Prévia do material em texto
Unidade II EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO Prof. Gustavo Nascimento Abordagem Clássica da Administração A Abordagem Clássica, pioneira na ciência administrativa, nasce no século XX. A Revolução Industrial teve papel estruturante neste contexto, pois, com a invenção da eletricidade e do aço, tínhamos um crescente número de indústrias que, em sua totalidade, cresciam de forma desordenada e desestruturada, em um mercado cada vez mais competitivo. Abordagem Clássica da Administração Temos duas teorias ou escolas: 1. Escola da Administração Científica: ocorrida no Estados Unidos, com Taylor, que destacava a importância das tarefas organizacionais. 2. Teoria Clássica da Administração: ocorrida na França, com Fayol, que destacava a importância da estrutura organizacional. Embora diferentes, aconteceram no mesmo período. Administração Científica Esta abordagem surgiu em 1903, nos Estados Unidos, e teve como principal expoente Frederick Winslow Taylor. Taylor começou como operário numa fábrica, chegando posteriormente a gerente, este fato ajudou bastante na construção de sua teoria. Temos dois períodos na Teoria de Taylor. Vejamos: Administração Científica Primeiro período: chamado de Organização Racional do Trabalho. Concentrou-se na execução das tarefas dos operários. Este período inclui os aspectos: análise do estudo do tempo e dos movimentos; estudo da fadiga humana; divisão do trabalho e especialização do operário; desenho de cargas e tarefas; incentivos salariais; padronização de métodos e máquinas. Administração Científica Segundo período: denominado de Administração Científica. Taylor incorpora conhecimentos da administração geral e leva estes princípios para o nível gerencial e assim são aplicados em toda a organização. Nesta fase ele determina quatro princípios gerenciais: Princípio do Planejamento. Princípio do Preparo. Princípio do Controle. Princípio da Execução. Administração Científica A Administração Científica promoveu grande salto na produtividade das indústrias, mas também foi criticada por: excesso de mecanicismo; superespecialização do operário; visão microscópica do homem; ausência de comprovação científica. Interatividade Análise do estudo do tempo e dos movimentos e estudo da fadiga humana correspondem: a) ao segundo período da teoria de Taylor; b) ao primeiro período da teoria de Taylor; c) ao primeiro período da teoria de Fayol; d) ao segundo período da teoria de Fayol; e) nenhuma das anteriores. A teoria clássica da Administração Fayol desenvolveu esta teoria na França, dando enfoque para a estrutura organizacional. São seis funções: 1. Função Técnica (produção). 2. Função Financeira. 3. Função Contábil. 4. Função Comercial. 5. Função de Segurança. 6. Função Administrativa, que era o próprio ato de administrar, envolvendo toda a organização, estando acima das cinco funções vistas. A teoria clássica da Administração Para Fayol, a função administrativa era constituída pelo P-O-C-C-C, ou seja, a interação da Previsão, da Organização, do Comando, da Coordenação e do Controle. Estes componentes estão na função administrativa ou PA (Processo Administrativo) e são conhecidos como Planejamento, Organização, Direção e Controle. Ele enumerou 14 princípios gerais que deveriam nortear a aplicação da administração como ciência: A teoria clássica da Administração Divisão do trabalho. Autoridade e responsabilidade. Disciplina. Unidade de comando. Unidade de direção. Subordinação dos interesses individuais aos gerais. Remuneração do pessoal. Centralização. Cadeia escalar. Ordem. Equidade. Estabilidade do pessoal. Iniciativa. Espírito de equipe. A teoria clássica da Administração A teoria de Administração considerava: 1. administração como ciência; 2. teoria da organização; 3. coordenação; 4. conceito de linha e de staff; 5. divisão de trabalho e organização; 6. organização linear. A teoria clássica da Administração Em síntese, a teoria clássica diz que os princípios gerais da administração, divisão de trabalho, especialização, unidade de comando e amplitude de controle caracterizam a organização formal. Esta, por sua vez, deve atingir a máxima eficiência. A teoria clássica da Administração Como crítica, podemos destacar: abordagem simplificada da organização formal; ausência de trabalhos experimentais; extremo racionalismo na concepção da administração; teoria da máquina; abordagem incompleta da organização; abordagem de sistema fechado. A abordagem humanística da Administração: teoria das relações humanas Esta abordagem surgiu em 1932, nos Estados Unidos, focou na variável pessoas e teve seu principal representante em Elton Mayo. Ela representa o contrário da teoria clássica da Administração. Foi uma teoria criada sob a ótica do psicossocial. Seus principais pesquisadores eram psicólogos e cientistas sociais. A abordagem humanística da Administração: teoria das relações humanas Dois conceitos são fundamentais: Organização informal: “É o conjunto de grupos espontâneos que existe em toda organização e que condiciona fortemente o comportamento de seus membros”. Grupos informais: “São os grupos espontâneos de pessoas que formam a organização informal” (Chiavenato, 2003). A abordagem humanística da Administração: teoria das relações humanas Segundo Chiavenato (2003), alguns fatores colaboraram para o surgimento dessa teoria: a necessidade de humanizar e democratizar a administração; o desenvolvimento das ciências humanas; as conclusões da experiência de Hawthorne. Vejamos a continuidade no próximo bloco! Interatividade Uma das principais críticas à teoria clássica da Administração é: a) a abordagem completa da organização formal; b) a abordagem de sistema aberto demais; c) o extremo racionalismo na concepção da administração; d) a realização de muitos trabalhos experimentais; e) todas as críticas são verdadeiras. Abordagem humanística da Administração: teoria das relações humanas A experiência de Hawthorne: o governo americano estava preocupado com as condições de trabalho nas fábricas e com a alta rotatividade; esta experiência aconteceu em uma fábrica da Western Electric, de 1927 a 1932. A conclusão dos estudos, veremos a seguir. Abordagem humanística da Administração: teoria das relações humanas O nível de produção mostrou-se resultante da integração social das pessoas no trabalho. O comportamento social dos empregados se apoiava totalmente no grupo. Os grupos informais geralmente eram mais fortes que os formais. O conteúdo e a natureza do trabalho tinha influência sobre o moral dos trabalhadores. Os aspectos emocionais mostraram-se importantes. Abordagem humanística da Administração: teoria das relações humanas Decorrências da teoria das relações humanas A teoria das relações humanas influenciou os estudos da administração, principalmente no que diz respeito à motivação humana no trabalho. a) O homem não é motivado somente por dinheiro (Homo economicus) e sim por reconhecimento social (Homo social). Abordagem humanística da Administração: teoria das relações humanas b) Preocupação com a liderança e sua influência nas pessoas. c) Ênfase no processo de comunicação dos grupos. Abordagem humanística da Administração: teoria das relações humanas Fonte: livro-texto. A abordagem neoclássica da Administração Surgiu em 1954, nos Estados Unidos, enfocando as variáveis tarefas, estrutura organizacional e pessoas. Peter Drucker é seu principal representante. Trata-se de uma teoria eclética, que combina as duas teorias: clássica e humana. Esta teoria defende: ênfase na prática da administração, valorização dos resultados concretos; planejar, organizar, dirigir e controlar; A abordagem neoclássica da Administração ênfase nos objetivos e resultados; não estavam fechados para outras teorias. A administração é vista como uma técnica social, pois consiste em orientar, dirigir e controlar os esforços de um grupo de indivíduos para um objetivo comum. Retomam-se os princípios básicos da organização: divisão do trabalho, especialização, hierarquia e amplitude administrativa. A abordagem neoclássica da Administração Retoma-se a função do administrador: planejamento, organização, direção e controle. A abordagem neoclássica foi conhecida como PA (Processo Administrativo). Planejamento – definir a missão, formular objetivos, programar atividades. Organização – dividir o trabalho, designar atividades. Direção – designar pessoas, motivar, liderar, orientar. Controle – definir padrões, avaliar o desempenho. Administração por Objetivos (APO) De acordo com Chiavenato (2003), por meio de métodos e processos que deslocaram a atenção sobre eficiência, a APO enfatizou os objetivos e finalidades da empresa. Trata-se de uma ferramenta administrativa pela qual gerentes, superiores e seus subordinados: definem em conjunto suas metas comuns, responsabilidade de cada e resultados esperados; Administração por Objetivos (APO) utilizam essas medidas como guia para melhor operação e verificação da contribuição de cada um de seus membros, aproveitando o espírito empreendedor das pessoas. Alguns pontos são determinantes nos diversos tipos de APO existentes: estabelecimento conjunto de objetivos entre gerentes e subordinados; estabelecimento de metas e objetivos por unidades; interligação dos objetivos para melhorar a sinergia na empresa; Administração por Objetivos (APO) revisão periódica do desempenho para correção de desvios; ênfase na medição dos resultados. Interatividade A teoria das relações humanas influenciou os estudos da Administração, principalmente no que diz respeito à motivação humana no trabalho. É uma característica dessa teoria: a) preocupação com a liderança e sua influência nas pessoas; b) pouca ênfase no processo de comunicação dos grupos; c) afirmar que o homem é motivado somente por dinheiro (Homo economicus); d) afirmar que o homem não é motivado por reconhecimento social (Homo social); e) nenhuma das anteriores. Considerações sobre a abordagem neoclássica A abordagem neoclássica, diferentemente das demais, praticamente não apresenta críticas. Pelo contrário, é valorizada pela recuperação do PA (Processo Administrativo). A abordagem estruturalista da administração: o modelo burocrático A abordagem estruturalista é estudada por meio de duas teorias: a teoria da burocracia e a teoria estruturalista. De acordo com Chiavenato (2003), o modelo burocrático, baseado nas teorias de 1909 do sociólogo Max Weber apareceu nos Estados Unidos por volta de 1940. Seu enfoque maior foi nas estruturas da organização, como veremos a seguir. A abordagem estruturalista da administração: o modelo burocrático Fonte: livro-texto. A abordagem estruturalista da administração: o modelo burocrático Essa teoria surgiu: pela fragilidade e parcialidade da teoria clássica e da teoria das relações humanas, por terem posições opostas; pela necessidade de um modelo racional, capaz de caracterizar todas as formas de organização humana; pela crescente expansão das empresas, às quais as teorias anteriores não conseguiam atender mais. A abordagem estruturalista da administração: o modelo burocrático A burocracia é uma forma de organização humana, baseada na racionalidade, ou seja, na adequação dos meios aos fins desejados, como forma de assegurar a máxima eficiência nas ações. Weber havia definido três tipos de sociedade: 1. a tradicional; 2. a carismática; 3. a legal, racional ou burocrática. A abordagem estruturalista da administração: o modelo burocrático Essas três sociedades espelham três tipos de autoridade. Para Weber, “autoridade é a probabilidade de que um comando ou ordem específica seja obedecida”, representando um poder institucionalizado, instituído. A abordagem estruturalista da administração: o modelo burocrático Segundo Weber, atingir o objetivo seria possível somente se houvesse previsibilidade do comportamento humano e padronização do desempenho dos participantes. O grande objetivo da burocracia é a busca da previsibilidade do funcionamento da organização. A seguir, veremos um resumo deste modelo. A abordagem estruturalista da administração: o modelo burocrático Fonte: livro-texto. A abordagem estruturalista da administração: o modelo burocrático Principais críticas a este modelo: excessivo racionalismo, sem espaço para a criatividade; excesso de mecanicismo nas ações; tudo muito previsível, o que dificilmente acontece nas organizações; pouca consideração pelo ambiente externo no processo organizacional. Interatividade Qual é o grande objetivo da teoria da burocracia? a) Buscar o mecanicismo nas ações da organização. b) Buscar a previsibilidade no funcionamento da organização. c) Considerar o ambiente externo no processo organizacional. d) Dar espaço para o processo de criatividade nos grupos. e) Nenhuma das anteriores. ATÉ A PRÓXIMA!