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SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA Profa Rosaline Lunardi UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CUA UFMT ENFERMAGEM SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA COMUNICAÇÃO E ENTREVISTA ANAMNESE EXAME FÍSICO O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO COMUNICAÇÃO É competência básica do ser humano; É um processo: de entendimento das situações e seus determinantes; de relacionamento entre os sujeitos; de transformação do sujeito e da sua realidade. SENTIR – PENSAR - ATUAR MENSAGEM CONTEXTO EMISSOR RECEPTOR RECEPTOR EMISSOR MENSAGEM Linguagem / símbolos comuns SOM / FALA IMAGEM / ESCRITA SENSAÇÕES O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO COMUNICAÇÃO LINGUAGENS: Verbal palavra escrita ou falada Paraverbal Não verbal expressão facial – corporal gesticulação e movimentos vestimentas, aparência, postura O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO MENSAGEM MENSAGEM EMITIDA MENSAGEM RECEBIDA Quando: • Completa concordância entre todas mensagens – verbais e não verbais • Uso de linguagem totalmente comum a ambos; • Ausência de interferências do ambiente e outros indivíduos; • Mesmos determinantes biopsicossociais dos indivíduos; O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO MENSAGEM Ruídos na Mensagem e Perdas na comunicação o que se quer dizer - o que se realmente diz o que dizemos - o que o outros ouvem o que ouvem - o que entendem o que entendem - o que lembram o que lembram - que retransmitem O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO MENSAGEM • A mensagem que enviamos, conscientemente, não é a única que o outro recebe; • A mensagem enviada não é o único determinante das reações do outro; O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ENTREVISTA ENTREVISTA Fatores Internos • Gostar de pessoas; • Empatia; • Capacidade de ouvir. Fatores Externos • Garantir a privacidade – portas / biombos / cortinas • Evitar interrupções – funcionários / visitantes • Ambiente físico confortável – temperatura / iluminação / móveis • Posição das pessoas – mesma altura / distanciamento adequado • Vestuário – trocas apenas na emergência e para EF ENTREVISTA COMO COMEÇAR??? ENTREVISTA O início da entrevista • Chamar o cliente pelo título e nome (sr., sra., etc.) • Apresentar-se – nome e função (aluno, estagiário); • Explicar a entrevista – duração e finalidade Lembre-se: muitos profissionais fazem entrevista Ex: “Gostaria de fazer algumas perguntas sobre sua saúde e atividades habituais para planejarmos o que podemos lhe oferecer neste hospital / serviço.” ENTREVISTA O início da entrevista Faça perguntas abertas: “Diga-me por que veio aqui hoje?” “O que o trouxe ao hospital / unidade?” “Como tem passado?” “Como passou desde a nossa última conversa?” “Dor de estômago? Conte-me desde quando começou.” ENTREVISTA O início da entrevista Use perguntas fechadas para: • investigar problemas pregressos; • investigar história de saúde; • levantar algumas características sócio-econômicas; • esclarecer pontos das respostas abertas; • diminuem o vínculo • encurtam a conversa • omitem dados importantes da narrativa LEMBRE-SE: ENTREVISTA Auxiliando a narrativa • facilitação: “mm-hmm” “continue” “e depois?” etc • silêncio: tempo de reorganizar o pensamento • reflexão: dar eco aos sentimentos paciente: “meu estômago dói, não consigo comer! enfermeiro: “não consegue comer? paciente: “toda a vez que eu como carne, pão, leite, meu estômago arde e acabo vomitando... ...” ENTREVISTA Auxiliando a narrativa • empatia: colocar-se com o outro (mas não “em seu lugar”) Paciente: Enfermeiro: “Deve ser difícil... Um dia responsável por tanta gente e hoje se sentindo tão dependente dos outros.” “Sempre cuidei da minha família, dos meus filhos, dos meus irmãos. Até os vizinhos eu sempre estou ajudando e cuidando... E agora... Olha eu aqui... precisando dos outros para tudo!” ENTREVISTA Auxiliando a narrativa • esclarecimento: de expressões ambíguas / confusas Cliente : “Sempre tomo suco de limão senão meu sangue fica grosso”. Enfermeira: “O que quer dizer com ”seu sangue fica grosso” ? O que a senhora sente quando o sangue está grosso? Cliente: “As costas me matam em dia de faxina. Enfermeira: “Pelo que eu entendi, a senhora sente dor nas costas quando lava muita roupa ou limpa o chão. É isso?” ENTREVISTA Auxiliando a narrativa • confronto: de informações ou observações discordantes. Enfermeiro: “Você tinha dito que não bebia mais, mas agora acabou de dizer que bebe umas doses de vez em quando.” “Você diz que não dói mais quando anda, mas porque você está mancando?” “Você parece triste!” ENTREVISTA Auxiliando a narrativa • interpretação: Paciente: “Eu não quero mais tomar banho neste horário, mas não consigo falar para a Davina [tec. Enf.] quando ela chega com balde, pano, e tudo aquilo.” Enfermeira: “Você está com medo de como ela vai reagir?” ENTREVISTA Auxiliando a narrativa • explicação: - enfermeiro esclarece uma norma ou rotina – exames, dieta, etc • resumo: - enfermeiro resume o que ouviu - paciente concorda ou corrige com o que o enfermeiro entendeu O RESUMO MOSTRA QUE A ENTREVISTA ESTÁ ACABANDO. ENTREVISTA O QUE EVITAR ??? ENTREVISTA O QUE EVITAR NA ENTREVISTA • falsa tranquilização: • dar conselhos não-solicitados (ou falsamente solicitados): “vai ficar tudo bem!” “estarei sempre aqui para ajudá-lo!” Cliente: “O médico disse que tenho que operar para poder engravidar, mas não sei se quero. Se fosse você, o que faria?” Enfermeiro: X “Se fosse você... ...” S “Com o que está preocupada?” ENTREVISTA O QUE EVITAR NA ENTREVISTA • uso de autoridade: • uso de eufemismos: evita lidar com a realidade • distanciamento do problema: “seu enfermeiro / médico é que sabe o que é melhor.” “passar desta para melhor” “descansou em paz.” “minha amiga tem uma mancha escura nas costas... ...” “a mama esquerda tem um caroço” - [ “minha mama”] “a doença de Harper deixa a pessoa cansada” – [“você”] ENTREVISTA O QUE EVITAR NA ENTREVISTA • uso de jargão profissional: • uso de perguntas tendenciosas: “O acidente vascular cerebral que o senhor sofreu...” [derrame] “sua mãe sofreu um infarto agudo do miocárdio.” [ataque cardíaco] “você tem hipertensão” [pressão alta] “você não bebe, bebe?” “você toma quantos banhos por dia?” “você escova os dentes sempre depois que come?” ENTREVISTA O QUE EVITAR NA ENTREVISTA • falar demais: O enfermeiro deve ouvir mais do que falar • interrupções: Concluir a frase pelo paciente. Antecipar a resposta ou continuidade da fala. Preocupar-se com o que vai dizer assim que o outro parar de falar. ENTREVISTA O QUE EVITAR NA ENTREVISTA • Perguntas tipo “Por quê?”: coloca a pessoa na defensiva Para crianças o “por quê?” - natural do desenvolvimento. Para adultos o “por quê? ” - relação com culpa e condenação. X V “O senhor começou a ter dor no peito ainda de manhã, POR QUÊ veio ao hospital somente esta hora?” “O senhor começou a ter dor no peito ainda de manhã. O que aconteceu desde a hora que começaram as dores até a hora que o senhor chegou ao hospital?” ENTREVISTA Habilidades Não-Verbais • Ouvir com os olhos e ouvidos • Aparência física • Postura • Gestos • Expressão facial • Contato visual • Voz • Contato físico – com cuidado ANAMNESE ANAMNESE Objetivo: Colher dados subjetivos fornecidos pelo cliente, que serão agrupados com dados objetivos dos exames físico e laboratoriais Composição: • Dados biográficos • Motivos de busca do atendimento • História de saúde /doença atual • História de saúde / doença pregressa • História familiar • Revisão dos sistemas – declarações do cliente • Avaliação funcional – atividades, relações, hábitos, etc.
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