Buscar

TGA 1

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO- UEMA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS- CCSA
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
ALICIA MATOS RODRIGUES
CARLOS ALBERTO CAMPOS
LARISSA RENATA SANTOS PEREIRA
LUIS CARLO JÚNIOR
NEUSA OLIVEIRA DE SOUSA
VALÉRIA MARTINS RIBEIRO
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: síntese das inteligências intrapessoal e interpessoal
São Luís- MA
2017
ALICIA MATOS RODRIGUES
CARLOS ALBERTO CAMPOS
LARISSA RENATA SANTOS PEREIRA
LUIS CARLO JÚNIOR
NEUSA OLIVEIRA DE SOUSA
VALÉRIA MARTINS RIBEIRO
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: síntese das inteligências intrapessoal e interpessoal
Trabalho elaborado como atividade para composição de nota bimestral da disciplina Teoria Geral da Administração.
Docente: ProfºSamuel Melo.
São Luís-MA 
201
1 INTRODUÇÃO
A sociedade contemporânea impulsiona o homem a lidar com as emoções frente à situações de risco e agir face ao perigo. Como pais que se sacrificam pelo filho em frente a uma situação de risco. Do ponto de vista do intelecto esse auto-sacrifício é irracional mas sob ótica do coração, entretanto, se sacrificar é a única atitude a ser tomada. Cada pessoa tem duas mentes, uma que pensa e outra que sente. A mente racional permite que uma pessoa reflita. Já a mente emocional é impulsiva. Nossos sentimentos lideram em frente a um impasse ou quando temos que tomar providencias importantes demais para que sejam deixadas a cargo unicamente do intelecto. Por isso que a mente emocional domina a racional. Cada sentimento tem um propósito, não existem sentimentos negativos ou positivos Pesquisas afirmam que a emoção evoluiu primeiro no cérebro e por isso ela tem um peso maior. Mas tais emoções podem interferir na capacidade de atenção e em todos os aspectos de um pensamento claro. A neurociência utiliza metaforicamente a existência de dois hemisférios, o esquerdo e o direito no qual o primeiro é racional, lógico e matemático, enquanto o outro é o lado da intuição, emoções e sentimentos. Ao invés de reprimir a influência do hemisfério direito deve-se se esforçar para encontrar um equilíbrio entre razão e emoção.
Nesse contexto surge a Inteligência Emocional (QE):
A Inteligência Emocional é a capacidade de perceber, avaliar e expressar emoção com precisão; a capacidade de acessar e/ou gerar sentimentos quando estes facilitam o pensamento; a capacidade de entender as emoções e o conhecimento emocional, e a capacidade de regular emoções para promover o crescimento emocional e intelectual. ( VALLE, 2006, apud, JUNQUEIRA). 
Nos últimos anos, um grupo cada vez maior de psicólogos chegou a conclusões que os antigos conceitos de Quociente de Inteligência (QI) giram em torno de uma estreita faixa de aptidões linguísticas e matemáticas, e que um bom desempenho em testes de QI é um fator de previsão mais direta de sucesso em sala de aula ou como professor, mas cada vez menos quando os caminhos da vida se afastam da academia. Psicólogos — entre eles Sternberg e Salovey — adotaram uma visão mais ampla de inteligência, tentando reinventá-la em termos do que é necessário para viver bem a vida. E essa linha de investigação retorna ao reconhecimento de como,exatamente, é crucial a inteligência “pessoal” ou emocional. Salovey, com seu colega John Mayer, propôs uma definição elaborada de inteligência emocional, expandindo essas aptidões em cinco domínios principais:
O quociente de inteligência só colabora com 20% para o sucesso na vida. O resto é fruto da inteligência emocional. QI e QE não são opostos, mas funcionam de maneira separada. Uma pessoa pode ser intelectualmente capaz, mas emocionalmente incompetente, um desequilíbrio que pode causar problemas.
2 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
2.1 Inteligência emocional: síntese das inteligências
Alguns estudiosos apontam que o ser humano não é detentor de apenas uma inteligência, o seu comportamento é fundamentado em múltiplas inteligências, que segundo Gardner citado por Joseney Sprea são denominadas Inteligências Humanas, e que estas independem umas das outras, mas de acordo com a cultura e o individuo podem ser combinadas.
Ainda sobre esta convicção, Gardner afirma:
Há oito diferentes pontos no cérebro humano onde se abrigariam diferentes inteligências. A este conjunto denominado de inteligências múltiplas, que seriam: inteligências linguística, verbal, lógico-matemática, espacial, musical, cinestésica, corporal, naturalista e as pessoais – intrapessoal e interpessoal. (GARDNER, 1994 apud SPREA, 2009)...
Em termos de Inteligência Emocional, são as inteligências pessoais que a determinam, isto é, a síntese das inteligências intrapessoais e interpessoais é o que se denomina Inteligência Emocional, visto que ambas não são dissociadas. Apesar de focarem lados opostos das relações humanas são complementares, nenhuma das duas pode desenvolver-se sem a outra.
Para admitir tal ideia é importante ter conhecimento do que significa inteligência interpessoal e intrapessoal, e o que ambas desenvolvem no ser humano. 
Inteligência interpessoal é a capacidade de compreender outras pessoas, o que as motivam, como trabalham, como trabalhar cooperativamente com elas. Inclui a capacidade de discernir e responder adequadamente ao humor, temperamento, motivaçãoe desejo de outras pessoas. (GARDNER apud GOLEMAN, 1995)
As pessoas que trabalham em vendas, políticos, professores, clínicos e líderes religiosos bem-sucedidos provavelmente são todos indivíduos com alto grau de inteligência interpessoal. Enquanto inteligência intrapessoal, segundo Gardner:
É uma aptidão correlata, voltada para dentro. É uma capacidade de formar um modelo preciso, verídico, de si mesmo e poder usá-lo para agir eficazmente navida. O contato com nossos próprios sentimentos e a capacidade de discriminá-los e usá-los para orientar o comportamento. (GARDNER apud GOLEMAN, 1995)
2.2 Componentes principais da Inteligência Emocional
Apesar de Gardner identificar tais inteligências, foi sob a perspectiva de Daniel Goleman, psicólogo PhD de Harvard (:EUA), que o termo Inteligência Emocional ganhou popularidade. Goleman propôs o aprendizado para saber lidar com as emoções, o indivíduo que conseguir fazer a síntese das inteligências pessoais e saber lidar com elas terá maior probabilidade de obter êxito em qualquer área da vida. Dessa forma, definiu as habilidades ou componentes nos quais a Inteligência Emocional se manifesta:
[...] inteligência emocional é uma qualidade não mensurável no teste do QI, formando um conjunto de habilidades como autoconsciência, administração das emoções, automotivações, empatiae a arte do relacionamento que inclui a capacidade de trabalhar em grupo. A proposta do autor é levar inteligência à emoção; levar a cognição para o campo do sentimento. As emoções enriquecem; um modelo mental que as ignore se empobrece. (GOLEMAN, 1995, p. 54)
Sob essa perspectiva, tem-se os seguintes componentes:
Autoconsciência: capacidade de saber o que se está sentindo. As próprias emoções parecem obvias para as pessoas, mas não é rara a confusão de sentimentos diferentes, como raiva e frustração. Também comum é se deixar dominar por estados de ânimo confusos: nutrir mau humor, por exemplo, quando nem se lembra o que levou à chateação. Noção precisa dos sentimentos permite a tomada de decisões.
Automotivação: faculdade de colocar as emoções a serviço de uma meta. Quando conseguimos estabelecer um objetivo, fica mais fácil conter a ansiedade e controlar os impulsos. O resultado é a persistência. A capacidade de motivar-se está associada a crença de que, se nos empenhamos, atingiremos resultados. Éa característica das grandes atletas.
Capacidade de se relacionar: habilidade de lidar com as emoções dos outros de maneira adequada. Em qualquer relacionamento, as pessoas enviam sinais verbais e não verbais que afetam os demais. O controle adequado dessa sinalização permite elevar o grau de bem estar aos outros.Essa bagagem humana nos líderes e nas chamadas “estrelas sociais”, pessoas que todos consideram encantadoras.
Empatia: sensibilidade para perceber as emoções dos outros e colocar-se no lugar dele. Esse sentimento, básico nas manifestações de solidariedade, relaciona-se com comportamento de futuro ético. Empatia deixa claro o quanto é doloroso ser injustiçado. Assim as pessoas compreendem que os outros têm sentimentos semelhantes e se esforçam para não cometer injustiças ou agressões.
Lidar com as emoções: administrar o que se sente. Esse controle não significa negar as emoções, mas dar a elas sua devida dimensão, procurando uma maneira de superá-las ou de conviver com elas. É preciso estabelecer uma estratégia para lidar com os sentimentos.
2.3 Importância da inteligência emocional nas organizações
Dentro do atual contexto em que se inserem as organizações, cada vez mais é exigido do participante uma postura firme diante das adversidades do dia-a-dia da organização, considerando tanto o subsistema quanto o ambiente. Hoje em dia não se valoriza apenas a capacidade técnica do funcionário (QI), mas também, ou até principalmente, a capacidade de lidar com os conflitos intrapessoais e interpessoais (QE). Esse é um diferencial essencial para aqueles que buscam ascendência profissional, pois colabora diretamente com a eficácia da organização, a inteligência emocional torna o homem equilibrado e consequentemente preparado para obter êxito na vida.
Segundo Marco Antonio Lampoglia:
Nos últimos cinco anos, de acordo com nossos estudos e pesquisas, o investimento das organizações no treinamento e desenvolvimento dos profissionais em Inteligência Emocional cresceu na ordem de 48%. As empresas que tem RH forte e estratégico estão influenciando as lideranças na percepção de que podemos lidar com as emoções, assim como lidamos com a matemática e a física. (LAMPOGLIA)
Assim, as organizações estão em busca de profissionais que saibam lidar com seus impulsos negativos, como ansiedade, raiva, frustração, tristeza, aqueles que têm foco para alcançar os componentes da Inteligência Emocional.
É importante ressaltar que diante do mundo globalizado atual, não só os funcionários subordinados devem ser detentores do QE, mas esta é uma característica fundamental também dos líderes, já que são eles que impulsionam o alcance dos objetivos, são seguindo seus comandos e instruções que os liderados alcançam os objetivos, portanto este se constitui um fator primordial na construção de um líder, são as chamadas habilidades humanas.
Dessa forma o líder deve estar capacitado, sendo autoconsciente (saber diferenciar seus diferentes sentimentos, para que isso não venha a ser um empecilho na relação interpessoal, muitas vezes uma confusão de sentimentos o leva a ser mal-humorado); auto motivado (definindo seus objetivos para controlar suas emoções e dessa forma contagiar os seus liderados com tanta motivação); saber lidar com as emoções dos outros; empatia( compreender as emoções alheias e colocar-se no lugar do outro); e lidar com as emoções (saber administrar as emoções, conviver com elas, porém superando-as).
Valle (2006, p.29) citado por Junqueira, Couto e Pereira afirma que “as habilidades gerenciais provaram serem mais importantes do que todos os outros fatores combinados para o sucesso das empresas, e gerentes bem sucedidos parecem ter em geral maior habilidades de lidar com pessoas do que os outros”.
Tal pressuposto vem confirmar que os líderes bem sucedidos são aqueles que possuem um elevado índice de Inteligência Emocional.
Portanto, o QE é indispensável tanto para os subordinados quanto para os líderes, pois estes precisam saber administrar seus conflitos para que possam administrar os conflitos da empresa como um todo, enquanto aqueles precisam alcançar esse equilíbrio emocional para serem admitidos, promovidos ou mantidos em seus cargos, já que diante do cenáriocompetitivo e gerador de estresse, as organizações procuram pessoas que saibam lidar com os altos e baixos do mundo empresarial, revertendo as situações dadas como difíceis em favor dos objetivos organizacionais, e quem souber administrar suas emoções serão fortes candidatos.
2.4 A inteligência emocional no campo das críticas na organização
Diante da competitividade do mercado atual e da valorização do recurso humano dentro de uma organização, se torna imprescindível um feedback de todas as atividades realizadas e os objetivos alcançados pelo desenvolvimento, isto é, a relação entre eficiência e eficácia na área da competitividade. Esse feedback serve para destacar os pontos fracos e os pontos fortes, analisando em escalas específicas tanto os liderados quanto os líderes, gerando críticas produtivas.
“A crítica é uma das mais importantes tarefas do administrador. Entretanto, poucos dominam bem esta difícil arte. A eficiência, a satisfação e produtividade das pessoas no trabalho dependem de como lhe são transmitidos os problemas incômodos”. (Andreoni, 2011)
No entanto, as observações e sugestões de mudanças proporcionadas pelo feedback, muitas vezes não são vistas com “bons olhos”. As críticas em relação ao desempenho de determinados funcionários acabam sendo destrutivas ao invés de construtivas (seu principal objetivo), muitos deles não sabem lidar com as críticas, e se desequilibram, o que acaba refletindo diretamente na sua produtividade, e por conseguinte na eficiência da empresa. A presença da inteligência emocional é fundamental para tratar de questões como essa, o chefe deve ter cautela ao chamar a atenção de seu funcionário, fazer uso do fator interpessoal e o funcionário deve reagir equilibradamente, utilizando tais informações a favor da melhoria de desempenho, saber lidar com as emoções, administrá-las, fazer uso do fator intrapessoal.
Ainda segundo Andreoli:
A maioria dos problemas no desempenho de um funcionário não surge rapidamente, quando o chefe não avalia imediatamente o que está acontecendo, vai levando um acúmulo de frustração. Algum dia irá explodir. Se desde o início a crítica tivesse ocorrido, o funcionário teria corrigido o problema e evitaria todo este conflito. É preciso utilizar a crítica de maneira inteligente, não deixando para fazê-la apenas quando já estiver "transbordando". (ANDREOLI, 2011)
O administrador que sabe formular a crítica e repassar de forma inteligente, não querendo parecer prepotente ou ignorante, faz com que o funcionário seja um bom receptor, sabendo ouvir as críticas e melhorandoo que fez de errado através da adesão das sugestões que podem ser do chefe ou decididas em conjunto. É importante que haja esse equilíbrio entre a inteligência interpessoal do líder e intrapessoal do liderado.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No ambiente organizacional além dos conhecimentos técnicos, o equilíbrio emocional reflete positivamente no comportamento do participante frente aos objetivos almejados. Alcançar tal equilíbrio tem sido um desafio, pois o homem encontra dificuldades para desenvolver os componentes em que se fundamenta a inteligência emocional (autoconsciência, automotivação, capacidade de se relacionar, empatia, lidar com as emoções). 
Segundo Chiavenato, para teoria comportamental os fenômenos dos humanos dentro da organização são compreendidos quando os comportamentos cognitivo-racional são estudados em conjunto com os comportamentos afetivo-emocionais. As pessoas – seja no trabalho ou fora dele – são criaturas que pensam e sentem. Razão e emoção. Se o Quociente de Inteligência (QI) é importante, não menos importante é o Quociente Emocional (QE).
REFERÊNCIAS
SPREA, Joseney Inteligência emocional: o diferencial nas organizações educacionais competitivas. 2009. Dissertação (Mestrado em Gestão de Empresas) — Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, 2009. Disponível em : < https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/2050/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20de%20mestrado%20Joseney%20Sprea%20oficial%20versao%206%2C0.pdf.Acesso em : 17 mai. 2017.
.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Tradução Marcos Santarrita. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
LAMPOGLIA, Marco Antonio. O valor da Inteligência Emocional nas organizações inteligentes. Disponível em: http://www.rh.com.br/Portal/Desenvolvimento/Artigo/5880/o-valor-da-inteligencia-emocional 
http://www.rh.com.br/Portal/Desenvolvimento/Artigo/5880/o-valor-da-inteligencia-emocional-nas-organizacoes-inteligentes.html

Continue navegando