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Atividade avaliativa - Filme o minimo para viver

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ATIVIDADE AVALIATIVA
	DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO:
	Nome do Aluno: Anna Rachel Souza Balthar Turma: TEAMS Manhã
Disciplina: Teorias e Técnicas Psicoterápicas___Data: 17/09/2021_
	INSTRUÇÕES PARA RESPONDER ESTUDO DIRIGIDO:
	· Ao responder sugiro que faça reflexões e apontamentos sobre os materiais estudados em sala;
· As respostas devem ser baseadas no Filme: O mínimo para viver e na bibliografia vista em aula;
· A atividade deve ser enviada até a data de 17/09 às 23:59 em pdf para o e-mail: Lizandra.psi@gmail.com.
1. Como ocorre a mudança da personagem principal no filme?
2. O que foi preciso acontecer para que a personagem principal decidisse mudar?
3. Associe o capitulo um do livro “cartas a um jovem psicanalista” que expõem os pontos que um bom terapeuta precisa ter com os aspectos observados no filme.
4. Qual terapêutica foi utilizada no filme?
Filme: O mínimo para viver
O filme conta a história da jovem de vinte anos chamada Ellen que lida com um distúrbio alimentar que afeta milhares de pessoas mundialmente, a anorexia. Ellen está obcecada em ter um corpo magro e mesmo tendo um discurso de auto controle sobre essa situação, a jovem não tem noção do risco que está correndo, uma vez que atingiu um nível extremo de magreza.
A anorexia deve ser diagnosticada por meio de critérios estabelecidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) e pela Classificação Internacional de Doenças (CID-10). A incidência dos transtornos alimentares aumenta muito entre jovens e sobretudo em mulheres, pois há, por parte principalmente da mídia grande ênfase na magreza feminina como uma expressão de “beleza”. Este assunto já é abordado bem no início do filme onde logo ouvimos: "Parece que toda vez que você liga a TV ou olha uma revista, é: "Nossa, que bolo delicioso." É como se fosse uma recompensa. Aí você vira a página e tem uma gorda triste no "antes", e tudo nela diz: "Eu me odeio". E a garota magra do "depois" diz: "Fiz dieta e agora sou feliz. Todo mundo me ama." 
O filme traz à tona possíveis comportamentos de um indivíduo com anorexia pode ter, e estes incluem: contar as calorias dos alimentos; vomitar sem que ninguém veja; mastigar a comida e cuspir; praticar exercícios intensos após se alimentar; medir o tamanho do corpo, controle obsessivo do peso, abuso de laxantes e remédios inibidores de apetite.
Seguindo o contexto da trama, a jovem Ellen passou por vários médicos, clínicas e internações, mas não conseguiu sucesso em nenhuma delas. A jovem vive em um contexto familiar conturbado. Ela mora com seu pai, extremamente ausente, sua madrasta, que tenta a sua maneira ajudar a jovem, mas usa de frases e métodos como fazer um bolo escrito “me coma”, ou associar a doença de Ellen ao fato de que sua mãe casou-se com outra mulher, e sua irmã mais nova, que gosta dela, mas vive dizendo: “é só comer”. A mãe de Ellen, mora longe, e sugeriu que a filha morasse com o pai, por não conseguir lidar mais com aquela situação.
Uma das viradas na vida da personagem se dá quando ela chega ao consultório do Dr Beckham, levada por sua madrasta. Mesmo desinteressada em se ajudar, no fundo ela sente-se culpada em fazer as pessoas sofrerem, então aceita ir à consulta e se depara com um médico que utiliza métodos bem diferentes dos quais ela já havia passado. 
Beckham proíbe que falem com ele sobre comida (“não ajuda em nada e vocês só mentem”) e que sintam pena de si próprios (“só atendo quem tem interesse de continuar vivo”). Ellen concorda com a internação, mesmo achando o médico diferente, parece-me que suas palavras conferiram a ele autoridade de um profissional que sabe com o que está lidando. 
Chegando ao lugar onde ficará internada, percebemos que o ambiente é diferente de todos que ela havia passado. Ellen conhece outras pessoas que passam por distúrbios alimentares também e todos buscam vencer os desafios dia após dia, no entanto, cada um com a sua maneira, seu tempo, seus segredos, suas histórias e vivências.
No lar, os moradores são recompensados com pontos, que podem ser “trocados” por passeios, presentes ou algo que eles queiram, por bom comportamento ou metas atingidas. Nos casos de anorexia e bulimia nervosa, a intervenção se dá por meio de um programa no qual o indivíduo é reforçado conforme alguns comportamentos estabelecidos. A partir disso, pode-se usar como modelo a cena na qual Ellen senta-se com seus colegas e ambos realizam as refeições juntos, ao redor da mesa, objetivando incentivar a alimentação. 
Aqui quero ressalta a atitude do Dr Beckham ele possui uma postura de curiosidade sobre a humanidade, ele prefere dar aos pacientes uma certa liberdade do que os aprisionar em um ambiente contra a sua vontade. Tenta trazer a família para perto da problemática da paciente, pois a abordagem psicológica individual e familiar é importante para o tratamento da anorexia, mas a família da jovem apresenta dificuldade de comunicação e expressão de sentimentos.
O médico não apresenta doses de preconceito, se apresenta como um facilitador, sua presença é consistente e importante, afinal, ele é um elo de esperança para Ellen e os demais pacientes. O personagem não é apenas um médico que está ali para receitar remédios e passar a mão na cabeça dizendo que tudo ficará bem, mas para que o paciente desenvolva autoconhecimento para compreender o que está vivendo, e aceitar as mudanças comportamentais necessárias, bem como desenvolver autocontrole e algumas estratégias para a resolução de problemas.
Aproximadamente no meio do filme, Beckham mostra a Ellen uma forma de interação que valoriza o sujeito e não a doença. Em uma conversa com a jovem, ele a questiona sobre ela mesma, e guiando-a em um raciocínio chegam ao seu nome Ellen que significa “a mulher mais bonita”, e ressignificam esse nome para Eli, “a elevada, aquela que ascendeu”. É uma mudança da condição de admirada – ou lamentada – para a de lutadora, que não vai desistir.
A trama se desenrola e Ellen se isola, prefere ficar sozinha, claramente não quer ter melhora alguma, pois não se vê e não se sente doente. Mesmo sentindo fome, Ellen se recusa a comer e piora cada vez mais, ela não se alimenta por achar que não vai mais conseguir parar e vai acabar perdendo o controle do peso. Aqui notamos que a eventual cura do paciente é um processo que é individual, é dele/a. 
Ellen procura o Dr Beckham e muito alterada, “exige” respostas e posturas do médico, a paciente chega a querer confrontá-lo, nitidamente ela está frustrada e com raiva. Faz perguntas a ele, o interpela dizendo, só você pergunta? O médico permite que a jovem faça perguntas, e deixa transparecer que ele também fez escolhas, e que essas escolhas também tiveram dose de sofrimento, angústia ou perda.
No texto “Cartas a um jovem terapeuta”, Calligaris sugere que o terapeuta não deve esperar gratidão dos seus pacientes. Ou seja, o terapeuta faz o possível e o paciente vai mudar na medida que ele conseguir e quando isso acontecer é mérito exclusivamente do paciente, pois o processo é dele/a. Profissão de terapeuta vem junto com frustração, lidar com a sua e a de seu paciente também.
O que quero dizer é que Ellen, nitidamente frustrada, procura Beckham e o mesmo “deixa” que a protagonista chegue até o fundo do poço para mostrar como a vida tem a sua importância. Há uma cena, em particular, que ele leva os pacientes para um passeio e é neste momento que ele afirma que certos detalhes podem trazer paz e vontade de viver, que deixar a vida escapar por entre os dedos é um caminho sem volta.
A causa dos transtornos alimentares é multifatorial, sendo combinados fatores biológicos, psíquicos e sociais. Porém, seu início costuma estar associado a algum evento estressor. A razão pela qual a garota “optou” por esse caminho, o filme não dá apenas uma, mas várias “razões”. Ellen vive várias situações estressoras
Mesmo criando laços afetivos no novo lar, Ellen deixa a clínica e sai ao encontro de sua mãe. Chegando ao local ela vive uma experiencia com sua genitora, em uma conversaa filha escuta da mesma: “Eu estava em depressão após o parto, creio que não te segurei e alimentei como poderia”, diz a mãe, sentindo-se culpada. Nesse momento, com cuidado, a mãe a aconchega ao colo e a jovem aceita uma mamadeira. É como se a mãe lhe dissesse: estou mais forte agora e já consigo lhe autorizar a viver sua angústia.
Mais uma vez destacando a terapêutica do médico, ele diz “Deveríamos poder deixar essas crianças irem até o fim”. A função dele, não é dizer o que a paciente tem que fazer, nem lhe obrigar a fazer algo, mas sim apontar as possibilidades fazendo com que a jovem se tornasse consciente das possíveis consequências e assumisse a sua escolha de uma forma racional e não emocional. Levar a entender, ou aceitar a autorresponsabilidade pelos atos e escolhas dela própria. Levá-la a perceber que os padrões de comportamento que ela construiu ao longo da vida, a levou ao lugar onde está. A escolha é SUA!
Depois de andar por muito tempo, a jovem sente-se mal, nesse momento ela tem um encontro consigo mesma, conseguindo enxergar a sua imagem debilitada, esquelética e sem vida. Ellen, ou Eli vai até o fim para descobrir – após voltar ao seu começo, após deixar-se alimentar pela mãe – e perceber que quer viver, que pode perder o controle da sua alimentação para “o outro”, que pode se deixar envolver pelo colo de outrem. 
Esse momento é libertador. O paciente do lugar de “vítima das circunstâncias” assume que pode escolher outro modo de lidar com o conjunto de situações normais (ou anormais) da vida, do cotidiano... Ellen também consegue perceber que teria outro caminho, perto de Luke, com quem dividiu sentimentos de amor e cuidado. Nesse momento a jovem enxerga que dependerá dela escolher um caminho de força, esperança e recuperação, ou simplesmente largar tudo e se entregar a doença.
Finalizando, a escolha de uma abordagem terapêutica adequada dos transtornos alimentares, mais especificadamente, da anorexia, é fundamental para que haja um manejo terapêutico de forma assertiva e, consequentemente, o sucesso do tratamento, resultando em uma melhor qualidade de vida ao indivíduo, empregando-se, assim, de técnicas para trabalhar a autoestima; autocontrole; autoconfiança; autoconhecimento; desenvolvimento de habilidades sociais; e elaboração de uma análise funcional.

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