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TRABALHO DE CIVIL 1 PONTO (1)

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contratoS de sEguroS
1 - HISTÓRICO
Os contratos de seguro nascem das necessidades inerentes à relação de procura e demanda, ou seja, desde outrora nasce à necessidade da segurança do negocio jurídico.
Em importância e desenvolvimento das navegações o seguro marítimo nasce, na idade medieval, séc. XVI, sendo a primeira modalidade de seguro da historia, mesmo não sendo reconhecido. Apesar de a ideia do seguro de garantir o direito a prevenção, os seguros marítimos não obtiveram credibilidade, por conta de frequentes falências das seguradoras, e consequentemente no caso de sinistro o segurado não tinha o seu devido ressarcimento (que é, em si, o direito de prevenção).
Já o seguro terrestre, surgiu na Inglaterra no séc. XVII e vem se difundindo até os dias atuais.
No Brasil os seguros vieram com a chegada da família real portuguesa e a abertura dos portos, sendo autorizado que as companhias de seguros tivessem seu funcionamento.
O código comercial de 1850 seguiu a lógica da época se adaptando primeiramente para o seguro marítimo e mais tarde para o seguro terrestre, sendo regulamentados através do decreto nº 4270 de 16 de dezembro de 1901. Somente em 1903 foi autorizado o funcionamento dos seguros no Brasil, por meio do decreto nº 5072.
O interesse pelo seguro só surgiu de fato em 1977, sendo só então criada a carteira de “Seguro de Garantia de Obrigação Contratuais”, conhecida como IRB, que garante um certificado de habilitação e segurança para efetuação de contratos de seguro, tendo a emissão de diversas apólices no mesmo ano. Sendo a única forma de garantia de não comprometimento do capital de giro ou crédito de empresas junto aos bancos, o seguro teve uma divulgação rápida e consequentemente um crescimento frenético no fim da década de 70.
O mercado competitivo começou a acolher os seguros, tendo seu aperfeiçoamento, principalmente em face da Fiança Bancária, pelo surgimento do Seguro Garantia com condições adequadas á procura e realidade social. Os dois tem o mesmo efeito, mas a sua forma operacional e contratual são muito diferentes, no seguro fiança o Banco se torna o fiador das responsabilidades assumidas pelo contratado, já no seguro, a seguradora garante que o contratado realizará a obra ou os serviços a que se propõe.
O Acordo de Brasiléia surgiu oficialmente em 1988, tendo o objetivo de criar exigências mínimas de capital para instituições financeiras como forma de fazer face ao risco de crédito. O Brasil ingressou no acordo, fazendo com que os bancos restringissem as emissões de fianças, permitindo que o seguro se desenvolvesse mais.
O código civil traz em seu capítulo XV, em seus artigos 757 até 802, as normas do funcionamento das companhias de seguros no Brasil. Os seguros foram criados com o intuito de conferir a seguridade em caso de desmantelamento de coisa e perecimento das pessoas, o direito a prevenção é derivado dos seguros, que garantem a segurança a partir de contrato. Hoje em dia as formas e maneiras que se propagam a segurança ao direito de prevenção estão dispersados em diversas áreas sociais, possuindo intuitos de prevenção tanto necessários e alguns com matérias mais
2- CONCEITO
Do latim securus, gramaticalmente exprime o sentido de livre e isento de perigos e cuidados, posto a salvo, garantido.
No sentido jurídico, designa o contrato em virtude do qual um dos contratantes assume a obrigação de pagar ao outro, ou a quem este designar, uma indenização, um capital ou uma renda, no caso em que advenha o risco indicado e temido, obrigando-se o segurado a lhe pagar o prêmio que se tenha estabelecido (art. 757, CC).
Seguro é o contrato em que uma parte (sociedade seguradora) se obriga, mediante recebimento de um prêmio, a pagar à outra parte (segurado), ou a terceiros beneficiários, determinada quantia, caso ocorra evento futuro pré-estabelecido no mencionado contrato.
As seguradoras devem estar autorizadas pelo governo federal a explorar a atividade, onde a contratação sem a devida autorização importa em pena de multa em valor equivalente à quantia segurada. Admitem-se como seguradoras apenas as sociedades anônimas, sociedades mútuas e corporativas, sendo questões últimas somente podem operar com seguro agrícolas, de saúde ou acidente do trabalho (art. 757, parágrafo único, do CC).
É instrumento de socialização de riscos onde os segurados contribuem para a constituição de um fundo destinado a cobrir, ainda que parcialmente, os prejuízos que alguns deles irão sofrer. É a denominada mutualidade dos sócios, de forma que o pagamento dos prêmios deve ser feito obrigatoriamente através da rede bancária (Lei 5.627/70, art. 8º).
3 - ELEMENTOS E REQUISITOS
SUJEITOS
- SEGURADOR: é aquele que suporta o risco, assumindo mediante o recebimento do prêmio, obrigando-se a pagar uma indenização. Assim, o prêmio é a garantia pecuniária que o segurado paga à seguradora para obter o direito a uma indenização se ocorrer o sinistro oriundo do risco garantido e previsto no contrato, o risco constituirá num acontecimento futuro e incerto, que poderá prejudicar os interesses do segurado, provocando-lhe uma diminuição patrimonial evitável pelo seguro, e a indenização é a importância paga pela seguradora ao segurado, compensando-lhe o prejuízo econômico decorrente do risco e assumido na apólice da seguradora. A atividade do segurador é exercida por companhias especializadas, isto é, por sociedades anônimas, mediante prévia autorização do governo federal (ASSP,1.852:74; CF 88,art.192,II, com redação da EC 13/96; lei nº 8.177/91, art. 21;CC, art.757, paragráfo único), ou cooperativas devidamente autorizadas (Dec- Lei nº 73166, art.24; Regulamento nº 59.195/66), porém tais cooperativas só poderão operar em seguros agrícolas e seguros de saúde.
O seguro social de acidentes do trabalho tem hoje, como único segurador, o INSS (uma autarquia federal, que é o Instituto Nacional de Seguridade Social).
- SEGURADO: é o que tem interesse direto na conservação da coisa ou da pessoa, fornecendo uma contribuição periódica e moderada, isto é, o prêmio, em troca do risco que o segurador assumirá de, em caso se incêndio, abalroamento, naufrágio, furto, falência, acidente, morte, perda das faculdades humanas, etc , indenizá-los pelos danos sofridos. Dessa forma, ao contrário do que se dá com o segurador, qualquer pessoa pode figurar na posição de segurado, sendo necessário, em princípio ter capacidade civil.
- BENEFICIÁRIO: é uma figura que exsurge nos contratos de seguro de vida e no obrigatório de acidentes pessoais em que ocorre morte por acidente e que consiste na pessoa a quem é pago o valor do seguro, a “indenização”. Nos casos em que o beneficiário é um terceiro, ou seja, um estranho a relação contratual estaremos diante de um caso de estipulação em favor de terceiro. 
- CO-SEGURADOR: no caso de seguros vultosos, pode acontecer de uma pluralidade de seguradores dar cobertura simultaneamente e a um mesmo risco, configurando-se a multiplicidade de seguros. 
-RESSEGURADOR: a figura do resseguro consiste na transferência de parte ou toda responsabilidade do segurador para o ressegurador, com a finalidade de distribuir para mais de um segurador a responsabilidade pelo adimplemento da contraprestaçãoOBJETO
- INTERESSE: Sílvio Venosa aponta como objeto do seguro o interesse segurável, sendo o posicionamento mais correto entre os doutrinadores, na medida em que é o mais abrangente. Sob o rótulo de interesse segurável pode--se colocar qualquer relação econômica ameaçada ou posta em risco. 
- RISCO: consiste o risco no acontecimento futuro é incerto previsto no contrato, suscetível de causar dano. Quando este evento ocorre, a técnica securitária o denomina sinistro. A obrigação de garantia contida no seguro, só obriga a seguradora a pagar a indenização quando o risco se concretiza, de maneira que este acontecimento torna-se essencial.
Segundo Sílvio S. Venosa [19], na medida em que não tinham fim lucrativo, não faziam com que seus diretores se empenhassem como empresários, de maneira que, ao contráriodo que ocorre em outros países, não tiveram o sucesso esperado, sendo por fim abolidas pelo legislador.
- FORMA: como já dissemos anteriormente ao tratarmos das características do contrato de seguro, grande parte da doutrina defende que ele é consensual, ou seja, basta o acordo de vontades, para a conclusão do contrato. 
Maria Helena Diniz, baseada no art. 1.433 do CC, afirma "ser obrigatória a forma escrita, já que não obriga antes de reduzido a escrito,…. A forma escrita é exigência para a substância do contrato".
4 - CLASSIFICAÇÃO DOS SEGUROS
1) QUANTO ÀS NORMAS QUE OS DISCIPLINAM, em: A) comerciais, regidos pelo Código Comercial, que trata dos seguros marítimos de transporte e de caso; B) civis, disciplinados pelo Código Civil, atinentes aos seguros de dano e aos de pessoa (CC, arts.778 a 802 ).
2) QUANTO AO NÚMERO DE PESSOAS, em: A) individuais, se compreenderem um só segurado; e B) coletivos ou em grupo, se abrangerem várias pessoas. É frequente o seguro de vida em grupo, pelo qual as pessoas têm por escopo aumentar a renda em certas circunstâncias, como após a aposentadoria, e com o evento morte, relativamente aos beneficiários.
3) QUANTO AO MEIO EM QUE SE DESENROLA O RISCO, em: A) terrestres , B) marítimos; e C) aéreos.
4) QUANTO AO OBJETO QUE VISAM GARANTIR, em: A) patrimoniais, se se destinam a cobrir as perdas resultantes de obrigações; B) reais, se obtiverem os prejuízos sofridos por uma coisa; e C) pessoais, se disserem respeito às faculdades humanas, à saúde e à vida. Ou ainda, como prefere o novo Código Civil em: A) de dano (arts.778 a 788) ou B) de pessoa (arts.789 a 802).
5) QUANTO À PRESTAÇÃO DOS SEGURADOS, em: A) a prêmio, se se referirem aos que obrigam o contratante a pagar uma parcela fixa convencional; B) mútuos, como os admitidos pelo Código Civil de 1916, quando as obrigações eram recolhidas em função dos riscos verificados, repartindo-se as consequências, a posteriori, entre os associados mutualistas; e C) mistos, se determinarem uma paga fixa e outra de repique, em função de sinistro, a ser dividida entre os mutualistas, como admitia o Código Civil de 1916.
6) QUANTO ÀS OBRIGAÇÕES DO SEGURADOR, em: A) dos ramos elementares, abrangendo seguros para garantir perdas e danos ou responsabilidades oriundas dos riscos de fogo, de transportes e outros acontecimentos danosos, sendo que a obrigação do segurador consiste numa indenização, se o sinistro se verificar. Pode abranger, ainda, o seguro de responsabilidade civil (CC, arts. 787 e 788, parágrafo único); B) de pessoas ou de vida, se garantirem o segurado contra riscos a que estão expostas sua existência, sua integridade física e sua saúde, não havendo uma reparação de dano ou indenização propriamente dita
5 - OBRIGAÇÕES DO SEGURADO
 
 
O segurado ao assinar o contrato, contrai direitos e obrigações. O não cuprimento das obrigações pode acarretar para o segurado sérias dificuldades, inclusive o não pagamento da indenização devida em caso de realização do sinistro, são elas:
 
1.1 Pagar o prêmio convencionado, no prazo estipulado, à seguradora, como contraprestação pelo risco por esta assumido. O fato de não se ter verificado o risco, em previsão do qual se fez o seguro, não exime o segurado da obrigação de pagar o prêmio ajustado.
A obrigação do pagamento do prêmio pelo segurado vigerá a partir do dia previsto na apólice ou bilhete de seguro, ficando suspensa a cobertura do seguro,até o pagamento do prêmio e demais encargos ( artigo 6o, caput do decreto No. 60.459/67 ). 
1.2 Responder pelos juros moratórios, independentemente de interpelação do segurador, se se atrasar no pagamento do prêmio. A multa de mora decorrente de atraso no pagamento do prêmio não poderá ser superior a 2% sobre o valor da prestação devida ( artigo 52, parágrafo 2O. do CDC);
 
1.3 Não agravar o risco assumido pela seguradora, ou seja, abster-se de tudo que possa aumentar o risco, ou ainda, de tudo que for contrário aos termos do acordado, sob pena de perder o direito à indenização;
 
1.4 Comunicar à seguradora todo fato alheio à sua vontade que possa agravar o risco objeto do seguro, para que ela possa tomar providências, sob pena de perder o direito ao seguro;
 
1.5 Levar ao conhecimento da seguradora a ocorrência do sinistro assim que souber da sua verificação, para que tome as providências necessárias, pois a omissão injustificada eximirá a seguradora, se esta provar que, oportunamente avisada, lhe seria possível evitar ou atenuar as consequências do sinistro;
 
1.6 Provar a ocorrência do risco coberto pelo seguro e a justificação de seu valor, sobrevindo o sinistro;
 
1.7 Agir de boa-fé;
Os contraentes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. Ainda sobre o princípio da boa-fé, norteador dos contratos de seguro, preceituam manuais da matéria que:
E segundo Maria Helena Diniz (2003, p.441): 
“O contrato de seguro é aquele pelo qual uma das partes (segurador) se obriga para com a outra( segurado),mediante pagamento de um prêmio, a garantir-lhe interesse legítimo relativo a pessoa ou a coisa e a indenizá-la de prejuízo decorrente de riscos futuros previstos no contrato”.
 
6 - DIREITOS DO SEGURADO
 
 
Cabe ao segurado, com o advento do sinistro ou no vencimento da apólice em algumas modalidades do seguro de vida, de receber o montante da indenização ou do capital segurado, conforme segue:
 
2.1 Receber não só a indenização, ou a quantia estipulada, até o limite da apólice, com a ocorrência do risco aceito pela seguradora, mas também a reparação do dano equivalente a tudo aquilo que esteja dentro do risco previsto. È importante destacar que qualquer indenização decorrente do contrato de seguro dependerá de prova de pagamento do prêmio devido, antes da ocorrência do sinistro;
 
2.2 Reter os prêmios atrasados e fazer outro seguro pelo valor integral, se o segurador sofrer liquidação extrajudicial antes de passado o risco;
 
2.3 Não ter o prêmio aumentado, embora hajam agravados riscos assumidos pela seguradora, além do que era possível antever no contrato, em razão de fato alheio à sua vontade;
 
2.4 Receber o reembolso de despesas feitas no interesse da seguradora para diminuir os prejuízos;
 
2.5 Ser defendido pela seguradora no caso de responsabilidade civil, cuja reparação esteja a cargo dela;
 
2.6Abandonar a coisa segura, se entender que o capital segurado lhe é mais conveniente do que a sua recuperação ou indenização parcial e entre outros.
 
Conforme ensina PARIZATTO (2010, p. 254) o seguro é:
“[...] um contrato bilateral com obrigações para ambas as partes. O segurado para ter direito à indenização tem de pagar determinada quantia previamente ajustada, intitulada de prêmio, durante determinado período, no qual o seguro terá vigência. A seguradora, por sua vez, estando satisfeita acerca do pagamento do prêmio pelo segurado, tem a obrigação de ressarci-lo em caso de prejuízo previsto contratualmente.”
 
 
7 - OBRIGAÇÕES DA SEGURADORA
 
A principal obrigação da seguradora, no contrato de seguro, é garantir o interesse legítimo do segurado. Sendo o seguro contrato bilateral, caracterizado pela reciprocidade das prestações, não cumprindo uma das partes a sua prestação, a outra não fica obrigada a contraprestação.
 
Ocorrido o sinistro, a seguradora, uma vez que assumiu o risco na apólice, deverá pagar em dinheiro, se outra forma não foi convencionada, o prejuízo resultante do evento danoso (artigo 766 NCC). Nos seguros de bens materiais a indenização não terá de corresponder à quantia declarada, sendo esta o limite da cobertura. Temos como obrigações da seguradora :
 
3.1 Indenizar o segurado quanto aos prejuízos resultantes do risco assumido;
 
3.2 Aceitar a cessão do seguro e pagar a terceiro, havendo transferência do contrato de seguro, a indenização, como acessório da propriedade ou de direito real sobre a coisa segurada;
 
3.3 Não realizar práticas abusivas de comércio contra os consumidores de seguros;3.4 Observar os direitos básicos do consumidor de seguros;
 
3.5 Não inserir no contrato de seguros cláusulas abusivas ou que coloquem o consumidor de seguros em posição de extrema desvantagem na relação de consumo;
 
3.6 Redigir o contrato de seguro em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor;
 
3.7 A implicação da limitação do direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque pela seguradora, permitindo sua imediata e fácil compreensão;
 
3.8 Pulverizar o risco, sob forma de co-seguro e resseguro;
 
3.9 Não reter responsabilidades cujo valor ultrapasse seus limites técnicos;
 
3.10 Constituir reservas técnicas, fundos especiais e provisões para garantir as obrigações assumidas;
 
3.11 Defender o seguro e tomar todas as providências necessárias para eliminar ou diminuir os efeitos maiores do risco, desde que lhe tenha sido comunicado algum fato incidente pelo segurado;
 
3.12 Tomar todas as medidas necessárias assim que souber do sinistro.
 
Segundo Arnaldo Rizzardo, podemos conceituar Contrato de Seguro como:
“Pelo seguro, um dos contratantes (segurador) se obriga a garantir, mediante o recebimento de uma determinada importância, denominada prêmio, interesse legítimo de uma pessoa (segurado), relativamente ao que vier a mesma a sofrer, ou aos prejuízos que decorrerem a uma coisa, resultantes de riscos futuros, incertos e especificamente previstos.” [1]
 
8 - DIREITOS DA SEGURADORA
 
 
Como direitos a seguradora possui o recebimento do prêmio e outros, os quais estão abaixo comentados:
 
4.1 Receber o prêmio a que o segurado se obrigou, durante a vigência do seguro;
 
4.2 Isentar-se do pagamento da indenização, se provar dolo do segurado;
]
4.2 Isentar-se do pagamento da indenização, se o segurado deu à coisa valor superior ao valor real;
 
4.3 Isentar-se do pagamento da indenização, se existir no seguro algum vício capaz de lhe tirar a eficácia;
 
4.4 Isentar-se de pagamento da indenização, se a apólice caducou, por não ter sido pago o prêmio conforme o acordado;
 
4.5 Responder, exclusivamente, pelos riscos que assumiu expressamente na apólice e condições gerais;
 
4.6 Opor ao representante ou sucessor do segurado, uma vez ocorrido o sinistro, todos os meios de defesa legítimos que contra ele lhe assistir;
 
4.7 Arguir a existência de circunstância relativa ao objeto ou interesse segurado cujo conhecimento prévio influenciaria a sua aceitação ou a taxa do seguro, para exonerar-se da responsabilidade assumida, até no caso de sinistro;
 
4.8 Merecer a lealdade, a sinceridade e a boa-fé do segurado;
 
4.9 Sub-rogar-se, caso pague a indenização ajustada, no direito respectivo contra o autor do sinistro, podendo reaver o que desembolsou;
 
4.10 Reajustar o prêmio para que este corresponda ao risco assumido;
9 -  JURISPRUDÊNCIAS
“Seguro de automóveis – Nulidade da claúsula que veda a transferência da apólice ou da própria coisa. Questão meramente administrativa. Legitimidade do terceiro para reivindicar o pagamento dos danos. Não pode prosperar claúsula contratual, no ramo de seguro de veículos, que restrinja o direito do segurado de alienar o bem e transferir a apólice de seguro respectiva. A comunicação à seguradora, dessa transferência, não passa de mera questão administrativa, sem força de comprometer (exceto se rescindido), o contrato, firmado e vigente. Nessas condições, o terceiro adquirente tem legitimidade, poi, para demandar em juízo a competente indenização por prejuízos causados pela perda da coisa. (TJDF – AC. 34.541 – DF – (reg. AC. 79.725 ) – 1a. T – Rel. p/o Ac. Des. Eduardo M. Oliveira – DJU 31.10.95).”
 
“Contrato de seguro por adesão – Avença firmada antes da vigência de CDC – Desconhecimento pelo segurado de cláusulas restritivas – Aplicação das regras de interpretação do CDC. Embora avença tenha sido firmada antes de sua vigência, tais critérios hermenêuticos já eram aplicados pelos tribuinais para evitar abusos. Provimento negado. ( 1ª. TACSP, 2ª. C., Ap.No. 513.693-0, j. em 23.2.1994, rel. Juiz Carlos Eduardo Souza Goulart ).”
 
10 - A FISCALIZAÇÃO E A REGULAÇÃO E INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ATIVIDADE SEGURADORA
 A fiscalização e a regulação do mercado estão integradas no Sistema Nacional de Seguros Privados, composto pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), pelo IRB - Brasil Re, pelas sociedades seguradoras, sociedades de capitalização, entidades de previdência complementar aberta e pelos corretores habilitados a atuar nesses segmentos. 
O CNSP tem por principais atribuições fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados; regular a constituição, organização, o funcionamento e a fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação das penalidades previstas; fixar as características gerais dos contratos de seguros, de capitalização e de previdência complementar aberta; estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro e disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor. 
A Susep, autarquia especial vinculada ao Ministério da Fazenda, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP, tem por principais atribuições: fiscalizar a constituição, organização, o funcionamento e a operação das sociedades seguradoras, de capitalização e das entidades de previdência complementar aberta; atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das operações de seguros, de capitalização e de previdência complementar aberta; zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados...
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) criada pela Lei 9.961, de 2000, regula, normatiza, controla e fiscaliza as atividades que garantem a assistência suplementar à saúde. A ANS tem por finalidade institucional promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores, contribuindo para o desenvolvimento das ações de saúde no país.
Para o Estado, as vantagens da auto-regulação são também bastante claras. A resolução de problemas pelo próprio agente auto-regulador tende a reduzir a necessidade de intervenção do Estado no mercado, o que é sempre desejável, dada a escassez estrutural de recursos estatais.
A complexidade e a dinâmica das relações econômicas atuais já não comportam um Estado que imponha regras de conduta detalhadas e que fiscalize permanentemente o seu cumprimento. Assim, deve ser estimulada e exigida a atuação dos agentes dos mercados na implementação de suas próprias soluções, em sistemas reflexivos focados nas estratégias de supervisão adotadas e não no conteúdo das regras a serem seguidas.
Desta forma, a auto-regulação será auxiliar - e jamais excludente - da supervisão estatal. Até porque as intervenções estatais decorrentes da ineficiência da auto-regulação tendem a ser mais legítimas e efetivas.
BIBLIOGRAFIA
[1] RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. Rio de Janeiro: Forense, 2005.p.176
https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=6601
http://www.tudosobreseguros.org.br/portal/pagina.php?l=381
http://www.tudosobreseguros.org.br/portal/pagina.php?l=382
DINIZ, Maria Helena. Tratado Teórico e Prático dos Contratos. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
PARIZATTO, João Roberto. Manual de Prática dos Contratos. 4 ed. Leme: Edipa, 2010.
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?artigo_id=10754&n_link=revista_artigos_leitura
https://jus.com.br/artigos/638/do-contrato-de-seguro-no-direito-brasileiro-e-a-interpretacao-de-suas-clausulas-limitativas-em-face-ao-codigo-de-defesa-do-consumidor
https://jus.com.br/artigos/3777/contrato-de-seguro
1-BRUNO, Marcos Gomes da Silva – Resumo Jurídico de Obrigações e Contratos, volume 10 – Editora Quartier Latin do Brasil – 2002.
3-COELHO, Luis – História do Seguro – texto obtido na internetin www.terravista.pt/Nazare.
5- DINIZ, Maria Helena – Curso de Direito Civil Brasileiro, volume 3 – Editora Saraiva – 9ª Edição – 1994.
6- DINIZ, Maria Helena – Tratado Teórico e Prático dos Contratos, volume 4 – Editora Saraiva – 2ª Edição – 1996.
11-PEREIRA, Caio Mário da Silva – Instituições de Direito Civil, vol. III – Editora Forense – 10ª Edição – 2001.
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ/ CEUT
RAILYA DE ARAÚJO DE PAULA
FRANCISCA DAS CHAGAS ALVES DA SILVA
CONTRATOS DE SEGUROS: ESTUDO ESPECIFICADO SOBRE SEGUROS
TERESINA-PI
2017

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