal devem estar na 
relação jurídica processual como partes da demanda. 
Também não se confunde depoimento pessoal com prova pericial, pois 
enquanto o depoimento pessoal deve ser prestado por sujeitos interessados, 
diretamente, no processo, a prova pericial deve ser dirigida por um terceiro que não 
tenha interesse na solução processual. 
O pedido para depoimento pessoal dos sujeitos envolvidos deve ser feito 
expressamente pela parte contrária do processo (autor ou réu). Admite-se pedido de 
depoimento pessoal feito por terceiros intervenientes dos sujeitos que se encontram 
em posição oposta no processo. No entanto, não se admite o pedido de ofício feito 
pelo juiz, pois, nesse caso, estaria ocorrendo o interrogatório da parte e não 
depoimento pessoal. 
O Ministério Público, quando atuar como parte, poderá requerer depoimento 
pessoal da parte contrária. Quando atuar como fiscal da ordem pública, não se pode 
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falar em parte contrária, mas o MP poderá requerer o depoimento pessoal das 
partes. Frise-se que figura como sujeito no depoimento pessoal, sempre, a pessoa 
física. Essa regra se aplica à pessoa jurídica que seja parte no processo, de modo 
que o depoimento pessoal da pessoa jurídica será realizado por representante 
legal ou preposto com poderes de confessar. Por fim, regem o depoimento 
pessoal o princípio da pessoalidade e da indelegabilidade. 
 
A - Consequências do depoimento pessoal 
O depoimento pessoal terá seus efeitos definidos em razão de fatores 
diversos, como presença da parte na audiência de instrução, da postura adotada, do 
conhecimento dos fatos. A parte que prestar o depoimento pessoal deverá ser 
intimada pessoalmente, não sendo suficiente a intimação do seu patrono. 
Também se deve ter em mente que a presença não é dever processual, e 
sendo assim, não é admitida a aplicação de nenhuma sanção ao ausente. 
Entretanto, há um efeito processual originado da ausência da parte: a confissão 
tácita, ou seja, os fatos apresentados pela parte contrária serão considerados 
verdadeiros. 
Além de que, acarretará o mesmo efeito citado quando a parte comparecer, 
mas ficar em silêncio ± não respondendo às perguntas do juiz, do defensor da parte 
contrária ou às respondendo de modo evasivo, salvo se a parte permanecer em 
silêncio nos casos previstos nos arts. 386 e 388, CPC/2015, situações em que não 
sofrerá sanção de serem imputados como verdadeiros os fatos não contestados. 
Art. 386. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao 
que lhe for perguntado ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais 
circunstâncias e os elementos de prova, declarará, na sentença, se houve recusa de 
depor. 
Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre fatos: 
I - criminosos ou torpes que lhe forem imputados; 
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo; 
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III - acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu 
cônjuge, de seu companheiro ou de parente em grau sucessível; 
IV - que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas 
no inciso III. 
Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às ações de estado e de 
família. 
Contudo, mesmo nas exceções acima citadas, não se admite o silêncio 
quando as ações forem de caráter de estado e de família (parágrafo único do art. 
388, CPC/2015). 
A confissão expressa poderá ocorrer na audiência. Para que isso ocorra, 
basta a parte, no depoimento pessoal, responder positivamente às perguntas que 
contêm como objeto fatos contrários a seu interesse. 
 
B - Procedimento 
O depoimento pessoal é composto por quatro etapas: propositura, 
admissibilidade, produção e valoração. 
1 ± Propositura: para o autor, ocorre com a petição inicial e para o réu, com 
a contestação. 
2 ± Admissibilidade: ocorre no saneamento do processo devendo ser feita 
oralmente, na audiência preliminar, ou por escrito por meio da decisão saneadora. 
Em qualquer das formas, trata-se de uma decisão interlocutória, recorrível por 
agravo. 
3 ± Produção: divide-se em duas fases: preparação e realização. A 
preparação ocorre antes da audiência de instrução, constitui a intimação. Essa tem 
caráter pessoal e poderá ser feita por meio dos correios ou pelo oficial de justiça. A 
realização, por sua vez, ocorre na audiência de instrução e julgamento. 
4 ± Valoração: ocorrerá no momento em que o magistrado proferir a 
sentença. 
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1.7.2. INTERROGATÓRIO DAS PARTES 
Constitui um meio de prova e pode ser determinado de ofício pelo juiz, a 
qualquer tempo, para esclarecer fatos que não tenham ficado claros ao longo do 
processo. Tem caráter complementar e por isso geralmente é solicitado depois do 
encerramento da instrução quando o juiz ainda precisa sanar alguma dúvida que 
restou após analisar as provas. 
Não deve ser confundido com o depoimento pessoal, que apesar de também 
ser um meio de prova é requerido pelo adversário e ocorre na fase de instrução do 
processo tendo como objetivo extrair da parte uma confissão. 
 
A - Procedimento 
O juiz manda intimar as partes pessoalmente para serem interrogadas. O 
intimado não tem a obrigação de comparecer e sim o ônus, logo se não o fizer 
deverá arcar com os prejuízos de sua omissão. Nesse caso o juiz não aplicará a 
pena de confesso, pois essa só cabe para recusa de depoimento pessoal, porém 
como ele precisava de esclarecimentos que não obteve, isso poderá prejudicar o 
que se omitiu. 
Uma vez determinado o interrogatório o juiz questionará os pontos que 
precisa elucidar e os advogados poderão participar e até formular perguntas. 
 
1.7.3. CONFISSÃO 
A parte favorece o adversário declarando fatos contrários ao seu próprio 
interesse. A confissão tem natureza jurídica de declaração unilateral de 
reconhecimento de fatos e não deve ser considerada como meio de prova, pois não 
é um mecanismo à disposição das partes para obter informações a respeito de fatos 
relevantes para o processo. Apesar disso, ela influencia fortemente o convencimento 
do juiz, já que afasta a controvérsia quanto ao fato discutido. 
É diferente da renúncia ao direito ou do reconhecimento jurídico do pedido, 
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pois, nestes (renúncia o direito e reconhecimento jurídico do pedido) a parte abre 
mão do direito discutido no processo e extingue-se o processo com o julgamento do 
mérito em desfavor de quem tenha renunciado a direito, ou, em seu favor, se houver 
reconhecimento jurídico do pedido pelo réu. 
Por meio da confissão, a parte admite a verdade de um fato, mas isso não 
significa que o pedido do adversário será acolhido, pois cabe ao juiz estabelecer as 
consequências desseato, fundamentando-se no princípio do livre convencimento 
motivado. 
Dessa forma, a confissão ocorre quando a parte admite como verdadeiros os 
fatos alegados contra si. Ela engloba três elementos: reconhecimento de fato 
alegado; voluntariedade; prejuízo à parte que confessou. Além disso, para que a 
confissão seja eficaz, é necessário preencher alguns requisitos: o confitente deve ter 
capacidade plena; inexigibilidade de forma especial para a validade do ato; 
disponibilidade do direito relacionado ao fato confessado. 
É considerada pela lei processual como negócio jurídico, tanto que pode ser 
anulada se houver vício de consentimento. 
Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de 
erro de fato ou de coação. 
Parágrafo único. A legitimidade para a ação prevista no caput é exclusiva do 
confitente e pode ser transferida a seus herdeiros se ele falecer após a propositura. 
 
A - Espécies de confissão 
A confissão pode ser: 
1 ± Judicial: realizada nos autos por meio de atos do processo e pode ser 
feita tanto pela parte como por representante com poderes para confessar. Verifica-
se no processo, podendo ocorrer a qualquer tempo durante o depoimento da parte e 
podendo ter a forma escrita ou oral. Se for escrita poderá vir em qualquer 
manifestação das partes, como contestação, réplica ou petição apresentada aos 
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autos. Além disso, pode ser provocada ou espontânea. 
a) Provocada: é resultado do depoimento pessoal, podendo ser real ± 
quando a parte responde às perguntas ± e ficta, quando a parte não comparece na 
audiência ou nega-se a responder às perguntas injustificadamente. 
b) Espontânea: realiza-se fora do depoimento pessoal, podendo ser oral 
ou escrita. 
2 ± Extrajudicial: feita fora do processo, oralmente (caso em que só terá 
eficácia se a lei não exigir prova literal ± CPC/2015, art. 393) ou de modo escrito. 
Quando escrita e feita pela parte ou por representante, terá a mesma eficácia 
probatória da judicial. 
Quando feita por terceiros ou contida em testamento, será apreciada 
livremente pelo magistrado. Devemos lembrar que nenhuma das formas de 
confissão é prova plena. Ademais, a confissão é indivisível, não sendo permitido à 
parte aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável. 
A confissão judicial ou extrajudicial poderá ser feita pela parte ou por 
procurador com poderes especiais. 
Art. 390. A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada. 
§ 1º A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte ou por 
representante com poder especial. 
§ 2º A confissão provocada constará do termo de depoimento pessoal. 
 
B - Eficácia da confissão 
A confissão dispensa a prova porque torna os fatos sobre os quais se 
discute incontroversos (CPC/2015, art. 374). Porém, essa regra é relativa e não 
absoluta devido ao princípio do livre convencimento motivado do juiz. Ou seja, 
embora a confissão provoque presunção de veracidade dos fatos, ela é um 
dos vários elementos de convencimento do juiz e ele é quem decidirá se ela 
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torna os fatos incontroversos dispensando outras provas, ou se não os 
considera assim determinando as provas e baseando sua decisão no conjunto dos 
elementos, entre eles a confissão. 
Restrições à eficácia da confissão: 
a) A confissão extrajudicial, feita verbalmente, só será eficaz se a lei não 
exigir prova literal. 
b) Não é possível provar por confissão atos ou negócios jurídicos para os 
quais se exija por lei a forma escrita como substância do ato. 
c) Terá sua eficácia apreciada pelo juiz confissão judicial ou extrajudicial 
feita por escrito a terceiro. Nesse caso, o juiz aprecia a existência e não a eficácia da 
confissão e decide livremente se ela ocorreu ou não. 
d) Se a forma constituir a própria substância do ato, a confissão não será 
eficaz como prova. Exemplo: quando a lei exigir, como da substância do ato, o 
instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-
lhe a falta. (CPC/2015, art. 406). 
Nos casos de litisconsórcio, qualquer um dos litisconsortes pode confessar 
sem o consentimento dos demais, mas essa confissão só é prova contra ele mesmo 
(CPC, art. 391). Inclusive, pode ocorrer de essa confissão não ser eficaz nem 
mesmo para o confitente, pois o fato por ele confessado pode ser impugnado pelos 
demais litisconsortes, tornando-o controverso e fazendo com que se torne 
necessária a produção de provas. 
Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, 
todavia, os litisconsortes. 
Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos 
reais sobre imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá 
sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de separação absoluta de 
bens. 
Assim, a dispensa de provas, nesse caso, só ocorrerá se o litisconsorte 
confessar fato que se refira somente a ele e a seus interesses, o que só é possível 
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no litisconsórcio simples já que no unitário o que é relevante a um litisconsorte é 
relevante para todos, forçando-se uma solução comum. 
Aplica-se a regra do art. 391 do CPC/2015, referente aos litisconsortes, à 
confissão expressa e ficta. No parágrafo único do mesmo dispositivo (art. 391), 
estabelece-VH� TXH� ³nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais 
sobre imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a 
do outro, salvo se o regime de casamento for o de separação absoluta de bens´��
Com isso, o legislador procura evitar que se burle a exigência de outorga uxória 
(exigência de que a pessoa casada tenha o consentimento do outro cônjuge) nas 
demandas que versem sobre bens imóveis. Constitui exceção a essa regra, segundo 
o novo Código Civil, os casos de casamento em regime de separação absoluta de 
bens, que dispensa a outorga uxória (consentimento expresso pela esposa ao 
cônjuge), sendo suficiente a confissão de cônjuge titular do bem, mesmo que 
desacompanhado. 
Será considerada confissão ineficaz aquela referente a fatos relacionados a 
direitosindisponíveis, geralmente, de natureza extrapatrimonial e pública. Nesses 
casos, o juiz não considerará os fatos incontroversos e procederá à produção de 
provas. 
Ademais, a eficácia da confissão está restrita a prova de fatos, jamais de 
direitos. 
C - Perda de eficácia 
O art. 393, CPC2015, trata da irrevogabilidade da confissão. A confissão 
será anulada se decorreu de erro de fato ou de coação. A legitimidade para a 
postulação em juízo é exclusiva do confitente e pode ser transferida a seus 
herdeiros se ele falecer após a propositura. 
Durante o curso do processo não há nada que impeça ao confitente de 
demonstrar que sua confissão não partiu de uma declaração de vontade livre e 
consciente. Assim, a ineficácia será decidida incidenter tantum (incidentalmente), 
sem força de coisa julgada, pelo mesmo juiz que já está cuidando do processo e, se 
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demonstrado o vício, ele negará sua eficácia e não se baseará nela para seu 
convencimento. 
 
D - Indivisibilidade da confissão 
Está disposta no CPC/2015, art. 395�� ³Art. 395: a confissão é, em regra, 
indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar como prova aceitá-la no 
tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável, porém cindir-se-á 
quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir fundamento de 
defesa de direito material ou de reconvenção.´ 
A leitura do referido artigo transmite uma impressão equivocada de que a 
parte é quem decidirá se invoca ou não a confissão como prova. Porém, a confissão 
constará nos autos e o juiz é quem decidirá qual sua importância para a formação de 
seu convencimento. 
A indivisibilidade significa que a confissão deve ser analisada como um todo 
e não isoladamente, admitindo apenas a parte em que o confitente declare algo em 
seu desfavor. Se o réu confessar na contestação ou o autor na reconvenção novos 
fatos que constituam fundamento de defesa, haverá a cisão. Pois não é possível 
confessar em seu próprio favor, somente sobre fatos contrários ao interesse próprio. 
O juiz é quem decidirá se dispensa ou não a produção de provas por causa 
da confissão. 
 
1.7.4. PROVA DOCUMENTAL 
Amplamente, é qualquer coisa capaz de representar um fato; estritamente, 
documento é o papel escrito. Está disposta no CPC/2015, art. 405, e o legislador 
atribuiu a ela grande importância, uma vez que procurando manter a segurança 
jurídica, cada vez mais, as pessoas abandonam os acordos verbais e passam a 
documentar suas relações. 
Em vários casos, a própria lei material exige que o contrato tenha uma forma 
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determinada. Esses são os negócios solenes, que se comprovam pela juntada do 
respectivo instrumento, porém até os contratos não solenes vem sendo celebrados 
de maneira escrita. Isso ocorre porque, mesmo que o acordo não tenha uma forma 
específica, como é o caso do contrato de locação, as partes preferem fazê-lo 
formalmente para se resguardarem. 
A - Conceito de documento 
É qualquer representação material que sirva para provar um determinado 
fato ou ato. Geralmente são classificadas como prova documental literal aquelas 
escritas, mas os documentos podem utilizar outros tipos de suporte e também outras 
formas de representação. Exemplo: gravações em áudio. 
Os documentos são fontes de prova passiva, uma vez que as 
informações retiradas deles não precisam de participação ativa de alguém, 
como ocorre com a prova testemunhal, por exemplo. 
O conceito de documento se assemelha ao de instrumento, porém esse 
último (instrumento) representa a utilização da forma escrita para registrar uma 
declaração de vontade, é espécie, enquanto documento é o gênero. 
O instrumento pode ser da própria essência do negócio, constituindo 
verdadeiro suporte da manifestação de vontade sem o qual não haveria poder 
vinculante. Nos contratos solenes, por exemplo, exige-se o instrumento público 
como da essência do negócio, contudo em alguns casos a lei não o exige, podendo 
as partes optar por fazê-lo para produzir prova futura da manifestação da vontade. 
B - Classificação dos documentos 
1 ± Quanto à autoria 
a) Autógrafos: o que neles está contido foi produzido pelo próprio autor. 
Exemplo: escritos particulares, pois são lavrados pelos próprios emissores de 
vontade. 
b) Heterógrafos: o que neles está contido foi produzido por outra pessoa. 
Exemplo: escrituras públicas, pois nelas o tabelião lavra a vontade dos contratantes. 
c) Públicos: expedidos por escrivão, tabelião ou funcionários públicos em 
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geral. (CPC/2015, art. 405). O documento público faz prova da sua formação e dos 
fatos que forem declarados como presenciados por escrivão, chefe de secretária, 
tabelião ou do servidor que declarar que ocorreram em sua presença. Assim, 
quando o documento for produzido por agente público e na presença de oficial de 
justiça serão considerados como verdadeiros quanto à formação e quanto aos fatos 
alegados. Essa presunção é relativa, uma vez que poderá ser contestada por meio 
de outras provas produzidas no processo. Quando a lei exigir instrumento público, 
prova diversa não poderá suprir a ausência do documento público. 
d) Privados: expedidos por particulares. O documento particular é aquele 
elaborado sem a intervenção de oficial público. É considerado documento particular 
aquele escrito e assinado pelos sujeitos; escrito por terceiros e assinado pelo 
declarante; escrito pela parte e não assinado e aquele que não foi nem escrito nem 
assinado pela parte. Nos dois primeiros casos, serão considerados verdadeiros os 
fatos em relação ao signatário ± presunção de veracidade relativa. Será autor do 
documento: aquele que o fez e o assinou; aquele por conta de quem foi feito, 
estando assinado; e aquele que, mandando compô-lo, não o assinou porque, 
costumeiramente, não se assina. 
 
2 ± Quanto ao conteúdo 
a) Narrativos: contêm declarações referentes a um fato de conhecimento 
de quem escreve. 
b) Dispositivos: contêm declaração de vontade, e não do conhecimento 
de um fato. Assim como os contratos, eles se relacionam com a constituição, 
extinçãoou modificação das relações jurídicas. 
3 ± Quanto à forma 
a) Solenes: para serem válidos exigem uma forma específica que deve 
ser observada. 
b) Não solenes: não há exigência de uma forma específica para serem 
válidos. 
 
C - Exibição de documento ou coisa 
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Geralmente, a parte que vai usar os documentos já os tem e é quem deve 
juntá-los aos autos. Porém, existe a possibilidade de o juiz atribuir poder ao que não 
tem esses documentos para exigi-los de quem tem, existem duas maneiras de fazer 
isso: 
a) Requisição judicial: é enviada pelo juiz às repartições públicas, 
obrigando-DV� D� FXPSULU� VXD� GHWHUPLQDomR�� DSUHVHQWDQGR� ³I ± as certidões 
necessárias à prova das alegações das partes; II ± os procedimentos administrativos 
nas respectivas causas em que forem interessados a União, os Estados, os 
Municípios, ou as entidades da administração indireta´� �DUW�� 438). No caso dos 
procedimentos administrativos, o juiz mandará extrair cópia ou certidão das peças 
indicadas pelas partes ou de ofício, no prazo improrrogável de 1 mês, e restituirá 
os autos à origem. 
Essa ordem de requisição pode ocorrer de ofício ou a pedido das partes 
sempre que houver documento necessário à apuração dos fatos que não pode ser 
conseguido sem a intervenção judicial. 
As requisições feitas às repartições públicas têm sido utilizadas não só para 
a juntada de documentos, mas também para buscar informações que serão úteis às 
partes. Ex.: requisição de endereços ou dados de alguém, informações sobre a 
existência de bens ou depósitos bancários junto ao Banco Central ou Receita 
Federal. 
 
a) Qualquer reprodução mecânica faz prova quando 
a parte contrária a confirmar. 
b) Em caso de impugnação, o magistrado 
determinará a produção de prova pericial. 
c) Reproduções fotográficas ou obtidas por meio de 
outros processos de reprodução terão validade de certidão 
sempre que o escrivão der fé a sua conformidade. 
d) Quando o documento tiver emenda, borrão ou 
cancelamento, em parte substancial do processo, caberá ao 
juiz apreciar a fé do documento. 
e) A fé do documento termina quando: declarada 
judicialmente sua falsidade, contestada a assinatura, até que 
se comprove a veracidade e quando for assinado em branco e 
de modo abusivo for preenchido. 
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D- Incidente de falsidade documental 
A falsidade documental pode ser objeto de uma arguição incidente ao 
processo, tanto os documentos públicos como os privados poderão ser objeto do 
incidente de falsidade documental (arts. 430 a 433 do CPC/2015). 
A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 
(quinze) dias, contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos. 
Uma vez arguida, a falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a 
parte requerer que o juiz a decida como questão principal, nos termos do inciso II do 
art. 19. 
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: [...] 
II - da autenticidade ou da falsidade de documento. 
A parte arguirá a falsidade expondo os motivos em que funda a sua 
pretensão e os meios com que provará o alegado. Depois de ouvida a outra parte no 
prazo de 15 (quinze) dias, será realizado o exame pericial. Contudo, não se 
procederá ao exame pericial se a parte que produziu o documento concordar em 
retirá-lo. 
A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada como 
questão principal, constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá 
também a autoridade da coisa julgada. 
E - Produção da prova documental 
A produção da prova documental deve ser realizada pelo autor na petição 
inicial e pelo réu na contestação. Apesar da natureza preclusiva do art. 434 do 
CPC/2015 ± que dispõe sobre produção ao tempo dos movimentos iniciais das 
partes no processo (petição inicial ou contestação) ± admite-se, excepcionalmente: 
1) a juntada posterior de documentos formados após a petição inicial ou 2) a 
contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis 
após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a 
impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a 
conduta da parte. 
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Quando o documento consistir em reprodução cinematográfica ou 
fonográfica, a parte deverá trazê-lo na inicial ou na contestação, que será feita em 
audiência para qual serão intimadas as partes. 
 
1.7.5. PROVA TESTEMUNHAL 
É produzida por meio de inquirição de pessoas estranhas ao processo sobre 
fatos que sejam relevantes para o julgamento. A própria testemunha fornece as 
informações ao juiz, tornando-se um meio de prova ativo e pessoal. Esse meio de 
prova sofre inúmeras críticas e, muitas vezes, é restringido ou menos valorizado no 
processo por ser considerado mais suscetível a distorções dos mais variados tipos. 
Mesmo assim, a oitiva de testemunhas é indispensável como instrumento de prova, 
podendo comprovar fatos que não possam ser por outro meio comprovados. 
Também, nesse caso, prevalece o princípio do livre convencimento, ou seja, 
o juiz é quem decidirá de maneira motivada o que é importante para formação de 
sua convicção. Assim, o juiz poderá basear sua convicção em um ou em vários 
depoimentos, desde que quem testemunhou seja idôneo, insuspeito, tenha 
conhecimento dos fatos e preste declarações verossímeis. 
A - Admissibilidade e valor da prova testemunhal 
As restrições estabelecidas pela lei para a admissibilidade da prova 
testemunhal permitem perceber a menor confiabilidade atribuída a elas pelo 
legislador. Elas estarão sujeitas a demonstração de fatos controvertidos, que a 
testemunha conheça direta ou indiretamente. 
As testemunhas não serão ouvidas sobre questões jurídicas, técnicas ou 
científicas. É vedada pela lei processual inquirição de testemunhas sobre fatos: I - já 
provados por documento ou confissão da parte; II - que só por documento ou por 
exame pericial puderem ser provados. 
Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é admissível a 
prova testemunhal quando: 
a) Houver começo de prova por escrito,reputando-se tal o documento 
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emanado da parte contra quem se pretende utilizar o documento como prova; 
b) o credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a prova 
escrita da obrigação, em casos como o de parentesco, de depósito necessário ou de 
hospedagem em hotel ou em razão das práticas comerciais do local onde contraída 
a obrigação. 
Dessa forma, não se aplica essa restrição ao documento escrito produzido 
pelo adversário, mesmo que não assinado. Logo o documento deve ser escrito, não 
acompanhado de fotografias ou gravações e conter indícios relevantes sobre a 
existência do contrato. 
B - A testemunha 
Deverá ser pessoa física, alheia ao processo, mas que conheça fatos 
relevantes a ele e compareça perante o juiz para declará-los. Seu interesse deve ser 
o de colaborar com o juízo, limitando-se a oferecer informações verdadeiras. Já o 
testemunho é o ato de prestar depoimento. 
Pessoas incapazes, impedidas ou suspeitas são proibidas por lei de prestar 
depoimento, pois é necessário que a testemunha tenha condições físicas e morais 
para prestá-lo. Assim, são incapazes de depor: 
a) Interdito por enfermidade ou deficiência mental; 
b) o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em 
que ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, 
não está habilitado a transmitir as percepções; 
c) o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos; 
d) o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que 
lhes faltam. 
Obs.: Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas 
menores, impedidas ou suspeitas. 
Aquele que tenha menos de 16 anos é incapaz e, em regra, não poderá 
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depor (CPC/2015, art. 447, § 1º, III), mas o relativamente capaz não o é. Ele poderá 
depor sem nenhuma restrição, não havendo nem mesmo a necessidade de ser 
assistido por pais ou tutor. 
Quem intervém em nome de qualquer das partes é impedido de ser testemunha 
(representante legal dos incapazes e das pessoas jurídicas). Também são 
impedidos quem é parte, o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente 
em qualquer grau e o colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por 
consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público ou, tratando-se 
de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova 
que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito. 
Obs.: O companheiro da parte também é impedido de depor, se houver 
união estável. 
São suspeitos como testemunhas: I - o inimigo da parte ou o seu amigo 
íntimo; II - o que tiver interesse no litígio. 
Perde a credibilidade e por isso é suspeito aquele que mantém profunda 
amizade íntima ou profunda inimizade capital. Embora seja difícil para o juiz avaliar 
amizade íntima, ele deverá fazê-lo procurando parâmetros indicativos de um 
relacionamento próximo, e o mesmo ocorrerá com a inimizade capital. O fato de 
existir ação em curso entre a parte e a testemunha não a tornará suspeita, antes 
deverá ser verificada a natureza e grau desse litígio. 
Exemplo: Poderá ser suspeita a testemunha que tenha interesse no litígio e 
esse interesse poderá ter várias origens. Também poderá ser suspeita testemunha 
que trabalhe para a parte, pois a relação de subordinação poderia cercear sua 
liberdade. 
Antes de iniciar o depoimento far-se-á a qualificação da testemunha e se 
houver qualquer dos elementos que configurem casos de suspeição ou 
impedimento, o juiz poderá dispensar o depoimento. Se isso não for feito, a parte 
poderá contraditar a testemunha arrolada por seu adversário; isso é, alegar a 
incapacidade, impedimento ou suspeição. Essa ação deverá ser requerida antes que 
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o juiz advirta a testemunha a dizer a verdade, e antes de ter início o depoimento. 
A parte que a solicitar deve expor as razões pelas quais a está solicitando e 
pode inclusive comprovar por meio de documentos suas alegações. O juiz 
questionará a testemunha sobre as alegações e se ela negar, o suscitante terá a 
chance de comprovar suas alegações, levando ao juiz até três testemunhas para 
depor e comprovar essas alegações. Se o juiz as acatar, poderá dispensar a 
testemunha ou ouvi-la sem compromisso; se negar, ouvirá a testemunha advertindo-
a das penas de falso. 
Como já se mencionou, quando houver necessidade extrema, o juiz poderá 
admitir o depoimento das testemunhas menores, impedidas ou suspeitas sem 
compromisso e dará o valor que achar conveniente, que será diferente dos que tem 
compromisso (CPC/2015, art.447, §4º). 
 Existem três tipos de testemunhas: 
1 ± Presencial: aquela que presenciou o fato. 
2 ± Referência: aquela que não presenciou o fato, mas teve conhecimento 
por meio de quem supostamente o cometeu. Nesse caso, o testemunho será mero 
indício. 
3 ± Referida: a "testemunha referida" é, na verdade, aquela cuja 
existência se toma conhecimento no depoimento de outra testemunha. 
C - Cabimento 
Caso não haja disposição em contrário, a prova testemunhal é admissível. 
(P�UHJUD��WRGR�WHUFHLUR�SRGH�WHVWHPXQKDU��)RL�GLWR�³HP�UHJUD´�SRUTXH�R�DUW���47 do 
CPC/2015 prevê exceções, por meio de impedimento, incapacidade e suspeição. 
Em relação ao magistrado, caso seja arrolado como testemunha, caberá a 
ele decidir se testemunhará ou não. Se optar por testemunhar, será declarado 
impedido, devendo remeter o processo para o substituto legal. Nesse caso, a parte 
que o arrolou não poderá desistir da oitiva, pois estaria ferindo o princípio do juiz 
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natural. 
O juiz, decidindo

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