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RBTI ISSN 0103-507X EDITORIAL 151 Por Que Necessitamos de Outros Indicadores de Resposta Inflamatória na UTI? Suzana Lobo ARTIGO ORIGINAL 153 Relevance of Base Deficit in the Outcome of Critically ill Patients Admitted with Hyperlactatemia Alexandre Toledo Maciel, MD; Vladimir Ribeiro Pinto Pizzo, MD; Adriano da Silva Machado, MD; Marcelo Park, MD, PhD ARTIGO ORIGINAL 157 Não é Possível Predizer o Lactato Arterial Elevado Utilizando a Mensuração da Diferença de Base em Pacientes com Sepse Grave na Fase Precoce de Reanimação João Manoel Silva Junior, Ederlon Rezende, Edvaldo V. de Campos, José Marconi A. Sousa, Mirene de O. Silva, Cristina P. Amendola, Samantha L. S. Almeida ARTIGO ORIGINAL 162 Avaliação dos Índices Prognósticos SOFA e MODS em Pacientes após Parada Cardiorrespiratória em Unidade de Terapia Intensiva Geral Ley Ortega Bueno, Hélio Penna Guimarães, Renato Delascio Lopes, André Perrilier Schneider, Patrícia Helena Rocha Leal, Ana Paula Resque Senna, Yara Juliano, Flávia Ribeiro Machado, José Luiz Gomes do Amaral ARTIGO ORIGINAL 165 Desempenho de Oito Modelos Prognósticos para Pacientes Internados na Unidade de Terapia Intensiva José Rodolfo Rocco, Márcio Soares, Paloma Felga Cariello, Joana Dantas, Daniela Gadelha, Flávia Bittencourt Fontes, César Augusto Amorim, Flávia Nardes, Gilson dos Santos Jr, Thaís Cobucci, Ana Luiza Filgueiras, Paula Silveira, Luciane de Figueiredo Mello ARTIGO ORIGINAL 170 Fatores Prognósticos em Pacientes com Neoplasias Hematológicas Gravemente Enfermos Márcio Soares, Jorge Ibrain Figueira Salluh, José Rodolfo Rocco, Nelson Spector ARTIGO ORIGINAL 176 Critérios Prognósticos de Pacientes Graves: Comparação entre a Percepção dos Médicos e o Índice APACHE II Rachel Duarte Moritz, Rafaela Frare Schwingel, Fernando Osni Machado ARTIGO ORIGINAL 181 Decisão de não Introduzir ou de Retirar Tratamentos de Suporte para Pacientes Terminais Internados em Unidades de Terapia Intensiva Rodrigo Abensur Athanazio, Marcelo Campos Barbetta, Almir Galvão Vieira Bitencourt, Flávia Serra Neves, Lara de Araújo Torreão, Sydney S. Agareno, José Mário Meira Teles, Octávio Messeder Volume 17 - Nº 3 Julho/Setembro 2005 ARTIGO ORIGINAL 185 Controle da Pressão do Balonete de Cânulas Traqueais: Estudo Prospectivo em Unidade de Terapia Intensiva Geral Gutemberg de Souza Cardoso, Hélio Penna Guimarães, Renato Delascio Lopes, Patrícia Helena Rocha Leal, Felipe Souza, Carla Janaína Guedes, Ana Paula Resque Senna, Flávia Ribeiro Machado, José Luiz Gomes do Amaral ARTIGO ORIGINAL - LABORATORIAL 188 Correlação entre a Pressão Expiratória Final de CO2 e o Débito Cardíaco no Choque Hemorrágico Experimental Marcos Mello Moreira, Renato Giuseppe Giovanni Terzi, Evandro Luis Assis Ferreira, Ana Cristina de Moraes, William Adalberto Silva ARTIGO ORIGINAL - PEDIATRIA 194 Alterações Clínico-Laboratoriais no Diagnóstico de Sepse Neonatal Caroline Fraga Valle, Ana Paula Goulart, Felipe Dal-Pizzol, Ana Carolina Lobor Cancelier ARTIGO ORIGINAL - PEDIATRIA 198 Profundidade de Inserção do Tubo Endotraqueal em Crianças Submetidas à Ventilação Mecânica Fernanda Umpierre Bueno, Guilherme Eckert , Jefferson Pedro Piva, Pedro Celiny R Garcia ARTIGO ORIGINAL 202 Mecanismos de Aumento de la PCO2 Tisular en el Shock Arnaldo Dubin ARTIGO DE REVISÃO 207 Proteína C-reativa como Indicador de Infecção. Porque não Experimentar? Pedro Póvoa ARTIGO DE REVISÃO 212 Procalcitonina e Proteína C Reativa como Indicadores de Sepse Alexandre Vieira Ribeiro da Silva, Fábio Santana Machado ARTIGO DE REVISÃO 217 Transporte Intra-Hospitalar de Pacientes Graves André Miguel Japiassú CASO CLÍNICO 221 Lithium-Induced Nephrogenic Diabetes Insipidus in Postoperative Patient. Case Report Domingos Dias Cicarelli, M.D., Fábio Ely Martins Benseñor, M.D. PhD, Emerson Abe, Marcos Haruki Yokayama, M.D.; Joaquim Edson Vieira, M.D. PhD Volume 17 - Número 3 - Julho/Setembro 2005 Fundada em 1980 Diretoria para o Biênio 2004-2005 Presidente José Maria da Costa Orlando Vice-Presidente Waldemar Henrique Fernal 1º Secretário Marcelo Moock 2º Secretário Luiz Alexandre A. Borges 1º Tesoureiro Rosa G. Alheira Rocha 2º Tesoureiro Afonso José Celente Soares Associação de Medicina Intensiva Brasileira Rua Domingos de Moraes, 814 Bloco 2 – Conj. 23 Vila Mariana – CEP 04010-100 São Paulo – SP Tel.: (11) 5575-3832 sedenac@amib.com.br Indexada na base de dados Lilacs A REVISTA BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSI- VA reserva-se todos os direitos, inclusive os de tradução, em todos os países signatários da Convenção Pan-Ame- ricana e da Convenção Internacional sobre os Direitos Autorais. Os tra- balhos publicados terão seus direitos autorais resguardados pela AMIB, que em qualquer situa- ção agirá como sua de- tentora. SUMÁRIO 147 EDITORIAL 151 Por Que Necessitamos de Outros Indicadores de Resposta Inflamatória na UTI? Why we do Need other Indicators for Inflammatory Response in the ICU? Suzana Lobo ARTIGO ORIGINAL 153 Relevance of Base Deficit in the Outcome of Critically ill Patients Admitted with Hyperlactatemia Relevância do Déficit de Base no Prognóstico de Pacientes Críticos Admitidos com Hiperlactatemia. Alexandre Toledo Maciel, MD; Vladimir Ribeiro Pinto Pizzo, MD; Adriano da Silva Machado, MD; Marcelo Park, MD, PhD ARTIGO ORIGINAL 157 Não é Possível Predizer o Lactato Arterial Elevado Utilizando a Mensuração da Diferença de Base em Pacientes com Sepse Grave na Fase Precoce de Reanimação It Is Not Possible To Predict Elevated Arterial Lactate Level Using Measurement of Base Excess in Severe Sepsis Patients at Early Resuscitation Phase João Manoel Silva Junior, Ederlon Rezende, Edvaldo V. de Campos, José Marconi A. Sousa, Mirene de O. Silva, Cristina P. Amendola, Samantha L. S. Almeida ARTIGO ORIGINAL 162 Avaliação dos Índices Prognósticos SOFA e MODS em Pacientes após Parada Cardiorrespiratória em Unidade de Terapia Intensiva Geral Evaluation of Prognostic Indexes SOFA and MODS in Patients After Cardiac Arrest in Intensive Care Unit Ley Ortega Bueno, Hélio Penna Guimarães, Renato Delascio Lopes, André Perrilier Schneider, Patrícia Helena Rocha Leal, Ana Paula Resque Senna, Yara Juliano, Flávia Ribeiro Machado, José Luiz Gomes do Amaral ARTIGO ORIGINAL 165 Desempenho de Oito Modelos Prognósticos para Pacientes Internados na Unidade de Terapia Intensiva Performance of Eight Prognostic Scores in Patients Admitted to the Intensive Care Unit José Rodolfo Rocco, Márcio Soares, Paloma Felga Cariello, Joana Dantas, Daniela Gadelha, Flávia Bittencourt Fontes, César Augusto Amorim, Flávia Nardes, Gilson dos Santos Jr, Thaís Cobucci, Ana Luiza Filgueiras, Paula Silveira, Luciane de Figueiredo Mello ARTIGO ORIGINAL 170 Fatores Prognósticos em Pacientes com Neoplasias Hematológicas Gravemente Enfermos Prognostic Factors for Severely ill Patients with Hematologic Malignancies Márcio Soares, Jorge Ibrain Figueira Salluh, José Rodolfo Rocco, Nelson Spector ARTIGO ORIGINAL 176 Critérios Prognósticos de Pacientes Graves: Comparação entre a Percepção dos Médicos e o Índice APACHE II Evaluation of the Predictions about ICU Survival Made by Physicians in Comparison with the APACHE II Score Index Rachel Duarte Moritz, Rafaela Frare Schwingel, Fernando Osni Machado ARTIGO ORIGINAL 181 Decisão de não Introduzir ou de Retirar Tratamentos de Suporte para Pacientes Terminais Internados em Unidades de Terapia Intensiva Decisions about Withholding and Withdrawing Treatment on Terminal Patients in Intensive Care Units Rodrigo Abensur Athanazio, Marcelo Campos Barbetta, Almir Galvão Vieira Bitencourt, Flávia Serra Neves, Lara de Araújo Torreão, Sydney S. Agareno, José Mário Meira Teles, Octávio Messeder ARTIGO ORIGINAL 185 Controleda Pressão do Balonete de Cânulas Traqueais: Estudo Prospectivo em Unidade de Terapia Intensiva Geral Pressure Control of the Tracheal Cuff Tube: A Prospective Study in a General Intensive Care Unit Gutemberg de Souza Cardoso, Hélio Penna Guimarães, Renato Delascio Lopes, Patrícia Helena Rocha Leal, Felipe Souza, Carla Janaína Guedes, Ana Paula Resque Senna, Flávia Ribeiro Machado, José Luiz Gomes do Amaral ARTIGO ORIGINAL - LABORATORIAL 188 Correlação entre a Pressão Expiratória Final de CO2 e o Débito Cardíaco no Choque Hemorrágico Experimental Correlation between End Tidal Carbon Dioxide and Cardiac Output in Experimental Hemorrhagic Shock Marcos Mello Moreira, Renato Giuseppe Giovanni Terzi, Evandro Luis Assis Ferreira, Ana Cristina de Moraes, William Adalberto Silva ARTIGO ORIGINAL - PEDIATRIA 194 Alterações Clínico-Laboratoriais no Diagnóstico de Sepse Neonatal Clinical and Laboratorial Alterations in the Diagnosis of Neonatal Sepsis Caroline Fraga Valle, Ana Paula Goulart, Felipe Dal-Pizzol, Ana Carolina Lobor Cancelier ARTIGO ORIGINAL - PEDIATRIA 198 Profundidade de Inserção do Tubo Endotraqueal em Crianças Submetidas à Ventilação Mecânica Depth Placement of Endotracheal Tube in Children Submitted to Mechanical Ventilation Fernanda Umpierre Bueno, Guilherme Eckert , Jefferson Pedro Piva, Pedro Celiny R Garcia ARTIGO ORIGINAL 202 Mecanismos de Aumento de la PCO2 Tisular en el Shock Mechanisms of Pco2 Increase In Shock Arnaldo Dubin ARTIGO DE REVISÃO 207 Proteína C-reativa como Indicador de Infecção. Porque não Experimentar? C-Reactive Protein as Indicator of Infection. Why not try it? Pedro Póvoa ARTIGO DE REVISÃO 212 Procalcitonina e Proteína C Reativa como Indicadores de Sepse Procalcitonin and C Reactive Protein as Markers of Sepsis Alexandre Vieira Ribeiro da Silva, Fábio Santana Machado ARTIGO DE REVISÃO 217 Transporte Intra-Hospitalar de Pacientes Graves Intra-Hospital Transfer of Critically ill Patients André Miguel Japiassú CASO CLÍNICO 221 Lithium-Induced Nephrogenic Diabetes Insipidus in Postoperative Patient. Case Report Diabetes Insipidus Nefrogênica Induzida por Lítio em Paciente Pós-Cirúrgico. Relato de Caso Domingos Dias Cicarelli, M.D., Fábio Ely Martins Benseñor, M.D. PhD, Emerson Abe, Marcos Haruki Yokayama, M.D.; Joaquim Edson Vieira, M.D. PhD RBTI REVISTA BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA CORPO EDITORIAL Editor Chefe Gilberto Friedman Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. Conselho Consultivo Cleovaldo S. Pinheiro, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. Rachel Moritz, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Santa Catarina, Porto Alegre, SC, Brasil. Werther B. de Carvalho, Professor de Medicina, Escola Paulista de Medicina, Univerasidade Federal de São Paulo, SP, Brasil. Diretor de Publicações AMIB José O Auler, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, SP, Brasil. Editores de Sessão Revisão: Renato G. Terzi, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Estadual de Campinas, SP, Brasil. Pediatria: Jefferson Piva, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. Enfermagem: Denis Moura Faria Jr, Enfermeiro Master do CTI do Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil. Fisioterapia: Joaquim Minuzzo Vega, Professor de Fisioterapia, Faculdade de Fisioterapia, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, SP, Brasil. Conselho Editorial Alberto Biestro, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade da República, Montevidéu, Uruguai. Andre Kalil, Assistant Professor of Medicine, University of Nebraska, EUA Anibal Basile-Filho, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina,, Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, SP, Brasil A correspondência para publicação deve ser endereçada para: RBTI - Revista Brasileira de Terapia Intensiva AMIB Rua Domingos de Moraes, 814 – Bloco 2 – Conj. 23 - Vila Mariana – CEP 04010-100 – São Paulo – SP Tel.: (11) 5575-3832 E-mail:rbti@amib.com.br Arnaldo Dubin, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de La Plata, La Plata, Argentina. Carlos Carvalho, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, SP, Brasil. Cid M. David, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Daniel De Backer, Professor de Medicina, Universidade Livre de Bruxelas, Bruxelas, Bélgica Daniel Garros, Pediatric Intensive Care Unit, Stollery Children’s Hospital, University of Alberta, Edmonton, Canada Dinis R. Miranda, Professor de Medicina, Escola de Medicina, Universidade de Gröningen, Holanda. Ederlon C. Rezende, Diretor da UTI, Hospital Público do Servidor Estadual, São Paulo, SP, Brasil. Eduardo Troster, Professor de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. Eliézer Silva, Professor de Medicina, Universidade de Santo Amaro, SP, Brasil. Felipe Dal Pizzol, Professor de Medicina, Departamento de Medicina, Laboratório de Fisiopatologia Experimental, Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, SC, Brasil. Francisco J. Hurtado, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade da República, Montevidéu, Uruguai. Guillermo Bugedo, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Chile, Santiago, Chile. Glenn Poblette Hernandez, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Chile, Santiago, Chile. Haibo Zhang, Professor de Anestesia, Medicina e Fisiologia, Universidade de Toronto, Canadá Hervaldo S. Carvalho, Professor de Medicina, Universidade de Brasília, Brasil. Humberto Correa, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade da República, Montevidéu, Uruguai. Jan Bakker, Departmento de Cuidado Intensivo, Centro Médico Erasmus, Roterdam, Holanda Jean-Louis Vincent, Professor de Medicina, Universidade Livre de Bruxelas, Bruxelas, Bélgica. Jean J. Rouby, Professor de Medicina, Universidade de Paris, Paris, França. Luis F. Poli de Figueiredo, Departamento de Cardiopneumologia, Instituto do Coração, Escola de Medicina, Universidade de São Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil. Marcelo Velloso, Professor de Fisioterapia, Centro Universitário Nove de Julho, São Paulo, SP, Brasil. Márcio B. Sá, Investigador Associado, Facultade de Medicina, Universidade Complutense, Madrid, Espanha. Márcio Soares, Instituto Nacional do Câncer, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Maria C. B. J. Gallani, Professora de Enfermagem, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil. Maria de Fátima F. Vattimo, Professora de Enfermagem, Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, SP, Brasil. Natan Weksler, Assistant Professor on Anesthesiology and Critical Care Medicine, Faculty of Health Sciences, Ben Gurion University of the Negev, Beer Sheva, Israel Patricia M. V. C. Mello, Professora de Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade Estadual do Piauí, Teresina, Piauí, Brasil. Pedro C. R. Garcia, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. Raffo E. Kanashiro, Professor de Medicina, Universidad Nacional Federico Villarreal Lima, Peru Roberto Machado, Associate Investigator, Laboratory of Chemical Biology, CriticalCare Department, Clinical Center, National Institutes of Health, Bethesda, EUA Roque Aras Junior, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade Federal da Bahia, Brasil. Rui P. J. Moreno, Professor de Medicina, Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, Portugal. Sebastião Araújo, Professor de Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil. Silvia Regina Rios Vieira, Professora de Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. Suzana Lobo, Professora de Medicina, Escola de Medicina, FUNFARME, São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil. Jornalista Responsável Marcelo Sassine - Mtb 22.869 Diretora de Arte Anete Salviano Projeto Gráfico e Produção Editorial MWS Design Fone: (11) 3399-3028 - www.amws.com.br RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva148 A RBTI é uma revista médica com revisão crítica que objetiva me- lhorar o cuidado dos pacientes agudamente doentes através da discus- são, distribuição e promoção de informação baseada em evidência rele- vante aos profissionais envolvidos com Medicina Intensiva. Ela publica comentários, revisões e pesquisa em todas estas áreas do conhecimento relacionadas aos cuidados intensivos do paciente grave. Informação Geral A RBTI acolhe pesquisa de alta qualidade em qualquer aspecto re- lacionado ao cuidado intensivo. Todos os trabalhos submetidos serão revisados. Todos os revisores são solicitados a responderem sua decisão inicial em 4 entre 6 semanas. Aos autores são solicitados a garantir que nenhum material infrinja direito autoral existente ou direito de uma terceira parte. Os autores que publicam na RBTI, retêm o direito autoral de seu trabalho. Os artigos podem ser em português, espanhol ou inglês. Artigos de Pesquisa A submissão de um artigo de pesquisa relatando pesquisa experi- mental em humanos ou animais implica que os autores obtiveram apro- vação para a sua pesquisa do Comitê de Ética apropriado, e estão em concordância com a Declaração de Helsinki. Uma declaração deste efei- to precisa estar incluída no capítulo “Método”. Para todos os artigos que incluem informação ou fotografias clinicas relacionadas a pacientes individuais, um consentimento escrito e assina- do de cada paciente, para publicar, precisa ser enviado por correio ou fax ao escritório da revista. O manuscrito deve incluir uma declaração deste efeito na sessão de “Agradecimentos” como a seguir: “Consentimento es- crito foi obtido do paciente ou seu parente para publicação do estudo”. Nomes genéricos das drogas devem ser usados. Quando nomes co- merciais são usados na pesquisa, estes nomes devem ser incluídos entre parênteses no capítulo “Métodos. Como eu organizo meu artigo de pesquisa? Todos os artigos de pesquisa devem incluir as seguintes sessões: Página título: O titulo completo do artigo Os nomes completos de todos os contribuintes Todos os títulos/posições dos contribuintes (assistente, diretor, resi- dente, etc.) O endereço completo (incluindo telefone, fax e e-mail) do autor para correspondência. Resumo: Não ter mais que 250 palavras Ser estruturado com os mesmos capítulos usados no texto principal. Mencionar todos os unitermos. Refletir acuradamente todos capítulos do texto principal Todos os trabalhos deverão ser acompanhados de um Summary (re- sumo traduzido), necessariamente em inglês Mencionar os Key Words. Introdução - esta sessão deve ser escrita do ponto de vista dos pes- quisadores sem conhecimento de especialista na área e deve claramente oferecer – e, se possível, ilustrar – a base para a pesquisa e seus objetivos. Relatos de pesquisa clínica devem, sempre que apropriado, incluir um resumo da pesquisa da literatura para indicar porque o estudo foi neces- sário e o que o estudo visa contribuir para o campo. Esta sessão deve ter- minar com uma breve declaração do que está sendo relatado no artigo. Método - deve incluir o desenho do estudo, o cenário, o tipo de par- ticipantes ou materiais envolvidos, a clara descrição das intervenções e comparações, e o tipo de análise usado, incluindo o poder de cálculo se apropriado. Resultados e discussão - os resultados e discussão podem ser combi- nadas em uma sessão única, ou apresentados separadamente. Resultados da análise estatística deve incluir, quando apropriado, riscos relativo e absoluto ou reduções de risco, e intervalos de confiança. A sessão de resultados e discussão pode também ser dividida em subtítulos com lei- turas curtas e informativas. Conclusões - deve discorrer claramente as conclusões principais da pesquisa e fornecer uma clara explicação da sua importância e relevância. Referências – Prefere-se que não exceda a 30 referências. Figuras e Tabelas: devem ser mantidas separadas do texto principal do artigo. Artigos de Revisão O artigo de revisão é uma descrição compreensiva de certo aspecto NORMAS AOS AUTORES de cuidado de saúde relevante ao escopo da revista. Deve conter não mais que 2000 palavras e 50 referências. Existem três tipos principais de revisões: Revisões científicas - descrevendo a ciência que têm impacto clínico; Revisões “bancada a beira do leito” - descrevendo a ciência que su- porta situações clínicas; Revisões Clínicas - descrevendo puramente situações clínicas Claramente, estes três tipos de revisões possuem o potencial de se sobrepor, mas o objetivo de dividir a revista desta maneira é contribuir para que o leitores encontrem o tipo de material que estão procurando. Como eu organizo meu artigo de revisão? Todos os artigos de revisão devem ser divididos nas seguintes sessões: Página Título: O título completo do artigo Os nomes completos dos contribuintes Todos os títulos/posições dos contribuintes (como assistente, diretor, residente, etc.) O endereço completo (incluindo telefone, fax e e-mail) do autor cor- respondente. Resumo: Não ter mais que 250 palavras Ser estruturado como o texto principal. Mencionar todos os unitermos. Refletir acuradamente todos os capítulos do texto principal Todos os trabalhos deverão ser acompanhados de um Summary (re- sumo traduzido), necessariamente em inglês Referências: Ter no máximo de 50 referências. Figuras e Tabelas: Estas devem ser mantidas separadas do texto principal do artigo. Deve haver, também, o capítulo “Método” que relaciona as fontes de evidência usadas. Se o autor procurou numa bibliografia virtual como a MedLine, por favor, citar as palavras usadas para realizar a procura. Instruções para autores de um comentário? Comentários são curtos (800 a 1000 palavras, excluindo o resumo), artigos de opinião escritos por especialistas e lidos pela comunidade médica em geral. Muitos são solicitados, contudo os não solicitados são bem vindos e são rotineiramente revisados. O objetivo do comen- tário é destacar algo, expandindo os assuntos destacados, e sugerir a seqüência. Qualquer declaração deve ser acompanhada por uma referência, mas prefere-se que a lista de referências não exceda 15. Para a leitura, as sentenças devem ser curtas e objetivas. Usar subtítulos para dividir o comentário em sessões. Por favor, lembre que, apesar de muitos de nossos leitores serem es- pecialistas, eles podem não ser especialistas na sua área e, assim é ne- cessário explicar toda a terminologia e acrônimos quando usados pela primeira vez. Por favor, providencie uma lista alfabética de todas abre- viações. Assim como os comentários gerais também existem os tipos espe- cíficos: Debates clínicos Pro-con Dois autores convidados discutem suas diferentes opiniões sobre um assunto clínico especifico. Os assuntos são levantados através de cenários clínicos escritos pelo editor de sessão. Cada autor é solicitado a escrever um artigo referenciado de 500 pa- lavras,descrevendo se eles concordam ou discordam com o cenário clí- nico (pro ou con). Os artigos contrários são mostrados aos autores para uma resposta de não mais que 100 palavras. Os autores sabem quem é seu oponente mas não podem ver o artigo oposto até terem submetido seu. Não deve haver mais que 10 referências no artigo de 500 palavras, e duas referências na resposta de 100 palavras. Prefere-se referências de estudos aleatórios e controlados publicados nos últimos 10 anos. Comentários de Pesquisas Os artigos de pesquisa são freqüentemente acompanhados por co- mentários. Eles visam descrever as qualidades e/ou deficiências da pes- quisa, e suas implicações mais amplas. O artigo de pesquisa discutido deve ser a primeira referência do comentário. Comentários publicações recentes Artigos de pesquisa publicados são escolhidos pelo conselho edito- rial nos últimos seis meses e os relata na forma de um comentário. Como EU organizo meu comentário? Volume 17 - Número 3 - Julho/Setembro 2005 149 RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva150 Todos os comentários devem incluir as seguintes sessões: Página Título: deve listar todos os títulos/posições dos contribuintes e endereço completo (incluindo telefone, fax e e-mail), e indicar o autor correspondente Resumo: não deve ter mais que 100 palavras e deve mencionar to- dos os unitermos (não se aplica a debates pro/con). Todos os trabalhos deverão ser acompanhados de um Summary (resumo traduzido), neces- sariamente em inglês Texto Principal: veja ‘O que é um comentário’ para esclarecimento. Subtítulos: Encoraja-se o uso de subtítulos no texto. Instruções para os autores de cartas Damos boas vindas a comentários em qualquer artigo publicado na revista. Elas usualmente não são revisadas, mas, ocasionalmente, pode- se convidar respostas as cartas para publicação no mesmo número da revista. Prefere-se cartas com menos de 400 palavras e que contenham cinco ou menos referências (a primeira delas a ser referida deve ser o artigo do RBTI ao qual a carta se refere). Os autores devem também providenciar seus dados e endereço completo (incluindo telefone, fax, e e-mail). Todas as cartas são editadas e enviada para os autores para aprovar antes da publicação. Referências - Prefere-se que as referências não exceda 30. Agradecimentos Estes devem ser concisos. Os autores devem usar esta sessão se eles gostariam agradecer o financiamento da pesquisa ou outra ajuda de or- ganismos acadêmicos; ajuda de colegas ou colaboradores podem também ser mencionados. Os autores devem obter permissão para agradecer a to- dos mencionados nos agradecimentos. Interesses conflitantes Os autores correspondentes são solicitados a assinar o nosso for- mulário de interesses conflitantes em nome de todos os contribuintes. Por favor, mencione qualquer ajuda, financeira ou outra qualquer, de entidades comerciais. Como EU envio meu artigo? Todos os artigos (incluindo as figuras) podem ser enviados ao es- critório editorial como anexos a e-mail. Eles devem ser menores que 1000Kb. Não exigimos cópia impressa. O texto deve ser feito no programa Word. Se existem figuras, estas devem também ser enviadas como anexos a e-mail, os quais devem ser enviados ao escritório editorial. Digite o texto não justificado e sem quebra de palavras com hífens. Não use notas de rodapé. Espaço duplo ao longo do texto. Evite a inclusão de números de páginas. Use o caracter ASCII se possível para caracteres especiais (p. ex.: le- tras gregas e símbolos matemáticos); se você não conseguir reproduzir um caracter especial no seu arquivo, explique no seu e-mail. O que acontece uma vez que eu submeto o meu artigo? O escritório editorial agradece a todas submissões. Após, potencial- mente existem seis estágios: O conselho editorial assegura que o artigo de pesquisa enquadra-se no escopo da revista Sugere-se três revisores pelo editor para revisar o artigo. Ele é revisa- do para estrutura, gramática e estilo da revista. O editor aconselha o conselho editorial se o artigo deve ser aceito, revisto pelos autores ou rejeitado baseado nos relatos dos revisores. O conselho editorial toma a decisão final e os autores são informados. Tem-se o objetivo fornecer uma decisão inicial entre 4 e 6 semanas. Se o artigo de pesquisa é aceito, ele é copiado, editado, formatado, e enviado ao autor correspondente para verificação. Será então solicitado a assinar nosso formulário de direitos autorais e separatas e nosso for- mulário de interesses conflitantes. Como EU formato as referências? Use as abreviações de revistas encontradas no Index Medicus/Me- dLine. As citações no texto devem ser feitas entre parênteses, correspon- dendo às respectivas referências listadas por ordem cronológica, não-al- fabética. Estas devem ser listadas ao final na ordem que aparecem no texto. Cada referência deve ter um número individual de referência (não parte ‘a’ e parte ‘b’, por exemplo). Por favor, evite excesso de referências. O conselho editorial pode solicitar a redução do número de referências antes do aceite. Os livros devem ser referidos pelo autor, título, cidade-sede da casa editora, nome editora, número da edição (a partir da 2ª), volume, ano da impressão, e páginas inicial e final citadas. Se tratar de capítulo de livro, fazer constar: autor do capítulo, título do capítulo, a palavra, em: (dois pontos), nome dos editores, título do livro, cidade da editora, editora, nº da edição (a partir da 2ª), volume, ano da publicação e páginas. Quando o artigo tiver mais de três autores deverão ser citados os três primeiros se- guidos de et al. Apenas artigos que foram publicados ou que estão em impressão podem ser citados; material não publicado, não deve ser incluído na lista de referências, mas pode ser incluído no texto. A obtenção de permissão para citar dados na forma de comunicações pessoais é de responsabilida- de dos autor(s), que deve incluir uma confirmação escrita, que a permis- são foi obtida com o manuscrito submetido. EXEMPLO DE REFERÊNCIAS Artigo de jornal Baumann WR, Jung RC, Koss M et al - Incidence and mortality of adult respiratory distress syndrome: a prospective analysis from a large metropolitan hospital. Crit Care Med, 1986;14:1-4. Artigo de suplemento Walker LK - Use of extracorporeal membrane oxygenation for pre- operative stabilization of congenital diaphragmatic hernia. Crit Care Med, 1993;21:(Suppl):S379-S380. Livro Doyle AC - Biological Mysteries Solved, 2nd Ed, London: Science Press, 1991. Capítulo de livro Lachmann B, van Daal GJ - Adult Respiratory Distress Syndrome: Animal Models, em: Robertson B, van Golde LMG - Pulmonary Surfac- tant. Amsterdam, Batenburg JJ, Elsevier, 1992;635-663 Resumo publicado Varvinski AM, Findlay GP - Immediate complications of central ve- nous cannulation in ICU. Crit Care, 2000;4:(Suppl 1):P6. Artigo In press Kharitonov SA, Barnes PJ - Clinical aspects of exhaled nitric oxide. Eur Respir J, in press. Figuras, Ilustrações, Fotografias e Tabelas Figuras e tabelas devem iniciar com o título que descreve a figura total. Tabelas não devem incluir linhas verticais. Elas não devem tomar mais espaço que duas páginas na revista impressa, incluindo seus títulos e legendas. Elas devem ser mantidas separadas do texto principal do ar- tigo, contendo suas respectivas legendas e assinalando sua exata locali- zação no texto. Somente serão aceitas as ilustrações que permitirem boa reprodução. Se as fotografias forem enviadas diretamente ao escritório, essas não devem ser identificadas diretamente nelas; não escreva no verso das cópias em papel, anexar a identificação com os nomes dos autores e o número da figura. A resolução mínima para as figuras é 300 DPI. Lembre-se que a repro- dução pode reduzir qualidade da figura . Formatos Eletrônicos:: TIF (formato preferido para fotos/imagens; mínimo 300 DPI) CorelDraw Excel Unitermos Não mais que cinco unitermos e devem ser listadas em ordem alfa- bética. Por favor, garanta que eles são encontrados na lista do Medical Subject Headings (MeSH) do Index Medicus. Estas palavras podem ser procuradas no browser da National Library of Medicine (MeSH). Políticas de publicação da RBTI Publicação Submissão de um artigo ao RBTI implica que todos contribuintes le- ram e concordaram com seu conteúdo. O artigo não foi ainda publicado em outro periódico e não deve estar em avaliação por nenhum outro. Direitos autorais Para artigos de pesquisa (incluindo qualquer material suplementar) e revisão, o direito autoral é dos autores. Os direitos de todo material publicado na RBTI pertence a ela. NORMAS AOS AUTORES A qualidade das figuras, gráficos e fotos são de responsabilidade exclusiva dos autores Volume 17 - Número 3 - Julho/Setembro 2005 151 RBTI / EDITORIAL Por Que Necessitamos de Outros Indicadores de Resposta Inflamatória na UTI? Why we do Need other Indicators for Inflammatory Response in the ICU? Suzana Lobo eparamos-nos diariamente com evoluções clínicas extremamente complicadas nas unidades de tera- pia intensiva. Diante de um paciente febril, deve-se decidir o que é infecção e o que não é. Embora seja apenas um pequeno subgrupo do total dos pacientes hospitaliza- dos, os pacientes da UTI respondem por 25% das infecções nosocomiais1. A presença de infecção aumenta o risco de disfunções orgânicas e de morte2. A demora na instituição da antibioticoterapia adequada em pacientes com sepse, de- termina significativo impacto na evolução e para cada hora de atraso há um acréscimo na taxa de mortalidade3-5. Por outro lado, o uso abusivo e desnecessário de antibióticos pode aumentar custos e a resistência bacteriana. A febre ocorre em cerca de um terço dos pacientes hospi- talizados e é ainda mais freqüente nas UTI. É o mais impor- tante sinal considerado no diagnóstico de infecção. Todavia, Circiumaru e col. relataram que uma temperatura central maior ou igual a 38,4 ºC está relacionada à infecção em ape- nas cerca de 50% dos pacientes6. Peres Bota e col. demons- traram que a febre está presente em 53% dos pacientes com infecção e a hipotermia em 5%7. Múltiplas causas de febre, infecciosas e não infecciosas, estão presentes nos pacientes gravemente enfermos8. Episó- dios de febre são causados por reações relacionadas a dro- gas como os hipnóticos, antibióticos, drogas anti-epilépti- cas, anti-disrítmicos e antiinflamatórios não-esteroidais. Na avaliação da febre, a relação temporal do seu inicio com a introdução de um novo medicamento deve ser considerada. Em adição, procedimentos invasivos vasculares, trauma ci- rúrgico, doenças não infecciosas como tromboembolismo, infarto agudo do miocárdio, sangramento gastrintestinal, neoplasias, hemorragias ou traumas cranianos são causas comuns de febre em pacientes gravemente enfermos. Uma avaliação não racionalizada de todos os episódios de febre pode aumentar custos de forma substancial. A contagem de leucócitos, embora sofra influências de inúmeras situações de estresse e de fatores como o uso de corticosteróide e de catecolaminas e da transfusão de he- moderivados, é rotineiramente considerado no diagnóstico de infecção9. Em pacientes com SARA e com pneumonia associada à ventilação mecânica, a normalização da con- tagem de leucócitos, após três dias de terapia, ocorreu em apenas metade dos pacientes10. A confirmação bacterioló- gica é muitas vezes difícil e culturas negativas não excluem uma infecção. A elevação dos níveis séricos de proteína C-reativa (PCR) e a presença de taquicardia foram os melhores in- dicadores de infecção em um novo índice de probabilidade de infecção (Infection Probability Score)11. Neste índice a leucocitose foi graduada com apenas um ponto em compa- ração a 6 pontos da PCR e os autores sugeriram um valor preditivo de infecção para a PCR com ponto de corte de 6 mg/dL. Em nossa casuística encontramos pontos de corte da PCR de 3,3 mg/dL, 7 mg/dL e 20 mg/dL para SRIS, infecção e sepse, respectivamente, e observou-se que o de- créscimo das concentrações de PCR, em mais de 20% do valor inicial, nas primeiras 24 horas do curso da sepse gra- ve ou choque séptico foi um fator independente de melhor sobrevida12,13. Pedro Póvoa, em artigo de revisão publicado neste nú- mero da RBTI, descreveu argumentos fortes para que se possa utilizar a PCR no auxilio ao diagnóstico e acompa- nhamento de infecção na rotina diária das UTI. Ele relata quatro padrões de resposta da PCR ao uso de antibióticos (resposta rápida, resposta lenta, não resposta e resposta bi- fásica) assim como a sua correlação com a evolução clínica. As medidas seriadas de PCR são de grande auxílio no diag- nóstico e acompanhamento de pacientes críticos. Seu uso pode evitar procedimentos adicionais, como culturas repeti- das ou exames radiológicos. Apesar de sua baixa sensibilidade e especificidade, alte- rações na temperatura corporal e na contagem de leucócitos continuam a ser, na maioria das vezes os únicos parâmetros disponíveis no diagnóstico de infecção. Em uma recente reu- nião de consenso para reavaliar as definições e identificar os métodos que aumentem a acurácia e a confiabilidade no diagnóstico de sepse, foram propostos novos critérios ba- seados nos conhecimentos acumulados nos últimos anos14. Foi recomendado que, em conjunto com os parâmetros con- vencionais, isto é, as alterações das contagens de leucócitos, febre ou hipotermia, parâmetros clínicos e hemodinâmicos, a PCR ou a procalcitonina sejam usadas no auxilio ao diag- nóstico. REFERÊNCIAS 01. Marik PE - Fever in the ICU. Chest, 2000;117:855-869. 02. Trilla A - Epidemiology of nosocomial infections in adult intensive care units. Intensive Care Med, 1994;20:(Suppl3):S1-S4. 03. 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Peres Bota D, Melot C, Lopes Ferreira F et al - Infection Probability Score (IPS): A method to help assess the probability of infection in critically ill patients. Crit Care Med, 2003;31:2579-2584. 12. Miranda JM, Oliveira EN, Mariano RF et al - Proteina C-reativa como mar- cador precoce de uma evolução complicada em pacientes críticos. Rev Bras Ter Intens, 2004;(S1):236. 13. Rezende Jr DC, Moraes JMMF, de Lucca MG et al - O rápido declínio da concentração sérica de proteína C-reativa na fase inicial da sepse é preditivo de boa evolução. Rev Bras Ter Intens, 2005;17:104-107. 14. Levy MM, Fink MP, Marshall JC et al - 2001 SCCM/ESICM/ACCP/ ATS/SIS International Sepsis Definitions Conference. Crit Care Med, 2003;31:1250-1256. Volume 17 - Número 3 - Julho/Setembro 2005 153 RBTI / ARTIGO ORIGINAL Relevance of Base Deficit in the Outcome of Critically ill Patients Admitted with Hyperlactatemia* Relevância do Déficit de Base no Prognóstico de Pacientes Críticos Admitidos com Hiperlactatemia. Alexandre Toledo Maciel, MD1; Vladimir Ribeiro Pinto Pizzo, MD2; Adriano da Silva Machado, MD2; Marcelo Park, MD, PhD1 SUMMARY BACKGROUND AND OBJECTIVES: To evaluate the correlation between arterial base deficit and lactate on admission of the patient in the intensive care unit and the prognostic relevance of this correlation. METHODS: Two hundred and eighty eight patients admitted between May 2003 and September 2004 who had arterial lactate and base deficit collected at the time of ICU admission were included. Differences in the correlation between base deficit and lactate was evaluated between ICU survivors and non-survivors as well as differences in age, gender, and APACHE II score. RESULTS: Lactate and base deficit on ICU admission were found to be good predictors of mortality. Base deficit was not statistically different between patients with and without hyperlactatemia. Median lactate was the same in patients with and without high levels of base deficit. Correlation between base deficit and lactate was found in non-survivors (r = 0.285, p < 0.01) but not in survivors (r = -0.059, p = 0.4). A similar result was obtained when only hyperlactatemic patients were considered: no correlation was found in those who survived but a significant correlation was found in those who died dur- ing their ICU admission. CONCLUSIONS: Both base deficit and lactate predict mortality on ICU admission. Lactate is not a major determinant of base deficit. Correlation between base deficit and lactate was found to be a marker of poor outcome, possibly suggesting true lactic acidosis and significant systemic anaerobic metabolism. Base deficit should always be analyzed in patients admit- ted with hyperlactatemia. Key Words: base deficit, correlation, critically ill patients, outcome, Lactate. yperlactatemia and high levels of base deficit have long been considered important markers of tissue hypoperfusion and dysoxia. Besides their diagnostic value, both variables carry a poor prognosis in critically ill patients1-7. It is common practice to use “hyperlactatemia” as a synonym for “lactic acidosis” and “anaerobic metabo- lism”8. However, hyperlactatemia without evidence of tissue hypoperfusion has been described in many situa- tions and is generally attributed to hypermetabolic states (“stress hyperlactatemia”), including sepsis9,10. The prev- alence of hyperlactatemia with no signs of hypoperfusion in the critical care setting is not well defined nor are its effects on outcome8. Probably, “stress hyperlactatemia” carries a better prognosis than hyperlactatemia due to anaerobiosis11. A high level of base deficit is frequently seen in criti- cally ill patients and its cause is usually multifactorial; anaerobiosis12, renal failure13 and hyperchloremia14-16 are well-recognized causes of increases in base deficit in those patients. The prognostic value of base deficit is probably related to its cause16,17. As well as for hyperlactatemia, a well-defined critical value of base deficit that is harmful is still lacking. Hyperlactatemia has been considered as the main determinant of increased base deficit in specific condi- tions, such as in cardiac arrest18. However, the correlation between base deficit and lactate in critically ill patients is controversial17-19. Some authors17 suggested that base deficit is a useful predictor of hyperlactatemia. Smith et al1 concluded that base deficit, lactate or the combina- tion of them can be used to predict outcome. However, it is not clear the contribution of lactate to increased levels of base deficit and the prognostic significance of this contribution. It is also not well established the role that increases in base deficit may have in the outcome of patients with hyperlactatemia. We hypothesized that, the greater the severity of the disease, the greater the correla- tion between base deficit and lactate, probably suggesting a higher degree of lactic acidosis and hypoperfusion. Therefore, the aims of this study were to: 1) evaluate if lactate is a major determinant of base deficit on admis- sion of the critically ill patient, and 2) verify if there is a difference in the correlation between lactate and base deficit on admission in patients who died or not during their intensive care unit (ICU) stay. H 1 Medical Staff, Medical Intensive Care Unit, Department of Medical Emergencies, Hospital das Clínicas, University of São Paulo, Brazil 2 Medical Staff, Emergency Room, Department of Medical Emergencies, Hospital das Clínicas, University of São Paulo, Brazil *From the Medical Intensive Care Unit, Department of Medical Emergencies, Hospital das Clínicas, University of São Paulo, Brazil Submitted by June, 27, 2005 – Accepted by September, 14, 2005 Address for correspondence: Dr. Alexandre Toledo Maciel – Disciplina de Emergências Clínicas Hospital das Clínicas, Universidade de São Paulo – Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar 255 – 05403-010 São Paulo, Brasil – Fone/Fax 55 11 3069 6336 – E-mail: toledo.maciel@uol.com.br RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva154 RBTI / ARTIGO ORIGINAL METHODS Collection of the data. As a retrospective study, informed written consent was waived. We retrieved from our data base the values of the arterial lactate and base deficit in the blood gas sample obtained at the time of ICU admission as well as general characteristics such as age, gender, main diagnosis and APACHE II score20 from patients admitted in our ICU between May 2003 and September 2004 who had these data available. We also noted whether the patient died during their ICU admission. From 398 patients admitted during this peri- od, complete data were available for 288 patients. Hyperlacta- temia was defined as an arterial lactate concentration greater than 1.5 mmol/L1 and high levels of base deficit as base deficit greater than 4 mmol/L1. All samples were analyzed with the same equipment (Roche OMNI, Roche Diagnostics, F. Hoff- mann-La Roche Ltd, Basel, Switzerland). Statistical analysis. Values were expressed as percentages or medians and interquartile means. Mann-Whitney U test was used for comparison of continuous parameters and a Fisher’s Exact test or Chi-square test was used for discrete variables, as appropriate. Spearman´s test was used for cor- relation analysis. Receiver operating characteristic (ROC) curves were made for base deficit and lactate on admission and the area under the curve as well as the 95% confidence interval (CI) were calculated to evaluate accuracy in predict mortality. Youden’s index was used to determine the values, which were the best cut-off21. The software SigmaStat ver- sion 2.03 and SPSS version 12.0 (SPSS Inc., Chicago, Illinois, USA) were used for all measurements. A p value less than 0.05 was considered significant.RESULTS General characteristics of the 288 patients are shown in table 1. On admission, 168 of the 288 patients (58.3%) had hyperlactatemia and 182 of the 288 patients (63.2%) had high levels of base deficit. One hundred and seven of the 168 hy- perlactatemic patients (63.7%) had also high levels of base deficit. Base deficit was not statistically different between patients with and without hyperlactatemia (6.4 mmol/L vs. 5.4 mmol/L, respectively, p=0.355). Median lactate was the same in patients with and without high levels of base deficit (1.67 mmol/L, p=0.357). APACHE II score, lactate level and mortality were higher in hyperlactatemic patients with high levels of base deficit than in hyperlactatemic patients with normal or low levels of base deficit (Table 2). Non-survivors had a greater lactate level than survivors on admission and also a greater base deficit (Table 3). The ROC curves of both variables are shown in Figure 1. The values which were the best predictors of mortality were 2.3 mmol/L for lactate and 8.8 mmol/L for base deficit. No correlation was found be- tween lactate and base deficit on admission of the survivors (r=- 0.059, p=0.4); however, a weak but significant correla- tion between these two variables was found in non-survivors (r=0.285, p<0.01) (Table 3). Since median lactate was only modestly increased in both survivors and non-survivors, we also verified the correlation between base deficit and lactate in patients with hyperlactatemia greater than 2.3 mmol/L (table 4), the value found to be the best predictor of mortality Table 1 – General Characteristics of Patients Data are shown as medians and interquartile means or absolute number of pa- tients and percentages. * APACHE II = Acute Physiological and Chronic Health Evaluation score (mean, 0 to 72). # BD = base deficit. ¶ - no (%) = absolute number and percentage of patients. | ICU = Intensive Care Unit. Characteristics Results (n=288) Age (years) 53 (34,68) Gender - (male/female) – nº (%) 155 (54) / 133 (46) APACHE II * 16 (11,24) BD# - (mmol/L) 6.1 (2.2,10.3) Lactate - (mmol/L) 1.7 (1.1,2.5) ICU | mortality – nº (%)¶ 84 (29) Main diagnosis – nº (%)¶ Septic shock 71 (25) Severe sepsis 54 (19) Coma 21 (7) Acute pulmonary edema 20 (7) Cardiogenic shock 12 (4) Others 110 (38) Table 2 – Differences between Hyperlactatemic Patients (Lactate > 1.5 mmol/L) with Low (≤ 4 mmol/L) and High Levels (> 4 mmol/L) of Base Deficit. Data are shown as medians and interquartile means or absolute number of pa- tients and percentages. * APACHE II = Acute Physiological and Chronic Health Evaluation score (mean, 0 to 72). # BD = base deficit. ¶ - no (%) = absolute number and percentage of patients. | ICU = Intensive Care Unit. Characteristics BD ≤ 4 mmol/L (n=61) BD > 4 mmol/L (n=107) p Value Age (years) 52 (39,67) 54 (33,69) 0.702 Gender (male/ female) – nº (%)¶ 31 (51) / 30 (49) 61(58) / 46 (42) 0.539 APACHE II* 15 (8.20) 20 (14.25) < 0.001 BD# - (mmol/L) 0.7 (-1.2,2.1) 10 (6.8,12.8) < 0.001 Lactate - (mmol/L) 2.1 (1.8,2.8) 2.6 (1.9,4.1) 0.006 ICU | mortality – no (%)¶ 12 (20) 51 (48) < 0.001 Table 3 – Differences between ICU | Survivors and Non-Survivors Data are shown as medians and interquartile means or absolute number of pa- tients and percentages. * (r) = Spearman`s coefficient. # BD = base deficit. ¶ - no (%) = absolute number and percentage of patients. | ICU = Intensive Care Unit. ‡ APACHE II = Acute Physiological and Chronic Health Evaluation score (mean, 0 to 72). Characteristics Survivors (n=204) Non-Survivors (n=84) p Value Age (years) 49 (32,66) 57 (41,72) 0.017 Gender (male/female) – nº (%)¶ 107 (52) / 97 (48) 48 (57) / 36 (43) 0.551 APACHE II‡ 15 (10,20) 25 (18,28) < 0.001 BD# - (mmol/L) 4.5 (1.5,8.2) 10.2 (6.5,13.8) < 0.001 Lactate - (mmol/L) 1.6 (1.1,2.2) 2.3 (1.5,3.9) < 0.001 Correlation between BD# and lactate (r)* - 0.059 ----- 0.403 ----- 0.285 0.009 Volume 17 - Número 3 - Julho/Setembro 2005 155 RBTI / ARTIGO ORIGINAL in the ROC curve (Figure 1). Although lactate did not reach statistical difference between survivors and non-survivors in this analysis (3.2 vs. 3.9 mmol/L, p=0.07), once again only the group of patients who died during their ICU admission had their hyperlactatemia correlated with increases in base deficit (r=0.491, p<0.001). DISCUSSION In our study, lactate does not seem to be a major determi- nant of base deficit in our population. Correlation between base deficit and lactate was found in non-survivors but not in survivors (Table 3). A similar result was obtained when only patients with significant hyperlactatemia (lactate > 2.3 mmol/ L in our study) were considered: no correlation between lac- tate and base deficit was found in those who survived but a significant correlation was found in those who died during their ICU admission (Table 4). Arterial lactate and base deficit are frequently measured in blood gas samples of patients in order to select whether a patient needs to be admitted to the ICU1, to preview progno- sis1-7 and to guide therapy3,22. It is well established that hyper- lactatemia and high levels of base deficit predict a poor prog- nosis, both on admission and when therapy fails to correct these disturbances2-6. Indeed, they seem to predict outcome better than oxygen-derived variables3. In accordance, we also found significant differences in both blood lactate concentra- tions and base deficit on admission between survivors and non-survivors. Increases in base deficit correlated to hyperlactatemia have not been well evaluated as having a potential to influence the outcome of patients admitted in the ICU. Since some authors have considered lactate as an acid15, it could be expected that high levels of lactate would be associated with high levels of base deficit. However, in our study, base deficit was not statis- tically different between patients with and without hyperlac- tatemia (6.4 mmol/L vs. 5.4 mmol/L, respectively, p=0.355) and median lactate was the same in patients with and without high levels of base deficit (1.67 mmol/L, p=0.357). Conse- quently, our results suggest that hyperlactatemia per se is not a major cause of increases in base deficit in our patients. In hyperlactatemic patients with high levels of base deficit, lactate level was greater than in hyperlactatemic patients with normal or low levels of base deficit. Besides lactate, APACHE II score and mortality were also greater in patients with both hyperlactatemia and high levels of base deficit. Therefore, this group of patients was more severely ill, confirming that the presence of both hyperlactatemia and high base deficit on admission makes the prognosis even worse. Interestingly, although lactate was not statistically differ- ent in patients with lactate greater than 2.3 mmol/L who died in relation to patients with lactate greater than 2.3 mmol/L who survived (3.9 mmol/L vs. 3.2 mmol/L, p=0.07) (Table 4), a considerably greater base deficit was found in non-survivors (10.9 mmol/L vs. 5.7 mmol/L, p< 0.001). As discussed previ- ously, since lactate does not seem to be a major determinant per se of base deficit, this considerably greater base deficit in non- survivors has probably two explanations: 1) non-survi- vors have more of other causes of increased base deficit such as hyperchloremia and unmeasured anions. Unfortunately, we do not have enough data to verify the relative contribu- tion of each one of these variables to increases in base defi- cit. 2) Since correlation between base deficit and lactate was only found in non-survivors, this suggests that hyperlactate- mia may have different pathophysiologies in survivors and non-survivors. In non-survivors, increased levels of lactate may be due to thepresence of significant systemic anaerobic metabolism11. In anaerobic situations, protons generated in unreversed ATP hydrolysis accumulate so that lactic acido- sis takes place8 and, consequently, both hyperlactatemia and high levels of base deficit are expected to occur and to cor- relate to each other. By contrast, in our study, hyperlactate- mia in survivors was followed by only a modest median base deficit (Table 4) and no correlation was found between base deficit and lactate. Hence, hyperlactatemia in ICU survivors probably has a distinct etiology and may be in its majority Characteristics Survivors (n=45) Non-Survivors (n=43) p Value Age (years) 45 (29,68) 53 (38,72) 0.165 Gender (male/female) – no (%)¶ 21 (47) / 24 (53) 24 (56) / 19 (44) 0.519 APACHE II‡ 14 (8,22) 24 (17,27) < 0.001 BD# - (mmol/L) 5.7 (1.7,10.2) 10.9 (7.1,15.9) < 0.001 Lactate - (mmol/L) 3.2 (2.7,4.1) 3.9 (2.8,5.1) 0.07 Correlation between BD# and lactate (r)* 0.189 ----- 0.211 ----- 0.491 < 0.001 Table 4 - Differences Between Patients With Lactate Level > 2.3 mmol/L Who Survived or Not During Their ICU | Admission Data are shown as medians and interquartile means or absolute number of pa- tients and percentages. * (r) = Spearman`s coefficient. # BD = base deficit. ¶ - no (%) = absolute number and percentage of patients. | ICU = Intensive Care Unit. ‡ APACHE II = Acute Physiological and Chronic Health Evaluation score (mean, 0 to 72). Figure 1 – Receiver Operating Characteristic (ROC) Curves of Lactate and Base Deficit on Admission as Intensive Care Unit death Predictors. The respective areas under the curve and 95% confidence intervals to lactate and base deficit are 0.669 (0.598 - 0.741) and 0.748 (0.681 - 0.815). RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva156 RBTI / ARTIGO ORIGINAL only “stress hyperlactatemia”. In this situation, no protons are expected to accumulate and a correlation between lac- tate and base deficit would be less probable. The finding of correlation in those who died and absence of correlation in those who survived did not seem to be due to higher values of lactate in non-survivors, since even when hyperlactatemia was similar between survivors and non-survivors (Table 4), again correlation was only present in the group of patients who died during their ICU admission. Our study has some limitations: 1. It is a retrospective study so that possible bias may exist regarding collection of the data; 2. We analyzed just the base deficit and lactate on admission. Temporal changes in the initial values can be even more important than the original values to predict progno- sis4,7,11,24 and 3. We have verified only ICU mortality. CONCLUSION Base deficit and blood lactate concentration is frequently abnormal in critically ill patients. Our study confirmed the prognostic abilities of these variables on admission. However, increases in base deficit, as well as hyperlactatemia, have many possible distinct pathophysiologies. We showed that correla- tion between lactate and base deficit is relevant in terms of outcome, probably suggesting true lactic acidosis, which seems to happen in significant amounts only in more sever- elly ill patients. We recommend that all patients admitted in the ICU with hyperlactatemia should have their base deficit carefully evaluated because, although correlation is hard to verify in an individual basis, hyperlactatemia with low val- ues of base deficit argues against a correlation between base deficit and lactate and, probably, a more favorable outcome. A prospective and more complete study is necessary to evalu- ate the differences in the correlation between lactate and base deficit in survivors and non-survivors using the physicochem- ical approach to the acid-base disorders. This may influence the interpretation and the prognostic significance of a high lactate value. RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Avaliar a correlação entre o déficit de base e o lactato arterial colhidos de pacien- tes quando da admissão na Unidade de Terapia Intensiva e o significado prognóstico desta correlação. MÉTODO: Duzentos e oitenta e oito pacientes admiti- dos entre Maio de 2003 e Setembro de 2004 que tiveram o lactato arterial e o déficit de base colhidos no momento da admissão na UTI foram incluídos. Diferenças na correlação entre o déficit de base e o lactato arterial foram avaliadas en- tre os pacientes que tiveram alta ou foram à óbito na UTI bem como diferenças de idade, sexo, e APACHE II. RESULTADOS: O lactato arterial e o déficit de base na admissão se mostraram bons preditores de mortalidade na UTI. O déficit de base não foi estatisticamente diferente entre pacientes com e sem hiperlactatemia. O lactato mediano foi o mesmo em pacientes com e sem níveis elevados de déficit de base. Correlação entre déficit de base e lactato foi encontrada nos pacientes que faleceram mas não nos que sobreviveram. Um resultado semelhante foi encontrado quando só foram considerados pacientes com níveis elevados de lactato: a cor- relação entre as duas variáveis só foi encontrada no grupo de pacientes que foi à óbito. CONCLUSÕES: O déficit de base e o lactato predizem mortalidade na admissão na UTI. O lactato não foi um grande determinante do déficit de base dessa amostra. A correlação entre o déficit de base e o lactato foi verificada como sendo um indicador de mau prognóstico, possivelmente sugerindo acidose láctica e metabolismo anaeróbico sistêmico significa- tivo. O déficit de base deve, portanto, ser sempre analisado em pacientes admitidos com hiperlactatemia. Unitermos: correlação, déficit de base, lactato, paciente crítico, prognóstico. REFERENCES 01. Smith I, Kumar P, Molloy S et al - Base excess and lactate as prognostic indica- tors for patients admitted to intensive care. Intensive Care Med, 2001;27:74-83. 02. 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Volume 17 - Número 3 - Julho/Setembro 2005 157 RBTI / ARTIGO ORIGINAL Não é Possível Predizer o Lactato Arterial Elevado Utilizando a Mensuração da Diferença de Base em Pacientes com Sepse Grave na Fase Precoce de Reanimação* It Is Not Possible To Predict Elevated Arterial Lactate Level Using Measurement of Base Excess in Severe Sepsis Patients at Early Resuscitation Phase João Manoel Silva Junior2, Ederlon Rezende1, Edvaldo V. de Campos2, José Marconi A. Sousa3, Mirene de O. Silva2, Cristina P. Amendola4, Samantha L. S. Almeida4 SUMMARY BACKGROUND AND OBJECTIVES: The development of therapeutic goals depends on accurate evaluation of the supply of oxygen to organs and tissues. However, tissue oxygenation and perfusion are difficult to measure and have a labile behavior. This study has as objective to test the correlation between Base Deficit (BD) and Arterial Lactate (AL) and to verify if BD can replace AL measurements in the evaluation of severe sepsis patients of emergency department (ED). METHODS: Contemporary cohort study involving adult patients with severe sepsis attended at the ED in a tertiary hospital. We use the criteria of SCCM/ACCP consensus conference to standardize the diagnosis of severe sepsis. RESULTS: Two-hundred and three patients were included with mean age of 74 ± 13.6. 51.7% were male. Hospital Mortal- ity Rate was 65%. Mean AL was 3 ± 2,2 and mean BD was –5,8 ± 6,8. When comparing patients with AL � 2 mmol/L and those with AL > 2 mmol/L, the discriminative variables were male gender, APACHE II and BD. The correlation between AL and BD showed a R2 -0.40 (p< 0,0001). The ROC curve for AL was the best to discriminate mortality and multiple organ dysfunction’s (cut point = 2.2 mmol/L) with a sensibility of 58.3%, specificity of 57.7% and an area of 0.58 to mortality. When discriminating multiple organ dysfunction’s, the area was 0.62 with sensibility of 60% and specificity of 59.5%. In the logistic regression analysis, the variables considered as independent risk factor to AL >2 mmol/L were male gender (p = 0.04; OR 1.83 and IC 95% 1.01-3.32) and APACHE II (p = 0.01; OR 1.06 e IC 95% 1.01 -1.11). BD did not discriminate AL >2 mmol/L in the multivariate test. CONCLUSIONS: In this population, the correlation between BD and AL was weak. The measurement of AL identified better the patients with greater risk of mortality and morbidity. Hemodynamic variables or BD did not discriminate patients with high or normal AL. Therefore, when dealing with this group of patients AL measurement is an essential component to identify tissue hypoperfusion. Key Words: Base Excess, Emergency Department, Lactate, Prognostic, Sepsis monitorização de variáveis clínicas, hemodinâmi- cas e da perfusão tecidual no paciente séptico é fun- damental para identificar e quantificar os distúrbios perfusionais, bem como orientar a terapia. A presença de alterações cardiovasculares, renais e neuro- lógicas indica disfunção orgânica na sepse, porém são even- tos tardios de hipóxia tecidual, prejudicando o início precoce e a escolha da terapêutica. Dessa forma o desenvolvimento de objetivos terapêuticos depende da avaliação precisa da adequação do suprimento de oxigênio para os órgãos e tecidos, entretanto, a oxigenação e perfusão teciduais são difíceis de medir e mais tênues na apa- rência. Então a avaliação da oxigenação tecidual é baseada em marcadores de disóxia regional e sistêmica. Quando a disponibilidade de oxigênio na célula é limi- tada, ocorre metabolismo anaeróbico e conseqüentemente acidose metabólica. Esta acidose metabólica pode ser quanti- ficada por análise dos gases arteriais examinando a diferença de base e as concentrações séricas do lactato1. Baseado nessas premissas, alguns autores propuseram a diferença de base e o lactato arterial como indicadores da oxigenação tecidual. A diferença de base e o lactato arterial têm se mostrado superiores ao pH na avaliação da resolução da acidose metabólica, além de prever complicações subse- qüentes2. As concentrações séricas de lactato na admissão esta fortemente associada ao prognóstico dos pacientes3. Recen- temente verificou-se que em pacientes infectados do depar- tamento de emergência, níveis elevados de lactato indicavam aumento de mortalidade4. Dragosavac e col.5 demonstraram em pacientes com sepse na unidade de terapia intensiva que o lactato arterial dos cinco primeiros dias encontravam-se mais elevados nos pacientes não sobreviventes. Em estudo obser- vacional6, pacientes admitidos na UTI com diferença de base abaixo de -4 mmol/L, apresentavam pior prognóstico, princi- palmente quando associado ao lactato maior que 1,5 mmol/ A 1. Diretor do Serviço de Terapia Intensiva do Hospital do Servidor Público Estadual; 2. Médico Assistente do Serviço de Terapia Intensiva Hospital do Servidor Público Estadual; 3. Médico Supervisor do Serviço de Terapia Intensiva Hospital do Servidor Público Estadual; 4. Residentes em Medicina Intensiva do Serviço de Terapia Intensiva Hospital do Servidor Público Estadual; * Recebido do Serviço de Terapia Intensiva do Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira – HSPE – FMO • Trabalho apresentado pelo Dr. João M Silva Júnior para obtenção do Título de Especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB. Apresentado em 16 de maio de 2005 – Aceito para publicação em 05 de setembro de 2005 Endereço para correspondência: Rua Pedro de Toledo, 1800 - 6º Andar – Vila Clementino – 04039-901 São Paulo, SP – Fone/Fax (11) 5088-8146 – E-mail: ederlon@sti-hspe.com.br RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva158 RBTI / ARTIGO ORIGINAL L. Alem disso mesmo pacientes estáveis hemodinamicamente quando persistem com lactato aumentado por mais de 48 ho- ras apresentam elevada mortalidade7. Existem vários motivos que podem causar diminuição na diferença de base e hiperlactatemia na sepse, porém o mais importante é a hipóxia tecidual8. Poucos estudos clínicos prospectivos usaram esses indica- dores em pacientes sépticos do departamento de emergência quanto à capacidade de predizer precocemente a evolução. Oobjetivo deste estudo teve o propósito de testar a cor- relação entre diferença de base e lactato arterial, assim como verificar se a diferença de base pode substituir a mensuração do lactato na avaliação da perfusão tecidual em uma popu- lação de pacientes com sepse grave atendidos no pronto so- corro. MÉTODO Após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa, con- duziu-se um estudo prospectivo observacional em pacientes adultos com sepse grave, durante período de três meses em unidade de emergência de hospital terciário. Trata-se de unidade especializada em pacientes com do- enças graves, tanto clínicas como cirúrgicas, composta de 50 leitos. Foram incluídos todos os pacientes internados no de- partamento de emergência no período de 1 de julho de 2004 a 30 de setembro de 2004, com foco infeccioso evidente ou altamente provável, presença de manifestações sistêmicas provocada pela infecção, caracterizada pela presença de pelo menos dois critérios como temperatura > 38 ºC ou < 36 ºC, freqüência respiratória > 20 irpm, ou PaCO2 < 32 mmHg, ou necessidade de ventilação mecânica, freqü- ência cardíaca > 90 bpm, leucometria> 12.000 ou < 4.000 células/mm3 ou formas imaturas > 10% e também presen- ça de pelo menos uma disfunção orgânica, cardiovascular (hipotensão arterial ou necessidade de drogas vasoativas), respiratória (PaO2/ FiO2 < 250), renal (diurese < 0,5 mL/ kg/h), neurológica (alteração aguda do nível de consciên- cia), coagulação (plaquetas < 80.000/mm3, ou diminuição de 50% em relação ao maior valor dos últimos três dias), hepática (bilirrubina total > 1.2 mg/dL, exceto doença bi- liar), acidose metabólica e lactato elevado 1,5 vezes o valor de referência. Os pacientes com idade menor que 18 anos e com tempo de internação menor que 24 horas foram excluídos. Os pacientes foram acompanhados até a alta hospitalar ou óbito, e coletaram-se dados das primeiras 24 horas para a analise como características demográficas, tempo de inter- nação hospitalar, sinais vitais (freqüência cardíaca e pressão arterial), lactato arterial, diferença de base e variáveis para calculo dos índices APACHE II9 (Acute Physiology and Chro- nic Healt Evaluation II) e SOFA10 (Sequential Organ Failure Assessmen). O pesquisador não exercia qualquer influencia nas decisões dos médicos emergencistas. O lactato arterial e a diferença de base foram obtidos de uma amostra de sangue arterial do paciente incluído no es- tudo. Na análise estatística as médias foram comparadas entre os dois grupos através do teste t de Student. Para variáveis sem distribuição normal foi utilizado o teste de Mann-Whit- ney assim como variáveis ordinais. Estas variáveis foram des- critas utilizando mediana e valores mínimos e máximos. Vari- áveis categóricas foram analisadas pelo teste Qui-quadrado. Foi realizada análise multivariada através de backward, com o objetivo de identificar fatores de risco independentes e controlar efeitos que poderiam confundir (variáveis mu- tuamente ajustadas). Uma probabilidade de significância menor que 0,2 foi definido como nível de corte para per- manência de variáveis no processo interativo denominado backward. Variáveis que apresentaram probabilidade de significância (valor-p) menor que 0,2 na análise univariada foram consideradas como candidatas ao modelo de regres- são múltipla11. Todas as probabilidades de significância (valores de p) apresentadas são do tipo bicaudais e valores menores que 0,05 são considerados estatisticamente signi- ficativos. Como a hipótese inicial considerava a associação independente da diferença de base e do lactato arterial, es- tas variáveis foram forçadas a permanecer no modelo final de regressão múltipla. A habilidade preditiva dos índices em diferenciar sobreviventes e não sobreviventes, assim como uma ou mais disfunções orgânicas, foi testada uti- lizando curvas ROC - Receiver Operating Characteristic. Medidas de qualidade como sensibilidade e especificida- de foram estimadas com intervalos de confiança de 95% para correta classificação do desfecho. Odds ratios e seus respectivos intervalos de confiança 95% foram estimados pela regressão logística. A análise estatística dos dados foi efetuada através do SAS 8.2 (Statistical Analysis System, Ceary, NC, USA) . RESULTADOS Um total de 203 pacientes, 105 masculinos e 98 femininos, com média de idade 74 anos, foram incluídos no estudo. A infecção pulmonar foi a mais freqüente com prevalência de 58,6%, seguida de urinaria 23,6% e abdominal 7,9%. A média dos escores APACHE II e SOFA foram respectivamente de 20±7 e 5,4±3,2 e a média do lactato arterial e diferença de base foram 3,0 ± 2,2 mmol/L e -5,8 ± 6,8 mEq/L, respectiva- mente. Dos pacientes, 63,5% apresentavam múltiplas disfun- ções (≥ 2 disfunções) e a mortalidade hospitalar foi de 65% (Tabela 1). A comparação entre lactato arterial e diferença de base pela curva de dispersão, evidencia que estas variáveis apre- Tabela 1- Características dos Pacientes Estudados (n = 203) Variáveis Média ± DP Idade (anos) 74 ± 13,6 Sexo masculino (%) 51,7 Mortalidade (%) 65 APACHE II 20 ± 6,97 Múltiplas disfunções (%) 63,5 SOFA 5,45 ± 3,25 Lactato arterial (mmol/L) 3,03 ± 2,23 Diferença de base (mmol/L) -5.8 ± 6.8 Freqüência cardíaca (bpm) 95.4 ± 19.9 Pressão arterial média (mmHg) 86 ± 19 Volume 17 - Número 3 - Julho/Setembro 2005 159 RBTI / ARTIGO ORIGINAL sentam uma correlação inversa (r2= -0,4 p <0,01) Quando foram comparados Pacientes com lactato ≤2 mmol/L e aqueles com lactato >2 mmol/L, as variáveis que permitiram discriminar os dois grupos através de análise uni- variada foram sexo, escores APACHE II e diferença de base. (Tabela 2). Para a regressão logística somente as variáveis significa- tivas da análise univariada com p<0,2 foram consideradas. Nesta análise a diferença de base não mostrou ser preditor independente de lactato elevado (> 2 mmol/L). Apenas sexo e escore APACHE II foram variáveis independentes para pre- dizer um lactato >2 mmol/L. (Tabela 3). A área sob a curva ROC (Receiver Operating Curve) do lactato foi a melhor que discriminou mortalidade e múltiplas disfunções orgânicas: 0.58 e 0.62, respectivamente. O melhor ponto de corte foi 2,2 mmol/L, com sensibilidade de 58,3% e especificidade 57,7% para mortalidade. Para múltiplas dis- funções orgânicas a sensibilidade foi de 60,0% com especifici- dade de 59,5%. (Figuras 2 e 3) Figura 1 - Correlação de Pearson entre Lactato Arterial e Diferença de Base (r2= -0,400 p < 0,01) Tabela 2 – Comparação entre Pacientes com lactato ≤2 e Lactato >2 mmol/L Variáveis Lactato ≤ 2 mmol/L (n = 86) % Lactato >2 mmol/L (n = 117) % Valor de p Idade 73,5 ± 14,8 74,8 ± 12,7 0,51* Sexo Feminino 50 58,1 48 41,0 0,01♣ Masculino 36 41,9 69 59,0 Diferença de base (mmol/L) -4,8 (-17,0 a 17,2) -6,7(-24,0 a 12,0) 0,01♠ Escore SOFA 5,0 ± 2,5 5,7 ± 3,7 0,11* Escore APACHE II 18,3 ± 6,8 21,2 ± 6,8 <0,01* Freqüência cardíaca (bpm) 95,5 ± 17,4 95,3 ± 21,6 0,94* Pressão Arterial Média (mmHg) 87,4 ± 17,1 85,0 ± 20,3 0,38* * t de Student, ♣ X2, ♠Teste Mann-Whitney Tabela 3 - Analise Multivariada Variáveis OR IC95% Valor-p Sexo masculino 1,83 1,01 3,32 0,04 Diferença de base 0,97 0,93 1,02 0,20 Escore APACHE II 1,06 1,01 1,11 0,01 Escore SOFA 1,00 0,90 1,09 0,93 Figura 2 – Curva ROC do Lactato, Diferença de Base e PAM para Mortalidade Figura 3 – Curva ROC do Lactato, Diferença de Base e PAM para Múltiplas Disfunções Orgânicas Lactato (area=0,58) Base excess (area=0.43) PAM (area=0.39) 1 - Especificidade S en si bi lid ad e Base excess PAM Lactato 1 - Especificidade S en si bi lid ad e RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva160 RBTI / ARTIGO ORIGINAL DISCUSSÃO
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